domingo, 26 de agosto de 2012

Na China, bispo católico "desaparece" por não aderir à religião do Estado



Há mais de um ano, em 11 de junho de 2011, publicamos aqui a seguinte postagem "Vaticano lembra doutrina de excomunhão para ordenações de bispos sem permissão do Papa", onde eram expostas as normas canônicas severas sobre bispos que aceitem ordenações que não sejam as oficiais da Igreja. Ora, na China comunista o governo criou uma "religião" que se diz católica e quer obrigar bispos e padres a se inscreverem nela, sob pena de não poder exercer suas funções.

Agora, os católicos chineses subscrevem uma petição ao governo comunista para que devolva ao seu rebanho Dom Thaddeus Ma Daqin, bispo auxiliar de Xangai, sagrado recentemente conforme as normas do Vaticano.
A sagração do novo bispo auxiliar de Xangai, combinada entre o governo comunista chinês e a Santa Sé, teve um desfecho inesperado, segundo noticiou “La Vie”.
Na hora da sagração o novo bispo Dom Thaddeus Ma Daqin, recusou a imposição das mãos de Dom Zhan Silu, bispo “oficial” de Mindong não reconhecido por Roma e afiliado à ditadura anticristã. Também se recusou a receber a comunhão desse bispo ilegal.
Em sua homilia, Dom Thaddeus, que era membro do Comitê Nacional da Associação Patriótica, disse: “Eu acredito que não convém continuar servindo a Associação Patriótica”.
O povo aplaudiu vivamente a declaração e verteu torrentes de lágrimas diante de uma coragem que há muito os líderes da Igreja não exibem.
Dom Ma Daqin não podia ignorar o preço de sua atitude: ele “desapareceu” após a cerimônia.
O regime alega que “foi repousar porque sofria de esgotamento físico e moral” no seminário da cidade. Mas, o sofisma faz pensar em alguma forma de intimidação psicológica ou até prisão.
Em Hong Kong, as autoridades eclesiásticas julgam que ele está prisioneiro de fato.


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A FACE OCULTA DE LUTERO





O Cardeal Kurt Koch, suíço, é Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos; portanto, preside um órgão da Santa Sé destinado a tentar unir os cristãos de todas as religiões. A Igreja já fez de tudo para conseguir tal unidade, inclusive reconhecendo os “erros do passado”. Não adiantou tanta condescendência feita num passado recente, os “irmãos separados” continuaram mais distantes do que nunca e, renitentes, se recusam a reconhecer seus erros e abraçar a verdade.

Na expectativa dos 500 anos da revolta protestante a ocorrer em 2017, o cardeal foi indagado sobre que comemorações se espera por parte da Igreja Católica, já que ele dirige um Conselho destinado à promover a unidade das igrejas cristãs. Era de se esperar que a Autoridade pontifícia fizesse como já ocorreu no passado e prometesse alguma reunião ou algum evento para lembrar a data. Mas, de tanta levar bofetadas dos hereges, desta vez a reposta do Vaticano foi diferente. Segundo notícias divulgadas recentemente na Europa, o Cardeal simplesmente respondeu: “Não podemos comemorar um pecado”, e completou: “Os acontecimentos que dividem a Igreja não podem ser considerados como um dia de festa”.

Disse o cardeal que desejava assistir, em memória do acontecimento, a uma reunião das confissões reformadas seguindo o exemplo dado por João Paulo II, em 2000, isto é, pedindo desculpas e reconhecendo, cada religião, o seus próprios erros, e condenando, ao mesmo tempo, as divisões na Cristandade. Mas a resposta dos protestantes, especialmente do Conselho Evangélico da Alemanha, é que não querem diálogo nenhum. O que não é novidade: os hereges nunca quiseram tal diálogo. E querem permanecer firmes no erro ao declarar: “A Reforma Protestante não é nosso pecado, mas uma reforma da Igreja urgente e necessária do ponto de vista bíblico, na qual defendemos a liberdade evangélica; não temos que nos confessar culpáveis de nada”.

Quem foi Lutero?


Veja o vídeo e, logo a seguir, os artigos sobre tal personagem.









A propósito de Lutero, Dr. Plínio Corrêa de Oliveira publicou alguns artigos na “Folha de São Paulo”, onde ressalta os aspectos malignos daquele heresiarca e apóstata. O primeiro de tais artigos tem a data de 27 de dezembro de 1983 (artigo “Lutero: Não e Não”), do qual destacamos alguns tópicos.

A respeito dos dados que os historiadores e polemistas têm sobre Lutero, Dr. Plínio ressalta a obra do padre Leonel Franca, “A Igreja, a Reforma e a Civilização”, e do historiador francês Funck-Brentano, membro do Instituto de França, e “aliás insuspeito protestante”.



Lutero : Não e Não

Assim comenta Dr. Plínio sobre o que dizem tais autores de Lutero:

“Comecemos por citar textos colhidos na obra deste último: "Luther"( Grasset, Paris, 1934, 7ª ed. 352 pp.). E vamos diretamente a esta blasfêmia sem nome: "Cristo – diz Lutero – cometeu adultério pela primeira vez com a mulher da fonte, de que nos fala João. Não se murmurava em torno dele: "Que fez, então, com ela? Depois com Madalena, em seguida com a mulher adúltera, que ele absolveu tão levianamente. Assim Cristo, tão piedoso, também teve de fornicar, antes de morrer"("Propos de table", no. 1472, ed. de Weimar 2. 107 – cfr op. cit. p. 235).

Lido isto, não nos surpreende que Lutero pense – como assinala Funck-Brentano – que "certamente Deus é grande e poderoso, bom e misericordioso (...) mas é estúpido – "Deus est stultissimus"("Propos de table", no. 963, ed. de Weimar, I, 487). É um tirano. Moisés agia movido por sua vontade, como seu lugar-tenente, como carrasco que ninguém superou, nem mesmo igualou em assustar, aterrorizar e martirizar o pobre mundo"(op. cit. p. 230).

Tal está em estrita coerência com estoutra blasfêmia, que faz de Deus o verdadeiro responsável pela traição de Judas e pela revolta de Adão: "Lutero – comenta Funck-Brentano – chega a declarar que Judas, ao trair Cristo, agiu sob imperiosa decisão do Todo-poderoso. Sua vontade (a de Judas) era dirigida por Deus: Deus o movia com sua onipotência. O próprio Adão, no paraíso terrestre, foi constrangido a agir como agiu. Estava colocado por Deus numa situação tal que lhe era impossível não cair"(op. cit. p. 246).

Coerente ainda nesta abominável seqüência, um panfleto de Lutero intitulado "Contra o pontificado romano fundado pelo diabo", de março de 1545, chamava o Papa, não "Santíssimo", segundo o costume, mas "infernalíssimo", e acrescentava que o Papado mostrou-se sempre sedento de sangue (cfr. op. cit. 337-338).

Não espanta que, movido por tais idéias, Lutero escrevesse a Melanchton, a propósito das sangrentas perseguições de Henrique VIII contra os católicos da Inglaterra. "É lícito encolerizar-se quando se sabe que espécie de traidores, ladrões e assassinos são os papas, seus cardeais e legados. Prouvesse a Deus que vários reis da Inglaterra se empenhassem em acabar com eles"(op. cit. p. 254).

Por isso mesmo exclamou ele também: "Basta de palavras: o ferro! o fogo!" E acrescenta: "Punimos os ladrões à espada, por que não havemos de agarrar o papa, cardeais e toda a gangue da Sodoma romana e lavar as mãos no seu sangue?"(op. cit., p. 104).

Esse ódio de Lutero o acompanhou até o fim da vida. Afirma Fuck-Brentano: "Seu último sermão público em Wittenberg é de 17 de janeiro de 1546; o último grito de maldição contra o papa, o sacrifício da missa, o culto da Virgem"(op. cit., p. 340).

Não espanta que grandes perseguidores da Igreja tenham festejado a memória dele. Assim "Hitler mandou proclamar festa nacional na Alemanha a data comemorativa de 31 de outubro de 1517, quando o frade agostiniano revoltoso afixou nas portas da igreja do castelo de Wittenberg as famosas 95 proposições contra a supremacia e as doutrinas pontifícias" (op. cit., p. 272).

E, a despeito de todo o ateísmo oficial do regime comunista, o Dr. Erich Honnecker, presidente do Conselho de Estado e do Conselho de Defesa, o primeiro homem da República Democrática Alemã, aceitou a chefia do comitê que, em plena Alemanha vermelha, organizou as espalhafatosas comemorações de Lutero neste ano (cfr. "German Comments", de Osnabruck, Alemanha Ocidental, abril de 1983).

Que o frade apóstata tenha despertado tais sentimentos num líder nazista, como mais recentemente no líder comunista, nada de mais natural.

Nada mais desconcertante e até vertiginoso, do que o ocorrido quando da recentíssima comemoração do qüingentésimo aniversário do nascimento de Lutero num esquálido templo protestante de Roma, no dia 11 do corrente.

Deste ato festivo, de amor e admiração à memória do heresiarca, participou o prelado que o conclave de 1978 elegeu Papa. E ao qual caberia, portanto, a missão de defender, contra heresiarcas e hereges, os santos nomes de Deus e de Jesus Cristo, a Santa Missa, a Sagrada Eucaristia e o Papado!

"Vertiginoso, espantoso"- gemeu, a tal propósito, meu coração de católico. Que, sem embargo, com isto redobrou de fé e veneração pelo Papado.

No próximo artigo me resta citar "A Igreja, a Reforma e a Civilização", do grande pe. Leonel Franca".


Alguns dias depois, a 10 de janeiro de 1984, Dr. Plínio publicava o seguinte artigo, que reproduzimos integralmente:

Lutero pensa que é divino!

Não compreendo como homens da Igreja contemporâneos, inclusive dos mais cultos, doutos ou ilustres, mitifiquem a figura de Lutero, o heresiarca, no empenho de favorecer uma aproximação ecumênica, de imediato com o protestantismo, e indiretamente com todas as religiões, escolas filosóficas, etc. Não discernem eles o perigo que a todos nos espreita, no fim deste caminho, ou seja, a formação, em escala mundial, de um sinistro supermercado de religiões, filosofias e sistemas de todas as ordens, em que a verdade e o erro se apresentarão fracionados, misturados e postos em balbúrdia? Ausente do mundo só estaria – se até lá se pudesse chegar – a verdade total; isto é, a fé católica apostólica romana, sem nódoa nem jaça.

Sobre Lutero – a quem caberia, sob certo aspecto, o papel de ponto de partida nessa caminhada para a balbúrdia total – publico hoje mais alguns tópicos que bem mostram o odor que sua figura revoltada espargiria nesse supermercado, ou melhor, nesse necrotério de religiões, de filosofias, e do próprio pensamento humano.

Segundo em anterior artigo prometi, tiro-os da magnífica obra do padre Leonel Franca S. J., "A Igreja, a Reforma e a Civilização" (Editora Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 3ª ed., 1934, 558 pp.).

Elemento absolutamente característico do ensinamento de Lutero é a doutrina da justificação independente das obras. Em termos mais chãos, que os méritos superabundantes de Nosso Senhor Jesus Cristo só por si asseguram ao homem a salvação eterna. De sorte que se pode levar nesta terra uma vida de pecado, sem remorsos de consciência, nem temor da justiça de Deus.

A voz da consciência era, para ele, não a da graça, mas a do demônio!

1. Por isso escreveu a um amigo que o homem vexado pelo demônio, de quando em quando "deve beber com mais abundância, jogar, divertir-se e mesmo fazer algum pecado em ódio e acinte ao diabo, para lhe não darmos azo de perturbar a consciência com ninharias (...) Todo o decálogo se nos deve apagar dos olhos e da alma, a nós tão perseguidos e molestados pelo diabo"(M. Luther, "Briefe, Sends breiben und Bedenken", e. De Wette, Berlim, 1825-1828 – cfr. op. cit., pp. 199-200).

2. Neste sentido, escreveu ele também: "Deus só te obriga a crer e a confessar. Em todas as outras coisas te deixa livre e senhor de fazeres o que quiseres, sem perigo algum de consciência; antes é certo que, de si, Ele não se importa, ainda mesmo se deixasses tua mulher, fugisses do teu senhor e não fosses fiel a vínculo algum. E que se lhe dá (a Deus), se fazes ou deixas de fazer semelhantes coisas?"("Werke", ed. de Weimar, 12, pp. 131 ss. – cfr. op. cit., p. 446).

3. Talvez ainda mais taxativo é este incitamento ao pecado, em carta a Melanchton, de 1º de agosto de 1521: "Sê pecador, e peca a valer (esto peccator et pecca fortiter), mas com mais firmeza ainda crê e alegra-te em Cristo, vencedor do pecado, da morte e do mundo. Durante a vida presente devemos pecar. Basta que pela misericórdia de Deus conheçamos o Cordeiro que tira os pecados do mundo. Dele não nos há de separar o pecado, ainda que cometêssemos por dia mil homicídios e mil adultérios"(Briefe, Sendschreiben und Bedenken", ed. De Wette, 2, p. 37 – cfr. op. cit. p. 439).

4. Tão descabelada é esta doutrina, que o próprio Lutero a duras custas nela conseguia acreditar: "Nenhuma religião há, em toda a terra, que ensine esta doutrina da justificação; eu mesmo, ainda que a ensine publicamente, com grande dificuldade a creio em particular"( Werke", ed. de Weimar, 25, p. 330 – cfr. op. cit., p. 158).

5. Mas os efeitos devastadores da pregação assim confessadamente insincera de Lutero, ele mesmo os reconhecia: "O Evangelho hoje em dia encontra aderentes que se persuadem não ser ele senão uma doutrina que serve para encher o ventre e dar larga a todos os caprichos"("Wekw", ed. de Weimar, 33, p. 2 – cfr. po. cit., p. 212).

E Lutero acrescentava, acerca de seus sequazes evangélicos, que "são sete vezes piores que outrora. Depois da pregação da nossa doutrina, os homens entregaram-se ao roubo, à mentira, à impostura, à crápula, à embriaguez e a toda espécie de vícios. Expulsamos um demônio (o papado) e vieram sete piores"("Werke", ed. de Weimar, 28, p. 763 – cfr. op. cit., p. 440).

"Depois que compreendemos não serem as boas obras necessárias para a justificação, ficamos muito mais remissos e frios na prática do bem (...) E se hoje se pudesse voltar ao antigo estado de coisas, se de novo revivesse a doutrina que afirma a necessidade do bem fazer para ser santo, outra seria a nossa alacridade e prontidão no exercício do bem"("Werke", ed. de Weimar, 27, p. 443 – cfr. op. cit., p. 441).

6. Todas essas insânias explicam que Lutero chegasse ao frenesi do orgulho satânico, dizendo de si mesmo: "Este Lutero não vos parece um homem extravagante? Quanto a mim, penso que ele é Deus. Senão, como teriam os seus escritos e o seu nome a potência de transformar mendigos em senhores, asnos em doutores, falsários em santos, lodo em pérolas!" (Ed. Wittemberg, 1551, t. 4, p. 378 – cfr. op. cit., p. 190).

7. Em outros momentos, a opinião que Lutero tinha de si mesmo era muito mais objetiva: "Sou um homem exposto e implicado na sociedade, na crápula, nos movimentos carnais, na negligência e em outras moléstias, a que se vêm ajuntar as do meu próprio ofício"("Briefe, Sendschreiben und Bedenken", ed. De Wette, 1, p. 232 – cfr. op. cit., p. 198). Excomungado em Worms em 1521, Lutero entregou-se ao ócio e à moleza. E a 13 de julho escreveu a outro prócer protestante, Melanchton: "Eu aqui me acho, insensato e endurecido, estabelecido no ócio, oh dor!, rezando pouco, e deixando de gemer pela Igreja de Deus, porque nas minhas carnes indômitas ardo em grandes labaredas. Em suma, eu que devo ter o fervor do espírito, tenho o fervor da carne, da libidinagem, da preguiça, do ócio e da sonolência"(Briefe, Sendscheiben und Bedenken", ed. De Wette, 2, p. 22 – cfr. op. cit. p. 198).

Num sermão pregado em 1532: "quanto a mim confesso – e muitos outros poderiam sem dúvida fazer igual confissão – que sou desleixado assim na disciplina como no zelo, sou muito mais negligente agora que sob o papado; ninguém tem agora pelo Evangelho o ardor que se via outrora" ("Saemtliche Werke", ed. de Plochman-Irmischer, 28 (2), p. 353 – cfr. op. cit. p. 441).

* * *

O que de comum se pode encontrar, pois, entre esta moral, e a da Santa Igreja Católica Apostólica Romana?

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Procissão de Nossa Senhora da Assunção em Fortaleza atrai 1,7 milhão

Realizou-se no último dia 15 de agosto a procissão denominada “Caminhada com Maria” na capital cearense. Segue abaixo um resumo da noticia veiculada pelo jornal “O Povo”:

A procissão seguiu do Santuário de Nossa Senhora da Assunção, no bairro Vila Velha, até a catedral, no Centro, onde aconteceu a coroação da imagem. Foram quase quatro horas e 12 quilômetros de caminhada. A avenida Presidente Castelo Branco se vestiu de azul, branco, amor e devoção para acompanhar a passagem da imagem de Nossa Senhora. Pelas ruas, crianças e idosos, principalmente, pareciam nem se importar com distância do trajeto de fé. Nas sacadas das casas, a reafirmação da fé católica vinha em forma de altares montados especialmente para aquele momento. E eram dezenas e dezenas deles em todo o percurso da caminhada. As casas exibiam imagens emolduradas por decorações, das mais simples às mais sofisticadas, com a particularidade de que cada história possui de se fazer símbolo de fé.

Abaixo, um vídeo da Arquidiocese de Fortaleza sobre a Caminhada




Embora note-se um espírito profundamente piedoso da população, é triste lamentar que o mesmo não ocorre com as entidades católicas que comandam o evento. Vê-se muita gente fazendo da procissão uma simples festa profana, com espírito de diversão e de pouca seriedade.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Décima Caminhada com Maria em Fortaleza



A Arquidiocese de Fortaleza (CE) informa:
No dia 15 de agosto, quarta-feira, na Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, acontecerá a Décima Caminhada com Maria. A caminhada iniciará ao meio dia com a Santa Missa no Santuário Nossa Senhora da Assunção, no bairro Vila Velha.

Terminada a celebração os paroquianos iniciarão a caminhada rumo a Avenida Leste-Oeste onde se encontrarão com a multidão de fiéis na ponte da Barra do Rio Ceará. De lá até a Catedral Metropolitana os devotos de Nossa Senhora seguirão rezando os mistérios do terço.

Na Catedral acontecerá a coroação de Nossa Senhora da Assunção. O tema da Décima Caminhada com Maria é: “Com Maria no caminho da fé”.

O evento que este ano comemora sua 10ª edição conta com uma grande estrutura logística, tendo a frente mais de 2000 voluntários’, especialmente jovens, distribuídos nos oito pontos de apoio, palco, liturgia, transmissão, cordão de isolamento, segurança, socorristas, coroação etc…

Durante o percurso, haverá um momento especial com show pirotécnico em frente da Capela de Santa Edwigens para comemorar os dez anos do evento. A Queima de fogos terá duração de aproximadamente 10 minutos.

Dom José Antonio Aparecido Tosi Marques, arcebispo de Fortaleza, convida o povo de Deus para o evento e, solicita aos participantes que todos tragam o seu radinho de pilha ou celular para acompanhar as orações durante o trajeto da Caminhada que serão transmitida pelas rádios Dom Bosco e Shalom.

Vídeos da caminhada feita em 15 de agosto de 2011



Música caminhada 2012

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Bom Jesus atrai 300 mil romeiros no sertão da Bahia


Bom Jesus da Lapa. Este nome evoca um dos santuários mais concorridos do mundo, situado em pleno sertão baiano. Segundo informa a própria imprensa, é o terceiro do Brasil em afluência de público (só perde para o Círio de Nazaré, em Belém, e Aparecida, em São Paulo). Em 1937 o Capelão daquele santuário, Pe. Turíbio Villanova Segura, espanhol, publicou interessante relato histórico sobre a gruta e o sacerdote que fundou aquela romaria, Pe. Francisco Mendonça Mar, ou Francisco da Soledade.
Assim descreve o padre Segura a localização do povoado e da gruta:
“A povoação está situada na margem direita do Rio São Francisco, a leste da capital do Estado da Bahia, a três léguas acima da foz do Rio Correntes. Dista pelo este 74 km da Vila do Riacho de Santa Ana, 82 da cidade de Rio Branco, pelo norte; 136, pelo sul, de Carinhanha; e 114, pelo oeste, de Santa Maria da Vitória. 1324 km separam-na da capital da Bahia, por Joazeiro, donde dista 749 km. Para chegar a Pirapora, estação terminal da Estrada de Ferro Central do Brasil, e base da Navegação Mineira do São Francisco, é preciso percorrer 622 km em vapor, o que demora de cinco a sete dias, subindo, e três a cinco, descendo. Quando chegará o dia em que estas distâncias possam vencer-se com facilidade, em breve espaço de tempo, em possantes máquinas aéreas? Para estas regiões do sertão, em que a densidade da população é tão baixa e as distâncias enormes, é indicadíssimo o avião, como meio rápido de locomoção”. Hoje, como desejava o padre Segura, as facilidades de transportes já permitem que multidões cada vez maiores freqüentem aquele Santuário. Segundo aquele pesquisador a região da Lapa anteriormente era habitada por uma tribo chamada “acoroaces” (ou coroados) da família dos Gês (ou tapuias). Levanta a hipótese daquela gruta haver sido habitada em tempos pré-históricos, mas de uma forma temporária, pois as cheias periódicas do Rio São Francisco ultrapassavam a altura da mesma levando para seu interior camadas de barro e lama. Informa que a tradição diz que o primeiro a avistar aquela gruta foi Duarte Coelho, o donatário da Capitania de Pernambuco, em viagens de exploração pelo rio, entre os anos de 1543 e 1550. Outros personagens importantes de nossa História a visitaram posteriormente, como Belchior Dias Moreira, “o Muribeca” (que deixou registrado sua passagem com inscrição feita na pedra).
No final do século XVII surgiu então o ermitão Francisco Mendonça Mar. Tinha vindo de Portugal para o Brasil juntamente com um amigo4 e, em meio à viagem, quando corriam risco de vida por causa de uma tempestade, fizeram ambos uma promessa: se chegassem vivos à Salvador se dedicariam á vida religiosa, um entraria na Ordem Franciscana e o outro iria para o interior pregar missões e levar vida eremítica. Escaparam e, no sorteio, coube a Mendonça Mar ir para o sertão e seu amigo foi ser monge franciscano num convento próximo a Salvador, exatamente o mesmo onde professou por algum tempo o famoso pernambucano Frei Jaboatão. Em sua obra “O Novo Ordo Seráfico”, frei Jaboatão faz referências aos dois religiosos.

Antes de chegar à gruta atual, Francisco Mendonça Mar peregrinou por várias outras localidades que margeavam o rio São Francisco: levava consigo uma riquíssima imagem do Bom Jesus, um primoroso crucifixo que trouxera de Portugal, e de Nossa Senhora da Soledade. Junto à gruta o monge eremita construiu um asilo-hospital destinado aos doentes pobres que procuravam auxílio. Segundo o padre Segura, no ano de 1750 (27 anos após a morte do “monge da gruta”) o arraial já possuía uns cinqüentas casebres, de barro com teto de palha. Um século depois já se contavam 128 casas na localidade. No início do século XVIII, pelo ano de 1702, havia chegado à Bahia o bispo Dom Sebastião Monteiro da Vide, o qual realizou importante trabalho cultural e religioso no Brasil. Sabedor da fama do monge, chama-o à Capital e o estimula e receber as ordens sacerdotais, necessárias a fazer na região um trabalho religioso mais completo. Não só conseguiu ordená-lo sacerdote, mas encomendou a um historiador espanhol que colhesse dados sobre a vida dele e de seu amigo com vistas à documentação. Assim, no ano de 1722 era publicado tal relato histórico no livro “Santuário Mariano e história das imagens milagrosas de Nossa Senhora”, escrito por Frei Agostinho de Santa Maria. A única menção sobre a morte do padre Mendonça Mar, no livro do padre Segura, é esta: “em 1723 morreu santamente”. É claro que o autor faz conjecturas sobre a possível doença que o levou a morte, talvez a febre do impaludismo, muito comum na região, mas nada documentado. E a gruta transformada em Santuário? Ao longo dos anos foi aumentando a concorrência de romeiros e peregrinos, até que no início do século XX ocorreu um fato insólito: o incêndio da gruta, ocorrido em maio de 1903. Há suspeitas de que o mesmo tenha sido proposital, pois coincidiu com a chegada de alguns protestantes à localidade exatamente no dia anterior. De qualquer modo, foi providencial: o incêndio fez desabar o teto de pedras que havia por dentro da montanha, revelando outra gruta bem maior do que a primitiva. A imagem original de Nossa Senhora da Soledade foi destruída pelas chamas, mas ficou intacta (com algumas chamuscaduras) a do Bom Jesus, que é venerada até hoje. Hoje, quem visitar o Santuário de Bom Jesus da Lapa pode verificar que a entrada é feita por intermédio de uma pequena gruta (a antiga, descoberta pelo Francisco da Soledade) e ao penetrar no interior da montanha vai ver a outra imensa gruta (descoberta com o incêndio).

Abaixo, vídeo mostrando aspecto da procissão ocorrida em agosto do ano passado.





HINO DE BOM JESUS DA LAPA