quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

A VERDADEIRA "CULTURA" INDÍGENA




A vida promíscua dos índios hoje não é muito diferente quando os nosso primeiros colonizadores chegaram ao Brasil no século XVI. Naquele tempo foi na forma abaixo que nos relataram onde havia a verdadeira “cultura” indígena.
A promiscuidade é responsável por muitas das aflições oriundas de certos flagelos, como por exemplo os insetos parasitos chupadores de sangue humano. Existem várias espécies de piolhos, pulgas, percevejos, carrapatos e outros parasitos que infestam o convívio das tabas indígenas. Em geral produzem efeitos terríveis para o homem: causam coceiras e comichões, além de transmitir diversas doenças, dentre as quais a peste bubônica.
São três os tipos de piolhos: o da cabeça, o do corpo e o da virilha. O piolho do corpo como raramente é encontrado na pele, pois prefere esconder-se na roupa, era pouco comum entre os índios. Quanto ao piolho da cabeça era mais comum, vivendo em cardume nos fios de cabelo. Tais insetos aumentam consideravelmente em ambientes de intensa promiscuidade e falta de asseio. O piolho da virilha propaga-se muito entre os de vida sexual promíscua, o que é comum entre os indígenas.
Existem mais de 1.600 espécies de pulgas; enquanto que poucas atacam especificamente o homem, todas são transmissoras de doenças. Das pulgas que infernizam a vida dos índios as mais comuns são a pulga do rato e o penetrante bicho-de-pé. As pulgas do rato (“Xenopsylla cheopis”) são encontradas em clima tropical e é transmissora da peste bubônica. É comum encontrar-se referências a bicho-de-pé entre os índios, os quais não os tiram.
Os percevejos são insetos de hábitos noturnos. Durante o dia escondem-se em frestas e gretas de casas ou habitações mal construídas, de madeira ou palha. O incômodo maior do percevejo é sua picada e o mal cheiro que exala quando é esmagado.
Os carrapatos também não produzem maiores danos a não ser o incômodo de sua comichão. Em geral agarram-se tenazmente às suas vítimas. Embora seja observado sua existência preferentemente onde existem animais do campo, como gado bovino, sabe-se que sua origem é nas matas, pois não prolifera em pastagens limpas e bem cuidadas.
Algumas espécies de ácaros parasitam o homem e podem ser vetores de doenças graves. Seus sintomas são também a grande comichão e a sensação de calor quando a vítima se deita para dormir: trata-se da sarna, que não só infesta cães e gatos, mas também o homem.
Ora, o controle profilático de tais insetos só se faz por um meio: asseio sanitário e vida social não promíscua. Como poderiam os indígenas viver sem tais flagelos se conviviam comunitariamente em palhoças, aos montes, dormindo em redes infectas ou no chão, despidos e sem qualquer proteção a não ser o fogo? Gabriel Soares de Souza descreve como encontrou tal flagelo entre os índios:
“Digamos logo dos mosquitos, a que chamam “nhitinga”... Estes são amigos de chagas, e chupam-lhe a peçonha que; e se vão pôr em qualquer cossadura da pessoa sã, deixam-lhe a peçonha nela, do que se vêm muitas pessoas a encher de boubas.  Estes mosquitos seguem sempre em bandos as índias, que andam nuas, mormente quando andam sujas do seu costume...”
A quantidade dos mosquitos que há entre os índios é proporcional ao tamanho da selva onde moram. Assim, continua Gabriel Soares o seu relato, nomeando-os como “marguis”, “pium”, nhatium-açu”, etc. Detém-se ele mais detalhadamente sobre pulgas e piolhos:
“Pulgas há no Brasil, a que os índios chamam tunguaçu, e nenhuns piolhos do corpo entre a gente branca;  entre os índios se criam alguns nas partes em que dormem, como estão sujas, os quais são compridos com feição de pernas, com os piolhos ladros, e fazem comichão no corpo.
“(...) e que os índios chamam tungas, os quais são pretinhos, pouco maiores que ouções. Criam-se em casas despovoadas, como as pulgas em Portugal, e em casas sujas de negros que as não limpam, e dos brancos que fazem o mesmo, mormente se estão em terra solta e de muito pó, em os quais lugares estes bichos saltam como pulgas nas pernas descalças; mas nos pés é a morada a que eles são mais inclinados, mormente junto das unhas...”[1]
Do que se tem notícia, o único meio usado pelos índios para combater os insetos é o fogo. Este por sua vez causa-lhes problemas nos olhos, pois tendo que se manter sempre aceso à noite o excesso da fumaça é prejudicial. Os insetos, como piolhos, pulgas e percevejos, porém, proliferam no próprio corpo humano, atraídos pela sujeira ou mesmo se aculturando no ambiente em que moram os agrupamentos humanos. Esta é uma das razões que explicam as constantes migrações de tribos: dentro de pouco tempo uma taba torna-se um lugar insuportável de se viver, e a única cultura que lá fica é a destes insetos.




[1]  “Tratado Descritivo do Brasil em 1587” – Gabriel Soares de Sousa – Typografia José Ignácio da Silva, 1879, págs. 222 e 253