quinta-feira, 26 de março de 2020

EM BOA HORA EMPUNHOU A ESPADA







El Cid, o Campeador espanhol
Venturoso herói de tanta nomeada
Em sua época foi grande farol
Porque em boa hora empunhou a espada

Plínio, o Campeador brasileiro
Vencedor de toda luta encetada
Em nosso século o maior luzeiro
Porque em boa hora empunhou a espada

O gládio da palavra, do exemplo;
Que faz da Revolução, derrotada:
E nesta luta grandiosa contemplo
O que em boa hora empunhou a espada

A terra parecia um cemitério
Uma urbe já toda devastada:
Para acabar do demônio tal império
Plínio em boa hora empunhou a espada

A Igreja de Jesus, Nosso Senhor,
Que de Seu santo sangue foi brotada,
É defendida hoje com ardor
Por quem em boa hora empunhou a espada

E também nossa Civilização,
Que de Católica já foi chamada,
Tem garantida toda proteção
Por quem em boa hora empunhou a espada

Plínio, vencedor da Revolução;
Alma grandiosa e predestinada
- O Reino de Maria é sua intenção,
O que em boa hora empunhou a espada


(Pequena poesia em homenagem a Plinio Corrêa de Oliveira - Autor: Juraci Josino Cavalcante)

quarta-feira, 25 de março de 2020

A CASA DA BENQUERENÇA








Aqui chegamos cheios de nossas preocupações
Com nossas almas ainda carregadas de problemas:
Um oásis, alívio para nossas graves ocupações
E bom convívio que nos prende sem algemas

Um refrigério de descanso neste mundo tempestuoso
Que nos conforta, fortalece e nos dá alegria
Pois o encontro de nossas almas neste ambiente amistoso
De todos os grandes e graves problemas nos alivia

Não são as paredes, o teto, as portas, ou o portão de entrada
Que nos encantam e nos faz aqui sentir tanta amabilidade
Nem tampouco a mobília, toda a casa bem decorada
Que faz nossas almas sentir-se inundadas de felicidade

Que seria então? O que nos atrai para este convívio?
Trata-se das pessoas com quem nos encontramos
Com tais presenças sentimos nesta casa grande alívio
E de alma para alma, aqui prazerosamente nos deleitamos.

Esta casa é uma escola que tem o bem-querer a praticar
Onde todos se encontram cheios de Cristo, Nosso Senhor
Pois Ele aqui vive não somente no alto do Altar
Mas também no coração de cada frequentador

Bem querer é virtude com que possamos o próximo amar
Por amor a Deus e de todo o nosso coração
É desejar todo o Bem que possamos imaginar
Às pessoas com quem convivemos, especialmente o cristão

E para termos tanta benquerença e alegria
Em nosso pobre, inconstante e fraco coração
Devemos por intermédio do Coração de Maria,
Fazermos a Jesus nossa sincera consagração

Gostaria de neste momento alterar o nosso vernáculo
Por causa desta maravilhosa e sacral presença
E mudar o nome que foi dado ao Thabor 
Por um arranjado sinônimo: Casa da Benquerença!

 (Homenagem aos Arautos do Evangelho em forma de poesia - Autor ; Juraci Josino Cavalcante)

terça-feira, 24 de março de 2020

O PÂNICO DA PANDEMIA E O GRANDE MEDO DA REVOLUÇÃO FRANCESA






O clima de pânico mundial criado pela ação da mídia por causa da pandemia do coronavirus teve um antecedente a nível regional na França do século XVIII. Este pânico coletivo foi chamado de “la grande peur” ou grande medo. Vejamos como tudo ocorreu naquele tempo.

O grande medo  
   Após a tomada da Bastilha a França foi invadida por uma misteriosa onda de medo, causada por supostas ou verdadeiras investidas de revolucionários contra as populações, com ameaças de saques e mortes.  Bruscamente, mais ou menos a partir de 20 de julho de 1789, uma notícia corre em vários lugares, na Normandia, em Dauphiné, na Alsácia, em Auverne, em toda parte. Quatro mil brigadas armadas, diziam, chegam, pilham tudo, incendeiam as casas, queimam as lavouras, executam inocentes. Os sinos tocam a rebate em várias localidades. Em algumas havia um ataque verdadeiro, mas na maioria tudo não passava de alarme falso com o objetivo único de propagar o medo, o pânico.  Dos lugares em que os ataques eram verdadeiros partem velozes correios para avisar as populações vizinhas. Estas tocam os sinos, armam os cidadãos e se preparam para rechaçar o ataque. Na grande maioria nada acontece, mas o medo fica.
Passado o medo, os cidadãos continuam armados. Logo chegam até eles os agitadores tentando açulá-los contra a aristocracia. De tal modo o medo havia tomado conta da população que conta-se de uma mulher em Mont d’Or que se refugiou numa perigosa rocha escarpada, tendo se utilizado de cordas para chegar até seu esconderijo, lugar de difícil acesso até para um forte homem. Em alguns lugares a violência explode incontida. Nos arredores de Mamers, Madame de Bonneval e Madame de Malets são surradas por seus aldeões, que lhes quebram os dentes. Em seguida trucidam M. Beauvois, matam o lugar-tenente do marechal e queimam vivo o velho conde de Falconière. Mais outras três pessoas são assassinadas. Estas notícias se espalham como rastilho de pólvora e o pânico aumenta. Todos têm medo.
Diversos historiadores comprovam que este medo foi provocado artificialmente pela ação de mais de 1.500 sociedades secretas (as famosas “Sociétés du Pensées”) que existiam na França, de onde saíam os mensageiros para espalhar as notícias, falsas ou verdadeiras. Que objetivos tinham em mente? Propagar simplesmente o medo entre a população? Imediatamente, sim, mas remotamente se pretendia fazer com que este medo amortecesse nas pessoas o desejo de esboçar qualquer reação contra as forças revolucionárias. O medo era um fator capitulacionista para o futuro. Nos lugares em que as hordas revolucionárias chegassem de verdade as pessoas de bem estariam dispostas muito mais a ceder do que lutar. O medo lhes havia tirado completamente a vontade de resistir.

O terror
Após o “grande peur”  veio o terror. Mas alguns resolveram resistir e lutar. Quando isto ocorreu, como os contra-revolucionários da Vendéia, a Revolução passou a usar o terror contra eles. O martírio de Maria Antonieta foi sucedido por levas de guilhotinamentos em Paris, implantando na França um período de terror jamais visto até então.  Depois da rainha foram executados os revolucionários moderados, os girondinos. Em Paris, as execuções foram aumentando gradativamente: em outubro de 1793 foram guilhotinadas 51 pessoas, em dezembro 68, em janeiro do ano seguinte 71, no outro mês 73 e em março 127. Em maio foram executadas um total de 358 pessoas no mês, isto somente em Paris. Até a fase final do terror foram eliminadas na capital da França mais de 1.500 pessoas, incluindo os 108 que acompanharam Robespierre no final de julho do mesmo ano.
O terror continuou furioso o seu curso, disposto a matar todas as reações que pudessem se esboçar contra os revolucionários. A sanha terrorista não se restringiu a Paris, mas à toda França. Nem todos os que morriam eram pessoas de posição social ou política. De 12 mil pessoas que foram condenadas à morte em toda a França, 7.500 eram lavradores, moços de charruas, operários e pequenos negociantes. Um historiador assim classifica esta fase do terror revolucionário: “Os historiadores que pretendem por todas as formas apresentar-nos as hecatombes montanhesas como lamentáveis excessos de uma réplica legítima, ficam bastante embaraçados a partir de 1794. Por isso, no desejo cego de ilibarem o sistema, vêem-se na necessidade de atirarem sobre um homem – Robespierre – a responsabilidade de todos os crimes que não conseguem explicar de outra maneira. A ambição de Robespierre, a hipocrisia de Robespierre, a crueldade de Robespierre são expressões que aparecem em todas as páginas. Desculpa pueril! O Terror é a própria essência da Revolução, porque a Revolução não é uma simples mudança de regime, mas uma revolução social, um empreendimento de expropriação e de extermínio...”[1] 
Durante a Revolução Bolchevista, na Rússia em 1917, e todos os golpes de estado comunistas havidos no século XX, nada mais fizeram tais revolucionários senão repetir o método aplicado na Revolução Francesa de 1789.  Um era cópia do outro, e todos copiavam os franceses. O terror tomou conta de todas as Rússias, da China, dos países do Leste europeu, de Cuba, enfim, onde o comunismo se instalou, seja através de levas e mais levas de fuzilamentos sumários, sem julgamentos e sem defesa para as vítimas, ou mesmo através de agressões violentas feitas por grupos armados contra cidadãos indefesos.  Aqueles que não aceitavam o regime e resolviam lutar eram calados pelo terror...



[1] Pierre Gaxote, “A Revolução Francesa”, pág. 258.


NATUREZA, BRAÇO E MÃO DE DEUS






Quando a natureza mata

Como terrível braço de Deus
Tanta fúria ela desata
Que fere todos os filhos seus.

Mas em tempos de bonança
Fértil, rica e opulenta
Ela só nos traz esperança
E a nós todos apascenta.

Se, quando nos castiga,
O braço de Deus representa
Quando nos enche de riquezas
É Sua mão que nos alimenta

Quando na rotina da vida
A natureza trabalha mansa
Nos enche sem medidas
De nos amparar não descansa.

Sua fertilidade exuberante
Nos diz do que Deus é capaz
Pois nos enriquece num instante
Traz-nos ordem, traz a paz.

Mas quando sua fúria crepita
E desaba sobre nós de repente
Todos os elementos ela agita:
- E se faz braço de Deus novamente!



(Juraci Josino Cavalcante)

O QUE FAZEM AS MÃOS?





Mãos

Foi com a mão que Deus
Traçando uma cruz no nada
Fendeu-o e, dele tirando o mundo,
Deixou toda Natureza criada

Por isso estamos sempre nesta vida
Nas mãos de Deus Nosso Senhor
Pois foi de Suas mãos sagradas
Que nasceu também o Redentor

Mãos que nos homens copia
Tantas belezas que serão eternas
Mãos que, postas em Maria,
Nos trazem mil súplicas ternas

Mãos, que nossos primeiros pais
Usaram pra comer o fruto proibido
E depois, com elas levantadas
Rogaram a Deus arrependidos

Pela primeira vez em Caim
As mãos assassinas se fizeram
Sendo também primeiras em Abel
Que louvores a Deus deram

Com elas Deus perdoa nossos pecados
Traçando uma cruz no Confessionário
O padre, representante de Deus
Livra-nos da culpa como Seu emissário

São as mãos que alimentam
Mas são elas que também matam
Que curam, que sustentam
Mas que ofendem, que desacatam

Foi com suas mãos que Moisés
Recebeu de Deus os Mandamentos
Mas também com elas os quebrou
Por causa dos maus elementos


Tem mãos que logo chegam
Aos lábios para serem osculadas
Mas há outras que logo partem
Para desferir rudes bofetadas

Outras que juntas logo se erguem
Para implorar preces a Deus
Mas logo d'Ele se esquecem
E ferem os mandamentos seus

As mesmas que erguem o recém-nascido
Que o amparam com bondade desvelada
Serão aquelas que no fim da vida
Levarão seu corpo pra última morada

Duas mãos sagradas superaram
Todas as outras em bondade
Foram as de Cristo Nosso Senhor
Pregadas na Cruz pela humanidade

Que fizeram elas por nós?
Curaram cegos, aleijados
Multiplicaram pães e peixes
Pra sustentar os necessitados

Que crimes fizeram? Que desonra
Pra merecer tamanho tormento:
Serem pregadas num rude madeiro
Com angustiante sofrimento?



(Juraci Josino Cavalcante)

sábado, 21 de março de 2020

PREVISÕES MODERNAS MERECEM CREDIBILIDADE COMO PROFÉTICAS?



Está sendo veiculado pela internet que o escritor americano Dean Koontz, romancista de suspense e terror,  escreveu em 1981 o livro “The eyes of darknes (“Os olhos da escuridão”), onde o mesmo cita uma arma biológica que se chama “Wuhan-400”, um micro-organismo desenvolvido num laboratório próximo da cidade de Wuhan, exatamente a mesma onde se originou a pandemia do coronavirus denominada COVID 19. Estão vendo isso como uma previsão dos acontecimentos atuais, visto há 29 anos!
Tornou-se comum no decorrer do século passado e no início deste se ouvir o pronunciamento de algum "especialista" sobre temas da atualidade. Em geral a mídia não dá a tais elementos o título de "profeta", talvez por achá-lo anacrônico. O termo mais comum é o de "guru", filósofo, pensador, analista, cientista, ou simplesmente “especialista” ,etc.
Um exemplo temos no italiano "Toni" (ou Antonio) Negri, tido como filósofo e "o mais debatido pensador da esquerda européia". Trata-se de um criminoso, preso desde 1997, acusado de ter sido o mentor do grupo terrorista "Brigadas Vermelhas" que assassinou o primeiro-ministro Aldo Moro em 1978. Pois bem, tal "pensador"  publicou um livro em 2000, com o título de "Império", no qual o autor diz estabelecer nova terminologia para aquela palavra, pela qual não mais são denominadas as nações que estabelecem o império, mas uma "nova ordem" (diríamos um caos) em que são eliminados os conceitos de nação, fronteira, raça, etnia, povo, etc.
Tal livro foi descrito pelo jornal "New York Times" como a "primeira grande síntese teórica do novo milênio", pois trata da estrutura política que sustenta o chamado mundo globalizado numa organização inteiramente indiferente a nações, fronteiras, povos, raças, etc. Nesta perspectiva, os Estados-nações não têm mais controle sobre movimentos de capital ou lutas sociais. Nesta nova configuração o "império" não tem mais limites e nem se circunscreve a um povo ou país.
No texto o autor insinua que o mundo capitalista ruiria após o comunista, os EUA atacariam os países árabes, que lhe suscitaria maior ódio em todo o mundo e terminaria por causar-lhe uma bancarrota financeira e política. Segundo o autor, os americanos não têm recursos suficientes para manter a guerra contra o Iraque, e isto está sendo feito pelas organizações deste imaginado "império" extra-nacionalista e globalizado...  (v. "Folha de São Paulo", 30.3.2003 - fl. A 26)
Como se sabe, a URSS sucumbiu e caiu o muro de Berlim, símbolo da divisão dos dois mundos, capitalista e comunista. Faltou cair o mundo capitalista, representado pelos EUA, e para tanto teria de haver uma catastrófica recessão.
Vários “profetas” passaram então a prever o que viria depois, que tipos de sociedades os homens construiriam após o fim da "guerra fria” e do suposto fim do comunismo. O americano James Dale Davidson e o inglês William Reesmogg, ambos financistas, publicam o livro “The great reckoning”  (O grande ajuste de contas), onde afirmam que o mundo estaria a caminho de uma grande recessão, uma catástrofe social como poucas já registradas na história. Grandes companhias, bancos e instituições poderosas, vão falir uma após outra. O desemprego será maior do que em qualquer outra época, e os mais privilegiados terão de abandonar as grandes metrópoles em busca de segurança. O uso de certas drogas será legalizado para conter a explosão social, e o islamismo substituirá o marxismo como desafio ideológico. “O Grande ajuste de contas”  prevê, ao final de tudo, um mundo melhor do que o atual para os sobreviventes da catástrofe.
Outro “profeta”  é o francês Pierre Lellouche, conselheiro do ex-prefeito de Paris, Jacques Chirac, especialista em questões estratégicas. Segundo ele, com o fim da “guerra fria”, não prevalecerá uma nova ordem Norte-Sul, mas uma desordem mundial que poderá durar até três décadas. Revoluções nas antigas repúblicas soviéticas, ameaça nuclear de países islâmicos contra a Europa, etc. Enquanto isto, prolifera nos Estados Unidos a construção de residências subterrâneas, dando a impressão a muitos de que o futuro será a volta para as cavernas e ao nomadismo. Tudo isto indica que estaríamos caminhando para o caos.
O jornal “L’Express”, de 13.11.91, publica entrevista de Jacques Séguela, presidente de instituto de pesquisa dos costumes, no qual o mesmo prevê brevemente o fim da chamada “sociedade de consumo”, fruto da ecologia e da preocupação de preservação do meio ambiente.
O grego Cornelius Castoriadis, filósofo radicado na França desde 1945, também faz suas previsões. Seu pensamento está contido nos livros “Socialismo ou Barbárie”, “Os Destinos do Totalitarismo”, “A Instituição Imaginária da Sociedade” e “As Encruzilhadas do Labirinto”, mas pode-se resumir no seguinte: com o agravamento do caos na URSS e no Ocidente, surgirá então um mundo autogovernado de coletividades autônomas. O filósofo disse que há uma minoria que já trabalha neste sentido, e que a palavra-chave é despertar o público da apatia e esperar que cresça a saturação pela sociedade de consumo. Está proclamado que o futuro da humanidade é a autogestão, e isto caminha para as conclusões filosóficas do indigenismo, do autoctonismo, conforme apregoam os estruturalistas.
Depois da segunda guerra contra o Iraque, a mídia deu ênfase ao escritor francês Emmanuel Todd. Ocorre que referido historiador e demógrafo havia publicado um livro na década de 70, "La Chute Finale" (A Queda Final), onde o mesmo previra a previsível ruína do império soviético. Decorridos mais de 30 anos, o Autor publica outra obra: "Após o Império: Ensaio sobre a Decomposição do Sistema Americano", que conquistou a lista dos mais vendidos em vários países europeus, editado em 2002. Seguindo a corrente de "profetas" modernos, ele também prevê a ruína do império econômico dos Estados Unidos.
Emmanuel Todd especializou-se em previsões. Nos anos 90 havia publicado outro livro profético, intitulado "A Ilusão Econômica", onde critica a globalização da economia e a União Européia, prevendo o fracasso desta última. Isto vem lhe aumentando o prestígio como analista seguro de eventos futuros no mundo. (v. "Folha de São Paulo", 13.07.2003).
Assim como existem os que prevêem o futuro da sociedade humana em sua forma política e social, há também aqueles que falam sobre mudanças na própria estrutura genética, como o cientista britânico Martin Rees. Dedicado à astronomia, pertencente à Royal Society e do King's College da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, publicou um livro com o título "Our Final Hour" (Nossa Hora Final). O autor critica no livro os perigos que a alta tecnologia pode causar ao mundo contemporâneo. Se sobrevivermos a nós mesmos e às nossas máquinas cada vez menores e mais perigosas, temos um encontro marcado com um sombrio futuro "pós-humano".  No subtítulo de capa o autor deixa entrever qual o objetivo de seu livro: "Alerta de um cientista: como terror, erro e desastre ambiental ameaçam o futuro da humanidade neste século - na Terra e além".
O maior perigo que o Autor chama a atenção é para a guerra biotecnológica e o que ele chama de "nanotecnologia"  (o que seria o mesmo que pequenas tecnologias ou microtecnologias). Desta forma seria possível se construir armas de pequeno porte tão letais quanto às nucleares instaladas nas ogivas de foguetes. As novas tecnologias poderão concentrar poderes excepcionais não somente em pequenas nações mas até mesmo em um só indivíduo, conduzindo à derrocada da civilização.
Caso o homem consiga suplantar todas estas ameaças e sobreviva, estarão abertas as portas para a transmutação da espécie. A seleção natural daria lugar à manipulação genética artificial. Implantes biônicos conectados ao cérebro humano poderiam, em tese, ampliar as habilidades existentes e até mesmo favorecer novas faculdades. Seriam novas características genéticas que o homem adquiria na era "pós-humanidade", talvez adquiridas até mesmo em colônias espalhadas pelo espaço cósmico, caso a terra fique inabitável.
O Autor resume o início deste processo com a possibilidade de 50%, admitida por ele, de haver ainda neste século uma hecatombe de destruição em massa. ("Folha de São Paulo", 25.05.2003, caderno "Mais!"). 
O pior é que, realmente, muito do que falam tais “profetas” pode acontecer.

Que tipo de profetas são estes?
Muitas outras previsões semelhantes são anunciadas nos dias atuais.  Podemos dar crédito a tais previsões? São profetas de verdade?
A palavra “profeta” vem do grego profétés, (intérprete), e era quem interpretava o que queriam os deuses pagãos e predizia o futuro.
Em sentido lato, profeta (em hebraico nábi), significa também intérprete. Na Bíblia a palavra profeta é empregada para designar o homem que exalta os louvores de Deus e que cumpre uma missão divina de conduzir um povo prevendo-lhe o futuro. De um certo modo, podem ser classificados também como “profetas” aqueles que preveem o futuro por intermédio de meios naturais, como os que anunciam os eclipses e outras coisas naturais. São Tomás discorre sobre a capacidade do homem de prever o futuro pelo seu intelecto, através de causas naturais (Summa Q LXXXVI, Art IV). Esta capacidade, porém, está limitada pelas causas naturais, isto é, somente aquilo que a própria natureza humana naturalmente pode prever. Existe,  portanto, um dom “profético”  dado aos homens de uma maneira natural e um outro de forma milagrosa.
No sentido estrito Profeta era aquele a quem Deus revelava o futuro e lhe confiava a missão de o transmitir aos outros homens. Segundo São Tomás de Aquino a profecia, neste sentido, é uma “previsão certa e o anúncio de coisas futuras, que não podem ser conhecidas pelas causas naturais”.
Os Profetas eram, portanto, intérpretes de Deus, reveladores dos planos divinos quanto ao futuro e tinham a missão de guiar os povos para se converterem e voltarem-se para Deus. A Profecia, neste caso, é um milagre propriamente dito, pois somente Deus conhece os acontecimentos futuros e pode revelá-los aos homens com o objetivo de guia-los. Quais os homens que Deus escolhe para ser seus profetas somente os fatos ocorridos depois que confirmam suas revelações o comprovam.
Mas, os falsos profetas realmente possuem um dom dado por Deus? Sim, pode-se dizer que receberam o dom natural da previsão, muitas vezes utilizado de uma forma errônea. Para se avaliar se uma profecia é autêntica temos que meditar sobre o seu fim, se ela procura guiar o povo em busca de Deus ou não. Se apenas procura exaltar o profeta ou o grupo a qual pertence é uma falsa profecia, embora às vezes acerte as previsões pelo dom natural que possui. .

 Falsos profetas

A falsa profecia provém de um pecado que se origina da magia, dos supersticiosos e visionários gnósticos dos povos pagãos.  Trata-se da intervenção diabólica com intenção de confundir os homens, vem de um espírito maligno especialmente dotado da arte da mentira. Esta intervenção diabólica é contada pelo profeta Miquéias da seguinte forma:
“Eu vi o Senhor sentado sobre o seu trono e todo o exército do céu ao redor dele, à direita e à esquerda. O Senhor disse: Quem enganará Acab, rei de Israel, para que ele marche e pereça em Ramot de Galaad? Um disse uma coisa, outro outra. Mas um espírito maligno adiantou-se, apresentou-se diante do Senhor e disse: Eu o enganarei. O Senhor disse-lhe: de que modo? Ele respondeu: Irei e serei um espírito mentiroso na boca de todos os seus profetas. O Senhor disse: Tu o enganarás e prevalecerás; sai e faze assim” (I Reis 22, 19-23).
O Apóstolo São Paulo o confirma: “Ideo mittet illis Deus operationem erroris, ut credant mendacio” – Por isso enviará Deus a estes o artifício do erro, de sorte que acreditarão na mentira. (2 Tes 2, 10).

Os demônios são incapazes de verdadeiras profecias

Mas, tais profecias não são consideradas verdadeiras, como nos explica Santo Antão:.  
“Igualmente, a respeito das águas do rio, falam a torto e a direito. Tendo constatado chuvas abundantes nas regiões da Etiópia, e vendo que essa é a causa da cheia do rio, antes que a água chegue ao Egito, correm na frente e o dizem. Os homens também o diriam, se pudessem correr como eles. Do mesmo modo como o vigia de Davi, postado em lugar elevado, via mais facilmente que um homem vinha do que quem estava embaixo, e como o corredor anuncia a outros não o que não existe, mas as coisas que estão em via de se realizar e já realizando-se, assim vão anunciar e indicar aos outros coisas futuras, mas é com a única finalidade de enganá-los. Nesse meio tempo, se a providência dispuser outra coisa a respeito das águas e dos viajantes, o que ela pode fazer, os demônios mentiram, e aqueles que neles creram foram enganados.
“Foi assim que se deram as adivinhações dos helenos e que foram enganados outrora pelos demônios, depois a ilusão se acabou. Porque o Senhor veio e reduziu à impotência os demônios com seus artifícios. Por si mesmos nada sabem, mas, semelhante a ladrões, exibem o que veem nos outros. Deve-se dizer que mais conjeturam que preveem. Aliás, quando dizem a verdade, que ninguém os admira muito. Também os médicos, da experiência que têm com os doentes, e tendo em vista a mesma doença em vários, muitas vezes predizem mediante conjetura, em virtude do hábito. Ninguém dirá por isso que predizem mediante inspiração divina, mas mediante a experiência e o hábito. Portanto, quando os demônios falam por conjetura, que ninguém os admire, nem dê atenção ao que dizem. Qual é a utilidade em ficar sabendo por eles as coisas futuras alguns dias antes que se realizem? Qual a necessidade de sabê-las, ainda que possam verdadeiramente conhecê-las? Esse conhecimento não é nenhum instrumento de virtude nem de bons costumes. Ninguém de nós será julgado por não saber essas coisas, e nenhum se torna feliz por tê-las conhecido e por sabê-las. Cada um será julgado a respeito destes pontos: conservou a fé, guardou fielmente os mandamentos?” [1]
Legiões de falsos profetas surgiram no Antigo Testamento. Santo Elias combateu 850 deles de uma só vez, tendo matado 450 adeptos de Baal e deixados vivos outros 400 chamados profetas dos bosques. O termo “profeta”, aqui, pode significar apenas sacerdotes pagãos, mas indica que tinham o mesmo fim profético, isto é, trata-se de pretensos previdentes e orientadores do povo. Estes, no entanto, foram vencidos e mortos pelo profeta Jeú.  (I Reis 18,19 e II Reis 10, 24). Diz São Jerônimo que havia entre os hebreus sacerdotes com um carisma especial, o privilégio de poder distinguir os profetas verdadeiros dos falsos, reconhecendo se era o Espírito Divino, o diabólico ou o humano que os inspirava. Tratava-se de um dom que lhes permitia perscrutar o íntimo de tais profetas, um alto discernimento dos espíritos.
No entanto, tais profetas eram denunciados constantemente pelos Profetas verdadeiros:
“Os depositários da lei não me conheceram, os pastores prevaricaram contra mim, os profetas profetizaram em nome de Baal e seguiram os ídolos” (Jer 2, 8)
“Os profetas profetizaram a mentira, e os sacerdotes aplaudiram-nos com as suas mãos; e o meu povo amou estas coisas. Que castigo não virá, pois, sobre esta gente no fim de tudo isto?” (Jer 5, 31).

BALAÃO, EXEMPLO DE UM FALSO PROFETA QUE FAZ PREVISÕES CERTAS

Nos tempos em que Moisés ainda andava com o povo hebreu em busca da Palestina, encontraram-se, ele e seu povo, com Balaão. Tratava-se de um falso profeta, sacerdote de Baal, que foi chamado por Balac, rei dos madianitas, a fim de amaldiçoar o povo hebreu, mas, por intervenção angélica, inverteu a maldição em bênção e tornou-se um profeta autêntico, chegando a profetizar até mesmo a vinda do Messias. O Anjo de Deus apareceu diversas vezes à Balaão, o que indica que sobre este homem, apesar de seu coração duro, Deus tinha desígnios proféticos extraordinários.
Após receber os embaixadores do rei Balac, respondeu Balaão: “Ficai aqui esta noite e eu vos responderei tudo o que o Senhor me disser. Estando eles na casa de Balaão, veio Deus e disse-lhe”. Quer dizer, Balaão já vinha tendo aparições angélicas, pois do contrário não teria dito “eu vos responderei tudo o que o Senhor me disser”. Depois, através de um Anjo, num diálogo que demonstra certa intimidade, Deus disse-lhe: “Que querem estes homens que estão junto de ti?”. Balaão conta para o Anjo o motivo daquela embaixada, ao que o Anjo responde: “Não vás com eles, nem amaldiçoes o povo, porque é bendito”. Ao levantar-se, pela manhã, Balaão conta aos embaixadores de Balac a resposta do Senhor: “Tornai para a vossa terra, porque o Senhor me proibiu ir convosco”.  Pela resposta vê-se que Balaão ainda era obediente a Deus.
Os embaixadores voltaram para Balac e lhe informaram que o profeta não aceitou lançar a maldição sobre o povo de Israel. O rei, teimoso, manda novo grupo de embaixadores, desta vez mais numeroso. Ao receber a nova embaixada, Balaão responde: “Ainda que Balac me desse a sua casa cheia de prata e de ouro eu não poderei alterar a palavra do Senhor meu Deus, para dizer de mais ou de menos. Rogo-vos que fiqueis aqui ainda esta noite, para que eu possa saber o que é que o Senhor me responderá de novo”. Como se vê, Balaão mantém-se firme na obediência a Deus e, educadamente, manda os embaixadores esperar para ouvirem o que o Senhor tem a dizer. Mas Deus tinha seus desígnios e responde a Balaão: “Se estes homens te vieram chamar, levanta-te e vai com eles, mas com a condição de que faças o que eu te mandar”.  O profeta, logo cedo, manda preparar sua jumenta e diz que vai seguir os embaixadores até onde o rei Balac o chamava.
Alguma coisa saiu errada, pois Deus logo irou-se. “Mas Deus irou-se. E o Anjo do Senhor pôs-se no caminho diante de Balaão, que ia montado na jumenta, e tinha consigo dois criados. A jumenta, vendo o Anjo que estava no caminho com uma espada desembainhada, afastou-se do caminho e ia pelo campo. Como Balaão a fustigasse e a quisesse fazer voltar à estrada, o Anjo pôs-se numa passagem estreita entre dois muros, com que estavam cercadas as vinhas. A jumenta, vendo-o, coseu-se com a parede e apertou o pé do que ia montado nela. Porém ele tornou a fustigá-la.  Mas o Anjo, passando a um lugar ainda mais apertado, onde não era possível desviar-se nem para a direita nem para a esquerda, parou diante. A jumenta, vendo o Anjo parado, caiu debaixo dos pés do que ia montado, o qual irado a fustigava mais fortemente com uma vara pelas ilhargas. O Senhor abriu a boca da jumenta e ela disse: Que fiz eu? Por que me feres? Esta é já a terceira vez! Balaão respondeu: Porque tu o mereceste, e me escarneceste; oh! Se eu tivesse uma espada para te matar! A jumenta disse: Acaso não sou eu a tua besta, em que tu sempre costumaste cavalgar até hoje? Dize-me se te fiz jamais coisa semelhante. E ele respondeu-lhe: Jamais.
“De repente abriu o Senhor os olhos de Balaão, e ele viu o Anjo que estava no caminho com a espada desembainhada, e, prostrado por terra, o adorou. E o Anjo disse-lhe: Por que castigas tu pela terceira vez a tua jumenta? Eu vim opor-me a ti, porque o teu caminho é perverso e contrário a mim; e se a jumenta se não tivesse desviado do caminho, cedendo o lugar a quem se opunha (à tua passagem), eu ter-te-ia matado, e ela ficaria viva. Balaão respondeu: Eu pequei, não sabendo que tu te opunhas a mim, mas agora, se não te apraz que eu vá, voltarei. Disse-lhe o Anjo: Vai com estes, mas vê, não digas senão o que eu te mandar. Ele, pois, foi com os príncipes”  (Num 22, 20-35).
Mais uma vez fica demonstrado, pelo texto acima, que o Anjo mantinha alguma familiaridade com o profeta.  Finalmente, Balaão chega até o lugar onde estava Balac. Manda que o rei construa sete altares num alto onde Baal era cuiltuado, para ali fazer sacrifícios a Deus. Em seguida, o sacerdote se afasta e diz que vai ver se Deus virá a seu encontro, o que de fato ocorre: “Balaão disse-lhe: Eu levantei sete altares, e pus um novilho e um carneiro sobre cada um. O Senhor pôs a palavra na sua boca e disse: Tornara para Balac, e dize-lhe isto e isto”. Mas Balaão, sacerdote de Baal, que havia sido chamado para amaldiçoar o povo hebreu, por intervenção angélica muda tudo e, na hora e na presença de todos abençoa aquele povo por inspiração divina. Após a bênção, Balaão profetizou a vinda do Messias:
“Eu verei, mas não agora; eu o contemplarei, mas não de perto; nascerá uma estrela de Jacó, levantar-se-á uma vara de Israel, ferirá os capitães de Moab e destruirá todos os filhos de Set. E a Iduméia será sua possessão; a herança de Seir passará para os seus inimigos; mas Israel procederá valorosamente. De Jacó sairá um dominador, que arruinará os restos da cidade” (Num 24, 17-19).
Mesmo tendo abençoado o povo hebreu e profetizado a vinda do Messias, Balaão não escapou dos castigos divinos, pois tudo indica que ele prevaricou e promoveu ou inspirou o culto pagão de Fegor, não se converteu e foi morto pelos soldados de Moisés: “mataram também com a espada a Balaão, filho de Boer” (Num 31, 8). Quando os hebreus chegaram ao acampamento e deram conta a Moisés do resultado da carnificina, este os repreendeu desta forma: “Por que poupastes as mulheres? Não são elas que, por sugestão de Balaão, seduziram os filhos de Israel e vos fizeram prevaricar contra o Senhor com o pecado de Fegor, pelo qual também o povo foi castigado?” (Num 31, 15-16).
Segundo a vidente Anna Catharina Emmerich, a profecia de Balaão ficou muito conhecida entre o povo de onde se originaram os Reis Magos:
Os antepassados dos três Reis Magos descendiam de Jó, que outrora vivera no Cáucaso. Um discípulo de Balaão anunciara ali a profecia deste, de que aparecia uma estrela de Jacó. Essa profecia achou larga aceitação. Construiu-se uma torre alta, numa montanha. Muitos sábios e astrônomos viveram ali alternadamente; tudo que notavam nos astros, escreviam e ensinavam a todos”. (‘Vida, Paixão e Glorificação do Cordeiro de Deus” – Anna Catharina Emmerich – Editora Mir, São Paulo – 1999 – pág. 46).

CAIFÁS

Caifás pode ser considerado um falso profeta que previu o martírio de Jesus, embora sem o desejar como foi o caso de Balaão.
Quando se fez necessário a prisão de Jesus Cristo, Caifás afirmou aos judeus reunidos em conselho: "Convém que um só homem morra pelo povo"  (Jo 18, 14). Sem querer, aquele ímpio pontífice pronunciou uma frase profética: realmente era necessário que um só homem, o Homem-Deus, morresse como vítima expiatória para libertar os homens do pecado e abrir as portas do céu. Que queria ele dizer ele com a expressão "morrer pelo povo"? Ora, é claro que Caifás não acreditava que Jesus Cristo fosse capaz de se oferecer em sacrifício do povo judeu, libertando-o materialmente do jugo romano. Se era esta a intenção ao pronunciar estas palavras, num plano meramente humano e provinciano, não se compreende como isto seria possível.
Mas, poderia ser que o pontífice estivesse pensando de outra forma. Isto é, que para agradar aos seus senhores romanos poderiam oferecer um homem para ser castigado como revoltoso, mas um falso revoltoso a fim de encobrir o verdadeiro. Entregue ao castigo este homem, os romanos os deixariam em paz. Mas, se fosse assim porque não entregar então Barrabás? Será que este seria o verdadeiro revolucionário que lutava contra Roma e que os membros do Sinédrio queriam deixar a salvo? Para quem ver as coisas no plano meramente natural, funcionam desta forma.
No entanto, não foi bem assim que dispôs a Divina Providência. Era necessário que um só homem, Nosso Senhor Jesus Cristo, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o Verbo Encarnado, morresse e comprasse com o seu sangue a salvação de toda a Humanidade. Não há profecia mais importante do que esta, dita, saída no entanto da boca de um homem maldito e inimigo de Deus...

Nosso Senhor nos preveniu contra os falsos profetas

“...Vede que ninguém vos engane. Porque virão muitos em meu nome, dizendo: eu sou o Cristo, e seduzirão muitos. Porque ouvireis falar de guerras e de rumores de guerras. Olhai não vos turbeis: porque importa que estas coisas aconteçam, mas não é ainda o fim. Porque se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, pestilências e terremotos em diversos lugares. Todas estas coisas são o princípio das dores. Então sereis sujeitos às tribulações e vos matarão, e sereis odiados por todas as gentes por causa do meu nome. E muitos se escandalizarão, e uns aos outros se entregarão e se odiarão. Levantar-se-ão muitos falsos profetas, e seduzirão a muitos. Por causa de se multiplicar a iniqüidade, se resfriará a caridade de muitos. Mas o que perseverar até o fim, este será salvo. Será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, em testemunho de todas as gentes; e então chegará o fim”.  (Mat. 24, 4-14).
Nosso Senhor profetiza neste discurso que haverão no futuro falsos profetas, e não só isto, mas “muitos falsos profetas”,  indicando com isto que a época do profetismo voltaria para a Igreja. Sempre que os verdadeiros profetas surgem, inspirados por Deus, os falsos profetas aparecem em profusão para atrapalhar e confundir os fiéis. No Antigo Testamento, os falsos profetas atuavam e às vezes profetizavam coisas verdadeiras, como foi o caso de Balaão, que não era profeta de Deus e profetizou coisas verdadeiros sobre os judeus. Outros, Deus permite que saibam algo sobre o futuro e o profetizem ao povo, com isto criando confusão e servindo de prova aos fiéis. Daí ser necessário o “discernimento dos espíritos” para aplicar os critérios acima descritos e com isto se identificar os verdadeiros profetas.
“E se não se abreviarem aqueles dias, não se salvaria pessoa alguma; porém, serão abreviados aqueles dias em atenção aos escolhidos. Então, se alguém vos disser: Eis aqui está o Cristo, ou ei-lo acolá, não deis crédito, porque se levantarão falsos cristos, e falsos profetas, e farão grandes milagres e prodígios, de tal modo que (se fosse possível)  até os escolhidos seriam enganados”.  (Mt. 24, 22-24)
Não só haverão muitos falsos profetas, mas estes terão poder de fazer prodígios, de fazer até milagres. Mas isto conseguirá enganar apenas as pessoas que não estiverem em comunhão com a Igreja e não souberem, portanto, usar o critério do discernimento dos espíritos.
O texto citado (Mt 24, 14) acima indica que Nosso Senhor está falando de uma época que coincide com o final do quinto período da Igreja (referido por Bartolomeu de Holzhauser) e o começo do sexto, pois diz que “será pregado este Evangelho do reino por tudo mundo, em testemunho a todas as gentes. E então chegará o fim” (quer dizer, e então chegará o fim do mundo), que será depois destes castigos e de uma era posterior em que o Evangelho será pregado em toda a Terra, quer dizer, o Reino de Maria.
Por mais de quatro séculos (mais ou menos 435 anos) não surgiram verdadeiros profetas em Israel. No entanto, como aquele povo era acostumado a profetizar se formou durante este tempo uma escola de falsos profetas. No tempo de Nosso Senhor os falsos profetas já eram em grande quantidade. Havia, por exemplo, a seita dos herodianos, que profetiza que tal monstro (Herodes) seria o esperado Messias. “Ora Herodes estava em conflito com os de Tiro e de Sidônia. Mas estes, de comum acordo, foram ter com ele, e com o favor de Blasto, camareiro do rei, pediram paz, porque das terras do rei é que o seu país recebia a subsistência. No dia marcado, Herodes, vestido de traje real, sentou-se no trono e arengava-lhes. O povo o aplaudia, dizendo: É voz de um deus e não de um homem! Porém subitamente o anjo do Senhor o feriu, porque não tinha dado glória a Deus; e, roído de vermes, expirou”  (At 12, 20-23).
Tanto os fariseus, quanto os saduceus profetizavam também um rei material e cheio de glórias terrenas para o povo judeu. Outros diziam que o Messias seria São João Batista, com intuito talvez de causar confusão. Os samaritanos profetizavam dois messias para suas seitas: Dositeo e Simão Mago. Este último teve um discípulo chamado Menandro, também tido como messias.   Os mais terríveis de tais “profetas” eram os chamados zelotas ou zelotes, membros de uma seita judaica composta apenas da elite e que tinham por escopo defender o templo sagrado e “zelavam” pela Lei mosaica. O messias para tais zelotas não seria um homem mas toda a sua seita, pronta para levar o povo judeu a dominar o mundo e subjugar todos os povos da terra.  Foram eles os mais encarniçados defensores de Jerusalém que obrigaram os invasores à destruir a cidade no ano 79.
Mesmo depois da morte de Nosso Senhor os falsos profetas ainda proliferam.  Conta Bossuet que mesmo depois da destruição de Jerusalém surgiu um falso profeta chamado Barchochebas, um bandido que, se utilizando do significado de seu nome (“filho da estrela”) dizia ser ele a estrela de Jacó profetizada no Livro dos Números e ser o próprio messias. Foi seguido pelo rabino mais famoso da época, Akibas,  fazendo com que entrassem no seu partido os maiores “sábios” judeus. Tantos eram seus adeptos que o imperador romano, Adriano, matou 600 mil deles na guerra que lhes moveu




[1]               “Vida e Conduta de Santo Antão – de Santo Atanásio, Ed.Paulinas Págs. 55/56..


sexta-feira, 20 de março de 2020

AVISOS SOBRE OS CASTIGOS DIVINOS EM VIAS DE OCORREREM NOS DIAS ATUAIS




Não seria de bom alvitre que a Providência determinasse tamanho castigo sem que antes não mandasse seus sinais e avisos. Segundo o que se depreende dos textos, primeiramente virão os avisos e sinais, depois um grande milagre e, finalmente, os castigos. Não nos referimos aqui às mensagens de Nossa Senhora, todas elas dirigidas mais aos católicos do que a todos os homens, mas a avisos visíveis e claros ou sinais dirigidos a toda humanidade.
Um dos sinais mais visíveis da proximidade dos castigos são os que dizem respeito ao comportamento dos homens em nosso tempo. Nesse sentido é significativa uma profecia de São Vicente Ferrer, grande taumaturgo do século XV, que assim se expressou sobre nossa época:

“...Virá um tempo de relaxamento religioso e catástrofes como nunca houve até então. Naquele tempo as mulheres se vestirão como homens e se comportarão seu gosto licencioso, e os homens se vestirão vilmente como as mulheres. Mas Deus o purificará tudo e regenerará tudo, e a tristeza se converterá em gozo”.


São Nilo era discípulo de São João Crisóstomo e funcionário da Corte de Constantinopla. Casado, tinha dois filhos. Quando São João Crisóstomo foi Patriarca de Constantinopla dirigiu São Nilo no estudo da Sagrada Escritura e na piedade cristã, fazendo com que o mesmo, tão entusiasmado estava com a vocação cristã, abandonasse esposa e filhos e fosse para o Monte Sinai levar vida de monge anacoreta. Posteriormente, foi ordenado sacerdote pelo bispo de Eleusa. Algum tempo depois sua esposa e um de seus filhos abraçaram também a vida religiosa no Egito.
Eis suas profecias sobre os tempos atuais:

“Depois do ano 1900, por meados do século XX, as pessoas desse tempo tornar-se-ão irreconhecíveis ...
Quando se aproximar o tempo da vinda do Anticristo[1], a inteligência dos homens será obscurecida pelas paixões carnais: a degradação e o desregramento acentuar-se-ão.
O mundo, então, tornar-se-á irreconhecível.
As pessoas mudarão de aparência, e será impossível distinguir os homens das mulheres, por causa do atrevimento na maneira de se vestir e na moda de seus cabelos.
Essas pessoas serão desumanas e como autênticos animais selvagens, por causa das tentações do anticristo.
Não se respeitará mais os pais e os mais idosos. O amor desaparecerá.
E os pastores cristãos, bispos e sacerdotes, serão homens frívolos, completamente incapazes de distinguir o caminho à direita, ou à esquerda.
Nesse tempo as leis morais e as tradições dos cristãos e da Igreja mudarão.
As pessoas não praticarão mais a modéstia e reinará a dissipação! A mentira e a cobiça atingirão grandes proporções, e infelizes daqueles que acumularem riquezas!
A luxúria, o adultério, a homossexualidade, as ações secretas e a morte serão a regra da sociedade. Nesse tempo futuro, devido o poder de tão grandes crimes e de uma tal devassidão, as pessoas serão privadas da graça do Espírito Santo, recebida no seu batismo, e nem sequer sentirão remorsos.
As Igrejas serão privadas de pastores piedosos e tementes a Deus, e infelizes dos cristãos que restarem sobre a terra, nesse momento!
Eles perderão completamente a sua Fé, porque não haverá quem lhes mostre a luz da verdade.
Eles se afastarão do mundo, refugiando-se em lugares santos, na intenção de aliviar os seus sofrimentos espirituais, mas, em toda a parte, só encontrarão obstáculos e contrariedades.
Tudo isto resultará do fato de que o Anticristo deseja ser o senhor de todas as coisas, e se tornar o mestre de todo o Universo.
Ele realizará milagres e sinais inexplicáveis. Dará também a um homem sem valor uma sabedoria depravada, a fim de descobrir um modo pelo qual um homem possa ter uma conversa com outro, de um canto ao outro da terra.
Nesse tempo, os homens também voarão pelos ares como os pássaros, e descerão ao seio do oceano como os peixes.
E quando isso acontecer, infelizmente, essas pessoas verão as suas vidas rodeadas de conforto, sem saber, pobres almas, que tudo isso é uma fraude de Satanás.
E ele, o ímpio, inflará a ciência da vaidade, a tal ponto que ela se afastará do caminho certo e conduzirá as pessoas à perda da Fé na existência de Deus, de um Deus em Três Pessoas...
Então, Deus, infinitamente Bom, verá a decadência da raça humana, e abreviará os dias, por amor do pequeno número daqueles que deverão ser salvos, porque o Inimigo desejaria arrastar mesmo os eleitos à tentação, se isso fosse possível.
Então a espada do castigo aparecerá de repente e derrubará o corruptor e seus servidores”.

Outras profecias nos falam de um grande aviso, além daqueles que normalmente a Providência tem feito, especialmente as mensagens mariais de La Salette, Lourdes e Fátima. Falamos de modo especial de um grande e importante “aviso”, o qual virá de forma universal e com linguagem inteligível a todos os homens. Uma aparição de Nossa Senhora, pelo menos, fala desse aviso, foi a de Garabandal, ouvida pela pequena vidente Conchita. A uma pergunta sobre a natureza de tal aviso, respondeu a vidente: “Será como fogo. Não queimará nossa carne, mas o sentiremos corporalmente e interiormente”. Quer dizer, será algo exterior, um sinal visível, mas atingirá o interior das almas, fazendo com que o “lúmen rationis” brilhe com todo fulgor nas pessoas. Com o lúmen rationis virá o temor servil e, talvez por isso, causará esse queimor de que fala a vidente. Perguntada se tal aviso não nos ferirá, disse:

“Não. Para mim, é como duas estrelas... que se chocam entre si e fazem um ruído enorme e despedem grande luz mas não caem. Não nos vai ferir fisicamente, mas vamos vê-lo. Nesse momento, veremos nossa consciência. Veremos todo o mal de nossas ações”.
“...Vai ser como um sentimento interno de pena e dor por haver ofendido a Deus. Deus nos ajudará a ver claramente o dano que causamos a Ele e todas nossas más ações. Nos ajudará a sentir esta dor interior porque muitas vezes quando fazemos algo de mau, nos limitamos a pedir o seu perdão da boca pra fora, mas agora (graças ao aviso) nos ajudará a sentir fisicamente essa profunda dor”.

A outra vidente, Jacinta, assim falou sobre o Aviso:

“Será visto primeiro no ar, em todo o mundo, e imediatamente se transferirá para o interior de nossas almas. Durará um tempo muito breve, mas fixará em nossa interior. Será para o bem de nossas almas, para que possamos ver no interior de nos mesmos, em nossa consciência, o bem e o mal que temos feito...”

Alguns acontecimentos antecederão ao “Grande Sinal”. Um deles pode ser certa invasão. Outro seria a promulgação de um importante dogma, o qual poderia vir também na época do “Grande Milagre”. Muitas profecias falam de uma invasão muçulmana na Europa, e parece ser esse um objetivo da Revolução para enfraquecer o continente e minar o Catolicismo em sua origem. Embora o Comunismo não apareça mais como perigo, são seus princípios que ainda vivem por lá. Perguntada se o Aviso viria após alguma tribulação causada pelo Comunismo, respondeu Jacinta:

“Sim, era uma invasão, bem, algo que me pareceu como uma invasão; algo muito mal em que o comunismo tinha um papel muito importante, mas já não me lembro que países ou regiões se viam afetadas... ;.. Estes graves acontecimentos terão lugar antes do Aviso, que ocorrerá quando a situação estiver em seu pior momento”


Quando a notícia da morte do Papa João XXIII chegou à pequena localidade de San Sebastian de Garabandal, a pequena vidente Conchita disse que ainda restavam quatro Papas antes de vir o “aviso”. Depois do aviso, viria “um grande milagre”, abaixo mencionado. Disse entretanto que somente três contavam, porque um deles não haveria de reinar tempo suficiente para realizar qualquer reforma....

Um estigmatizado italiano, Enzo Alocci, em cuja residência uma imagem de Nossa Senhora chorou lágrimas de sangue, teve várias visões de Nosso Senhor, Nossa Senhora e São Gabriel, entre os anos 1966 a 1973. Em 1969, Nosso Senhor lhe aparece e diz que uma “grande carruagem de fogo atravessará todo o universo com fragor de trovões, deixando assim um forte resplendor”, e que isto indicará a proximidade do castigo:

“O cálice está cheio e momento há soado para a hora da justiça. Naquele dia, num violento fragor de trovões, um carro de fogo atravessará todo o Universo, deixando após si um forte resplendor desconhecido. Este será o sinal que indicará a proximidade do castigo de Deus”...

Em 25 de julho de 1985, Verônica Lueken, a vidente de Bayside, Nova York, teve a seguinte visão:

“Vejo uma bola de fogo; vem rapidamente pelo céu, e tem uma larga causa vermelha. É vermelha, é fogo! E agora vem para debaixo do que parece ser um globo, mas não, é a terra. E, oh, está se chocando com a água... E há ondas que se levantam mais alto, mais alto que qualquer coisa possível que eu pudesse ter visto. As ondas são tremendas. Estão arrasando a metade do continente pelo mar.


Santa Faustina Kowalska também fala do “Grande Aviso”:

“Toda luz do céu se extinguirá e haverá uma grande escuridão sobre a terra. Então aparecerá o sinal da Cruz no céu e das aberturas donde estavam cravadas as mãos e os pés do Salvador, irromperá uma grande luz que iluminará a terra por um tempo”.

Felisa Sistiaga[2]


Em 22/6/1971. Disse a Virgem: "A falta de fé na terra a levará ao desastre. O último esforço do céu será o milagre para a conversão dos pecados. Haverá muitas catástrofes e guerras nas quais muitos morrerão. Muito Antes do castigo, vou dar o aviso. A iluminar o céu com uma cruz, a decomposição produz uma luz branca enorme, o que impedirá até mesmo ver o sol. Durará quatro horas. Então haverá um chicote de vento quente em toda a terra. Na impressão, muitos morrerão. Aqueles que têm fé em Deus não vão sofrer. "






Após o “Grande Aviso” segue em seguida o “Grande Milagre”.



[1] Veja bem, ainda não é a vinda do Anticristo, mas sua proximidade, isto é, algo parecido.
[2] Vidente espanhola (Bilbao, 1908-1990), aparições de Nossa Senhora de Umbe