segunda-feira, 30 de maio de 2016

O CASTELO DA BENQUERENÇA


(Episódio na vida de São Fernando, Rei de Castela e Leon, em que mostra uma época em que havia benquerença).
Estava o rei São Fernando sentado à mesa tomando sua refeição principal quando repentinamente entrou um mensageiro gritando:
- Senhor, está chegando apressadamente Ordoño Alvarez de Asturias e diz que lhe traz muitas e maravilhosas notícias.
Em poucos instantes o mensageiro foi autorizado a entrar, todo estropiado, salpicado de lodo, o cabelo em desalinho, porém com tanta luz e entusiasmo nos olhos que fazia todos esquecerem do seu aspecto pessoal. Chegou até o rei, fez uma genuflexão e beijou-lhe a mão dizendo:
- Senhor, sabei que sois dono de Córdoba!
- Que dizes, Ordoño? Dissestes Córdoba?
- Córdoba, meu senhor! Córdoba, que numa escuríssima noite escalamos as muralhas. Tomai e lei – disse, entregando-lhe a mensagem.
Lendo o documento, pôs-se de pé e mandou o mensageiro aguardar um instante. Vira-se para um dos Cortesãos e diz:
- Mandai chamar todos os meus cavaleiros e dizei-lhes que se armem e encilhem seus cavalos.
Chamou outros e a cada uma dava uma ordem, esquecendo-se por completo da refeição que estava ainda sobre a mesa. Os cortesãos saíram apressadamente para cumprir as ordens. Assistindo a tudo estavam São Pedro Telmo, que havia sido convidado por São Fernando para lhe fazer companhia nas guerras, e um frade, que diz:
- Frei Pedro, “Irruit Domini spiritus in Rege”...
O outro responde:
- Vamos com ele, Dom Lope...
O religioso, com espírito profético, percebia que o santo rei estava cheio do espírito de  Deus e que valia a pena pois segui-lo onde fosse.
Uma hora depois aparecia o rei, fortemente armado e coberto de uma grande capa com capuz, e fica no pátio aguardando a chegada de seus cavaleiros.  Quando grande parte havia chegado, diz o rei:
- Sigam-me os amigos!
- Santiago e Castela! – respondem os cavaleiros.
Apesar da tempestade que caía, São Fernando, impaciente para ir ao combate, não esperou o restante de seus homens e partiu logo em direção de Córdoba. Passando em Zamora parou um pouco para falar à população e em Salamanca para organizar melhor sua pequena hoste. Mandou um de seus ricos-homens se dirigir ao Conselho para explicar o que ocorria e seguiu céleremente para Merida, na fronteira. O cansaço daquela tremenda corrida fatalmente teria rendido a homens mais velhos ou menos preparados, o que ocorreu com alguns deles que ficaram para trás a fim de juntar-se aos demais que vinham na retaguarda. Desta forma, quando São Fernando chegou na fronteira só contava com pouco mais de trinta cavaleiros e alguns peões em sua companhia. Porém, que homens! Eram os tais dos “cavaleiros certos”  que quase nunca falhavam em suas missões. São Fernando iria com eles até o fim do mundo. E eles seguiam seu rei sem vacilação, confiantes na proteção de seu Senhor Jesus Cristo.
Atravessada a fronteira, resolveram acampar para descansar um pouco nas imediações de um castelo e bem próximos de uma fonte de água. São Fernando manifestou o desejo de usar daquela fonte, olhou um pouco para o castelo à sua frente e em seguida para seus cavaleiros e, demonstrando extrema confiança e tranqüilidade, mandou armar a tenda ali. Seus cavaleiros cumpriram imediatamente suas ordens sem lhes causar a menor surpresa aquela audácia incrível, pois sabiam que onde o santo rei estivesse nada de mal lhes poderia acontecer.
Sentado à porta de sua tenda, ficou São Fernando rezando e pedindo à Santa Maria que os ajudasse, pois estavam também sem comer desde que partiram:
- Sois tão rica e poderosa Rainha e não me haveis de dar o pão necessário para teus servos e cavaleiros, os quais por teu Filho e por ti se metem a tantos perigos de morte?
Como rezava em voz alta foi ouvido pelo seu irmão, o infante Dom Alfonso, que se aproximou do rei e, apontando na direção do castelo, lhe diz:
- Vede, meu irmão rei, que nossa Mãe Gloriosa vos manda o que pede.
Em direção do acampamento do rei vinha caminhando um mouro, saído do castelo, seguido de outros homens que conduziam consigo grande quantidade comida e de odres com vinho.
- Vamos recebê-los como amigos, pois nos fazem boa obra.
Os jovens cavaleiros do rei fizeram um círculo em redor do mesmo para receber os visitantes. Avançou calmamente o mouro com seus homens e assim que se viu perante São Fernando lhe diz:
- Rei Fernando, só vós sois tão esforçado e leal que assim arma sua tenda junto a um castelo inimigo. E porque confiaste tanto em minha proteção em vez de minha ira, sendo tu meu inimigo, quero tornar-me teu amigo e por isso rogo que aceite o que trago de presente para aliviar vosso sofrimento.
- Muito vos agradecemos, principalmente por sua amizade. Como é chamado o teu castelo?
- É chamado de “Bienquerencia”, rei Fernando, e pertence a Aben-Ilud.
E continuou a conversa fazendo a descrição da fortaleza, ressaltando quanto era bem defendido e de quanto estava bem abastecido de víveres. São Fernando o ouvia com o semblante amável e um sorriso franco, matizando um pouco com certa ironia porque era bem conhecedor daquela gente, e compreendia que havia naquelas expressões não só o desejo de amizade mas também o medo de ter que enfrentá-lo. Após o mouro terminar de falar, diz-lhe:
- Já que queres ser meu amigo deves me entregar as chaves do castelo.
O mouro ficou surpreso com aquele ousado pedido. Olhou para um lado e para outro, espantado, e respondeu:
- Isso não! Eu vivo sujeito a Córdoba e só poderei te entregar o castelo se tu conquistares aquela cidade.
Estava ironizando, pois não poderia Imaginar, certamente, que São Fernando pretendia conquistar Córdoba com aqueles trinta cavaleiros. Perante a negativa, São Fernando, sem desconcertar-se, lhe responde:
- Agrada-me que sejas um homem leal e cumpridor de tua palavra. Assim que tiver conquistado Córdoba deverás me entregar o castelo.
Despediram-se, indo o mouro de volta para seu castelo e ficando os homens com São Fernando a saciar a fome.
Ao raiar do dia seguinte, São Fernando levantou acampamento e seguiu seu caminho em busca de Córdoba, a famosa cidade dos califas. Ao longe, ficou o mouro acenando do castelo, despedindo-se amistosamente do rei cristão e de seus homens, resmungando: “Está escrito que Alá entregue Córdoba aos infiéis cristãos?”
Poucos dias depois, após São Fernando haver conquistado Córdoba, o mouro cumpre a palavra e entrega o “Castelo da Benquerença” ao rei cristão.
(Transcrito e traduzido da obra “Nuestra Señora en el Arzon”, de C. Fernandez de Castro, 

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Coroação e coroação de Nossa Senhora no dia treze de maio

CONSAGRAÇÃO A JESUS CRISTO POR MEIO DO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA





Ó Maria, fazendo nossas as palavras de São João Paulo II no ato de consagração do mundo a Vós, também nós Vos dizemos:
“Mãe, tal como o Apóstolo João, queremos receber-Vos em nossa casa para aprendermos de Vós a conformarmo-nos com o Vosso Filho”.
Aqui estamos para consagrar a Jesus, por meio do Vosso Imaculado Coração, tudo o que somos e temos; queremos ser Vossos para sermos mais perfeita e plenamente de Jesus.
Ó Mãe, em união com nosso Papa felizmente reinante, Francisco, e por meio de Vós, nós nos consagramos a Jesus e Vos pedimos que sejais de fato Rainha de nossos corações e do mundo inteiro.  E cheios de confiança Vos imploramos a realização o quanto antes da grande promessa que fizeste em Fátima: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”.
Aclamamos desde já esse triunfo, que será a implantação do Reino de Nosso Senhor Jesus Cristo  na terra. Foi por meio de Vós que veio ao mundo o Savador, e será por meio de Vós que Ele reinará no mundo.
A Vós, que sois a Estrela da nova evangelização, suplicamos: fazei de cada um de nós instrumentos em Vossas mãos para a edificação do Reino de Cristo.
Aceitai, Senhora, esta consagração a Jesus e ajudai-nos a, doravante, obedientes aos ensinamentos do Divino Mestre, “buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e Sua Justiça”, bem certos de que todas as outras coisas nos serão dadas por acréscimo.  Assim seja,.



(Texto da Consagração rezada pelo padre Alex, EP, na Consagração a Nossa Senhora realizada na Basílica dos Arautos do Evangelho, em 13 de maio de 2016)