quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Homem moderno cada vez perde mais a Confiança

Numa postagem anterior, cujo título é "Dilema do homem moderno: Esperança ou desesperança?" mostramos que a falta de confiança do homem moderno é decorrente da falta de fé. "Cai a confiança dos empresários na economia” é uma manchete do jornal “Folha de São Paulo”, de 19.10.2008, que vai se tornando comum na imprensa quotidiana. A Confederação Nacional da Indústria divulga pesquisa mostrando forte queda na confiança do empresariado na economia. O último ICEI (Índice de Confiança do Empresário Industrial), divulgado em julho, já tinha mostrado retração em relação a abril e ao de julho do ano passado. De outro lado, a ABINEE (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) mostra sondagem realizada na semana anterior onde a crise atinge o mercado externo, também afetado pela falta de confiança. Esta desconfiança, no entanto, é um fenômeno mundial. Na Espanha, por exemplo, os indicadores assinalam um crescimento de 135% no índice de desconfiança na economia. Não são muito diferentes dos índices do resto da Europa, da Ásia e dos Estados Unidos, pois esta é uma tendência mundial. Relembramos aqui as profecias de Magdalena Possat: depois de uma visão de Nossa Senhora em 1843, esta humilde e piedosa criada profetizou 7 pragas ou flagelos que iriam se abater sobre o mundo até o fim dos tempos presentes. As cinco primeiras já se realizaram. A sexta ela denominou de “bancarrota” ou falência universal:
“O comércio caminha para seu fim, porque a roda do carro não tem mais o seu eixo: a Confiança!
“Entre a sexta e a sétima praga, nenhum descanso: o progresso do mal será rápido. O ano 1789 não abateu senão a França... O que vem vindo abaterá o mundo... Os homens pensarão que tudo está perdido, tudo aniquilado! Confusão imensa sobre o mar agitado! Tudo o que não estiver sobre o Barco é engolido. O Barco é agitado... Pedro tem confiança! A Arca sai da tempestade e volta à calma...
“Mas ai! Ai dos mercenários que debandam para o lado do mundo!”


Papa adverte cientistas contra arrogância e lucro fácil
Recentemente, o Papa adevertiu os cientistas contra a situação mundial e frisou dois males que acometem a ciência moderna: a arrogância e o lucro fácil. Foi numa audiência aos participantes do Congresso Internacional sobre a «Fides et ratio». Eis o pronunciamento do Papa, segundo a agência Zenit:
«Os cientistas nem sempre dirigem suas pesquisas ao bem-estar da humanidade. O lucro fácil, ou pior ainda, a arrogância de substituir o Criador desempenha, às vezes, um papel determinante», afirmou o Papa Bento XVI, em uma audiência do Congresso Internacional sobre o X aniversário da encíclica «Fides et Ratio», da Pontifícia Universidade Lateranense, na sala Clementina do Palácio Apostólico Vaticano.
Nesta encíclica, promulgada em 1998 por João Paulo II, sublinha-se a importância de conjugar fé e razão em sua relação recíproca, ainda que no respeito da esfera de autonomia de cada uma, afirmou o Papa.
Estas jornadas de estudo reúnem até o próximo dia 18 filósofos, teólogos e cientistas de várias nacionalidades, e foram possíveis graças à colaboração entre a Universidade Lateranense, a Pontifícia Academia das Ciências e a Conferência Mundial das Instituições Universitárias Católicas de Filosofia.
Em seu discurso, o Papa destacou a atualidade da «Fides et ratio»: «revela-se nela a profundidade e longa visão de meu inesquecível predecessor».
«A encíclica, com efeito, caracteriza-se por sua grande abertura à razão, sobretudo em uma época na qual se teorizou sobre sua fraqueza», explicou. Com o magistério de João Paulo II, ao contrário, a Igreja quis defender a força da razão e sua capacidade de alcançar a verdade, apresentando mais uma vez a fé como uma forma peculiar de conhecimento, graças à qual pode abrir-se à verdade da Revelação.
No curso dos tempos, observou o Papa, verificou-se um deslizamento desde um pensamento preferentemente especulativo a um mais experimental, que pretendeu conhecer os segredos da natureza.
Contudo, isso produziu um efeito negativo: marginalizou a razão, que buscava a verdade última das coisas, para dar lugar a uma razão satisfeita com descobrir as verdades contingentes das leis da natureza.
A fé não tem medo da ciência
A investigação científica tem certamente seu valor positivo, acrescentou o Papa, mas não é capaz de elaborar princípios éticos; ela precisa da ajuda da filosofia e da teologia para evitar proceder por si só em um caminho tortuoso, cheio de imprevistos e não privado de marcas.
Isso, precisou, não significa em absoluto limitar a investigação científica, mas manter vigilante o senso de responsabilidade que a razão e a fé possuem frente à ciência, para que permaneça ao serviço do homem.
A fé não teme o progresso da ciência e o desenvolvimento ao qual suas conquistas conduzem, quando estas estão dirigidas ao homem, a seu bem-estar e ao progresso de toda a humanidade. «Como recordava o desconhecido autor da Carta a a Diogneto, ‘A árvore da ciência não mata, mas a desobediência sim. Não se tem vida sem ciência, nem ciência segura sem vida verdadeira’», evocou o Papa.
Por outro lado, afirmou o pontífice, a inteligibilidade da criação não é fruto do esforço do cientista, mas condição que se lhe oferece para permitir-lhe descobrir a verdade presente nela, enquanto a razão, por outro lado, sente e descobre que, muito além do que já alcançou e conquistou, existe uma verdade que nunca poderá descobrir partindo de si mesma, mas somente se a receber como dom gratuito.
Portanto, a razão, a ciência e a fé não se contrapõem, explicou o Papa, pois «a verdade da Revelação não se sobrepõe à alcançada pela razão, mas a purifica e exalta, permitindo-lhe dilatar seus próprios espaços para inserir-se em um campo de investigação insondável como o próprio mistério».
«É em torno do mistério, portanto, onde a fides e a ratio encontram a possibilidade real de um trajeto comum», concluiu.

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