terça-feira, 14 de outubro de 2008

Religiões do lucro e da "mais valia"

O tema do marxismo está sempre em voga. E a questão principal gira em torno da igualdade. Senão, vejamos. Eis um texto publicado por um religioso muito querido no Brasil, autor de uma série chamada “Pergunte e responderemos” – Está na de n. 498, ano 2003, sob o título de "Religião Lucrativa"
"O jornal CORREIO DA PARAÍBA, em sua edição de 3/6/03, publicou um artigo um tanto maldoso, que não deixa de refletir algo do panorama religioso de nossos dias. Da autoria de Pereira Nóbrega, vai abaixo transcrito:
“Quer ganhar dinheiro, muito mesmo, sem ter que pagar impostos? Só uma coisa se exige para isso: não tenha escrúpulos de consciência, que isso não dá lucro. E lhe garanto que tudo será dentro da lei. Não há como você responder a processo por isso.
No Rio, no início dos anos 80, - diz Luís Domingues, o sociólogo que fez a pesquisa – a cada semana se abriram 3,5 novos negócios desse tipo. Na década de 90, já foram 5,4 por semana. Na cidade de SP existem advogados especializados em montar essas fábricas de lucro, registradas nalgum Cartório de Títulos. Dou-lhe até o nome do mais conhecido: o advogado Glauco Guerra.
A partir daí a empresa passa a ter esenção de imposto de renda, de IPTU. Pode comercialzar sem pagar tributos. Arrecada doações e sobre isso não incide tributação. E como há deputados para todas as causas, não faltaram alguns, conseguindo verbas para essas empresas.
Fiquei sabendo de tudo isso, não por terceiros, por quem fui convidado a entrar nesse negócio. Tenho uma sobrinha, excelente comunicóloga. Trabalhava para a Confederação das Indústrias do RS, quando um de seus industriais lhe propôs nada menos que fundar uma R$eligião, para ganhar dinheiro, como fez Edir Macedo, apelidado de bispo.
Daí em diante não pararam de multiplicar os negócios em nome da fé, como uma Teologia da prosperidade, prometendo empregos e curas. São vultuosos os lucros dessas empresas “em nome de Deus”. Cito algumas: “A última embarcação para Cristo”, “Pronto Socorro de Jesus”, “A Espada de Dois Gumes”, Prepara-te”, “Deus opera Maravilhas”. Cada uma dessas gastou apenas R$ 30,00 mais 3 dias para a condição legal de explorar a credibilidade popular.
Dizem-se todas evangélicas. E nisso vai um crime a mais. Ao movimento evangélico, no Brasil e no mundo, você pode negar sua fé, não a honestidade de seus pastores ou a seriedade de sua Teologia. Por mais que se coloquem dentro da lei, desconfio que esses exploradores da fé cometem crime contra a economia popular. Fica essa sugestão para os evangélicos.
Não foi pensameno do Cristo fazer cristãos privilegiados, isentos de carências. Salvou-nos pela cruz, não nos salvou da cruz. A quaquer um deses picaretas da fé, prefiro Marx, o ateu. Teve seus erros sim. Mas foi sincero no que pensou, arriscou-se pelos pobres, desejou uma humanidade igual, como Cristo a desejou. Apenas errou nos meios que preconizou. Estêvão Bettencourt, SDB"
Desculpe-me Dom Estêvão Bettencourt (que endossa o texto de Pereira Nóbrega), mas todo o artigo está correto até o último parágrafo. Neste, o autor e o insigne religioso cometem um crasso erro. Dizer que Marx foi ateu é lugar-comum, mas dizer que foi sincero é uma aberração e grande inverdade. Arriscou-se pelos pobres em que momento? Pelo contrário, os grandes prejudicados com a implantação do marxismo no mundo foram os pobres, transformados em miseráveis e principais vítimas dos frios assassinatos e expurgos realizados na Rússia, na China, em Cuba, etc. Pior ainda, dizer que desejou o mesmo que Jesus Cristo, uma humanidade igual, beira à heresia. Em nenhum lugar do Evangelho Jesus Cristo defendeu a igualdade, uma utopia mais afim com ideais pagãos do que cristãos. Corrijamos: Marx propagou uma picaretagem pior do que a dos falsos evangélicos, uma mentira maior ainda, um “comércio” incrível em que beneficia não uma facção ou seita religiosa mas a grande facção internacional, a seita vermelha, a qual, em nome da sociedade e do Estado, quis implantar uma quimérica igualdade social a custo de injustiças e desigualdades maiores ainda. O pecado dos falsos evangéligos é usar a fé do povo para enriquecimento ilícito, além, é claro, de propagar heresias e promover a perdição das almas. A dos marxistas vai além: usou de tudo isto para implantar um regime de opressão e miséria, criando, incusive a “religião” do Estado – o ateísmo, fautor muito pior de misérias humanas e de perdiões das almas.

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