Na Revolução Francesa, a expropriação e o extermínio visava a classe dirigente e com isso se tentava eliminá-la. No caso da Sorbonne de 68, porém, não era mais necessário se proceder a expropriações ou extermínios de pessoas, pois o objetivo agora era transformar as mentalidades e não derrubar o regime político ou as classes dirigentes. Poucos entendiam isto, especialmente os elementos que serviam de "massa de manobra" dos mentores daquela revollta, formada por pessoas meio ignorantes nestas questões psico-sociais.
Não era o meio, mas houve todo tipo de violências. Os mentores da Revolução da Sorbonne fizeram de tudo para que não houvesse violências, saques, pilhagens, etc., pois eles queriam transparecer para a opinião pública que o importante era seus ideais. Centenas deles andavam de um lado para o outro tentando acalmar ou controlar a turba amotinada. Mas esta última era composta por todo tipo de gente, por todas as cores revolucionárias, desde trokstistas até maoístas, comunistas da política partidária, sindicalistas radicais e bagunceiros de plantão e oportunistas em geral.
No auge das manifestações, um documento foi assinado por vários "estudantes", pedindo a saída do exército americano da Ásia e o fim da guerra do Vietnã. Dentre os signatários de tal documento se sobressaía o futuro sanguinário ditador do Camboja, Pol Pot, que aproveitava para angariar adesões para sua causa anti-americana e anarquista. A partir daquele momento, o Kmer Vermelho adquiriu a filosofia da Revolução da Sorbonne: igualdade absoluta, nada de elites, nada de escritores, nada de superiores. Foi baseado nesta filosofia que ele promoveu em seu país o maior genocídio da história, eliminando sumariamente mais de 2 milhões de pessoas num período de 4 anos (de 1975 a 1979). Os professores, os médicos, os estudantes, enfim, todo aquele que representasse siuação de superior capacidade deveria deixar a cidade, principalmente a capital, e seguir à força para o campo trabalhar na enxada. Aqueles que recusavam eram eliminados. Foram sumariamente fuzilados os velhos, os doentes e as crianças que não tivesse quem cuidass delas.
O estímulo que a Revolução da Sorbonne causou em tais elementos mais radicais foi até lamentado hipocritamente por Conh Bendit, que declarou o seguinte na entrevista feita em março de 2008: "Há uma responsabilidade política e moral de minha geração sobre o terrorismo".
Nos distúrbios de maio de 68 a violência foi a tônica marcante. Segundo a revista "Paris Match", de maio de 78, os prejuízos foram assim contabilizados: 302 veículos destruídos, 10 mil metros quadrados de calçamentos arrancados, 63 semáforos danificados ou destruídos, cerca de 500 placas de sinalizanção arrancadas, 130 árvores derrubadas, 1912 policiais feridos e um morto.
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