segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Serão beatificados mais de 900 mártires dos comunistas

É o que divulga a agência de notícias H20News:
"Avança a maior beatificação da história: cerca de 900 mártires assassinados durante a perseguição religiosa que teve lugar durante a Guerra Civil espanhola, que teve início em julho de 1936

“Bem-aventurados os perseguidos pela causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus", é o que se lê ao se abrir o site www.persecucionreligiosa.es, encarregado da difusão da causa de canonização desses mártires.

Seu postulador, o sacerdote Jorge López Teulón do arcebispado de Toledo, explica o processo:

Em 24 de janeiro de 2005 no Registro da Congregação das Causas dos Santos foram inscritos os nomes do Eustaquio Nieto e de outros 900 possíveis mártires. O padre López Teulón destaca a importância desta causa:

Sottopancia: Jorge López Teulón, Postulador da Causa de Canonização

"Começamos em 2000, quando teve lugar aquela celebração tão importante no Coliseu de Roma, de reconhecimento de todos os mártires cristãos. O Papa, anos antes, em 97, pediu que se concluísse a as listas dos mártires, que se buscasse com mais exatidão quantos eram os mártires".

"É a primeira vez na história da Igreja que se faz uma causa como província eclesiástica. (...) Ou seja, que é um grupo muito grande de mártires e presidido por um bispo, o primeiro bispo que foi assassinado na perseguição religiosa no anos de 1936".

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Denúncia: genocídio está implítico no controle da natalidade

Esta denúncia da ex-ministra da saúde da Finlândia é muito grave. Mas estamos numa época em que só tem respaldo na mídia aquelas denúncias que causam escândalos morais ou um grande sensacionalismo. Já se viu muitas vacinas serem denunciadas como instrumento de esterilização de populações. Esta trama é antiga, já houve sérias denúncias comprovadas contra o governo indiano que imunizou milhões com vacinas. No Brasil, recentemente, denunciou-se que a inútil vacina contra a rubéola tinha caráter também esterilizador. Nada se apurou e, talvez, só daqui a muitos anos poderá se mensurar até que ponto essa esterilização afetou a população brasileira. O curioso é que este tipo de imuização esterilizadora só tem sido tentada em países em desenvolvimento ou do chamado "terceiro mundo", cuja população é a única a crescer no mundo. Agora vem a vacina contra a "gripe suína", que a Dra.Rauni Kilde, ex-ministra da saúde da Finlândia, teve a coragem de denunciar como mais uma tentativa de esterilizar a população, desta vez aos billhões. Assista ao vídeo.


sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A busca desenfreada pela felicidade pode causar estresse

Chegando as festas de fim de ano, Natal e Ano Novo, percebe-se um grande frenesi em busca de lugares que possam proporcionar gozo e felicidade pelo menos naqueles dias. Vocês já procuraram saber quanto custa uma diária de hotel no dia 31 de dezembro? Façam a pesquisa se têm coragem (ou muito dinheiro) para tão cara festa. Será que vale uma noitada por 5, 10, 15 mil ou mais reais? Percebendo esse afã dentro de minha família, como soe acontecer com todas as outras da atualidade, resolvi expor aos que visitam este blog um comentário atual sobre o problema da felicidade.
O supra-sumo da vida feliz hoje em dia supõe-se que seja a posse de grande fortuna e de bens como de um ou mais carros de luxo, de um iate, de uma mansão onde se goze todos os prazeres da vida. Ledo engano. Onde se vêem pessoas mais nervosas, mais ansiosas, com angústia e destemperadas é exatamente entre aqueles que desfrutam de tais prazeres. É comum vê-se nas grandes cidades a falta de educação e irritação constante dos motoristas montados nos carros mais luxuosos e com ar condicionado. Se o conforto e o luxo lhes fizesse tanto bem deveriam se comportar de forma mais educada e compreensiva. É comum também ver como são facilmente irritáveis os passageiros dos aviões de luxo quando deixam de ser atendidos em suas exigências, quando o avião atrasa alguns minutos, quando faltou o cafezinho que não lhe trouxeram ou quando ocorreu qualquer bobagem que lhe causou certo desgosto passageiro.
O apanágio das multidões que desfrutam dos passeios de entretenimento, ou dos banhos nas praias, dos carnavais e dos “reveillons” fenomenais é uma tremenda frustração e angústia. Algo falta a essas pessoas que os entretenimentos modernos não preenchem e por isto se sentem vazias e angustiadas. A sociedade moderna lhes oferece uma infinidade de diversões, como o cinema, a TV, viagens confortáveis em aviões e ônibus de luxo, com o melhor conforto que possa haver, banhos de mar onde as pessoas podem estar quase despidas sem qualquer censura, festas em “nigth clubes” ou boates, enfim, tudo o que a mente humana concebeu em matéria de gozo da vida hoje se desfruta com facilidade. Chegou-se até ao ponto de permitir o homossexualismo livremente a fim de satisfazer a esta ânsia de busca do prazer quando a prática sexual heterodoxa for julgada cansativa, enjoada ou incapaz.
E as viagens hoje são freqüentes. Nunca se viajou tanto. Em 1995 o Diretor da IATA, uma empresa americana, declarou que somente sua companhia havia transportado naquele ano um bilhão e 200 milhões de passageiros. As viagens são feitas por motivos comerciais ou a passeio, mas grande parte delas é feita por pessoas que procuram outro país para viver. Muitas saem de seu país de origem porque estão insatisfeitas, embora às vezes tenham direito e desfrutem de todos os gozos que se lhes oferecem.
Alguns querem mais, ou querem experimentar algo diferente. Foi o que ocorreu com a bilionária Cristina Onassis. Filha única do armador grego Aristóteles Onassis e de Jaqueline (viúva de Kennedy), foi uma pessoa que desfrutou de tudo o que se pode imaginar em termos de gozo da vida, de luxo e riqueza. Seu pai sempre a tratou com exagerado mimo, a ponto de mandar fazer os vestidos de suas bonecas nos melhores costureiros de Paris. Morre sua mãe, depois morre seu pai. Cristina fica órfã e herda uma das maiores fortunas do mundo. Mas não era feliz... Havia dito várias vezes que se sentia solitária e infeliz, apesar de muito rica. No final da década de 80 encontram-na morta, vítima de uma overdose de drogas ou de doses excessivas de medicamentos, não se sabe. Por causa de sua riqueza e importância, sua morte revestiu-se de certo mistério: estava passeando com seu luxuoso iate por Buenos Aires e foi ao encontro de alguns amigos, onde terminou por perder a vida.
Outra personagem marcante a este respeito é a filha única do bilionário americano Jean Paul Getty, um homem excêntrico que construiu uma mansão com mais de 100 quartos para oferecer festas aos seus amigos, mas também morreu sozinho e frustrado. Sua filha foi seqüestrada por guerrilheiros, aderiu à causa deles e tornou-se uma assaltante de bancos a serviço dos mesmos. Foi presa e condenada. Sua riqueza e ostentação nunca foi suficiente para lhe oferecer paz de espírito ou a tão decantada felicidade...
A tal respeito é muito interessante o artigo publicado pelo jornalista Gilberto Dimestein na “Folha de São Paulo”, de 11.11.2001. A propósito do seqüestro da filha do empresário Sílvio Santos, seguido da invasão de sua casa pelo próprio seqüestrador, o jornalista passa a tecer comentários sobre o comportamento dos grandes empresários nacionais e o que pensam eles da utilidade de sua riqueza.
Com relação a Sílvio Santos, “materialmente não lhe falta nada. Ele retira de suas empresas anualmente o valor líquido (descontados os impostos) de R$ 40 milhões. Não é fácil gastar R$ 3,3 milhões mensais”...
Tanto Sílvio Santos como outros ricaços levam vida inquieta porque dizem ter dúvidas sobre seu papel na sociedade. Principalmente depois do seqüestro de sua filha e invasão de sua casa sentia como nunca a fragilidade humana. “Percebeu que toda a sua fortuna não consegue comprar o simples direito de estar em casa ou de andar na rua sem medo”.
Depois, o articulista passa a comentar uma pesquisa feita entre executivos de São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas e Belo Horizonte. A grande maioria deles se queixa de não ter tempo para cuidar de sua saúde física e psicológica, vivendo alarmados com medo de sofrer infarto ou derrame. O jornalista não comenta, mas faltou citar um outro medo que tanto inquieta os ricaços: seqüestros e extorsões. Da mesma forma eles acham que estar com a família nos momentos de lazer é o melhor sinônimo de qualidade de vida.
“Para estudar este tipo de comportamento, a Unicamp criou na Faculdade de Educação Física o Departamento de Estudos de Lazer. Ali os pesquisadores estão convencidos de que existe uma “síndrome do lazer”, associada a dores musculares, gripes, enxaquecas e mal-estar físico.
Tais sintomas, entre outros, manifestam-se quando o indivíduo está perto do final da semana e, em especial, das férias. É gente que se sente sem ar quando está fora do trabalho. “Feriado para essas pessoas é pânico. São pessoas que não conseguem relaxar sem culpa...” (in “Quanto vale a fortuna de Sílvio Santos?” – “Folha de São Paulo”, 11.11.2001).
Em outra reportagem do mesmo jornal, o empresário enfocado é Ermírio de Morais, um dos homens mais ricos do mundo. Após 35 anos de casado, conseguiu finalmente tirar férias com a esposa e resolveu viajar com ela para a Suíça. Não conseguiu desfrutar de suas férias, pois não sabia o que fazer para passar o tempo, reclamava da paisagem, do hotel, da comida, ligava para o Brasil para saber como iam os negócios, e assim não conseguia se concentrar em seu lazer. A única solução foi interromper as férias e voltar ao Brasil.
“O empresário está com 73 anos, mas não mudou de atitude. Acorda ainda de madrugada, por volta das 4h30, sem despertador, acompanha as notícias no rádio, na TV, lê os jornais. É, na maioria das vezes, o primeiro a chegar no escritório, no centro de São Paulo.
“Como se não fosse suficiente administrar um dos mais importantes conglomerados privados do Brasil, dá 20 horas por semana para administrar o Hospital Beneficência Portuguesa.
“Nos sábados e domingos, divide-se entre o escritório e o hospital. Nas horas vagas do final de semana, lê relatórios e livros sobre economia. “Sinto um aperto só em pensar em ficar sem fazer nada. Dá uma sensação de inutilidade”, afirma. Conta literalmente nos dedos às vezes em que se jogou na piscina da sua casa: foram quatro os mergulhos históricos”. (“Folha de São Paulo”, 18.11.2001).
Ocorre que o empresário, como tantos outros, está sofrendo da “síndrome do lazer”, um distúrbio comum em grandes empresários ou executivos que se caracteriza pela incapacidade de relaxar nas horas vagas. De nada lhes serve a riqueza e o luxo, pois suas comodidades não lhes dão o que chamamos de “paz de espírito”.
E o espírito de festas do fim de ano pode causar problemas neurológicos? Segundo reportagem do jornal "Folha de São Paulo", de 15.12.2002, as festas de fim de ano podem causar "estresse da felicidade". O que vem a ser isso? "Tudo conspira para que seja assim: deve-se ficar feliz no Natal, o Réveillon tem de ser inesquecível, todas as festinhas precisam ser alegres, e a pressão da mídia, da família, dos colegas e dos amigos acaba acarretando, no fim de mais um ano, um desgaste paradoxal: pessoas ficam infelizes porque se sentem na obrigação de estarem "bem", "pra cima" (FSP, 15.12.2002).
O médico Artur Zular, que é especialista em medicina psicossomática e dirige o Instituto Qualidade de Vida, diz: "... Os profissionais de saúde sabem disso: cresce a procura por tratamentos porque aumenta esse estresse. E por que ocorre? Porque, ao longo desse mês, as pessoas estão buscando desesperadamente uma felicidade que deverá ocorrer em determinada noite, no Natal ou no Ano Novo". Segundo Zular existe, sim, uma ansiedade no ar, já que "hoje em dia há famílias desintegradas, casais separados, há conflitos pessoais e profissionais de diversas ordens, e você vai ter de encarar tudo isso dentro de uma perspectiva de que deve ser bom, ser feliz. Acaba sofrendo por antecipação".
Outros profissionais prestam depoimento sobre o mesmo tema acima e confirmam o mesmo pensamento exposto pelo Dr. Zular e pela reportagem.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O horário de verão e as teorias de conspiração


No início, a suposta economia com o horário de verão apresentava suas razões com base no consumo de velas. Isto se deu no século XVIII sob o advento das invenções de Franklin, mas suas ideias não comoveu ninguém. Somente no início do século XX a ideia veio a vingar na Europa, e no Brasil a partir de 1931. Hoje, a medida é posta em uso por quase todos os países do mundo.
De outro lado, corre solta na internet mil disparates sobre o que se denominou de “teorias de conspiração”, pela qual quase tudo o que ocorre no mundo, especialmente no político, é fruto de uma enorme conspiração universal. Banalizado assim o tema, fica difícil se comprovar uma conspiração no seu verdadeiro sentido e origem. Principalmente se essa “conspiração” não seja algo tão óbvio, nem de caráter tão político como soe acontecer com a maioria delas.
A par disso há um certo consenso sobre a teoria de que o que domina os fatos históricos ou políticos é o dinheiro. E por detrás do dinheiro há o poder e as conspirações para se chegar até ele. É somente isso que move o mundo. Quando alguns filósofos dizem que o que move o mundo são as idéias, os pragmáticos (hoje em profusão) os desmentem dizendo que o que move o mundo é o dinheiro e o poder e nada mais. E para comprovar distorcem os fatos, ou os apresentam somente pelo lado financeiro, prioridade enaltecida perante outros aspectos muito mais importantes.
Na questão do horário de verão, é claro, predomina o dinheiro: a mudança do horário faria uma economia de energia elétrica (hoje, e de velas ontem) muito importante para o país. E se algum filósofo disser que há motivação ideológica maior do que financeira todos rirão dele. Algumas autoridades governamentais esforçam-se anualmente para comprovar o vantajoso percentual de economia feita com a mudança do horário de verão. Estes percentuais são tão imprecisos e nebulosos quanto as explicações dadas para alguns "apagões" de energia que ocorrem de vez em quando.
E qual seria a motivação filosófica, e não financeira, para a mudança do horário de verão em diversos países do mundo? Baseado em mais uma “teoria da conspiração”, o nosso filósofo teria que dizer (sem nada provar, é claro, devido ao caráter velado de tal “conspiração”) mais ou menos o seguinte:
a) O horário de verão visa unicamente mudar ou confundir o relógio biológico das populações, criando um horário artificial, pois o organismo humano estando acostumado com um horário natural, criando-se outro viriam várias atrapalhações no seu dia-a-dia, até mesmo de natureza orgânica (horário para acordar, comer, trabalhar, dormir, etc.);
b) Esta confusão de horários serviria para acostumar as populações com as mudanças abruptas e até mesmo anti-naturais que se fizessem no campo político ou social;
c) O caos do horário biológico serviria de forte complemento para a implantação do caos político e a anarquia: quem se acostuma com o caos em si mesmo aceita facilmente o caos social.
Assim resumida esta “teoria de conspiração” como causa do horário de verão, cuja idéia teria influenciado vários governantes do mundo, vejamos agora um precedente dela. Trata-se de um “profeta” de seu enunciado, alguém que a previu muitos anos antes: falamos do escritor de contos de terror Edgard Alan Poe, morto na segunda metade do século XIX num de seus acessos de delirium-tremens alcoólico.
Alan Poe imaginou a idéia do nosso moderno horário de verão num conto (“O Diabo no Campanário”, 1839). Havia uma certa aldeia, onde reinava a mais completa paz e harmonia, como soe acontecer com os pequenos lugares, onde todos cumpriam seus deveres, acordando sempre às 5 ou 6 horas da manhã, indo às missas das sete, almoçando ao meio-dia, fazendo a sesta da tarde, recolhendo-se após os toques do Ângelus das 18 horas, etc. Havia no lugarejo um mito segundo o qual viria futuramente um demônio para transformar a vida daquele povo e o levaria a uma grande agitação. Certo dia, o tal diabo, em forma de monstro, chegou na povoação, entrou pela rua principal, mas não fez mal a ninguém: ele simplesmente subiu no campanário da única pequena igrejinha e, chegando lá, adiantou o ponteiro do relógio em uma hora. Como as horas eram anunciadas pelo sino da igreja, a partir daquele momento a inquietação dominou a todos: a hora de acordar, de comer, de trabalhar passou a ser completamente diferente daquela que o organismo humano de seus habitantes estavam acostumados há muitos anos. E ninguém teve coragem de enfrentar o poder do diabo e subir na torre da igreja para acertar o relógio. E assim sofriam os efeitos do caos sem lutar contra ele. Que intenção conspiratória teria o diabo para adiantar o relógio de uma aldeia em uma hora? Simplesmente criar o caos no relógio biológico dos homens.
Será que não ocorre o mesmo hoje conosco a propósito do horário de verão? O simples argumento de que ele é necessário por causas econômicas, embora isto seja duvidoso, faz com que todos se acomodem e passem a conviver com este caos em nossa rotina. Pois é, segundo um pensar moderno o dinheiro move tudo. É mais importante economizar uns míseros trocados (que não vão servir para nada) do que a tranqüilidade da rotina e menos estresse na forma de viver.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Papa recebe Monsenhor João Clá em audiência

Por ocasião da defesa de tese de doutoramento em Direito Canônico, na Pontifícia Universidade São Tomás de Aquino (conhecida como "Angelicum", dos Dominicanos), em Roma, o fundador dos Arautos do Evangelho, Mons. João Scognamiglio Clá Dias, E.P., foi recebido em audiência pelo Papa Bento XVI, no dia 26, por cortesia de Dom Benedito Beni dos Santos, Bispo Diocesano de Lorena (SP) e Supervisor Geral de Formação dos Arautos do Evangelho.
Como penhor de seu devotamento à Igreja e à pessoa do Santo Padre, Mons. João Clá ofereceu ao Papa um belíssimo terço feito de contas de rubi, confeccionado pelo sector artístico dos Arautos do Evangelho. Ao receber os cumprimentos de Mons. João Clá, o Papa fez menção, com sumo agrado, à característica cruz dos Arautos, que o primeiro ostentava ao peito, sobre a batina.
O fundador dos Arautos do Evangelho fez a sua defesa de tese de doutoramento de Direito Canônico, no Angelicum, conforme dito acima. A banca examinadora foi constituída pelo Revmo. Pe. Bruno Esposito, O.P. (Decano da Faculdade de Direito Canônico e orientador da tese), pelo Revmo. Pe. Jan Sliwa, O.P. (Vice-Decano da Faculdade de Direito Canônico), e pelo Revmo. Pe. Marcelo Santos das Neves, O.P. (Professor da Faculdade de Direito Canónico e Censor da Tese).
A tese, intitulada “A gênese e o desenvolvimento do Movimento dos Arautos do Evangelho e seu reconhecimento canónico” tem como finalidade “avaliar qual a figura jurídica que mais convém ao movimento dos Arautos”. Composta de três capítulos, no primeiro são analisadas as várias figuras associativas existentes na actual legislação canónica. No segundo capítulo, é descrito o percurso vocacional do fundador, assim como a evolução jurídica do movimento, desde a sua génese até o presente.
O importante papel desempenhado pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira na formação religiosa, filosófica e cultural de Mons. João Clá, também é descrito com precisão e rigor, ficando assim patente como o pensamento e a personalidade dessa destacada figura do laicato católico do século passado influenciou o carisma dos Arautos do Evangelho. No terceiro capítulo são descritos os elementos essenciais do carisma e espiritualidade do Movimento, a qual se pode resumir numa ardorosa devoção à Sagrada Eucaristia, a Maria e ao Papa. Por fim, são expostas importantes e profícuas conclusões.
Após a exposição da tese, Fr. Bruno Esposito, OP e Rvdo. Pe. Marcelo das Neves apresentaram diversas questões a Mons. João Clá e deram seu parecer sobre o trabalho apresentado:
“O Papa Honório III - declarou o Revmo. Pe. Marcelo das Neves - ao aprovar e elogiar a obra de São Domingos, afirmou que a sua luta, «unia os tempos antigos aos tempos novos». Acredito que os Novos Movimentos Eclesiais e o que tem origem no Sr., em particular, preenchem, na maioria dos casos, mais que satisfatoriamente, estes requisitos. Explico: o seu movimento (os Arautos do Evangelho) traz para o hoje da história a beleza, o gosto pelo grande e majestoso, o discreto rigor disciplinar, e sobretudo o entusiasmo inocente dos primeiros tempos e anos da fé cristã. A sua profunda espiritualidade (sua e dos seus filhos), marcada pela presença Eucarística, pela devoção mariana e pela incondicional obediência ao Santo Padre, traduzem a vitalidade e força renovadora da Igreja de Jesus Cristo que no Credo professamos Una, Santa e Católica. Portanto, seja do ponto de vista do conteúdo, seja do ponto de vista formal, ou seja, pela elegância e pelo esmero em relação à língua de Camões traduzida para os filhos da Terra de Santa Cruz, a sua Tese merece ‘todo louvor’.”
A tese de Mons. João S. Clá Dias, E.P. será publicada em breve e estará disponível em quatro línguas: português, espanhol, italiano e inglês

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Os maiores presentes de Natal da História

Os Reis Magos não só adoraram o Menino Jesus, mas Lhe deram riquíssimos presentes: “E, entrando na casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe, e, prostrando-se, O adoraram; e, abrindo os seus tesouros, Lhe ofereceram presentes (de) ouro, incenso e mirra” (Mt 2, 11).
Uma pergunta paira no ar: que presentes lhes deram a Sagrada Família em retribuição? É impossível que eles tenham voltado para suas terras sem uma lembrança do Menino Jesus e de Seus Pais. No entanto, o Evangelho é omisso sobre isso.
Esta hipótese da falta dos presentes aos Reis Magos é impossível que se tenha dado por vários motivos. Um deles é por causa da virtude da gratidão, plena em Nossa Senhora e muito viva em São José. E a Santíssima Virgem não só havia sido educada segundo as regras desta gratidão, mas, por ser quem era, recebeu luzes especiais para praticá-la em toda a sua vida. Especialmente naquilo que dizia respeito ao Seu Divino Filho Ela nunca poderia deixar de ficar agradecida com os favores recebidos, retribuindo-os à altura. Interiormente, Ela deve ter prometido ser grata a todos aqueles que buscassem Seu Filho com reconhecimento e oferendas e, mais ainda, para O adorar.
Assim, foi a gratidão, por exemplo, que levou-A a correr à casa de Santa Isabel para transmitir a grandiosa notícia de que o Messias encarnara-Se em seu ventre. Ela sentia a necessidade de ter que extravasar para alguém aquela alegria contagiante que Lhe enchia o coração. A quem dar tal notícia? A quem testemunhar tamanha alegria e felicidade? A São José era impossível, embora fosse seu fiel esposo, pois Sua concepção comportava algo tão milagroso e alto que o seu próprio esposo não entenderia. Esta tarefa competia aos Santos Anjos. Desta forma, a pessoa indicada para extravasar sua grandiosa alegria era mesmo Santa Isabel, pois além de ser mulher (e provavelmente sua confidente) estava também grávida de uma forma milagrosa. E tal foi o entusiasmo e a alegria naquele encontro que provocou o Magnificat.
Agora, quanto aos Reis Magos, que presentes Nossa Senhora lhes teria dado para retribuir o que eles faziam pelo Seu Filho? E claro que muito mais do que presentes de coisas materiais, Ela os cumulou de inúmeras graças celestiais. Mas será que Ela não desejava que os Santos Reis levassem para suas terras algo que lembrasse para sempre aquele sacral encontro? E que tal lembrança fosse perpetuada aos seus descendentes?
Quando a Santíssima Virgem recebeu a Anunciação do Anjo e ficou grávida do Menino Jesus teve, certamente, milhares de meditações e revelações sobre o que fazer daquele momento em diante. E quantas cogitações não deve ter tido sobre a forma de agradecer os favores dados ao Seu Filho!
Por conhecer muito bem as Sagradas Escrituras Ela sabia que os Reis do Oriente viriam adorar o Seu Filho. Sabia que, sendo eles reis, não viriam de mãos vazias. Ora, sabendo disso, Ela não teria se preparado para receber esses reis em sua casa? Provavelmente deve ter preparado todo um cerimonial, todo um ritual e solenes festas para receber tão ilustres visitantes. Dentro destes cerimoniais não estão ausentes as regras de etiqueta e educação, algumas surpresas especiais e presentes. É muito difícil de imaginar o que Ela preparou para aquele momento. Mas podemos supor que foi algo que fizesse perpetuar a memória de Seu Filho divino entre aqueles reis e seus povos, talvez até o fim do mundo.
E estes preparativos e presentes estavam em sua bagagem de viagem, pois mesmo na situação em que se encontravam Ela tinha plena confiança de que as profecias se cumpririam e que alguns reis do Oriente viriam adorar o Menino Jesus, cheios de presentes.
Vamos, agora, imaginar como teria sido a recepção aos Reis Magos e quais presentes lhes teria dado a Sagrada Família. Como eram três os Reis, é provável que tenha durado três dias as visitas, cada um tenha se apresentado cerimoniosamente ao Menino Jesus em dias separados. A cada um que se apresentava, com toques de cornetas de seus serviçais, Nossa Senhora retribuía com belíssimos cânticos em homenagem ao rei e ao seu povo. Após os presentes reais seguiam-se os dEla. Quais teriam sido? Ciente de perpetuar a memória de Seu Filho não pode ter sido alguma coisa efêmera, de pouca duração. Assim, além de um santo Escapulário que impôs a cada um, Ela deve ter dado a graça de conterem misticamente em seu peito o Sagrado Coração do Menino Jesus, que além de santifica-los, duraria até o fim dos tempos. Quanto aos presentes materiais, compete a cada um imaginar o que de mais fabuloso e fantástico exista para retribuir ao que os Reis Magos Lhe ofertara e, de modo especial, que seja algo que perpetue neles a mensagem do Natal.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Dê uma chance a quem ainda não viveu

Segundo informa o ex arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, em entrevista à revista “Veja” de 18.3.2009, um médico católico recebeu a visita de uma paciente para resolver a seguinte situação: a mulher estava grávida do segundo filho, levou o primeiro filho já vivo para mostrá-lo ao médico dizendo que não tinha condições de criar as duas crianças, e por isso vinha pedir que abortasse o que estava no ventre. Em seguida o médico lhe dá o seguinte conselho: não, você não deve matar o que está na sua barriga; já que não tem condições de criar as duas crianças, mate este que está vivo e dê uma chance ao que vai nascer. A mulher, envergonhada, desistiu do aborto.

Que poder resta ainda na mídia?

No decorrer do século passado a imprensa desfrutou de um poder jamais visto, motivando o jornalista católico Carlos de Laet ter afirmado que ela detinha o quarto poder da república. Esta afirmação se referia ao Brasil, mas reflete uma situação mundial inconteste. Alguns aspectos deste poder merecem menção especial nos dias dia hoje porque já mostram um declínio considerável.
Não nos referimos ao poder financeiro, sempre nas mãos dos macro capitalistas internacionais, os
magnatas das financeiras bancárias e das companhias de petróleo. É claro que os proprietários das empresas midiáticas possuem um poder financeiro enorme, alguns de capital influência econômica. Referimonos, não ao poder econômico, mas ao poder de influência na opinião pública, maior e mais poderoso do que todo o dinheiro do mundo, pois com ele se pode arrasar com um homem público, derrubar um governo ou elevar outro ao poder político. Este poder da mídia foi bastante para elevar Fidel Castro, Che Guevara e Mao Tse Tung ao topo da popularidade, assim como levar à execração pública tantos líderes mundiais, como o primeiro ministro inglês Profumo (na década de 60) e o presidente americano Nixon (nos anos 70). Recentemente, deveu-se
muito ao poder midiático a elevação do topo do poder político mundial a Barack Obama e à execração pública de Bush.
Mas parece que este poder está perdendo força. Obama já não consegue mais manter sua popularidade, artificial e midiática, descendo sempre mais seu índice de aceitação entre os americanos. No mesmo período de governo, Bush tinha mais aceitação, lembram-se?
Embora as tubas da publicidade gratuita não deixem de incensar Obama, juntamente com sua esposa, não conseguem mais manter sua popularidade como o faziam alguns anos atrás. Em outros países este poder de influência da opinião pública vem paulatinamente perdendo força nos órgãos de imprensa, falada escrita e televisiva.
Um dos reflexos da queda do poder da imprensa mundial pode-se medir na perca de leitores dos jornais e da queda do índice de audiência dos canais de TV. Alguns afirmam que é a concorrência da internet. Outros que é certa apatia que as populações vêm aos poucos se manifestando por alguns assuntos de natureza política ou ideológica. De um modo ou de outro, a credibilidade da mídia só tende a cair. Foi-se o tempo em que se dizia: tal coisa tem tudo para ser verdadeiro porque está escrito em tal jornal ou foi publicado em tal reportagem, etc.
No Brasil, podemos confirmar isto por dois fatos: enquanto que no caso Collor (ocorrido em 1992)
o alarido da imprensa foi suficiente para derrubá-lo do poder, nos últimos casos de denúncias clamorosas contra políticos atuais (como o de Sarney) não conseguem movê-los um milímetro de seus postos.
A revista “Veja” publicou uma reportagem (29 de abril de 2009) em que mostra algo disso. O tema principal da matéria é a iminente queda do império financeiro do jornal The New York Times , mas contém outros dados de outros órgãos de imprensa e a perca de sua credibilidade pública. Num gráfico, à página 92, consta o declínio da credibilidade da imprensa apenas nos Estados Unidos, apurado entre três grandes jornais, mas sintomático de um panorama geral. Lá consta que o “The Wall Street Journal” tinha um índice de credibilidade de 45% no ano 2000, descendo hoje para apenas 25%; o “Usa Today” tinha 23% e caiu para 16%; já o “The New York Times” caiu pouco, apenas de 21% para 18%, de 2004 para 2008. Mereceria um levantamento da mídia em todos os outros países, mas aí a revista iria expor uma ferida que não convém até para ela mesma: a queda da credibilidade mundial de órgãos de imprensa. Num outro gráfico é mostrada a queda de leitores de 6 dos 10 maiores jornais americanos (onde apenas 2 tiveram aumento substanciais, e outros 2 muito irrisórios): o “Daily News” chegou a perder 43% de seus leitores no período que vai de 1990 a 2008; no mesmo período o “Chicago Tribune”, perdeu 29%; o “The Angeles Times” 36%, o “The Washington Post” 22%, o “The New York Times” 11%, e o “Newsday” teve a maior perca, com 47% de queda.
O tema principal tratado pela revista, como vimos, é a queda financeira, justificada em parte pela
falta de patrocínio decorrente da crise econômica. Diz lá que o problema atinge jornais pelo mundo a fora: “a recessão mundial, que reduz os gastos com publicidade, e o avanço da internet, que suga anúncios, sobretudo os pequenos e rentáveis classificados...”. Limitar a situação de queda da imprensa apenas ao problema da concorrência financeira é simplificar demais o problema, ou então tentar esconder um outro de natureza mais preponderante que é o de sua credibilidade.
No contexto da reportagem é mencionado outros jornais que fecharam suas portas, mas não se diz a principal razão. O “Rocky Mountain News”, de Denver, no Colorado, faliu após 150 anos de atividade; também deixaram de circular o “Cincinnati Post”. Já outros são citados em situação préfalimentar, com pedidos de concordata como o “Philadelphia Inquirer” (tido como um dos vinte maiores jornais americanos) e o “Tribune Company”. Outros de menor porte que deixaram de circular: o “Seattle PostIntellingencer”, e o “Christian Science Monitor”. São citados também alguns jornais de menor porte que estão à beira da falência.
A revista lamenta o fechamento de um jornal da seguinte forma:
“O fechamento de um jornal é o fim de um negócio como outro qualquer. Mas, quando o jornal é o símbolo e um dos últimos redutos do bom jornalismo, não importa quanto isso custe, como é o caso do “Times”, morrem mais coisas com ele. Morrem uma cultural e uma visão generosa do mundo.
Morre um estilo de vida romântico, aventureiro, despojado e corajoso que, como em nenhum outro ramo de negócios, une funcionários, consumidores e acionistas em um objetivo comum e maior do que os interesses particulares de cada um deles...”
No entanto, o problema é de uma natureza mais ampla. Os jornais deixaram de “sentir” a opinião
pública, deixaram de ser o reflexo do que pensam os homens, e passaram a ser o impulsionadores, os inculcadores de pensamentos e opiniões. Deixaram de só informar para também formar, mas formar de uma maneira até contrária aos ideais de seus leitores. Deslocandose assim da opinião pública, deixando de ser o reflexo do que pensam as pessoas, os jornais (e a mídia de modo geral) não conseguem mascarar completamente seus objetivos ocultos e escusos e assim, paulatinamente, seus leitores (ouvintes ou telespectadores) vão se distanciando deles e lhe dando menos crédito.
Culpar a internet pelo declínio dos jornais é uma maneira de esconder o fato acima. Pois a própria
“Veja” reconhece que a internet também não tem quase nenhuma credibilidade, embora seja muito usada. Um exemplo: o site do “Times” tem 20 milhões de usuários, talvez o maior do mundo, mas, em média, seus visitantes ficam no site apenas 35 minutos por mês, ou seja pouco mais de 1 minuto por dia, tempo muito exíguo para alguém ler e acompanhar as notícias ou dados por ele divulgados.
Vêse, portanto, que o próprio público alvo não dá credibilidade ao site, por ser também um público muito artificial e sem profundidade, como geralmente é o público da internet.
Quanto ao nosso Brasil, não sei se há pesquisas sobre o declínio dos jornais em nosso país. Mas o
fato é que diminuiu consideravelmente a quantidade de jornais (ou de leitores dos existentes) nas capitais e grandes cidades, concomitante com o acréscimo de canas de TV e de rádios FM. Quer dizer, há uma tendência a se divulgar mais a mídia superficial, representada pela TV, internet, rádios, etc., em detrimento da imprensa escrita, o que pode ser reflexo da falta de credibilidade do público para este setor.
Quanto à mídia eletrônica, representada pela TV e pela internet, que poder de influência possui sobre o público? Vejamos, primeiramente, a internet.

O poder formativo da internet
Aos poucos foi se formando um grande público aficcionado pela internet, talvez o maior do mundo na atualidade. Mas este público não tem profundidade, não se move a não ser rasteiramente por impulsos momentâneos e sem substância. Isto porque o sistema está cheio de erros e permissividades que prejudicam a formação de uma sadia opinião pública. Como é muito fácil e até corriqueiro se assumir falsas identidades na rede, nem todas as matérias circuladas são facilmente aceitas como verdadeiras. A cultura popular da internet quase não tem nenhuma credibilidade nos meios acadêmicos e científicos. Um dos exemplos é a Wikipédia, enciclopédia feita com intuitos democráticos, cujos verbetes são criados pelos usuários (embora sob “censura” de uma equipe de especialistas) e não aceita como critério sério de pesquisa. Na internet a pirataria corre solta, pondo em xeque até mesmo o critério de direitos autorais em muitos países. E também corre solta a impunidade perante calúnias e difamações anônimas. Parece até que o youtube foi criado com único objetivo de difamar, caluniar, propagar escândalos e deixar o autor anônimo.
É claro que se pode tirar algum proveito da internet. Há blogs e sites sérios, há boas bibliotecas virtuais que ajudam a estudantes e professores em níveis até acadêmicos. Mas este público é pequeno ainda perante a grande massa de ignorantes que acessam a rede apenas para jogar, namorar, conversar bobagens e espalhar fofocas, intrigas e calúnias. Outros até mesmo para fins criminosos.
De certo modo tem razão o exempresário britânico da área de tecnologia, Andrew Keen, ao publicar um livro que acusa a internet de promover o que denominou de “ditadura da
ignorância” (traduzido em português pela editora Jorge Zahar como “O Culto do Amador”). Ele
também culpa a rede pela queda na circulação de grandes jornais. Mas o principal enfoque do autor está na parte ética do sistema, onde se permite facilmente o plágio, a calúnia, a boataria irresponsável e a pirataria.
Nosso comentário, porém, prende-se a outro lado da questão. Que poder de influência tem a internet perante a opinião pública? Muito irrisório, este poder consegue difamar a honra de alguma personalidade (o youtube está aí pra isso), propagar boatos assustadores (é comum a veiculação de fatos que causam comoção em espíritos desprevenidos e incautos, como são quase todos os que usam do sistema), espalhar notícias que possam causar impacto imediato, mas tudo isso não é formativo e nem durável. Nota-se, por exemplo, que organizações que usam a internet para fins elogiáveis e tentam formar sadias correntes de opinião não têm o mesmo êxito que tinham antigamente os sistemas que se utilizavam, por exemplo, da abordagem pessoal e da propaganda direta ao público. De modo geral, o uso da internet serve acessoriamente para auxiliar a propagação de produtos, de idéias, partidos ou seja lá o que for, mas não é ainda o meio mais eficiente.
De outro lado, a tão almejada propagação do uso da internet tem se tornado difícil em países como o Brasil. Nos EUA tornou-se massivo este uso por causa da riqueza daquela nação, onde os custos de acesso são mais baratos e fáceis. Aqui no Brasil é diferente. O acesso à internet via PC doméstico ainda é algo complicado, somente a classe média e alta têm acesso massivo a ela. Porque aqui os custos ainda são altos e proibitivos para as classes mais humildes. O custo mais alto é o da compra do equipamento. O outro, de manter o acesso à internet, vai depender de uma linha telefônica via modem que o usuário possa pagar, e este custo onera o orçamento de 90% das pessoas da classe pobre. Tem as lan house, é verdade, mas também de custo ainda proibitivo. Poucos podem pagar 3 ou 4 reais por uma hora de acesso, e se o fazem é esporadicamente.
E lá nos EUA, onde a internet é mais usada no mundo, o público não é tão facilmente manipulado
pela rede. Quando um vídeo é projetado pela internet, em alguns casos, ele pode ser visto por centenas e até milhões (rarissimamente) de pessoas, que foram levados a vêlo
mais por curiosidade ou qualquer outro fator. Mas daí a ter uma ação baseada neste vídeo é outra coisa. No tempo do Ronald Reagen (há mais de vinte anos) a primeira dama daquele país veiculou um vídeo contrário ao aborto pela internet e surtiu forte efeito na redução do aborto naquele país. Hoje, porém, são centenas ou milhares os vídeos semelhantes sem que produza o efeito desejado. Quer dizer, estamos perante um público apático e de pouca vitalidade social, pois vivem fechados em sua vida eletrônica e têm pouca participação na vida pública. Como diz um sociólogo espanhol da atualidade: são autistas consentidos.

E a TV?
É, talvez, o recurso midiátio de maior poder de influência na opinião pública. Apesar de vir perdendo audiência, ainda mantém forte impacto sobre as pessoas. Mesmo assim não é o mesmo de vinte anos atrás. Vem também decaindo. Uma reportagem de TV feita há pouco mais de 15 anos atrás foi suficiente para despertar uma onda de violência nos Estados Unidos: nela se mostrava a violência policial contra os negros e toda uma comunidade negra se levantou fazendo saques e destruição. Não faz muitos dias que se veiculou reportagem semelhante, mas não surtiu o mesmo efeito da outra. Por que? Porque a TV não tem mais o poder de influência que tinha antes. É certo que ainda é muito preponderante: consegue macular honras de pessoas decentes, derubar certos políticos ou homens públicos de seus cargos, mover a população contra algum objetivo que acreditam ser do bem comum, mas não da mesma forma e com a mesma eficiência de alguns atrás atrás. Conseguem ainda elevar personalidades medíocres ao topo da popularidade, como fizeram com um travesti em Salvador até elegê-lo vereador da cidade. Em Ruanda, um canal de TV foi o principal responsável por incentivar o genocídio ocorrido naquele país anos atrás. Será que teria o mesmo efeito se o fizesse hoje?
De outro lado, a TV está sendo vista como o veículo mais ambicionado por grupos evangélicos, que tomam conta de grande parte do horário de alguns canais (alguns possuem suas próprias Tvs), e facilmente fazem ver no público que a chicana da fé religiosa e a esperteza tornam-se
o lugar-comum, o cotidiano da TV moderna. E com isso a TV vai perdendo mais credibilidade. Falta seriedade em seus programas, a baixaria continua solta e sem freios. Propagam-se
amiúde a imoralidade, a sensualidade e a violência sem freios. Por causa disso, não surtem efeitos desejados suas campanhas ditas moralizadoras. Se a TV faz um movimento contra as drogas (normalmente feita apenas de reportagens mostrando como funciona o sistema do tráfico) não surte qualquer efeito de combate às mesmas, pelo contrário aumenta consideravelmente o seu uso; qualquer campanha dessas que a TV faz, constata-se a nulidade de seu efeito na sociedade. Recentemente, a TV Globo fez uma série de reportagens mostrando o lado criminoso do fundador da religião chamada de Universal. Assim como ocorreu há mais de 15 anos atrás (um rumoroso ataque da mídia contra Edy Macedo, mostrando seus crimes, processos na justiça, etc.), novamente nada aconteceu contra o acusado. Apesar de testemunhas e provas contundentes contra o mesmo, a mídia não conseguiu derrubá-lo do topo de seu poder. É claro que hoje ele já detém também o poder midiático, com TVs e jornais, e o usa contra seus concorrentes, tendo feito ataques contra jornais e canais de TV. Mas quando a mídia laica tinha mais poder há pouco mais de 15 anos atrás também nada conseguiu contra ele. Dizem que seu dinheiro está comprando autoridades, promotores, juízes, etc. Mas não nos referimos ao poder do dinheiro e sim ao poder de influência da opinião pública. Seria perante esta que a mídia
deveria derrubar o trono do fundador da Universal. Isto é, se ainda tivesse o mesmo poder que
detinha há alguns anos atrás.

domingo, 27 de setembro de 2009

A imposição dogmática do darwinismo

Marcelo Leite, editor de ciência, escreve na “Folha de São Paulo” com uma preocupação primordial: defender o darwinismo. E para tanto, usa de um conceito errado do que seja ciência. Criacionismo não é ciência e nunca chegará a sê-lo, nem ninguém ousou jamais dizer que o seria. Quanto ao darwinismo, também nunca chegou a ser ciência (embora o digam seus defensores), trata-se apenas de um amontoado de teses contrárias à origem divina da criação. Para que o darwinismo chegue a ser ciência terá que atingir aquele estágio de comprovação empírica de seus enunciados, o que não ocorreu até hoje. Pode até ser que o evolucionismo, enquanto tal, torne-se alguma dia numa conclusão científica incontestável, mas ela nunca conseguirá se firmar ao repetir a tese que a acompanha sempre: a da espontaneidade. Isto é, não é no fato de se afirmar que a matéria evolui ou vem evoluindo que está o cerne da questão, mas em se dizer que ela faz isto espontaneamente, sem que haja uma força de um ente inteligente que coordene este processo.
Mas o articulista da “Folha” não se contenta em procurar demonstrar suas teses, ele usa de artifícios filosóficos para criticar as teses criacionistas e lhes tirar a credibilidade. Foi o que ocorreu no artigo publicado no último dia 27 de setembro no caderno “Mais!” daquele jornal. Marcelo elenca algumas tomadas de atitudes da ex-ministra Marina da Silva no tocante ao criacionista que, segundo ele, a descredenciariam como ministra de Estado e como política republicana. A ex militante do PT tem muitas idéias controversas, algumas até radicais, especialmente na área da ecologia. Mas, a par disso, tem mantido outras elogiáveis como a defesa da vida (contra o aborto) e do criacionismo. Para tanto, participou de eventos da naureza (citados pelo articulista para mostrar uma certa “militância” da então ministra em defesa de seus ideais). Para o articulista soou no mínimo como uma imprudência ser ministra de Estado e defender o criacionismo.
Lula ou qualquer chefe de estado ou ministro pode defender a reforma agrária, o darwinismo, o ateísmo e até o aborto e não lhe consta que seja uma imprudência fazêlo, pois, segundo esta visão caolha, ele estaria apenas defendendo seus ideais, seus pontos de vista, o que seria normal numa democracia. Mas isto não vale para quem defende uma “heresia” dogmática para os darwinistas, que seria o criacionismo.
Ainda no mesmo diapasão, o articulista critica Marina pelo fato de haver defendido o ensino dos dois pensamentos nas escolas: segundo ele trata-se de duas coisas diferentes – criacionismo é religião e evolucionismo é ciência. Sim, criacionismo é religião, mas darwinismo também é, isto é, trata-se da religião do ateísmo da negação de Deus criador, da autocriação da “deusa” matéria.
Há uma tendência científica em conciliar as duas teses com o surgimento do “design inteligente”, mas mesmo tais estudos não constituem ainda uma ciência mas a busca de uma conciliação das uas teses. Tese esta que o articulisa confunde com religião ao dizer na conclusão: é a sua fé, e o seu direito, mas não pode ser sua política. Incrível, não é? O político não pode defender programa que inclua sua fé, porque, neste caso, ele fere a fé dos demais. Qual seria a fé contrária à afirmação de que Deus criou o universo? Seria aquela que afirma a evolução espontânea da criação: Deus, portanto, não existe. Puro ateísmo. Tratando-se de problema de fé, e não de ciência, qualquer pessoa pode naturalmente manifestar seu ponto de vista, inclusive um político, ministro ou chefe de estado, e defender que isto seja ensinado nas escolas. Ou será que não?

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Qual seria o meio mais eficaz de combater a pedofilia?

O crime mais abominável de nosso século não é praticado por guerrilheiros ou terroristas, sequestradores, assaltantes ou traficantes de drogas. Trata-se da corrupção de menores. Aqueles que escandalizam os inocentes, disse Nosso Senhor Jesus Cristo, melhor seria que lhe amarrassem uma pedra ao pescoço e os lançassem ao mar. De repente, uma onda de propaganda contra a chamada pedofilia invadiu a mídia, tanto a escrita e falada quanto a eletrônica, especialmente a internet. O que resolveu? De que adiantou? Por acaso diminuiu ou aumentou, cada vez mais, a incidência destes crimes? Parece até que as campanhas contra a pedofilia servem mais para propagar e incentivar este mal. Igualzinho à campanha contra o fumo. Ou contra as drogas: quanto mais os combatem, mais crescem.
Qual a razão disto tudo? É que a sociedade, de modo geral, não ataca o mal pela raiz. O que está na raiz disto tudo? O que incita tanto o crescimento destes males sem que se encontre um remédio eficaz?
Ora, o que está na raiz disto tudo é a crise moral e religiosa do homem moderno. Se não se procura debelar esta crise, usando apenas de meios superficiais e inóquos para se combater tais males, em vez de diminuirem eles vão crescer sempre mais. E é o que está ocorrendo.
Muito mais eficiente do que vídeos e telefones para denunciar pedófilos seria efetuar intensa campanha contra as revistas de mulheres nuas, os comerciais de prostitutas e gays nos grandes jornais e os filmes cada vez mais sensuais e pornográficos que, tanto o cinema quanto a TV, divulgam em profusão. Enquanto se denuncia e se prende quadrilhas de pedófilos em diversos pontos do mundo, outros tantos estão sendo "doutrinados", formados, estimulados, excitados pelas revistas pornográficas e a propaganda escandalosamente aberta do sexo explícito. Por que ninguém denuncia, por exemplo, o grande mal que faz à nossa sociedade a revista "Playboy" (que tem até propaganda na TV, coisa que as fábricas de cigarro não têm acesso por causa de uma fobia hipócrita contra o cigarro transformada em lei)?
Agora surge uma denúncia grave. Não são só os gays e tarados que praticam a pedofilia. Há, também, a pedofilia oficial, praticada pelos islamitas. Como os membros do bando terrorista "Hamas", do Líbano. No site "Mídia Sem Máscara" encontra-se tal denúncia. Mas porque ficar só nisto? Porque não ir mais longe e não denunciar, aqui entre nós, a propaganda explícita do sexo que excita e incentiva a formação de novos pedófilos que se espalham e crescem pelo mundo? Veja abaixo o texto da denúncia.

"Um evento de gala ocorreu em Gaza. O Hamas foi o patrocinador de um casamento em massa para 450 casais. A maioria dos noivos estava na casa dos 25 aos 30 anos; a maioria das noivas tinham menos de dez anos.

Enquanto a imprensa exalta os "lutadores da liberdade do Hamas", os "rebeldes", ou então o PT e demais organizações de esquerda no Brasil dão apoio integral ao mesmo (conforme nota do secretário geral do partido, Valter Pomar durante a época do conflito), o mundo desconhece uma das histórias mais nojentas de abuso infantil, torturas e sodomização do mundo vinda do fundo dos esgotos de Gaza: os casamentos pedófilos do Hamas que envolvem até crianças de 4 anos. Tudo com a devida autorização da lei do islamismo radical.

A denúncia é do Phd Paul L. Williams e está publicada no blog thelastcrusade.org e é traduzida com exclusividade no Brasil pelo De Olho Na Mídia (ninguém mais na imprensa nacional pareceu se interessar pelo assunto).

Um evento de gala ocorreu em Gaza. O Hamas foi o patrocinador de um casamento em massa para 450 casais. A maioria dos noivos estava na casa dos 25 aos 30 anos; a maioria das noivas tinham menos de dez anos.

Grandes dignatários muçulmanos, incluindo Mahmud Zahar, um líder do Hamas foram pessoalmente cumprimentar os casais que fizeram parte desta cerimônia tão cuidadosamente planejada.

"Nós estamos felizes em dizer a América que vocês não podem nos negar alegria e felicidade", Zahar falou aos noivos, todos eles vestidos em ternos pretos idênticos e pertencentes ao vizinho campo de refugiados de Jabalia.

Cada noivo recebeu 500 dólares de presente do Hamas

As garotas na pré-puberdade, que estavam vestidas de branco e adornadas com maquiagem excessiva, receberam bouquets de noiva.

"Nós estamos oferecendo este casamento como um presente para o nosso povo que segue firme diante do cerco e da guerra", discursou o homem forte do Hamas no local, Ibrahim Salaf.

O Centro Internacional Para Pesquisas Sobre Mulheres estima agora que existam 51 milhões de noivas infantis vivendo no planeta Terra e quase todas em países muçulmanos.

Quase 30% destas pequenas noivas apanham regularmente e são molestadas por seus maridos no Egito; mais de 26% sofrem abuso similar na Jordânia.

Todo ano, três milhões de garotas muçulmanas são submetidas a mutilações genitais, de acordo com a UNICEF. A prática ainda não foi proibida em muitos lugares da América.

A prática da pedofilia teria base e apoio do islã, pelo menos a sua leitura mais extrema e radical. O livro Sahih Bukhari (além do Corão, outra das fontes de grupos como o Hamas) em seu quinto capítulo traz que Aisha, uma das esposas de Maomé teria seis anos quando se casou com ele e as primeiras relações íntimas aos nove. O período de espera não teria sido por conta da pouca idade da menina, mas de uma doença que ela tinha na época. Em compensação, Maomé teria sido generoso com a menina: permitiu que ela levasse todos os seus brinquedos e bonecas para sua tenda.

Mais ainda: talvez o mais conhecido de todos os clérigos muçulmanos deste século, o Aiatóla Komeini, defendeu em discursos horripilantes a prática da pedofilia:

Um homem pode obter prazer sexual de uma criança tão jovem quanto um bebê. Entretanto, ele não pode penetrar; sodomizar a criança não tem problema. Se um homem penetrar e machucar a criança, então ele será responsável pelo seu sustento o resto da vida. A garota entretanto, não fica sendo contada entre suas quatro esposas permanentes. O homem não poderá também se casar com a irmã da garota... É melhor para uma garota casar neste período, quando ela vai começar a menstruar, para que isso ocorra na casa do seu marido e não na casa do seu pai. Todo pai que casar sua filha tão jovem terá assegurado um lugar permanente no céu.

Para finalizar, o vídeo abaixo traz informações sobre espancamentos realizados contra meninos no mundo muçulmano para "estudarem melhor" - que incluem açoitamentos - escravidão de menores e a venda de meninas de 8 anos ou até menos como noivas no Sudão e em outras países da região. Tudo, com carimbo do islã radical:

Esta é a história que a mídia não conta, que o mundo se cala e não quer ver, ou que não querem que você saiba. Mas agora você está ciente, não tem mais jeito! Vai ficar calado? Cobre os veículos de mídia, aja! Se você não fizer nada, ninguém poderá salvar estas vítimas inocentes do inferno do Hamas e similares.

Publicado por De Olho na Mídia com o título A História Oculta do Mundo: a pedofilia do Hamas - http://www.deolhonamidia.org.br/Comentarios/mostraComentario.asp?tID=420


Além do vídeo que a Mídia sem Máscara divulga, em inglês e sem legenda (mostrando a violência contra as crianças praticada entre muçulmanos), divulgamos um outro que trata somente da pedofilia. Tema tão profuso na internet que é difícil escolher um. Com legenda em português, o vídeo americano já teve mais de 40 mil acessos na internet. Como estes existem muitos semelhantes. Telefones para denúncias, órgãos de fiscalização da polícia, etc. E por que o mal continua a crescer? Porque faltou, nestes e nos outros vídeos, um combate sério à imoralidade, à sensualidade e ao sexo explícito que campeia em nossa sociedade. Parece um tema proibido de se tratar. Há certo medo em tratar do assunto, pois muitos o consideram "politicamente incorreto".

domingo, 30 de agosto de 2009

Santa Rosa de Lima, primeira santa do Novo Mundo

O biodeterminismo na medicina

Esta idéia, do “determinismo na medicina”, transparece mais como um clichê da mídia, embora ele tenha surgido sub-repticiamente ao longo dos anos, isto é, nunca foi uma idéia clara e evidente mas algo meio escondido nos meandros das notícias e dos artigos da imprensa. O que seria, então, este “determinismo na medicina”? Trata-se de vários conceitos enraizados em meios médicos e midiátidos que fazem com que aspectos morais da personalidade humana sejam vistos como meros problemas de saúde, em geral mentais. Nesta categoria está implícito, por exemplo, o que se convencionou chamar o mal de “pedofilia” , e que até autoridades em medicina dizem ser um problema médico mental, um desvio da conduta psicológica ou cerebral do indivíduo. É muito comum se dizer que alguém sofre de problemas de saúde mental pelo fato de cometer crimes abomináveis, como estupros, corrupção de menores, etc. Será que, na realidade, não se trata de um problema de corrupção moral? Será que tais indivíduos não são, nada mais nada menos, do que fruto da decadência moral da da nossa sociedade? Quem faz mais mal à delinqüência juvenil, os pedófilos ou certas revistas de mulheres nuas? Enquanto a polícia investiga e prende homens tarados que abusam de menores, estas revistas continuam a excitar o libido deles, sem que ninguém se lembre delas como fator de desagregação social e excitação de um mal tão grave como este. Dizer que tais indivíduos são maníacos sexuais até que é comum na classe popular, mas entre indivíduos mais esclarecidos, mesmo no meio jurídico, se usa outro termo: psicopata; palavra até hoje não devidamente estudada e esclarecida à sociedade.

Um estudo recente, feito no Brasil, mostra que este “determinismo” não tem fundamento médico e científico. Trata-se trabalho feito por um professor de história contemporânea de Guarulhos (SP), onde se analisa aspectos de um certo determinismo biológico que tomou conta de médicos do passado e que nada mais é do que uma análise superficial do comportamento humano. Referimo-nos ao livro divulgado pelo blog "Pós-darwinista", “Feios, sujos e malvados sob medida – A utopia médica do biodeterminismo”, que acaba de ser lançado e põe em discussão a idéia de que a história dos determinismos biológicos é muito mais ampla e difusa no tempo e no espaço. A publicação – focada na São Paulo da década de 1920 até 1945 – analisa os problemas sociais dos “feios, sujos e malvados”, ou seja, indivíduos com comportamentos considerados antissociais – os grupos mais visados eram criminosos, homossexuais, doentes mentais e mesmo operários e crianças.

De acordo com o autor do livro, Luis Ferla, a utopia médica do biodeterminismo defendia que, para melhor defesa da sociedade, os médicos deviam se lançar ao “grande projeto do conhecimento humano”. Ou, mais especificamente, ao “corpo do delinquente”, cujas particularidades “poderiam ajudar a explicar as disfunções e desequilíbrios da sociedade”.

“Ao médico cabia a tarefa de identificar corpos perigosos, para prevenir o crime antes que acontecesse. Ou seja, conhecer o criminoso antes que ele entrasse em ação. É isso que define o determinismo biológico, ou seja, a explicação da personalidade e de comportamentos a partir do corpo humano, desvalorizando condicionamentos sociais”, disse Ferla à Agência FAPESP.


quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Até zoológico refuta evolucionismo de Darwin

Para os darwinistas, qualquer pessoa que, sensatamente, refute toda ou parte das absurdas teorias de Darwin, será sempre um "criacionista", mesmo que admita que a evolução foi feita por Deus. O tema, quando abordado debaixo das teses contrárias às de Darwin, será sempre considerado como "religioso" e não cientifico. Assim, a "Folha On Line" (que é facciosamente favorável a Darwin) coloca na manchete da notícia abaixo a primeira palavra com que classifica um zoológico contrário ao darwinismo a pecha de "Criacionista". Para eles, ser criacionista é como se fosse uma heresia, por isso é como se fosse uma "pecha", um clichê, um epíteto derrisório... O título da notícia é este: "Criacionista, zoo britânico refuta teoria de Darwin". Agora vejam o texto da notícia e tirem suas conclusões:

"Um lugar no qual as crianças vão para aprender sobre o mundo animal se tornou uma plataforma do criacionismo na Inglaterra. Denominado Noah's Ark (Arca de Noé, em inglês), o zoológico radicado em Wraxall (vilarejo próximo a Bristol) explica aos visitantes a origem da Terra a partir da entidade divina ao longo dos séculos --e vem causando polêmica no país.

Segundo o jornal inglês "Daily Mail", a Associação Humanista Britânica (BHA, na sigla em inglês) afirma que o zoológico está "ameaçando o entendimento público acerca do mundo natural", e solicita uma providência das autoridades local e de turismo, a fim de que a tese não se propague.

A BHA diz que o Noah's Ark --localizado em uma propriedade semelhante a uma fazenda-- é capitaneado pelo casal Anthony e Christina Bush, que se apoia na tese de que o mundo foi criado por Deus em seis dias. A entidade afirma ainda que o zoo descredita fatos científicos, como a datação por radiocarbono (método pelo qual se mede o tempo de vida de uma determinada espécie ou descoberta arqueológica, a partir do elemento químico), o registro de fósseis e a velocidade da luz.

Os próprios donos do local não fazem questão de manter segredo a respeito de sua crença --mas alegam que são diferentes da corrente "purista" do criacionismo, porque o zoológico explica a vida a partir de "ambos, Deus e a evolução".

Em uma longa seção intitulada "pesquisas de criação", o site do zoológico diz que o darwinismo é falho, e afirma que deseja encorajar o "debate criacionista/evolutivo".

"Acreditamos que o zoológico ilude o público pelo fato de não admitir abertamente a agenda criacionista nas suas atividades promocionais e na má interpretação do mundo natural", afirma o diretor de educação e relações-publicas da BHA, Andrew Copson. "Estamos pedindo para que as autoridades competentes parem de promover o local. Acreditamos que o apoio a crenças religiosas ou ideológicas seja inapropriado", observa.

O governo britânico não permite o ensino do criacionismo faça parte do currículo nacional, mas orientações sobre o ensino já foram publicadas por ministros.

O pesquisador-assistente do Noah's Ark, Jon Woodward, rejeitou a acusação feita pela BHA, afirmando que o debate do Criacionismo era limitado a pôsteres em uma seção dentro do zoológico. "Estamos em busca de uma evidência, e não é 100% certo que Deus não teve envolvimento na criação da Terra", afirmou.

O zoológico tem, em média, 120 mil visitantes anuais".

Cardeal Rodé abençoa nova igreja dos Arautos

A quem incomoda o acordo entre o governo brasileiro e a Santa Sé?

Firmado o acordo no Vaticano, entre o presidente brasileiro e o Papa, logo surgiram as primeiras vozes discordantes, sempre alegando uma velha cantilena do "estado laico" que não pode interferir em assuntos religiosos. Agora o acordo chegou na Câmara dos Deputados a fim de ser referendado. Choveu protestos de todos os lados, especialmente de uma minoria composta, essencialmente, de anticlericais, antivaticanistas, ateus, agnósticos, etc. Foi até publicado um manifesto na "Folha de São Paulo" (matéria paga, diga-se de passagem) por um certo grupo que se diz "Pastores evangélicos do Brasil", que nem por isso pode ser classificado como representante de uma religião. Surgiu também ressalvas estranhas como a de alguém que se sentiu incomodado com a palavra "católica", usada apenas para destacar uma religião das demais, fato ressaltado pelo deputado Chico Abreu. Esta palavra incomodou até mesmo um grupo de mulheres que se diz "católicas" (aquelas que se autoproclamam "católicas pelo direito de decidir", mas não se dediciram ainda ser católicas de verdade), protestando contra seu uso no documento "porque o governo brasileiro é laico..." Como os incomodados não tiveram voz nem vez para sustar o acordo, o mesmo foi aprovado pela Câmara e agora segue para o Senado. Vejam a notícia divulgada pela CNBB:

Câmara dos Deputados aprova acordo do Brasil com a Santa Sé


A Câmara dos Deputados aprovou, na noite de ontem, em sessão extraordinária, o acordo do Brasil com a Santa Sé sobre o Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil. Com 20 artigos, o acordo, assinado em novembro 2008, segue agora para aprovação do Senado.

Um longo debate de mais de três horas tomou conta da Câmara antes da aprovação do acordo. Um requerimento pedindo a retirada de pauta da votação do acordo foi rejeitado pela maioria dos deputados. Antes da votação os relatores das Comissões de Constituição e Justiça; de Trabalho, de Administração e Serviço Público e de Educação leram seus pareceres.

Plenário Aprova Acordo Brasil Santa Sé

Os relatores das duas primeiras votaram favoravelmente ao acordo na íntegra. Já o deputado Chico Abreu (PR-GO), relator da Comissão para Educação, aprovou o acordo propondo a supressão do termo “católico e de outras confissões religiosas”, contido no parágrafo único do artigo 11, sobre o ensino religioso nas escolas. A proposta gerou uma acirrada discussão quando vários parlamentares se manifestaram afirmando não ser permitido à Câmara alterar acordos bilaterais firmados entre dois estados. Seguindo proposta do presidente da Câmara, o relator modificou seu parecer apenas recomendando a supressão do termo.

Num minucioso parecer, o deputado Antônio Carlos Biscaia (PT/RJ), relator da Comissão de Constituição e Justiça, citou cada um dos vinte artigos do acordo e mostrou que todos estão em consonância com o ordenamento jurídico brasileiro e com a Constituição Federal. Segundo Biscaia, outros Estados laicos, como a Itália, aprovaram acordo semelhante com o Vaticano e outras religiões. Citou, inclusive, o acordo que a Itália assinou com a Igreja Assembleia de Deus em 1988. Destacou, ainda, que o Congresso brasileiro "tem legitimidade para convalidar tratados e acordos internacionais".

“A aprovação pela Câmara dos Deputados é um passo importante em direção a homologação do acordo do Brasil com a Santa Sé. Houve um espaço amplo de debate no plenário e o parecer do deputado Antônio Carlos Biscaia (relator da Comissão de Constituição e Justiça), foi muito bem feito, o que confirma nossa convicção de que o acordo não fere o ordenamento jurídico brasileiro. A laicidade de um Estado não é coibir a prática religiosa, mas favorecer para que a religião possa ser regida da maneira mais simples possível”, afirmou o secretario geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Dimas Lara Barbosa, após a aprovação do acordo pelos deputados.

Antes de ir a plenário na Câmara, o acordo já havia sido apreciado e aprovado pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional. “O texto não estabelece nenhum privilégio para a Igreja Católica, mas apenas fixa normas que podem ser consideradas de interesse de todas as religiões”, disse o deputado Bonifácio Andrada, relator da Comissão.

Para permitir a votação ontem, os líderes partidários fecharam um acordo com os evangélicos no sentido de aprovar um projeto de lei do deputado George Hilton (PP-MG), que é evangélico. O projeto dispõe sobre as garantias e direitos fundamentais ao livre exercício da crença e dos cultos religiosos. O projeto também foi aprovado pouco antes da meia noite.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Papa tinha razão sobre a AIDS

Quando Bento XVI se pronunciou sobre a AIDS, afirmando taxativamente que a única saída para a contenção da doença está na continência sexual, quer dizer, trata-se antes de tudo um problema moral e religioso, ouviu-se um verdadeiro estrondo mundial contra as sábias palavras do Pontífice. Aos poucos vai se ouvindo, aqui e acolá, outras vozes sapienciais e seguras que tratam do tema, e aos poucos as palavras do Papa vão se confirmando. Um exemplo é o pronunciamento do cientista Edward Green, especialista no assunto, divulgado hoje pela Zenit:

Declaração de Edward Green, diretor do Aids Prevention Research Project de Harvard

RÍMINI, quarta-feira, 26 de agosto de 2009 (ZENIT.org).- O diretor do Aids Prevention Research Project da Harvard School of Public Health, Edward Green, assegurou que na polêmica sobre a Aids e o preservativo Bento XVI tinha razão.

Ao intervir no “Meeting pela amizade entre os povos” de Rímini o cientista, considerado como um dos máximos especialistas na matéria, confessou que “lhe chamou a atenção como cientista a proximidade entre o que o Papa disse no mês de março passado no Camarões e os resultados das descobertas científicas mais recentes”.

“O preservativo não detém a Aids. Só um comportamento sexual responsável pode fazer frente à pandemia”, destacou.

“Quando Bento XVI afirmou que na África se deviam adotar comportamentos sexuais diferentes porque confiar só nos preservativos não serve para lutar contra a Aids, a imprensa internacional se escandalizou”, continuou constatando.

Na realidade o Papa disse a verdade, insistiu: “o preservativo pode funcionar para indivíduos particulares, mas não servirá para fazer frente à situação de um continente”.

“Propor como prevenção o uso regular do preservativo na África pode ter o efeito contrário – acrescentou Green. Chama-se ‘risco de compensação’, sente-se protegido e se expõe mais”.

“Por que não se tentou mudar os costumes das pessoas? – perguntou o cientista norte-americano. A indústria mundial tardou muitos anos em compreender que as medidas de caráter técnico e médico não servem para resolver o problema”.

Green destacou o êxito que tiveram as políticas de luta contra a Aids que se aplicaram em Uganda, baseadas na estratégia sintetizada nas iniciais “ABC” por seu significado em inglês: “abstinência”, “fidelidade”, e como último recurso, o “preservativo”.

“No caso da Uganda – informou – se obteve um resultado impressionante na luta contra a Aids. O presidente soube dizer a verdade a seu povo, aos jovens que em certas ocasiões é necessário um pouco de sacrifício, abstinência e fidelidade. O resultado foi formidável”.

A propósito do tema, divulgamos abaixo um artigo de Plinio Corrêa de Oliveira, publicado há mais de 22 anos, e que confirma as palavras do Papa.


Moral cristã, salvaguarda contra a expansão da AIDS

Plínio Corrêa de Oliveira

Sem dúvida, em nosso país já tão perigosamente atingido pela expansão da Aids, é preponderante o fator moral, como coercitivo do terrível mal.

Com efeito, sabe-se que o principal foco de contágio dessa doença está nos ambientes homossexuais. Mas também os bissexuais contagiam a Aids, e isto não só nas relações com o próprio sexo, como ainda com o sexo feminino (aliás mais resistente ao contágio do que o masculino).

Esses são os dois grandes “grupos de risco” para a propagação da Aids. Há um terceiro “grupo de risco”, constituído pelas pessoas sujeitas a freqüentar transfusões de sangue, como os hemofílicos, os anêmicos, etc. Constituem eles vítimas inocentes do cruel contágio, em razão do pouco cuidado com que seja eventualmente selecionado pelos técnicos o sangue que recebem. Com efeito, pode suceder-lhes seja assim ministrado sangue contaminado de Aids...

Quanto a cada um desses três “grupos de risco”, o enfoque moral segundo os princípios da Igreja, em nosso país graças a Deus católico, é de molde a exercer a mais valiosa influência. Pois, segundo é geralmente sabido, o ato homossexual é qualificado pela Igreja como “pecado contra a natureza”, e catalogado entre os pecados que bradam ao céu e clamam a Deus por vingança. O que lhe revela toda a gravidade.

Ora, a não ser um freio moral de tanto alcance, não sei verdadeiramente como coibir de modo eficaz a homossexualidade, e portanto a expansão da Aids. O que é ainda mais digno de nota tomando-se em consideração a tendência por assim dizer suicida, já vitoriosa em diversos países, e em franca ascensão em outros, e não qualificar a homossexualidade como crime.

Poder-se-ia objetar que o próprio surgimento da ameaça da Aids exerce efeito inigualável para a repressão da homossexualidade. E que, reprimida esta, o perigo da Aids estaria extinto. A expansão da Aids constituiria portanto um perigo autodemolidor: o próprio pânico da terrível doença levaria os homens a evitá-la, abstendo-se do ato contra a natureza.

Sem contestar certo efeito salutar do perigo da Aids como fator coercitivo da homossexualidade, cumpre notar que tal valor tem algo de relativo. Pois depende do próprio viciado escolher entre as duas perspectivas difíceis que se lhe abrem: a dura batalha para a extinção do vício, ou a permanência nesse vício, embora sob o terrível risco do contágio mortal. Ora, está na psicologia de incontáveis viciados optarem pela via do vício, que lhes agrada a moleza e as apetências desordenadas.

Pelo contrário, o católico, posto ante tal alternativa não se considera livre de escolher entre uma e outra via: sabe que lhe cumpre tão só obedecer à vontade de Deus. Obedecer, sim, pelo amor e pela submissão que a este deve. Mas também pelo justo temor de que a mão de Deus o castigue duramente com as penas eternas do inferno. E, bem entendido, com proporcionados castigos nesta vida. Destes, um dos mais terríveis é a caminhada inexorável do portador da Aids, através dos mais devastadores padecimentos, rumo à morte.

Resta dizer uma palavra sobre o desleixo e a incúria responsáveis pela transmissão da Aids nas transfusões de sangue. O prejuízo sofrido pelas vítimas inocentes, em razão dessas faltas profissionais, qualifica de muito grave o pecado dos responsáveis. E a justiça de Deus pode se desfechar contra eles com todo o rigor, ainda quando consigam ardilosamente tornar despercebido o seu crime ante a justiça dos homens. O que constitui para o católico motivação de inigualável importância para que não se deixe arrastar, pela negligência ou pela precipitação, a uma transgressão contra o quinto mandamento: “Não matarás”.

Nesse caso, como em tantos outros, só mesmo o moral especificamente religioso constitui para o homem o parapeito salvador que o protege contra as múltiplas propensões internas para o mal.

(“Folha de São Paulo”, 21 de fevereiro de 1987

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Nossa Senhora das Alegrias

Sínodo arquidiocesano de Vitória (ES), que atraiu multidão de fiéis, fez-me lembrar da bela história da devoção de Nossa Senhora das Alegrias, venerada até hoje naquela Lapa. Milhares de fiéis participaram no último domingo (23) do encerramento do I Sínodo Arquidiocesano, na Praça do Papa, em Vitória. Desde 2006, as comunidades e áreas pastorais da Igreja Católica se reúnem para elaborar planos de evangelização, e o resultado desse trabalho foi apresentado na forma de um documento com orientações específicas para a ação pastoral nos próximos anos. O Sínodo surgiu a partir das necessidades apontadas jovens, famílias e ex-católicos em uma pesquisa técnica. Na consulta, as pessoas expuseram a imagem que tinham da Igreja, e deram sugestões para um revigoramento da fé. A festividade teve início às 8h, com a chegada da imagem original de Nossa Senhora da Penha (ou das Alegrias como era antigamente chamada), que foi carregada por integrantes da Marinha até o palco central da Praça. O arcebispo da Arquidiocese de Vitória, Dom Luiz Mancilha Vilela, afirmou durante a Celebração Eucarística que a Igreja usará de todos os meios evangélicos para atingir o objetivo do 1º Sínodo, que se propõe a "ser sinal de esperança para o povo, anunciando e testemunhando a Boa Nova de Jesus Cristo, à luz da evangélica opção pelos pobres, caminhando juntos, na acolhida fraterna". Na presença de diversos integrantes do clero capixaba, Dom Luiz destacou que o Sínodo deve ser "sinal de esperança aos desesperançados, às crianças e jovens e as pessoas da Terceira Idade em situação de risco; sinal de esperança às vítimas de violência e as encarcerados, aos marginalizados das periferias, e aos acamados e de todo aquele que não têm ânimo de viver". O documento conclusivo do I Sínodo Arquidiocesano, com o tema "Caminhar juntos na acolhida fraterna e na esperança", foi apresentado durante o evento. Nele encontram-se objetivos e sugestões para serem seguidos pelos cristãos, que englobam Cidadania e Cultura de Paz, Família, Celebração do Ministério Pascal, entre outros. Na opinião da fiel, o Sínodo foi importante para reunir os fiéis e para renovar os laços de fé na Igreja. "O Sínodo traz essa nova visão, não só em direcionar o que está por vir, mas nossa forma de agir. Não é só teoria, é a parte espiritual mesmo, para que a gente aprenda a se voltar para a Igreja com mais fervor, porque às vezes a gente tem a impressão de que os católicos não têm esse fervor forte", disse. A avenida Nossa Senhora dos Navegantes ficou interditada até 18 horas, em ambos os sentidos, por causa do evento católico. Pela manhã, o trânsito ficou lento sentido Vitória-Centro, mas os agentes de trânsito estavam nos pontos de desvio para orientar os motoristas. Um show com a cantora Joana encerrou do I Sínodo. Textos Históricos sobre a devoção de Nossa Senhora das Alegrias Transcrevo abaixo alguns curiosos textos de antigos documentos que falam desta devoção: “Na Capitania do Espírito Santo há duas vilas de portugueses perto uma da outra meia légua por mar. Em uma delas,que está na barra e chamam Vila Velha por ser a primeira que ali se fez, está num monte muito alto e em um penedo grande uma ermida de abóbada que se chama Nossa Senhora da Penha, que se vê logo do mar e é grande refrigério e devoção dos navegantes e quase todos vêm a ela em romaria, cumprindo as promessas que fazem nas tormentas, sentindo particular ajuda na Virgem Nossa Senhora, e diz-se nela missa muitas vezes. Esta ermida edificou-a um frade castelhano sem ordens sacras chamado frei Pedro, da ordem dos Capuchos, que aqui veio com licença de seu superior, homem de vida exemplar, o qual veio ao Brasil com zelo da salvação das almas e com ele andava pelas aldeias da Bahia em companhia dos padres. Desejando de batizar alguns desamparados e como não sabia letras nem a língua, porque este seu zelo não fosse “non sine scientia”, batizando alguns adultos sem o aparelho necessário, admoestado dos padres, lhes pediu em escrito algum aparelho na língua da terra para poder batizar alguns que achasse sem remédio e os padres não pudessem acudir e assim remediava muitos inocentes e alguns adultos. Com este mesmo zelo se foi à Capitania do Espírito Santo onde fez o mesmo algum tempo, confessando-se com os padres e comungando a miúdo, até que começou e acabou esta ermida de Nossa Senhora com ajuda dos devotos moradores, e ao pé dela fez uma casinha pequenina à honra e S. Francisco, na qual morreu com mostras de muita santidade”. (Padre José de Anchieta – “Textos Históricos” – pág. 52 – Edições Loyola, 1989) “Dele escreve Anchieta, em carta hoje perdida: “Varão evangélico, que viveu e morreu santamente”, palavras citadas por Jaboatão em “Novo Ordo Seráfico”, 2ª. Parte, vol. II, 48”. (cf. nota 56, pág. 69, obra citada acima) “...Antes levando-o pelo espiritual, me disse Francisco de Aguiar Coutinho, senhor dela, que dissera a Sua Majestade que tinha uma fortaleza na barra da sua capitania que lha defendia, e não havia mister mais, e que esta era a ermida de Nossa Senhora da Penha que ali está, aonde do mosteiro do nosso padre São Francisco, que temos na vila do Espírito Santo, vão dois frades todos os sábados a dizer missa, e a temos a nossa conta. “E na verdade a dita ermida se pode contar por uma das maravilhas do mundo, considerando-se o sítio, porque está sobre um monte alto um penedo que é outro monte, a cujo cume se sobe por cinqüenta e cinco degraus lavrados no mesmo penedo, e em cima tem um plano em que está a igreja e a capela, que é de abóbada, e ainda fica ao redor por onde anda a procissão, cercado de peitoril de parede, donde se não pode olhar para baixo sem que fuja o lume dos olhos. “Nesta ermida esteve antigamente por ermitão um frade leigo da nossa ordem, asturiano, chamado Frei Pedro, de mui santa vida, como se confirmou em sua morte, a qual conheceu alguns dias antes, e se andou despedindo das pessoas devotas, dizendo que, feita a festa de Nossa Senhora, havia de morrer. E assim sucedeu, e o acharam morto de joelhos, e com as mãos levantadas como quando orava, e na trasladação de seus ossos desta igreja para o nosso convento fez muitos milagres, e poucos enfermos os tocam com devoção que não sarem logo principalmente de febres, como tudo consta do instrumento de testemunhas que está no arquivo do mesmo convento. Nota: Durante o custodiado de Frei Vicente do Salvador, instaurou-se a 27 de julho de 1616, o processo informativo sobre a vida e as virtudes de Frei Palácios”. (“História do Brasil” – Frei Vicente do Salvador – Ed. Itatiaia, pág. 109). “Nesta vila de Vitória, da Capitania do Espírito Santo, vivia há anos passados um homem do povo singularmente devoto da Virgem Mãe de Deus. Desejando empregar seus bens em obséquio a Ela, considerou que lhe seria agradável a construção de uma ermida, como o fizera Libério Romano, num local piedoso e apropriado onde se satisfizessem os desejos dos devotos, e as almas dos frios e lânguidos despertassem para o serviço de Deus. Com tal intenção, ao procurar com máxima diligência um local apto volveu os olhos para uma alta colina, que se debruça sobre o porto marítimo, coberta de árvores altas, grossas e espessas. Julgando-a adequada, com ingentes dificuldades nela penetrou; em seu topo encontrou uma grande pedra que lhe vinha a propósito. A construção se lhe afigurou dificílima por causa da altura e aspereza da colina, sem caminho, e por ser mister transportar para cima, nos ombros, todo o material necessário; mas nada conseguia esfriar ou diminuir sua devoção. Pelo contrário; com maior fervor e engenhoso zelo pôs-se a abrir com seus servos e familiares um acesso sinuoso em torno ao monte, como melhor pôde no momento, pois doutra forma era impossível a subida. Através dele, colocou no alto, com trabalho persistente e incômodo, todo o material que lhe pareceu conveniente para o início da construção, não desistindo da tarefa antes de ver construída a ermida. O santuário da ermida é arredondado, com teto em forma de abóbada, assemelhando-se a meio limão. Para que o corpo da capela se tornasse mais iluminado e agradável, foram abertos ao longo das paredes vários e curiosíssimos arcos, através dos quais, de dentro, enxergam-se o mar, a terra, os canais e quanto a vista pode atingir. A santa ermida agradou de tal maneira a todos e suscitou tanta devoção que os moradores trataram de criar uma confraria em honra da Bem-Aventurada Virgem, ajudando-a devotamente com suas esmolas, e determinaram que em todos os sábados nela se celebrassem a missa; para este ato navegava em seus botes todo o povo da cidade, distante uma parassanga (*) rio abaixo. Junto à pedra, sobre a qual está somente a ermida, foram construídas casas para abrigo dos peregrinos que faziam lá a novena. Destas, até à entrada da ermida sobem 55 degraus. Não falamos da altura desde o sopé do monte até eles, pois é incrível. Mas a grande piedade do povo que a visita e freqüenta a torna fácil, e por isso, com razão, pode chamar-se milagre da terra ou antes do céu e da terra, pois a Virgem Beatíssima lá habita. De fato é estupendo contemplar sobre um altíssimo monte uma pedra sobreposta, que por si é outro monte, ao qual se sobe por tantos degraus. Nele se acha uma esplanada na qual foi edificada a igreja e o santuário, em torno do qual corre um muro te à altura do peito, com espaço suficiente para as procissões; de lá não se pode olhar para baixo sem sentir vertigem. “Vinte anos antes desta Custódia chegou a esta vila de Vitória, Capitania do Espírito Santo, com autorização de seus superiores, certo religioso leito de nossa Ordem, chamado frei Pedro, de origem espanhola, muito admirado pelos moradores do lugar por suas virtudes e grande santidade. A ele foi entregue esta ermida de Nossa Senhora da Penha, na qual se recolheu e viveu pelo espaço de 8 ou 9 anos em grande e constante penitência, pois ordinariamente jejuava a pão e água, usava continuamente um cilício e levava vida de exemplo e edificação para todos. Era considerado santo e como tal venerado. Dificilmente descia do monte, a não ser para confessar-se e pedir esmolas, e quando retornava subia carregado com água potável ou pedras para construir uma capela em honra de nosso santíssimo pai Francisco, onde dormia sobre uma tábua, servindo-se de uma pedra como travesseiro. Andava sempre descalço e trajava uma veste miserável e remendada. Repreendia duramente os perjuros e os que viviam fora dos deveres cristãos; recebia somente pequenas esmolas, com as quais ainda ajuda os pobres.“Ele previu com muita antecedência o seu passamento. Ao aproximar-se o dia da morte, indo-se embora disse à gente devota que devia fazer uma longa viagem depois da festa de Nossa Senhora dos Prazeres. Na quarta-feira seguinte abiu uma cova na qual queria ser enterrado. Chamando o negrinho que certo homem piedoso e nobre lhe dera como companheiro naquele monte, pediu uma vela acesa e caiu de joelhos em seu cubículo, encostando-se ao altar de se pai Francisco, ali construído. A seguir mandou que o mesmo fosse chamar o seu senhor, que tão devotado lhe era, para que o viesse sepultar. Veio o nobre e piedoso varão com a Fraternidade da Santíssima Misericórdia, os Padres da Companhia de Jesus e o povo, por causa da grande veneração que lhe tinham, encontrando-o morto, de joelhos, encostado ao altar, com as mãos elevadas ao céu. Assim tão belo ficou para manifestar claramente sua santidade; foi sepultado no lugar por ele marcado ainda em vida, pelo ano do Senhor de 1570. “...A câmara, os fidalgos e grande multidão de povo dirigiu-se processionalmente para a ermida e erguem os santos despojos que são carregados aos ombros de cinco nobres. Enfim, com hinos e cânticos e grande número de Lâmpadas chegam solenemente ao santo convento, onde são depostas as relíquias. Imediatamente começaram a brilhar os milagres; no dia da transladação, ao entrar no convento a procissão com os sagrados despojos, um Religioso que se achava recolhido na enfermaria com grandes febres, se recomendou com fé inflamada aos méritos do santo e pediu para tocar e beijar as santas relíquias; ficou imediatamente curado e nunca mais o incomodou a febre. Tendo notícia deste milagre, outros enfermos da mesma região com grande fé e devoção mandar pedir ao Guardião alguma relíquia do santo Frei Pedro; tocando nelas ficaram curados de suas enfermidades...” (*) – “parassanga” – medida antiga, equivalente a 5.250 metros. (“Narrativa da Custódia de Santo Antonio do Brasil – 1584/1621 – Frei Manuel da Ilha – Editora Vozes, 1975 –págs. 55/63) Nota n. 31 – “Frei Pedro nasceu em Medina do Rio Seco, perto de Salamanca, chegou a Vila Velha em 1558. Faleceu no alto da Penha em 1570 com fama de santidade”. (Ib. id., pág. 145).