sexta-feira, 31 de agosto de 2018

COMO ERA VISTA A AGROPECUÁRIA NO ANTIGO TESTAMENTO





A agricultura como técnica do uso da terra para cultivo de lavouras sempre foi a base das culturas desde os primórdios da humanidade, assim como a criação de animais, chamada de pecuária. Daí chamar-se agropecuária a conjugação dessas duas atividades na mesma terra e mesmo proprietário.  Tão antiga que ocupa lugar de destaque nas narrativas bíblicas, já desde o tempo de Adão, Caim, Noé e os patriarcas mais antigos como Isaac e Jacó. A atividade chamada de “catadores de frutos” em árvores para a alimentação humana (imaginada por estudiosos da chamada “História Natural”), parece nunca ter existido, segundo a Sagrada Escritura
A primeira referência a essas atividades é feita quando se fala de Caim e Abel, o primeiro agricultor e o segundo criador de ovelhas (Gen 4, 2).
O rei de Gerara, Abimelec, já a praticava no tempo de Abraão:
“Tomou pois Abimelec ovelhas, bois, escravos e escravas, e deu-os a Abraão; e restituiu-lhe também Sara sua mulher” (Gen 20, 14). Possuir gado, ovelhas e bois, juntamente com escravos, era sinal de poder no Patriarcado antigo. E o fato de se doar a alguém tais bens era sinal de maior poder ainda
Também era sinal de bênçãos de Deus a riqueza proveniente da terra, como ocorreu com o Patriarca Isaac: “Ora, Isaac tendo semeado naquela terra, colheu no mesmo ano cento por um: porque o Senhor o abençoou. Ia enriquecendo e seus bens aumentavam, e cresciam cada vez mais, de modo que veio a ser muito poderoso” (Gen 26,12-13).
O Patriarca Jacó também foi agricultor e criador, destacando-se mais nesta ultima atividade, de onde se originou toda a sua riqueza. E foi com grande astúcia que herdou uma fortuna de seu sogro, Labão, conforme narra as Sagradas Escrituras:
“Faze revista de todos os teus rebanhos e põe à parte todas as tuas ovelhas de velo malhado, e de diversas cores. E tudo o que nascer  escuro, malhado e vário, tanto nas ovelhas quanto nas cabras, será a minha recompensa. E quando chegar o tempo de fazer essa separação, segundo nosso ajuste, a minha inocência me dará testemunho diante de ti.  E tudo o que não for malhado, de diversas cores, ou dum escuro misturado com o branco, assim nas ovelhas como nas cabras, me convencerá de furto. Labão lhe respondeu: Eu venho no que tu me propões.
E no mesmo dia separou Labão as cabras e as ovelhas, os bodes, os carneiros, que eram malhados e de diversas cores: e deu a guardar a seus filhos todos os rebanhos, que eram duma só cor; isto é, que eram todos brancos, ou todos negros. E pôs o espaço de três jornadas entre si, e seu genro, o qual apascentava os rebanhos.  Jacó pois tomando umas varas verdes de choupo, de amendoeira, e de plátano, tirou-lhes parte da casca: com o que os lugares, de que se tinha tirado a casca, apareceram brancos; e os que se tinham deixado com ela, ficaram verdes; o que  causou nas varas uma variedade de cores. Depois pô-las nos canais, onde se lançava água: para que vindo ali beber os rebanhos, tivessem eles estas varas diante dos olhos, e concebessem olhando para elas. Com efeito sucedeu, que estando as ovelhas no fervor do coito, e olhando para estas varas, conceberam uns cordeiros malhados, vários, e de diversas cores. Dividiu Jacó o seu rebanho, e pôs estas varas nos canais diante dos olhos dos carneiros. E feito isto, estando separados os rebanhos, o que era todo branco, ou todo negro, pertencia a Labão; o resto era de Jacó. Quando pois as ovelhas haviam de conceber na primavera, punha Jacó estas varas nos canais, onde se lançava água, diante dos olhos dos carneiros, e das ovelhas, para que concebessem olhando para as varas. Mas quando elas haviam de conceber no outono,  não lhas punha diante. Assim o que fora concebido no outono, foi para Labão: e o que concebido na primavera, para Jacó. Desta sorte veio Jacó a ser sobremaneira rico; teve muitos rebanhos, um grande número de escravos, e de escravas, camelos e jumentos”  (Gen 30, 32-43)
É preciso notar que o sogro de Jacó havia agido anteriormente não somente com esperteza, mas com desonestidade para com o genro. Como não tinha dote, Jacó se ofereceu para trabalhar de graça durante 7 anos a fim de se casar com a filha dele, Raquel (Gen 29, 18). Mas, no dia das bodas Labão introduziu a irmã Lia no quarto de Jacó, em vez da esposa recém casada, exigindo mais sete anos de trabalho escravo, gratuito, a fim de consumar o novo casamento (Gen 29, 22-27). O trabalho de Jacó (14 anos, supõe-se) fez com que Labão ficasse mais rico ainda (Gen 30, 29),
Tudo indica que a técnica de fazer nascer as ovelhas com as cores malhadas foi inspirada por um anjo ao Patriarca. Quando abandonou a companhia do sogro, continuou a atividade de criador em outras terras: “Comprou parte do campo, onde tinha posto as suas tendas, por cem cordeiros, aos filhos de Hemor” (Gen 33,19). Os habitantes de Siquém, para onde tinha ido morar Jacó já eram criadores, pois possuíam  “..bois e jumentos ” (Gen 34,28)
E o Patriarca José, num sonho, demonstra que praticava a agricultura: “Parecia-me que eu estava atando no campo uns molhos de trigo; que o meu molho se levantava e ficava de pé, e que os vossos, postos em redor do meu, o adoravam” (Gen 37,7).
Muitas vezes a agricultura progredia em meio a certo período de escassez, mas logo vinha a fartura: “numa terra fértil de trigo, de cevada, de e de vinhas, onde se dão figueiras, e romeiras, e olivais: numa terra de azeite e de mel” (Dt 8,8).
No ano jubilar, as dívidas eram perdoadas e muitas terras voltavam às mãos dos antigos donos: “No ano do jubileu tornarão a entrar todos na posse dos bens, que antes tinham”  (Lev 25, 8-16). Era costume que quando o sujeito não tivesse com que pagar suas dívidas se oferecia como escravo durante determinado tempo até quitar seu débito, ou então entregava seus bens como pagamento. A cada 50 anos se comemorava o dia em que o povo eleito saiu da escravidão do Egito, chamado jubileu, e nesse ano todas as dívidas eram perdoadas, e quem as tinha pago com suas terras as recebia de volta. Daí a expressão usada por Nosso Senhor Jesus Cristo no Pai Nosso, “perdoai as nossas dívidas”.
É provável que o profeta Isaías assim tenha lamentado aqueles que resistiam à observância desta lei, acumulando bens: “Ai de vós os que ajuntais casa a casa, e ides acrescentando campo a campo” (Is 5,8).
As abundantes reservas de Canaã foram tão rapidamente reduzidas pelos israelitas que em muito pouco tempo passaram a importar tanto madeira quanto operários que nas suas terras trabalhassem, como no tempo de Salomão: “Dá ordem pois a teus servos que me cortem cedros do Líbano, e os meus servos estarão com os teus: e eu darei a teus servos qualquer paga que tu me peças: porque tu sabes que no meu povo não há ninguém que saiba cortar madeira como os sidônios” (III Rs 5, 6-8). Quando necessitavam de madeira para alguma emergência ou oferecer holocaustos recorriam a fontes extraordinárias, como a lenha de Abraão para o sacrifício de Isaac (Gen 22,3-7),  as sobras de um carro de guerra usadas no tempo de Josué (I Sam 6, 14), um carro de bois no tempo de Davi (II Sam 24,22), ou ainda o  arado que Santo Eliseu usou para cozer as carnes do sacrifício (III Rs 19,21).
Havia muitos recursos hídricos na antiga Palestina:
“Porque o Senhor teu Deus te há de introduzir numa terra excelente, numa terra cheia de regatos de águas e de fontes: em cujos campos e montes arrebentam os abismos dos rios: numa terra fértil de trigo, de cevada, e de vinhas, numa terra de azeite e de mel” (Dt 8,7-8); Mesmo assim recorriam também aos métodos de irrigação do Egito: “Porque a terra que vais possuir não é como a terra do Egito, de onde saíste, na qual lançada a semente se conduz água para regar, como se faz nas horas” (Dt 11,10-11).
Há referências a chuvas temporãs e seródias (que produzem frutos fora da estação) (Dt 11,14; Jer 5,24; Os 6,9; Zac 10,1). Também se fala em colheitas de produtos específicos, como trigo, cevada, uva, azeitona e figos (Jó 15,33; 24,5; e 31,40). A irrigação, a grade e o arado eram conhecidos desde longa data entre os hebreus (Jz 3,31; Jó 39,10; Prov 24. 30; Is 15,5; 32, 20; e Jer 4,3), mas era proibido semear um campo com sementes diferentes (Dt 22,9).  Prevê-se que usavam fertilizantes por uso de termos correlatos (IV Rs 9, 37; Sl 82,11, e Jer 8,2). Os vinhedos eram sempre cercados por um muro e tinham uma torre para guarda e proteção, além de outras edificações (Num 22,24; Sl 79, 13; Is 5,5; Mt 21, 33). Na colheita do grão, estendiam-no na eira, e o método para o separar da palha era fazer os bois andarem sobre ele (Dt 25, 4; II Sam 24,180, ou então batiam os grãos com uma vara (Is 28,27; e 41,15). Usavam também o ventilabro (espécie de abanador grande)  para ajudar na debulha (Rut 3,2; Jó 21,28; e Mt 3,12).
Havia também um sistema de parceria, como a dos rendeiros que pagavam importância fixa para uso da terra (Cânt 8,11) ou uma parte estipulada da colheita de frutos ou qualquer outro produto da terra, em geral a metade ou um terço (II Sam 9,10; Mt 21, 34). Um viajante podia comer dos frutos do lugar onde passasse, mas não podia levá-los consigo (Dt 23,24 e ss e Mt 12, 1). Os pobres tinham certos direitos sobre a terra, como o de respigar, isto é, apanhar as espigas que caíam dos cestos dos ceifadores e ficavam espalhadas pelo chão (Lev 23,22; Dt 24, 19; Jz 8,2; e Rut 2, 6-9), como ocorreu na história de Rute que, por humildade, se ofereceu para apanhar o trigo que caía no chão.Os pobres podiam também se aproveitar dos cantos dos campos, onde não eram ceifados para deixar para eles (Lev 19,9. Em geral tais leis eram rigorosamente cumpridas (Jó 24, 10), embora não houvesse muita pobreza em Israel (I Sam 22,2). De outro lado, a favor dos pobres havia a cobrança de um segundo dízimo a favor deles a cada três anos (Dt 14, 28 e ss; 26, 12; Tob 1,7; Am 4,4).   



quinta-feira, 23 de agosto de 2018

SANTA ROSA DE LIMA







SANTA ROSA DE LIMA FREOU EM GRANDE PARTE A CORRUPÇÃO DOS COSTUMES E CRIARAM-SE CONDIÇÕES MENOS FAVORÁVEIS Á REVOLUÇÃO

A respeito de Santa Rosa de Lima temos uma ficha biográfica tirada da obra “L’Année Liturgique”, de Dom Guéranger:

“Infelizmente, algum tempo após a gloriosa conquista da América pelos espanhóis, em Lima, fundada aos pés das cordilheiras andinas como a metrópole de uma província, a corrupção era tal que São Francisco Solano precisou imitar ao profeta Jonas e ameaçá-la como Nínive dos castigos divinos. Mas a misericórdia divina já se manifestara na alma de uma criança capaz de todas as expiações.

“Tinha ela somente 31 anos quando em meio à noite que iniciava a festa de São Bartolomeu, no ano de 1617, ouviu o brado: ‘Eis o esposo’ (MT. 25, 6). Em Lima, em todo Peru, na América inteira, prodígios de conversão e graça assinalaram a passagem da humilde virgem desconhecida até então. Atestou-se juridicamente, afirma o Sumo Pontífice (em sua bula de canonização), que desde a descoberta do Peru nenhum missionário foi encontrado que tivesse produzido semelhante espírito universal de penitência. E cinco anos mais tarde era dedicado o mosteiro de Santa Catarina de Siena que devia continuar em Lima a obra de santificação, de cura, de defesa social, e que se chamaria o Mosteiro de Rosa, que ela de fato diante de Deus era fundadora e a mãe.

“E esta criança que só fizera rezar e sofrer, que no meio da corrupção do mundo oferecera a Deus sua virgindade, que só buscava o silêncio e a obscuridade, tornou-se a padroeira do Peru e mesmo o Papa Clemente X estendeu a sua proteção às Índias, às Filipinas e à América inteira”.

A seguir, uma ficha de Daras:

“O zelo da casa de Deus a devorava. Quando voltava os olhos para as nações infiéis da América meridional, sofria em sua alma torturas indizíveis e chorava. Concitava os sacerdotes, religiosos, de voarem em socorro dessas almas. Ela pensou em adotar e educar um menino para consagrá-lo depois às missões. A morte impediu-a de realizar este projeto.

“Um dia ela pensou que ia colher a palma do martírio e grande foi o seu entusiasmo. Avistou-se ao largo uma frota holandesa que parecia querer tentar um desembarque em Lima. Para os marinheiros heréticos isto era o sinal para a pilhagem das igrejas. O alarme foi dado à cidade. Rosa dirigiu-se à igreja de São Domingos e demonstrou sua intenção de se fazer massacrar cobrindo o tabernáculo com seus braços. Viu-se esta virgem tímida rasgar a barra de seu vestido para ter mais agilidade e, desarmada, colocar-se ao pé do altar em postura de guerreira. Mas Deus contentou-se somente com essa demonstração de zelo. A frota inimiga afastou-se sem fazer dano.

“Esta santa colocara em Deus toda sua esperança. Cantava com frequência esse versículo familiar aos Padres do deserto: Ó Deus vinde em meu auxílio, dignai-vos socorrer-me. Aconteceu que sua alma fosse abalada considerando o mistério da predestinação. O Senhor a acalmou assegurando Ele mesmo: Minha filha, eu só condeno aquele que se quer condenar. Guarda em paz a tua alma”.

Estes fatos da vida de Santa Rosa de Lima nos põem um pouco diante das condições da América Latina naquele tempo. Aconteceu que no Brasil, tanto quanto na América Espanhola, a vinda dos ibéricos para cá produzia um trauma moral dos mais perigosos. Eles eram os homens que vinham da Europa, que tinham sede de aventura, de natureza rústica e selvagem, e que chegando aqui se entregavam às aventuras. Encontrando aqui uma natureza tropical exuberante, com condições climáticas que favoreciam a luxúria e a nudez, eles de todos os modos se deixavam dissolver num ambiente onde a vulgaridade e a corrupção moral ombreavam, o que determinava uma baixa de nível tremenda.


 Santa Rosa de Lima viu que se não houvesse uma grande graça e uma grande reação, seria impossível evitar que essas povoações frustrassem os desígnios santos da Providência, quando encaminhou exatamente os povos ibéricos para cá. Povos que haveriam de ser tão fiéis à fé católica, o que determinaria exatamente a formação desse imenso bloco católico que ia antigamente desde os Estados Unidos até o litoral extremo sul da Argentina e do Chile.
Nessas condições, era preciso fazer uma grande obra. O curioso é que Deus não suscitou para a América inteira um grande pregador. Ele pôs aqui, lá, acolá grandes pregadores, mas de âmbito restrito. Uma pessoa que tivesse uma missão de caráter universal foi Santa Rosa de Lima! E o foi porque era uma alma penitente, uma alma suplicante e Deus queria que se fizesse, no plano da Comunhão dos Santos, aquilo que era necessário para salvar a América.
Veio daí exatamente que sua fama de santidade percorreu toda América e determinou incontáveis milagres e conversões. E - fato particularmente precioso - o espírito que ela suscitava em torno de si era o de penitência, o espírito de mortificação, que é tão duro e tão difícil de despertar.
Com isso naturalmente ela freou em grande parte a corrupção dos costumes e por sua ação, que foi correspondida pelas pessoas de um modo apenas incompleto, criaram-se condições menos favoráveis à Revolução, o que determinou por sua vez uma marcha mais lenta da Revolução em nosso continente.
Vemos assim o que pode uma alma só, desde que se entregue a Nossa Senhora de fato, desde que resolva renunciar a todas as vantagens e todas as molezas da terra, entregando-se realmente à misericórdia de Deus e à penitência.
Aqui está uma grande lição!
Uma pessoa que corresponda inteiramente à graça pode fazer um bem indizívelse se santificar. E é a coragem de se deixar fazer santo de altar que se deve pedir a Nossa Senhora.
Que Ela nos dê essa coragem pela via que entender e, especialmente, pela pequena via de Santa Teresinha do Menino Jesus, em que não é o homem que vai à frente da coragem, mas é a coragem que vai de encontro ao homem e nele habita quando menos se espera, a fim de realizar grandes obras.
Vamos pedir, portanto, a Santa Rosa de Lima que tanto bem faz a este continente, para que ela faça bem a nós também para preservação e continuação de sua obra, para que realmente a América Latina possa ser o campo de escol para o Reino de Maria.
(Plinio Corrêa de oliveira, parte da conferência “Santo do Dia”, 29 de agosto de 1967)


quarta-feira, 22 de agosto de 2018

PIO XII E A ERA DE MARIA







Plínio Corrêa de Oliveira -  
Publicando a Encíclica "Ad Caeli Reginam" - cujas partes essenciais vão traduzidas em outro local desta edição - teve o Santo Padre Pio XII a intenção de extremar com um ato da mais alta importância as manifestações de piedade mariana com que edificou a Cristandade no correr do Ano Jubilar da Imaculada Conceição. Disse-o ele em expressos termos: "como que coroando todos estes testemunhos de Nossa piedade mariana... para concluir felizmente o Ano Mariano que chega a seu termo,... resolvemos estabelecer a festa da Bem-Aventurada Virgem Maria, Rainha". Da importância deste ato, fala-nos o mesmo Pontífice quando declara que "esse gesto traz consigo a grande esperança de que possa surgir uma nova era, alegrada pela paz cristã e pelo triunfo da Religião". Tal esperança, di-lo ainda o Pontífice, tem razões muito sérias e profundas: "adquirimos a convicção, depois de maduras e ponderadas reflexões, de que advirão grandes vantagens para a Igreja" se a realeza de Maria, "solidamente demonstrada, resplandecer mais evidente aos olhos de todos, como luz mais radiosa posta no candelabro".
Bem entendido, esta graça, que se dirige ao coração do homem, deve reformar a sua alma. No "culto e imitação de tão grande Rainha os cristãos se sentirão por fim verdadeiramente irmãos, e, sobranceiros à inveja e aos imoderados desejos de riqueza, promoverão o amor social, respeitarão os direitos dos pobres, e amarão a paz". Não se trata de promover um movimento marial puramente externo e formal, mas de pedir às almas uma cooperação séria e eficaz com as graças que receberão de sua Mãe. "Ninguém, pois, se tenha por filho de Maria, digno de ser acolhido sob sua poderosíssima tutela, se não seguir o seu exemplo mostrando-se lhano, justo e casto, não lesando ou prejudicando, mas ajudando e confortando".
Estas palavras do Pontífice merecem a mais detida meditação. De um lado, fala ele contra a inveja: alusão evidente à atitude de massas inteiras de homens que, amargurados às vezes por injustas provações, e principalmente envenenados pelos princípios demagógicos da Revolução Francesa e do comunismo, odeiam os ricos só porque lhes invejam os bens, e desejam destruir toda a hierarquia social. O Santo Padre fala também do desejo imoderado de riquezas. É um mal que atormenta todos ou quase todos os países da terra. Potentados da indústria ou do comércio, acumulando em suas mãos fortunas imensas, perto das quais os patrimônios das aristocracias de outrora eram quase insignificantes, transformaram a economia num reino fechado, em que dispõem a seu arbítrio da alta e da baixa dos preços, da circulação e do emprego das riquezas. Ora oprimem o Estado, ora são opressos por este quando sobe a onda da demagogia. E assim a sociedade se vê cada vez mais apertada entre as duas formas mais ou menos veladas de ditadura: a da oligarquia financeira e a da massa. Daí só pode decorrer o estrangulamento das elites sociais e intelectuais verdadeiras, a opressão do trabalhador pacífico e consciencioso, a dizimação da pequena e média burguesia. Miserável fenômeno de luta de classes, em que a sociedade, no que tem de mais inautêntico e pior - camarilhas de sanguessugas da economia ou de demagogos vulgares - devora o que tem, em todos os níveis, de mais autêntico e de melhor. Quanto isto seja oposto ao "amor social" de que nos fala o Pontífice, quem o poderia não ver? Para proteger a sociedade contra este reino do pior sobre o melhor, o Pontífice proclama no mundo a realeza de Maria.
Obra ingente por certo, esta de uma reforma social. Tanto mais quanto Pio XII a situa essencialmente em termos de reforma moral. Mas Maria Santíssima tem um imenso poder sobre a alma humana, e dela se devem aproximar os homens, não só para "pedir socorro nas adversidades, luz nas trevas, conforto nas dores e no pranto", mas ainda para implorar a graça "que vale mais do que todas", de "se esforçarem por se libertarem da escravidão do pecado".
A proclamação da soberania de Maria na Encíclica "Ad Caeli Reginam", a instituição de sua festa anual no dia 31 de maio, a coroação da imagem de Nossa Senhora "Salus Populi Romani" pelo próprio Pontífice, tudo isto pode, pois, e deve servir de ponto de partida para uma nova era histórica: a era da realeza de Maria.
Com a prudência característica da Santa Igreja, a Encíclica "Ad Caeli Reginam" fundamenta a dignidade real de Maria tão somente em argumentos de caráter teológico. Não seria supérfluo, entretanto, lembrar que este grande dia da proclamação da Realeza Universal de Maria, e a esperança de uma era de triunfos e de glória para a Religião, vem sendo de há séculos objeto dos anelos de almas das mais piedosas.
Um dos fatos mais importantes da História da Igreja desde o protestantismo foi por certo a difusão da devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Se bem que essa devoção não fosse desconhecida a Santos anteriormente existentes, sua propagação teve como ponto de partida as revelações recebidas por Santa Margarida Maria Alacoque, em Paray-le-Monial, no século XVII, e acentuou-se por todas as gerações seguintes, até chegar ao seu apogeu no início deste século. Ao lado da difusão desta devoção outra grande corrente de piedade que também teve seu início na França foi a da escravidão a Nossa Senhora, de que foi doutor máximo São Luís Maria Grignion de Montfort ( séc. XVII ), com seu "Tratado da Verdadeira Devoção". O Ponto de junção - se assim se pode dizer de coisas substancialmente juntas - destes dois grandes caudais de graças foi a devoção ao Coração Imaculado de Maria, de que foi doutor e pregador máximo um grande Santo espanhol, Antônio Maria Claret, que fundou no século passado a Congregação dos Missionários Filhos do Coração Imaculado de Maria.
Ora, os Santos que mais se assinalaram em ensinar a devoção ao Sagrado Coração de Jesus têm os seus escritos como que túmidos de esperanças na vitória da realeza de Jesus Cristo, em seguida aos dias tormentosos em que vivemos, e rezar por essa vitória tem sido um dos objetivos mais essenciais do Apostolado da Oração no mundo inteiro. De outro lado, os escritos de São Luiz Grignion de Montfort estão cheios de clarões proféticos ( empregamos esta palavra com as precauções da boa linguagem católica ) sobre a realeza de Maria Santíssima, como término da era de catástrofes inaugurada com a Pseudo-Reforma protestante. Realeza de Jesus Cristo e realeza de Maria Santíssima não são coisas diversas. A realeza de Maria não é senão um meio - ou antes o meio - para a efetivação da realeza de Jesus Cristo. O Coração de Jesus reina e triunfa no reinado e no triunfo do Coração de Maria. O reinado e o triunfo do Coração de Maria não consistem senão em fazer triunfar e reinar o Coração de Jesus. E assim estas duas grandes caudais de devoção nascidas pouco depois do protestantismo como que caminham para um mesmo termo, para a preparação de um mesmo fato: a realeza de Jesus e de Maria, numa era histórica nova.
Estas considerações não podem ser alheias ao que os Pastorinhos ouviram do Coração Imaculado de Maria, em Fátima. Nossa Senhora lhes pôs bem clara a alternativa entre uma era de fé e paz caso fossem atendidos os seus pedidos, e uma era de perseguições caso tal não se desse. Como condições para esta era de fé e de paz, Ela indicou principalmente a consagração do mundo ao seu Imaculado Coração, e a conversão dos costumes.
Vendo agora o Santo Padre Pio XII - que já consagrou a Rússia e o mundo ao Coração Imaculado - tornar obrigatória tal consagração anualmente na festa da realeza de Maria, quem pode fugir ao pensamento de que o Papa dá um importantíssimo início de realização ao que tantas almas piedosas vêm há tantos séculos esperando, e abre os portais da Era de Maria na História do mundo?
Na Encíclica "Ad Diem Illum", comemorativa do cinqüentenário da promulgação do dogma da Imaculada Conceição, lembrou S. Pio X os frutos admiráveis que esse fato produziu: principalmente os milagres de Lourdes e a definição da infalibilidade papal. No presente centenário, terão os frutos minguado? Quis a Providência Divina que eles brotassem das mãos sagradas de Pio XII. Foram o dogma da Assunção e a proclamação da realeza de Maria. O que de mais rico, de mais fecundo, de mais belo?

(Catolicismo Nº 48 - Dezembro de 1954)



terça-feira, 21 de agosto de 2018

COMENTÁRIOS A UMA ORAÇÃO COMPOSTA POR SÃO BERNARDO







 Por: Plínio Corrêa de Oliveira - 

Inigualável cantor das glórias de Maria Santíssima, São Bernardo compôs tocantes e piedosas orações dirigidas a Ela. Entre outras, uma que me apraz comentar, porque repassada de sentido e admirável sob todos os pontos de vista. Ei-la:
 "Ó doce Virgem Maria, minha augusta soberana, minha amável Senhora, minha Mãe amorosíssima! Ó doce Virgem, eu coloquei em Vós toda minha esperança e eu não serei confundido. Doce Virgem Maria, eu creio tão firmemente que do alto do Céu Vós velais dia e noite sobre mim e sobre aqueles que esperam em Vós;  estou tão intimamente convencido de que jamais pode faltar nada quando se espera tudo de Vós, que resolvi viver daqui para o futuro sem nenhuma apreensão, e me descarregar inteiramente sobre Vós em todas as minhas iniqüidades.
Doce Virgem Maria, Vós me estabelecestes na mais inabalável confiança. Mil vezes obrigado por uma graça tão preciosa!Ficarei daqui por diante em paz sob vosso Coração tão puro. Não pensarei mais senão em Vos amar, em Vos obedecer, enquanto Vós gerireis, Vós mesma, minha boa Mãe, os meus mais caros interesses.
Ó doce Virgem Maria, que entre os filhos dos homens, uns esperem sua felicidade de sua riqueza, outros a procurem em seus talentos; que outros se apóiem sobre a inocência de sua vida ou sobre o rigor de sua penitência, ou sobre o fervor de suas orações, ou sobre o grande número de suas boas obras. Por mim, ó Mãe, eu esperarei só em Vós, só em Vós depois de Deus. E todo o fundamento de minha esperança será minha confiança mesmo em vossa bondade materna.
Doce Virgem Maria, os maus poderão me roubar a reputação e o pouco de bem que possuo. As doenças poderão me tirar as forças e a faculdade exterior de Vos servir. Eu poderei mesmo, infelizmente, minha terna Mãe, perder vossas boas graças pelo pecado. Mas minha amorosa confiança em vossas maternais bondades, esta jamais eu perderei. Eu a conservarei, essa confiança inabalável até o meu último suspiro. Todos os esforços do inferno não ma roubarão. Eu morrerei repetindo mil vezes vosso nome bendito e fazendo repousar sobre vosso Imaculado Coração toda a minha esperança.
E porque estou eu tão firmemente seguro de esperar sempre em Vós, senão é porque Vós me ensinastes, Vós mesma, ó doce Virgem, que Vós sois toda misericórdia e que não sois senão misericórdia? Estou, portanto, seguro, ó boa e amorosa Mãe, eu estou seguro de que Vos invocarei sempre e estou seguro de que Vós me consolareis. Eu Vos agradecerei sempre porque Vós sempre me aliviareis. Eu Vos servirei sempre porque Vós sempre me ajudareis. Eu Vos amarei sempre porque Vós sempre me amareis. Eu obterei tudo de Vós porque vosso amor, sempre generoso, irá além de minha esperança.
Sim, é de Vós só, ó doce Virgem que, apesar de minhas faltas, eu espero o único bem que desejo, o meu Jesus, no tempo e na eternidade. É de Vós só, porque Vós é que meu Divino Salvador escolheu para me dispensar todos os favores, para me conduzir seguramente até Ele. Sim, é de Vós Mãe, que depois de ter aprendido a participar das humilhações e sofrimentos de vosso Divino Filho, me introduzireis na glória e nas delícias, para O louvar e bendizer, junto a Vós e conVosco, nos séculos dos séculos. Assim seja.
Eis a minha maior confiança e toda a razão da minha esperança. "Ecce mea maxima fiducia et tota ratio spei mei." [1]

Confiança sem limites em Nossa Senhora

A oração é verdadeiramente maravilhosa! Ela tem as características da oração de São Bernardo. Quer dizer, uma oração com um misto de humildade e de arrojo, de ternura e de fogo, de varonilidade, que é difícil a gente encontrar reunidas nas expressões de um só homem.
De um lado, a ternura para com Nossa Senhora chega ao último limite a que pode chegar. Sobretudo, chega ao último limite a persuasão da ternura d’Ela para conosco.
Mas, de outro lado, mesmo no modo de cantar a ternura d’Ela, nada há de efeminado, nada há de indigno de um varão. Pelo contrário, há uma espécie de audácia nessa ternura, de audácia encorajada por essa ternura, estimulada por essa ternura, que faz exatamente dessa oração uma obra prima, porque tem toda a suavidade própria à uma pomba, mas tem um vôo de águia.
Em sua prece, o Santo penetra diretamente no Coração Imaculado de Maria. E com uma liberdade, com um desembaraço – eu ousaria dizer, com uma familiaridade - cheios de veneração, mas de intimidade, que verdadeiramente nos espanta.
Ele fala da virtude da confiança e mostra no que esta consiste. Depois ele mostra as razões dessa virtude. Para São Bernardo, a confiança consiste fundamentalmente em saber que Nossa Senhora é toda ternura, e n’Ela não há severidade. E como essa é a disposição d’Ela em relação a todos os homens, torna-se lógico, forçoso, inevitável que cada homem conhecedor disso deposite em Maria uma confiança sem limites.
O autor da oração estabelece essa confiança em duas gamas: primeiro , quanto à vida terrena; em segundo lugar, quanto à vida eterna.
Confiança de que Nossa Senhora vai gerir os interesses d’Ele nessa vida. E é uma confiança que abrange portanto, de algum modo, também os interesses terrenos verdadeiramente ditos.
São Bernardo exprime sua certeza de que Nossa Senhora vai gerir os interesses dele nesta existência, e interesses terrenos propriamente ditos. É verdade que ele era religioso e que não tinha preocupações materiais, pois eram todas atendidas no mosteiro. Porém, ele compôs essa oração para ser rezada por qualquer fiel, e não apenas pelos monges. Então se entende que nós, nos nossos interesses terrenos, naquilo que eles têm de legítimos, de santificante, devemos confiar em Nossa Senhora.

O auge das provações, confiança ainda maior
 
Mais. Devemos pedir que Ela faça por nós aquilo que não somos capazes de fazer.
Sabemos todos que a Providência tem desígnios insondáveis e que pode, portanto, querer nos sujeitar, de um momento para o outro, a um sofrimento que não prevemos. Sabemos também que a Providência quer, genericamente, daqueles a quem Ela ama, que passem por muitas provações. Nós sabemos, portanto, que nessa vida temos de sofrer.
Sem embargo disso, por um movimento interno da graça, por um certo senso das proporções etc., nós vemos que, muito provavelmente a Providência não quer que se percam e sejam imolados. Estes interesses nós devemos entregar aos maternais cuidados de Nossa Senhora. Ela velará por eles, os apoiará, os protegerá, de tal maneira que não precisamos nos deixar tomar de ansiedades, nem de torcidas, nem de sofreguidões.
Mas no pior das nossas angústias e das nossas preocupações,  devemos nos lembrar daquilo que diz o Pe. Saint-Laurent no “Livro da Confiança”: quando a tormenta tenha chegado ao auge, é hora de preparar o incenso e todo o necessário para cantar o “Magnificat”, porque nesse momento Nossa Senhora intervirá e nos salvará. Quer dizer, essa é uma confiança inabalável. E Confiança que cresce de ponto quando não se trata de nossos interesses terrenos individuais, mas se trata das questões de apostolado. A Santíssima Virgem deseja que procuremos o maior bem para as almas, e multiplica seu infalível socorro para que nossa missão evangelizadora seja coroada de sucesso. E mesmo quando nossos problemas apostólicos pareçam por demais complicados e comprometidos, devemos ter inteira certeza de que Ela tudo resolverá.
Numa palavra, como Medianeira onipotente junto a Deus, Nossa Senhora nos alcança a solução para todas as nossas dificuldades, sejam grandes ou pequenas, corriqueiras ou imensas.

Se desconfiarmos de Nossa Senhora, tudo se perde
 
Essa verdade se aplica ainda mais à nossa vida espiritual. Nossa Senhora chama cada um de nós para a santidade. Se Ela assim nos atrai, não interromperá a obra que iniciou e nos conduzirá, se soubermos confiar, até o extremo da perfeição a que fomos convidados.
Alguém dirá: “Dr. Plinio, belas palavras... Na realidade, elas são vácuas e não correspondem a nada, porque se eu pecar eu estou criando obstáculos à ação de Nossa Senhora. E se procedo dessa maneira, não posso supor que Ela vá me santificar. Quer dizer, o senhor está afirmando algo muito bonito, mas vazio, sem consistência. É uma quimera”.
A resposta está na própria oração composta por São Bernardo. Ainda que tenhamos a dor enorme de ter ofendido a Nossa Senhora, ainda que tenhamos o pesar de A ter ofendido gravemente, é preciso continuar a confiar n’Ela. Porque se desconfiarmos de Maria, então, está tudo perdido. A porta do Céu é Ela! E se, pela nossa falta de confiança, fecharmos a porta do Céu, nós mesmos nos condenamos.
Pelo contrário, se continuarmos a confiar n’Ela contra toda confiança, Ela pelo menos receberá de nós essa forma de glória, que é a do pecador que continua a confiar n’Ela. É a homenagem da confiança daquele que A ofendeu e, nesse sentido, uma categoria de louvor que nenhum justo Lhe poderá dar.
Então, esperemos contra toda esperança, mesmo dentro das dificuldades e da buraqueira da nossa vida espiritual. É o que São Bernardo recomenda intensamente, fazendo-nos recordar aquela palavra de São Francisco Xavier, que o pior do pecado – ainda o mais horroroso – o pior do pecado não é tanto a falta em si, mas é o fato de o pecador, depois da queda, perder a confiança em Deus. Porque enquanto confia, o caminho permanece aberto. Tudo é possível.

Na hora da morte, a suprema proteção de Maria
 
Após falar dos interesses nesta vida, São Bernardo se refere aos da vida eterna. E manifesta este pensamento admirável: quando chegar a hora da morte dele, espera que a sua confiança seja tal que morra com o seu coração  recostado sobre o Imaculado Coração de Maria.
É expressão, naturalmente, simbólica, mas revestida de um imenso valor, porque revela uma esperança muito grande em que Nossa Senhora, na hora da morte, nos ajude de modo particularíssimo. Que Ela diminua os horrores desse transe, nos dê até uma passagem cheia dos sentimentos da presença d’Ela, se isso for para a sua maior glória e bem de nossa alma.  E se, pelos superiores desígnios de Deus, devemos falecer em meio a grande aridez, tenhamos completa confiança de que Nossa Senhora fará redundar essa derradeira provação em maior benefício para nós.  Ela se valerá desse sofrimento para abreviar nosso Purgatório, para salvar muitas outras almas, e para, afinal, nos levar ao mais alto do Céu, bem junto ao seu trono de Rainha e de Mãe indizivelmente amorosa.

(Revista “Dr. Plínio”, nº 41, agosto de 2001 - "Conferência" de 3 de janeiro de 1967)





[1]Acte d'aveugle abandon et d'amoureuse confiance en la douce Vierge Marie - cfr. "Livre d'Or - Manuel complet de la parfaite dévotion à la très sainte Vierge d'après S. Louis-Marie de Montfort", 6e. édition, Pères Montfortains, Louvain, 1960, pages 689-692):

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

SUÉCIA Á BEIRA DE UMA GUERRA CIVIL ISLÂMICA


a polícia pede ajuda, o sistema legal entra em colapso e muitos já reclamam uma intervenção militar.

GUERRA CIVIL DIRIGIDA POR MUÇULMANOS?
Vejam esse despacho da agência LifeSiteNews, de junho passado.

A Suécia está sendo dilacerada por dentro. A aplicação da lei está gritando por ajuda, e é apenas uma questão de tempo até que o país precise da intervenção militar de outros países para evitar uma catástrofe humanitária.
A AD informou recentemente que, de acordo com um relatório, o número de áreas sem lei (comumente chamadas de "zonas proibidas") na Suécia está agora em 61. Em outras palavras, de 55 eles tinham apenas um ano atrás. Esse aumento inclui não apenas o número total, mas também o tamanho geográfico dessas áreas.
O Comissário Nacional da Polícia da Suécia, Dan Eliasson, falou na televisão nacional e pediu ajuda: "! Ajude-nos, ajude-nos ", disse ele, observando que as forças policiais suecas não podem mais cumprir a lei e, portanto, devem pedir a todos os bons poderes do país para apoiá-los.
Um especialista em pesquisa sueco, Johan Patrik Engellau, vem trabalhando com organizações como a ONU e outras que atuam em áreas de crise. Ele adverte: "Temo que seja o fim para o bem organizado na Suécia digna e igualitária que conhecemos até agora. Pessoalmente, eu não ficaria surpreso se alguma forma de guerra civil ocorrer. Em alguns lugares, a guerra civil provavelmente já começou. "

O estado sueco perdeu grandes áreas nas mãos de grupos religiosos armados, que eles descrevem melhor como milícias islâmicas. O chefe da polícia, Lars Alversjø, diz que "não há legalidade em algumas partes de Estocolmo (capital da Suécia)". Ele também observou como "o sistema legal, que é um pilar de toda sociedade democrática, entra em colapso na Suécia".
Magnus Ranstorp, pesquisador do terrorismo e da radicalização no Colégio de Defesa Nacional da Suécia, diz: "Nas áreas mais extremas assumiram o controle". Todo o senso de justiça e paz é ameaçado pelos fatos que a polícia está analisando e que estão apenas piorando. A Suécia está em uma situação desastrosa ".
O Serviço de Segurança Sueco (Säkerhetspolisen - abreviado SAPO) alertou recentemente que o país é atormentado por "milhares de islamitas" que compartilham a ideologia do Estado Islâmico. Em muitos lugares, os funcionários públicos (isto é, autoridades não islâmicas) precisam ser expulsos pela polícia ou pela segurança privada.
A palavra que as autoridades suecas e os meios de comunicação usam para identificar as "áreas proibidas" do país é "utenforskap". A palavra significa algo como "zona excluída". Nestas áreas, a lei sueca foi substituída por uma mistura da lei da selva e do código legal islâmico, sharia. Bandas de muçulmanos armados e radicais islâmicos estão simplesmente forjando grandes peças da Suécia para si. A única razão pela qual este velho país pacífico e seguro não se tornou uma zona de guerra em larga escala, provavelmente tem a ver com o fato de que o governo feminista liberal da Suécia não está colocando nenhuma resistência real contra os islamitas.
Mesmo que o governo feminista sueco optasse por lutar amanhã, a Suécia não teria capacidade militar suficiente para reverter essa situação. Oitenta por cento dos policiais do país estão considerando a demissão de seus empregos, o que é um sinal claro de que a força policial está completamente desmoralizada. Os militares neste país tradicionalmente pacifista foram reduzidos a quase nada, e não há dinheiro para consertá-lo.
Como Johan Patrik Engellau explica: "O governo parece não entender que perdeu o controle. Há um ponto em que o desenvolvimento de uma situação não pode mais ser interrompido. Não sei se a Suécia chegou a este ponto por causa das consequências [da] imigração, mas receio que estejamos muito perto de sermos um país muçulmano. Se aqui agora tomarmos uma ação clara e firme, incluindo a interrupção da imigração e a promoção política do multiculturalismo, poderemos nos salvar de algumas dificuldades que poderiam prejudicar a Suécia. "
O fato é que a elite política sueca está longe de tomar medidas tão decisivas, uma vez que nem sequer começaram a falar abertamente sobre esses problemas.
Portanto, a Suécia precisará muito em breve de ajuda do exterior. O pedido de ajuda do chefe de polícia Dan Eliasson, inclui apenas parceiros potenciais dentro da Suécia, mas muito em breve a comunidade internacional terá que intervir em caso de uma catástrofe humanitária que deve ser evitada.

A IMAGEM QUE HAVIA ANTIGAMENTE DA SUÉCIA
A imagem consagrada da Suécia era de um modelo de harmonia,  justiça social e completa felicidade. Mas, num instante se descobre o quanto é falsa essa idéia. Para começar é o país menos religioso da Europa e com maior número de ateus.
·                     Apenas 23% da população crê em Deus.
·                     53% creem em algum tipo de espírito ou “força vital”.
·                     23% são ateus.

A FAMÍLIA SUECA É UM SIMULACRO
A taxa de casamentos lá é uma das mais baixas do mundo, e é onde há mais divórcios.  E, apesar dos incentivos do governo – um dos pais pode ficar em casa por até um ano, recebendo 80% do salário – a Suécia é um dos países com menor taxa de natalidade. Como no resto da Europa, são comuns os casais que não desejam ter filho algum. E o homossexualismo cresce como no resto do mundo. De outro lado, a população muçulmana aumenta consideravelmente, pois os índices de natalidade entre eles são altíssimos (geralmente mais de dez filhos por família). Há receios de que dentro de alguns anos os muçulmanos se tornem maioria no país.
O ABORTO, UMA OPERAÇÃO CORRIQUEIRA
E o hediondo crime do aborto, lá, é uma operação comum. Uma menor de idade que deseje abortar, por qualquer motivo que seja, pode fazer isso sem que seus pais autorizem ou fiquem sabendo, até a 18ª semana. Os menores também têm livre acesso a todo o tipo de acessórios para a prática de atos libidinosos, assim como para filmes eróticos.
LUTERANISMO
Seguindo a onda de revolta herética que varreu a Europa, em 1527 o rei e os príncipes da Suécia aderiram à reforma protestante. Foi o primeiro passo dado para o ceticismo, a dúvida, a falta de religião e o ateísmo hoje imperante. Onde há mais ateísmo, na Europa é nos países que aderiram ao protestantismo: são alarmantes os índices de ateus na Inglaterra, países nórdicos e na Alemanha. Hoje, aqueles países colhem os frutos daquela revolta. Poucos imaginavam que o “livre exame”, nascido da dúvida da autoridade da Igreja, levaria multidões á irreligiosidade e ao ateísmo.
DESESPERO, SOLIDÃO E SUICÍDIO
O país foi um dos primeiros (junto com a Holanda, também protestante) a liberar a venda e uso de todas as drogas, e o resultado foi desastroso: dispararam os índices de criminalidade e suicídio. Por isso, o governo reviu a legislação e hoje tanto a Suécia quanto a Holanda reprimem fortemente o tráfico e o uso de drogas. O governo chegou a descobrir que haviam médicos encarregados de subministrar drogas (a lei o permitia em locais apropriados) que faziam parte de quadrilhas internacionais do tráfico.
Mas as drogas não explicam, isoladamente, o problema do suicídio. Em um país onde pessoas são levadas a negar noções humanas elementares sobre o sexo, sobre Deus e a família, não surpreende que o número de pessoas psicologicamente atormentadas seja altíssimo. Em 2009, o suicídio era a causa mais comum de morte na Suécia, no grupo de pessoas entre 15 e 44 anos de idade. Hoje são alarmantes os índices em idades mais jovens, exatamente entre aqueles que sofrem fortes influências da vida moderna, que lhes promete completamente plena liberdade mas não lhes garante paz de espírito, e, portanto, a verdadeira felicidade.

NÃO HÁ MAIS HOMEM E MULHER, E SIM “GÊNEROS”
Lá, domina a ideologia de gênero, que nega que a pessoa nasça com determinada identidade sexual; segundo essa filosofia, não é a natureza, mas sim cada qual é que decide qual é o seu “gênero”. O Estado prega que as crianças devem ser tratadas como criaturas de “gênero neutro”, mas, na prática, muitos meninos são estimulados a se afeminarem, e as meninas são motivadas a menosprezar as tarefas ligadas à maternidade.
IGREJA LUTERANA “VIDA LOKA”
Os católicos liberais e o pessoal da Teologia da Libertação sonham (em vão) que a Igreja Católica se enquadrará um dia nos moldes da igreja luterana sueca: os líderes eclesiásticos são eleitos democraticamente pelos membros da igreja, mulheres recebem a ordenação sacerdotal e episcopal e o “casamento” gay é permitido. Hoje, há duas “bispas” luteranas que são lésbicas e aceitas com naturalidade pelos dirigentes da “Igreja”.

OS SUECOS TÊM CADA VEZ MAIS RELAÇÕES SEXUAIS COM ANIMAIS

Bestialidade é o ato de se envolver em relações sexuais com um animal.

Em 2005, o LifeSiteNews relatou em um artigo intitulado A bestialidade em ascensão na sexualmente libertina Suécia:

A Suécia, conhecida no mundo inteiro por seus costumes vanguardistas sexuais ultrapassou mais um obstáculo na sua descida moral com a notícia de que o abuso sexual de animais está a aumentar. Um estudo encomendado pelo  governo concluiu que mais de 300 animais, principalmente cavalos, foram abusados ​​sexualmente na Suécia desde 1970. 
UM POVO SEM DEUS E ATEU CAMINHA PARA O DESPENHADEIRO
Não poderia ser outro o fim de uma nação que recusou sistematicamente a Doutrina de Cristo, ensinada pela Igreja Católica, e hoje recusa o próprio Deus.

Veja nossa última postagem sobre a Suécia, com alguns dados reiterados acima para ilustrar a situação atual daquela país: