sábado, 29 de janeiro de 2022

OS ANTIGOS DEUSES EGÍPCIOS, FRUTO DA REVERÊNCIA PRESTADA AOS MORTOS?

 




         Os povos antigos, especialmente do período que vai da Suméria até o Egito dos faraós, tinham o costume de divinizar seus governantes (além dos astros e dos animais), sejam eles patriarcas, chefes das clãs ou “reis”, tornando-os deuses após a morte. Em alguns casos até mesmo antes da morte.

Foi o caso, por exemplo, de Isis e Osiris, dois deuses que, segundo Anna Catarina Emmerich, surgiram após a morte do patriarca José, filho de Jacó, que transformou-se num governante importante ao lado do faraó daquele tempo:“Tenho visto, por exemplo, que os deuses Isis e Osiris não eram outra coisa que José (vice-rei do Egito) e Asenet (sua esposa), que os astrólogos do Egito haviam predito a raiz de visões diabólicas, e que eles haviam colocado entre seus deuses.  Quando chegaram, foram venerados como deuses. Tenho visto que Asenet se lamentava e chorava por isso, e até escreveu contra o culto que se lhe tributava”[1]

Em outro trecho acrescenta a vidente: “Tenho visto que (Asenet, esposa de José) foi venerada como deusa com o nome de Isis, pela torcida interpretação de seus escritos e rolos. José foi logo venerado sob o nome de Osiris”[2] Quando Moisés libertou o povo hebreu do cativeiro do Egito, segundo CatalinaEmmerich, teve que levar às escondidas os restos mortais de José, que estava numa tumba escondida, a fim de evitar que os egípcios os descobrissem e o adorassem como deus.[3]

Com relação ao culto dedicado aos animais, Catarina Emmerich também fala sobre a origem do touro Ápis. Segundo a mesma vidente, o touro Ápis foi uma divindade que surgiu também no tempo de José, oriundo de uma crença surgida do sonho em que o faraó viu as sete vacas magras e as sete vacas gordas (Gên 41, 1-4).[4] É possível que essa idolatria já existisse desde o tempo em que o povo hebreu, em seu êxodo pelo deserto, mandou construir o bezerro de ouro com o fim de adorá-lo (Gên 32).

Osiris, o deus mais popular do Egito de então, começou a ser adorado em uma cidade secundária do Delta do Nilo, onde dizia a lenda que Osiris tinha sido rei e, auxiliado pelo deus Thot, seu primeiro ministro, ensinara aos súditos como cultivar a terra, erguendo depois os primeiros templos e promulgando algumas leis.  Um dia foi morto pelo irmão Seth, o qual enterrou-o num esquife em lugar escondido.  A deusa Isis conseguiu achar o esquife, mas os restos mortais tinham sido espalhados no rio. Nesta lenda Isis tinha um filho deus chamado Hórus, o qual, auxiliado por outros deuses conseguiu encontrar todos os restos mortais de Osiris, e sua esposa Isis conseguiu, com poderes mágicos, lhe restituir a vida. E assim construíram no Egito um dos mais suntuosos templos, que, no caso, seria também túmulo, para abrigar o deus Osiris. Não há algo de parecido entre as lendas da mitologia egípcia e as visões da Beata Anna Catarina Emmerich?

Os templos egípcios se rivalizavam em esplendor e grandeza, mas os dedicados a deuses-reis eram mais suntuosos. No entanto, nem toda a população tinha acesso a certos templos, pois eles consideravam-nos como as casas dos deuses, ou suas moradas eternas. Geralmente havia no fundo dos templos uma “câmara santa”, onde ficavam as estátuas, local onde só era permitido entrar os altos dignitários e sacerdotes.

Os templos mais magníficos e suntuosos eram dedicados aos deuses-faraós, isto é, àqueles faraós que foram transformados em divindades após a morte, como ocorreu com o primeiro deles, Ra, e com muitos outros.

Para os egípcios, a alma de todo morto era um deus admitido a viver eternamente no reino de Osiris, ou mesmo de Amon, ou Rá. Acreditavam que, de tempos em tempos, a alma poderia voltar ao corpo como ocorreu com Osiris. Assim, era necessário que o corpo não apodrecesse e ficasse conservado a espera da “ressurreição”. Impedir a decomposição dos corpos tornou-se, pois, não só um dever sagrado, mas até mesmo parte das funções e rituais das religiões.  Foi baseado nessa crença que o embalsamamento tornou-se uma prática comum no Egito, especialmente a partir do ano 1500 a.C. Segundo Heródoto em todas as cidades egípcias haviam embalsamadores profissionais. Depois, o próprio túmulo era como se fosse a casa do morto, tinha que ser preparado com apuro. Lá era colocada a mobília, provisões, uma estátua do morto, e o corpo mumificado numa posição de destaque.

Haviam também homenagens fúnebres por ocasião do enterro do defunto, quando então os sacerdotes rezavam fórmulas apropriadas e usavam de amuletos, joias de efeitos mágicos e outros apetrechos destinados a afastar as feras e serpentes do local.

A fim de dar aos mortos uma habitação digna, especialmente pelo fato de lá ele ter que ficar no aguardo de algum dia ressuscitar, os egípcios se esmeravam em construir túmulos ricos e suntuosos, conforme a condição social da família do morto. Aos faraós, por exemplo, eram dedicadas as famosas pirâmides, feitas de pedras em período posterior, mas no início feitas de tijolos. A Sagrada Escritura fala de enormes construções a que o povo hebreu era obrigado a trabalhar, como escravo que era, todas de tijolos, dando a entender que tratar-se-iam realmente de grandes templos antigos. A partir de certa época, porém, desistiram das pirâmides e cavaram imensos túmulos subterrâneos que os gregos chamavam de “hipogeus”. Foi descoberto recentemente um vale onde haviam mais de 300 túmulos subterrâneos, que hoje chamam de “vale dos reis”.

Quem eram os governantes egípcios daquele tempo, os Faraós? A palavra Faraó significa “casa grande”, quer dizer, grande dinastia. Era tarefa principal de um Faraó estabelecer a supremacia religiosa de sua própria “casa”, isto é, de sua descendência, de sua família, sobre todas as outras. E assim, se rivalizavam construindo monumentos funerários cada vez maiores, onde se utilizavam da força escrava para confecções de “tijolos”,ou grandes moles de pedras.  Quando morria um rei eram mortos e enterrados juntamente com ele todos os familiares e escravos, pois eles criam que no Além ele precisava daquele povo para o servir. Existe no Egito um local denominado “Vale dos Reis”, com enormes monumentos encravados em rochas de até 300 metros alturas e onde eram enterrados os Faraós.

Quando Moisés e Arão foram à presença do Faraó pedir que libertasse o povo hebreu, obtiveram como resposta que o povo precisava trabalhar mais e foi dado ordens aos chefes das obras: “Não mais dareis palhas, como antes, ao povo, a fim de fazer tijolos, mas eles mesmos juntarão a palha. E os obrigareis à mesma quantidade de tijolos que antes, sem lhes diminuir nada; porque estão ociosos, etc” E depois mandava açoitar o povo para que produzisse sempre a mesma quantidade de tijolos. Eram mais de dois milhões de pessoas, a maioria condenada aos trabalhos forçados! Que obra monumental necessitava de tanta gente? A Sagrada Escritura menciona as cidades de Fíton e Ramessés (Ex 1,11) construídas pelo trabalho escravo dos hebreus, mas não fala de outras talvez por considerar que eram obras humanas e destinadas a satisfazer a vaidade pessoal de algum rei. Hoje, descobre-se monumentos fantásticos construídos pelos Faraós, que causam pasmo e admiração ao homem moderno.

 



[1] “Ana CatalinaEmmerich”, tomo I, “El Antiguo Testamento”, Editorial Surgite, pág. 63;

[2] “Ana CatalinaEmmerich”, tomo I, “El Antiguo Testamento”, Editorial Surgite, pág. 94.

[3] Op. cit. págs. 101/103

[4] Segundo a lenda, esse touro negro (originado na cidade de Mênfis) deveria ter certos sinais ou manchas: na fronte, uma mancha branca quadrada; no dorso, a figura dum abutre ou duma águia; sob a língua, um nó em forma de escaravelho; os pêlos da cauda numa mescla de branco e preto e, enfim, um crescente branco sobre o lado direito do corpo. Encontrado um bezerro com tais características (ou, pelo menos, parecido com isso) pelos sacerdotes pagãos especiais chamados os Bastões de Ápis, o animal era conduzido a Mênfis em uma barca dourada e em grande pompa, depois de ter sido nutrido unicamente por mulheres durante 40 dias. Uma vez entronizado cerimoniosamente, vivia no seu santuário, ao lado do deus Ptah, a mais importante divindade menfita, da qual era tido como o arauto, a imagem viva. Sua mãe, um animal também reverenciado, era como que sua esposa legítima, mas tinha também outras vacas cuidadosamente escolhidas para ele. Dizia-se que o próximo touro Ápis era a ressurreição do anterior.


quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

COMO NASCEU EM DOUTOR PLÍNIO A ADMIRAÇÃO PELA LÓGICA

 


 

Narra o próprio Doutor Plínio que sua admiração pela lógica veio do contato com os jesuítas, especialmente no colégio onde estudava:

 “Antes de entrar no colégio, quando alguém desenvolvia na minha presença um raciocínio particularmente notável, eu refletia: “Mas, como isso está bem pensado! Essa pessoa, de repente, disse algo que vale a pena ouvir!” E logo depois, pensava: “Eu seria capaz de dizer algo assim? Não vejo possibilidades... Talvez por ser ainda muito jovem. Esperemos... Vou admirar os outros”

Entretanto, nas aulas do mestre Costa pude explicitar o meu encanto e o meu entusiasmo pelo “pulcrhum” do raciocínio....

[;;;] Ele possuía uma característica curiosa e singular: quando falava com muito entusiasmo sobre Santo Inácio, ou enquanto dizia algo de muito subtil, concluindo a refutação de uma posição oposta, a ponta de seu nariz se movia um pouco. E, quando ele manifestava sua inteligência de modo especial, eu tinha a impressão de que essa ponta se tornava inclusive luminosa!

Eu permanecia olhando, encantado. Aquele nariz era um ponto de análise especial para mim. Ora eu prestava atenção na agudeza da lógica, ora no movimento do nariz, o qual me parecia desenhar o gráfico do raciocínio e o vôo dos argumentos. Parecia uma proa de navio; uma agulha, na ponta da qual estivesse o brilho da conclusão!

Lembro-me da minha reflexão: ‘Eu gostaria de fazer raciocínio como esse homem. Preciso aprender! Seria bom, inclusive, que o meu nariz tivesse essa forma, mas, com ou sem nariz, isso é um dom do espírito, um dote, uma qualidade que preciso adquirir//’.

Espíritos fortes ou rebeldes?

Esse professor possuía a dialética da Companhia de Jesus em alto grau. Fazia raciocínios piedosos de caráter apologético e, às vezes, chegava a conclusões duras, que me atingiam nos meus defeitos. Eu ficava encantado, pois começava a conhecer a severidade da Igreja, através da lógica inaciana.

Entretanto, percebia que muitas pessoas estariam em desacordo com ele se o ouvissem: todos os “espíritos fortes” que eu conhecia. Certos ateus bigodudos, vistosos, com aparência de mandões, os quais afirmavam que a era da Religião havia terminado e atacavam alguns pontos da doutrina católica em nome do raciocínio, como, por exemplo, a Presença Real no Santíssimo Sacramento. Eles diziam:

- Pode um homem caber num pedaço de pão? E ainda, um Homem que morreu há dois mil anos? Pão é pão e homem é homem! Não posso crer nisso! Sou um espírito forte!

Eu ainda não sabia discutir e, na jovem indignação do meu silêncio, pensava:”Se um homem afirmasse ser pão, eu diria que é um louco. Entretanto, Nosso Senhor Jesus Cristo diz ser o Pão descido do Céu, e eu exclamo: “Ele é Deus! A sua santidade e a sua sabedoria são tão superiores às de qualquer um, que Ele está acima de qualquer cogitação humana e não pode ter sido objeto da criação literária de ninguém. Esse Homem não se inventa. Ele é um só com o Criador, e daí Lhe vem esse poder. Então, quando Ele diz: “Eu sou o Pão vivo”, eu dobro os joelhos e osculo o chão.

E esse ateu se declara “espírito forte?” Estou vendo de onde vem esse espírito: se Deus o dispensasse da prática de alguns Mandamentos que eu conheço, ele também acreditaria... Não preciso nem saber como é a vida dele! Basta saber o que ele nega, para entender o que ele faz. Ele não é um forte, mas um rebelde! É ateu por ser revoltado. Não tenho nada em comum com ele!”

Então, encantava-me quando ouvia o mestre Costa dar um argumento que silenciaria esses homens, pois ele concluía seus raciocínios de maneira irrefutável!

Admiração pela lógica inaciana

Eu analisava a firmeza das palavras do mestre e pensava: “O que ouço, do comum das pessoas, não possui esse brilho. O que ele tem?”

Até que, certo dia, ele mesmo explicou:

- Isso é lógica.

Exclamei interiormente: “É a lógica? Que maravilha!”

E essa lógica brilhava especialmente nas digressões que ele fazia, elogiando a Companhia de Jesus. Concluí que os jesuítas não tinham apenas uma escola de lógica, mas a escola de lógica por excelência, através da qual tratavam os assuntos no que eles tinham de mais profundo, tirando todas as conseqüências necessárias, até o último extremo. Assim comecei a entusiasmar-me pela lógica.

Foi o advento, a entrada encantadora da lógica na minha vida.

Dizia de mim para comigo: “Por mais madura que eu seja no futuro, e mesmo estudando muito, tenho certeza de que não adquirirei  uma lógica maior do que essa!”

E pensava: “Esse mestre é brasileiro como eu, e desenvolveu as suas qualidades intelectuais neste mesmo país em que nasci. Ele não aprendeu tudo isso no Amazonas dele, mas recebeu aqui, dos padres jesuítas... No fundo, foi Santo Inácio quem deu isso a ele. Ele é filho de Santo Inácio!”

Não se pode imaginar como as aulas do mestre Costa me fizeram conhecer o espírito inaciano. Eu julgava ver Santo Inácio nele.

Então, fiz um propósito categórico:

“Esse modo de raciocinar, de concluir e de agir é perfeito. Quero tomá-lo para mim, ao longo de minha vida inteira, de modo definitivo! Se eu admirar Santo Inácio o quanto puder, quem sabe se ele me dará um pouco dessa lógica, também? Isso depende de eu ser muito puro, inteiramente puro, intransigentemente puro! Pois esse espírito não é dado aos impuros. Se eu flor inflexivelmente puro, mais tarde começará a nascer em mim uma lógica como a do mestre Costa: a lógica de Santo Inácio!

O encanto pelo raciocínio

Então, fazendo para mim mesmo algumas demonstrações lógicas,dei-me conta de que estava raciocinando: com base em certos dados, eu tirava uma conclusão. Aquilo me pareceu muito interessante e, em certo momento, fiz a seguinte reflexão: “Curioso! Como isso funciona e confere! Que maravilha!”

Estava encantado por ter descoberto em mim a existência do raciocínio, ou seja, de um processo pelo qual eu poderia conhecer outras verdades.

Tive então um verdadeiro alívio, acompanhado de duas impressões: a primeira era a do horizonte que se alargava; e a segunda era uma sensação interior de luz, clareza, força e destreza. Comecei a perceber que a lógica era em mim como um braço que começava a se mover e se articular, e tive uma espécie de ebriedade, com uma exclamação interior: “Que magnífico! Eu sou racional!”

Quando acompanhava um raciocínio claríssimo, parecia-me ver uma luz. O ponto de partida do raciocínio se me apresentava como uma esfera de cristal muito límpida, trabalhada e arranjada, através da qual eu via do mundo!

A partir daí, o encanto de minha alma era mover-se ao apelo da lógica, méis ou menos como uma criança pequena que deixou o berço e começou a andar. Quando entendi a lógica, a minha alma inteira pediu para “andar”, ou seja, para raciocinar, discorrer, alinhar premissas e tirar conclusões.

Bom senso, lógica e Fé

Comecei também a procura o valor lógico das certezas que havia adquirido ao longo da vida, e pensei: “Eu percebo que já raciocinei muitas vezes, mas, quantas convicções terei na alma, que não foram raciocinadas? Serão verdadeiras? Se a verdade é obtida por meio do raciocínio bem feito, a toda certeza deve preceder um raciocínio. Ora, eu tenho a mente cheia de certezas. Onde estão os raciocínios?”

Lembro-me bem de chegar desde logo à conclusão seguinte:

“Tenho tantas certezas, que, se fosse raciocinar a respeito de cada uma delas, passaria o resto de minha vida confirmando aquilo que já sei. Isso não pode ser! Esse método parece muito bom, mas está quebrado. Vejo emergir nele alguma coisa contrária ao bom senso...

“Ah! Então, há algo chamado “bom senso”, a que o raciocínio nem sempre obedece?! O que é o bom senso? Ainda não se explicar... Mas percebo que ele existe dentro de mim e, se aceitar qualquer “canivetada” do raciocínio contra esse bom senso, eu “sangrarei”, e não posso permitir isso! Pelo contrário, se o raciocínio florescer na linha do bom senso, andarei numa certa direção, de acordo com a ordem e a harmonia.

“Portanto, cuidado com o raciocínio! Ele é muito bom e deve ser usado, mas poderia ser comparado a um cavalo durante uma corrida: se ele sair da pista, haverá um desastre! O bom senso é a pista do raciocínio. Quando a lógica galopa e se afasta do bom senso. Ela deve ser freada! Não pode haver conflito entre o raciocínio e o bom senso, mas, se eu tiver alguma dúvida entre os dois, farei prevalecer o segundo, enquanto não encontrar a solução...”

“Entretanto, quando ouço as explicações dos padres do São Luís, percebo que a lógica deles nunca contunde o meu bom senso, mas, pelo contrário, o distende e o alegra. Por quê? É que eles justificam a Fé Católica. Então, há um tripé: bom senso, lógica e Fé”.

“Cada vez que eu raciocínio, com base nos princípios da Fé, sinto o meu bom senso elevar-se muito mais, como uma planta ao receber o orvalho. Esse é um orvalho descido do Céu! Que maravilha! Não se poderia imaginar coisa igual!”

Senso católico

Então, observando, analisando e refletindo sobre as coisas da Igreja, fui vendo que o binômio raciocínio-bom senso, aplicado à Fé, dava um resultado curioso: muitas vezes, quando me punha um problema referente à Igreja ou à doutrina católica, antes mesmo de saber o que ela ensinava a respeito de alguma questão moral, ou como explicava tal circunstância da História e da vida, antes de consultar algum livro para descobrir o pensamento dela, na grande maioria dos casos eu já entrevia a solução, a qual me trazia sempre uma extraordinária alegria de alma.

Pela união com a Igreja, havia se transformado em mim uma espécie de bom senso complementar e superior: o senso das coisas católicas.

Assim, nasceu naturalmente em mim a expressão “senso católico”. Ou seja, o bom senso a propósito das realidades da Fé, o qual voa na frente da lógica. Depois dele, reverente, o raciocínio vai como um viandante, para refazer na terra o caminho que o pássaro percorreu no céu.

Compreendi que o senso católico era um favor, o qual eu recebia da bondade de Deus.”[1]

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



[1] Extraído de “NOTAS AUTOBIOGRÁFICAS” – Plínio Corrêa de Oliveira – Editora Retornarei, 2012 - vol. II, Capítulo XI -  PÁGS. 245/252


quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

SÃO FABIANO, O "HOMEM DA RUA" QUE VIROU PAPA

 



(Demonstrando a aplicação do que se chama hoje "sensus fidelium", no início do Cristianismo as eleições dos Papas eram feitas sob aclamação popular. Doutor Plínio publica artigo discorrendo sobre o fato)

A poluição em todas as suas formas, continua problema atual. Mais especialmente tenho em vista aqui a poluição moral inerente à vertiginosa decadência dos costumes, e a poluição mental provocada pela trepidação da vida hodierna. (…)

O meio de fugir disso? Uma excursão, por exemplo, ou a audição de alguns belos discursos, a leitura de um romance, contentam a vários. Há os que se satisfazem com menos, isto é, com a ingestão de qualquer comprimido que favoreça a evasão para as profundidades de sonos insondáveis. Entre tantos recursos despoluentes, há também a excursão às extensas regiões do passado, ou seja, a leitura de narrações históricas. No píncaro destas, existe a legenda, com o encanto de sua leveza, de seu simbolismo, de seu esplendor.

Para a decepção da maioria e o possível contentamento de uns poucos, é uma viagem ao passado que proponho neste fim de semana. Não ao passado histórico, mas ao passado legendário, tão lato, tão belo, que por alguns lados parece tocar na própria eternidade. Acabo de ler um conto tomado mais ou menos a esmo na Légende Dorée, de Jacques de Voragine. Queres viajar comigo nas regiões etéreas deste conto, leitor?

Fabiano era um simples romano como outro qualquer. Um “homem da rua”, como hoje se diria. E sequioso de notícias como são em todos os tempos os seus congêneres.

Ora, havia em Roma, ainda recente uma grossa novidade: morrera o Papa. E estava em gestão uma novidade ainda maior: ia ser escolhido pelo povo o novo Pontífice. Nosso “homem da rua”, segundo o costume, saiu de casa e se misturou na multidão, reunida para a augusta escolha. Fabiano julgava chegar atrasado, isto é, a tempo somente de conhecer o resultado.

E este veio, bem diverso do que Fabiano podia imaginar. Do alto do Céu baixou uma pomba de esplendorosa alvura, e pousou sobre a sua cabeça. Por esse fato simbólico, o Espírito Santo deixava claro que designava Fabiano. A multidão, piedosamente entusiasmada, escolheu-o Papa. E Fabiano, que saíra à rua para passear, se viu alçado assim à dignidade inigualável de sucessor daquele de quem o Salvador disse: Tu és Pedra, e sobre essa pedra edificarei a minha Igreja. E as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16, 18). E a partir daquele momento a “solicitude de todas as igrejas” (2 Cor 11, 28) passou a ser a única preocupação e a única atividade de sua vida.

Aqueles remotos tempos se assemelhavam de algum modo aos nossos. A Igreja tinha adversários poderosos e implacáveis. O sangue dos mártires corria às torrentes em toda a vastidão do Império Romano. Também hoje a Igreja tem inimigos poderosos. E, por toda parte, também os católicos são perseguidos. É certo que os adversários de hoje (…) não são brutais como os de outrora.

Perseguem com o sorriso hipócrita nos lábios, e a mão estendida para a colaboração dolosa. (…) Hipocrisia ou brutalidade são acidentes. Em substância, o ódio é o mesmo.

Fabiano, cheio de veneração pelos mártires, começou seu Pontificado enviando por todo o Império sete diáconos e sete subdiáconos, para que recolhessem por toda a parte as atas dos martírios. Homem previdente, queria ele legar assim para toda a posteridade, estas narrações de uma heroicidade sem igual, escritas pelo sangue dos homens por amor ao Sangue de Cristo. De sorte que até a consumação dos séculos servissem de adorno à Igreja.

Mas Fabiano não recebera em vão a visita da Pomba. O “homem da rua”, presumivelmente pacato e mediano, transformou-se em herói, e não apenas em colecionador e compilador de feitos heróicos de outros.

O imperador Filipe levava uma vida cheia de pecados. Sem embargo, quis assistir às vigílias da Páscoa e participar dos Santos Mistérios.

Fabiano, (…) em lugar de aceitar a presença escandalosa do pecador, (…) impediu que Filipe transpusesse os umbrais sagrados enquanto não confessasse seus pecados e não aceitasse de se colocar no lugar reservado então aos pecadores penitentes dentro da Igreja. Filipe cedeu.

E Fabiano, pela graça da Pomba, venceu assim a fera. Feliz da Igreja quando é governada por varões que, fortalecidos pela Pomba, não teme as feras!

Bem entendido, as feras não gostam deste trato. No 13º ano de seu Pontificado, o Imperador Décio mandou decapitar Fabiano. Este é o fim sinistro do “homem da rua” visitado pela Pomba, e transformado por Ela em um vencedor de feras.

Fim sinistro?

Consideremos o desfecho da história, tão e tão elevado, que a legenda áurea apenas o deixa discretamente subentendido. No momento em que a cabeça venerável de Fabiano foi cortada, uma corte rutilante de Anjos, provindo das alturas excelsas onde reinam o Padre, o Filho e o Espírito Santo, baixou para receber a alma santíssima do novo mártir. Fabiano subiu, subiu, levado pelos Príncipes celestes. Mas, por mais que ele subisse, a Santíssima Trindade parecia irremediavelmente inacessível. Depois de um glorioso itinerário através das Hierarquias infindáveis dos Anjos que o aclamavam e o elevavam com o cântico de seu afeto, Fabiano, extasiado de felicidade e de glória, foi deposto pelos Anjos aos pés de Nossa Senhora. E assim como através de um telescópio os astros mais distantes parecem aproximar-se de nós, assim também junto ao Coração de Maria, Fabiano se sentia inteiramente saciado pela presença de Deus. Como é doce e glorioso contemplar Deus face a face, aos pés do trono de Maria!

Rogai por nós e pela Igreja!

Nessas alturas celestes terminou o passeio do “homem da rua”, que fora pacatamente à procura de notícias sobre quem tinha sido eleito Papa. E até o fim do mundo haverá homens que digam: “São Fabiano, rogai por nós”. Eu, por exemplo. E tu também leitor.

“Rogai por nós”. Só isto? Rogai, São Fabiano, pela Santa Igreja Católica Apostólica Romana. (…)

Ó, rogai pela Igreja, São Fabiano!

 (Plinio Corrêa de Oliveira “Folha de São Paulo”, 3/12/1976)

 

 

 


terça-feira, 18 de janeiro de 2022

A CORAGEM DE JULGAR O PRÓXIMO

 



São Bruno, referindo-se à degradação de certos monges de seu tempo, escreve no capítulo I da Santa Regra:

“A terceira e péssima espécie de monges é a dos sarabaítas[1], que, não sendo provados por nenhuma Regra, nem pela experiência, como ouro na fornalha, mas sendo, pelo contrário, moles como o chumbo, permanecendo ainda fiéis ao século por suas obras, mentem a Deus pela tonsura. Os quais, andando sem pastor, aos dois ou três, ou mais comumente sós, não nos apriscos do Senhor mas nos seus próprios, têm por lei a volúpia dos desejos: de sorte que qualquer coisa que pensarem ou preferirem, a isto chamam santo, e ilícito ao que não quiserem.

 A quarta espécie é a dos monges chamados giróvagos[2], que passam toda sua vida hospedando-se por três ou quatro dias em mosteiros diferentes, sempre vagando e nunca estáveis, servindo com requinte a sua própria volúpia e sua gula, e sob todos os pontos de vista piores que os sarabaítas. Do detestável modo de vida de uns e outros, é preferível silenciar do que falar”. (“Catolicismo”, n. 13, de janeiro de 1952).

 PODEMOS ERRAR AO JULGAR PELA APARÊNCIA, MAS DEUS NÃO

 Quando o Profeta Samuel foi até Isaí (o pai de Davi) escolher um dos filhos dele para ser Rei de Israel, ouviram isso de Deus:

 “Não olhes para o seu vulto nem para a altura da sua estatura, porque eu o julguei e não julgo o homem pelo que aparece à vista; porque o homem vê o que está patente, mas o Senhor olha para o coração”  (Sam I 16-7)

 COMO O SANTO CURA D’ARS JULGAVA AQUELES QUE NÃO ESTÃO UNIDOS A CRISTO, POIS NELES ”HÁ LATENTE ALGO DE DIABÓLICO”.

 Palavras de São João Batista Vianey, o “Cura D’Ars”, dirigidas a Ernest Hello e Jorge Seigneur, que pediam conselhos a respeito da fundação de um diário católico. (1859)

 “Vivemos em um mundo miserável. Deveis expor esta miséria e dizer a verdade sem acepção de pessoas. Há uma massa de mentiras e de erros que deveis dissipar, sem olhar para as pessoas que os espalham. Deveis combater o erro entre os católicos, pois estes têm menos direito – se posso chamar de direito – do que os outros para pregar idéias errôneas. Amai os vossos adversários. Rezai por eles, mas não deveis fazer-lhes cumprimentos. É tempo perdido. Não procureis agradar a todos, nem podeis a todos agradar. Procurai agradar a Deus e seus Anjos e Santos: eis o vosso público!

Pois bem, meus filhos, mãos á obra! Os que de vós se afastam, que vos censuram por falta de amor, intimamente vos darão razão: talvez vos defendam publicamente. Se os homens pudessem ver como eu trato “Grappin” (alcunha regional com que o Santo  designava o demônio), diriam que não lhe tenho amor. Meto-lhe medo, causo-lhe espanto, lanço-o por terra, e digo-lhe: “Grappin, tu me atacas; pois bem., eu me defendo também”.

Mas, vós meus filhos, dir-me-eis que os homens não são demônios. Sem dúvida, muitos não são demônios. Mas em todos que não estão unidos  intimamente a Cristo está latente alguma coisa diabólica: e contra isso deveis levantar-vos como executores de justiça. O erro é um obstáculo para a união. Meu Deus, quão inexaurível é a verdade, quão imarcessível, quão repleta de vida! Mais uma vez, não deixeis jamais de combater o erro. E para isto, gastai a maior parte de vosso tempo. Começai, pois, e perseverai! Não vos deixeis intimidar pela contradição. Contradição não vale nada. Fareis bem e muito bem”. (Extraído de “Catolicismo”, n. 16, de abril de 1952)

 O REINO DOS CÉUS É DOS VIOLENTOS

 Ainda da biografia de S. Luíz Maria Grignion de Montfort, o insigne apóstolo da devoção marial (1673-1716), escrita pelo Padre Louis Le Crom:

“Durante uma missão em Nantes, penetra em um botequim mal afamado “Para mostrar de quem é o locotenente, o Padre (de Montfort), põe-se de joelhos no meio dessa malta fanática e reza uma Ave Maria. Depois, levantando-se, toma os instrumentos de música, quebra-os contra o chão, derruba as mesas, em uma confusão de copos e garrafas. O estupor é geral. Alguns resistem e desembainham a espada. Com um gesto trágico o Santo avança diretamente para eles, o terço em uma das mãos e o Crucifixo na outra. Um resto de fé fez recuar esses miseráveis e,  apavorados por uma tal visão, fogem seguidos de todo o bando”. (p. 223)”.

“Em Saint-Pompain havia o mau hábito de de realizar feiras aos domingos... Montfort, ao que parece, organizou uma procissão guerreira; e, entoando cânticos, as crianças, as Virgens, os Penitentes, todos fiéis, se lançaram ao assalto das prateleiras dos mercadores e da farândula de dançarinos. Desconcertado, o inimigo fugiu”

“O Padre de Montort teria composto um cântico que recorda esse fato: A derrota das danças abomináveis e das feiras pagãs de Saint-Pompain, citado por Quérard”. (p. 355)

(Um apôtre marial – Saint Louis-Marie Grignion de Montfort”, pelo Padre Louis Le Crom, Montfortain – Ed. Librairie Mariale, Calvaire Montfort, Pont-Chateau). (Extraído de “Catolicismo”, n.40, abril de 1954)

 PODE-SE ÀS VEZES FAZER JUÍZO DE ALGUÉM POR CAUSA DE SEU FÍSICO

Palavras de São Gregório Nazianzeno referindo-se ao imperador Juliano, o Apóstata[3]:

“Eu o olhava, e me chamava a atenção sua cabeça sempre em movimento, seus ombros agitados, e que davam a impressão de desconjuntar-se, um olhar desvairado, um passo cambaleante, um nariz arrebitado que respirava insolência e desdém. E eu me perguntava: que monstro Roma alimenta aqui?” (Disc. V, 23, 24; P. G., t. XXV, col. 692, 693 -  apud Fernand Mourret, “Histoire Générale de l’Eglise”, Ed. Gay, Paris, pág. 185). (Extraído de “Catolicismo”, n. 64. Abril de 1956);

 

CENSURA: JUÍZO NECESSÁRIO PARA A FORMAÇÃO DA OPINIÃO PESSOAL E PÚBLICA

 

1.    A Crítica;- Hoje vê-se a crítica como a simples recusa e condenação feita a algo do qual não se gosta. Criticar é mostrar os erros, é condenar. Mas, não foi bem essa a intenção dos filósofos quando idealizaram a necessidade da crítica. Quando um tema estava em discussão entre eles, havia necessidade de que alguém levantasse idéias opostas a fim de que a tese fosse confrontada e demonstrada sua exatidão. Isso era chamado de crítica, especialmente entre os escolásticos, onde as discussões filosóficas eram mais livres e discutidas abertamente. A condenação ou aprovação, o juízo final do tema não vem com a crítica, mas com a própria conclusão a que se deve chegar no estudo da questão. A crítica é apenas uma fase intermediária.

2.    A Censura – Da mesma forma, a censura nem sempre provém da crítica. Ela vem muitas vezes da constatação imediata do erro em que está a idéia que se debate. E censurar não é somente condenar e apontar os erros, mas impedir que os mesmos sejam divulgados. Ela pode ser exercida por cada pessoa individualmente, pelo grupo social a quem todos pertencem, por um país inteiro através de seus governantes, ou por qualquer autoridade que detenha poder para isso. E seu exercício pode ser feito através de meios suasórios simples ou até mesmo pelo emprego de violência. Um pai censura o  filho por causa de seus erros e manda que o mesmo obedeça-o, dando razões para isso; mas se o mesmo teima na prática do erro o pai tem a obrigação de usar da força e obrigá-lo a desistir de praticar o mal, castigando-o se for necessário. O mesmo procedimento pode ser praticado pela autoridade de uma pequena comunidade contra os fautores do mal ou de uma autoridade maior de um pais, seja contra um indivíduo ou contra grupos deles. A censura, neste caso, é apenas a aplicação da lei.

 

Conclusão: É com base na crítica e na censura que é construída a opinião pública. É formada esta por idéias, e quando estas surgem, logo de início as pessoas a confrontam com idéias opostas (usando assim de crítica) para aquilatar, avaliar, se estão conformes com os conceitos sociais aceitos por todos. Após a crítica vem a censura. Quer dizer, as pessoas não somente apresentam as idéias opostas àquelas consideradas erradas, mas passam automaticamente a censurar aqueles que as defendem ou as propagam.

 



[1] Classe de monges antiga, que data do tempo de São Jerônimo. Viviam sem Regra. Eram de três classes: cenobitas, ermitãos e sarabaítas. Cenobitas porque viviam nas celas; ermitões porque andavam pelos deserto sem morada fixa, e sarabaita porque moravam numa comunidade, mas sem seguir Regras.

[2] Como adiante ele fala, os giróvagos podem pertencer a uma determinada Ordem, mas mudam-se com freqüência de uma e outra, são, portanto inconstantes numa vocação.

[3] Chamam-no de “Apóstata” porque era cristão e renegou a Fé, passando a perseguir a Igreja.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

ENTENDA A GUERRA DA MÍDIA OFICIAL CONTRA CERTOS GOVERNOS

 





Fica difícil entender as causas verdadeiras do comportamento dos órgãos de imprensa nos últimos anos sem que se tenha presente as observações abaixo. E eles sabem que estão perdendo credibilidade por causa disso, dando ensejo para que se dê mais crédito às redes sociais.

1.    O comportamento geral de toda a mídia oficial (rádio, imprensa escrita e TV) tem sido no sentido de desestabilizar qualquer governo. Por causa de um princípio doutrinário que eles adotam: é preciso estabelecer o caos e a anarquia, em benefício da revolução que foi pregada ainda na Sorbone em 1968.. Isso eles fazem com afinco em todos os países do Ocidente. Os maiores órgãos de imprensa da América e da Europa não têm feito outra coisa senão tentar desestabilizar os governos e os órgãos administrativos de seus países, sejam eles de que partido for. E nisso eles são mais rigorosos quando agem contra governos conservadores.

2.    E por que não o fizeram com Obama? Por que não o fizeram com os governos de esquerda da França, da Espanha, de Portugal?  Fizeram, sim, mas com menos intensidade, talvez por causa de jornalistas aliados com a esquerda encarregados dos noticiários. No Brasil, por exemplo, a revista “Veja” fez inúmeras reportagens mostrando os desmandos de Lula e do PT. De alguma forma, a TV Globo repercutiu algumas delas. Faz parte do jogo deles desmoralizar qualquer governo para com isso criar o caos em busca da anarquia.

3.    Vejam, por exemplo, como procuram a todo custo desmoralizar a policia. E isso não é de hoje, sempre foi assim. Quando ocorre um crime, o repórter se preocupa logo em repetir um velho chavão: “até agora ninguém foi preso”, mesmo que o fato tenha sido muito recente, pois essa expressão deixa no ouvinte ou telespectador a idéia de que a policia é inoperante. E quando abordam vítimas de algum crime procuram açular neles a idéia de “justiça”, quando, na maioria das vezes, busca-se simplesmente vingança. É uma técnica de causar comoção social.  Que está sendo usada agora habilmente com o coronavirus para se criar uma onda de comoção mundial. Espertamente eles dizem à população para não entrar em pânico, mas a repetição disso já cria o pânico. 

4.    A Insistência com que buscam divulgar escândalos políticos não é porque são zelosos pela justiça e honradez pública: na realidade visam, tão somente, desmoralizar e desacreditar os governos, sejam eles de que partido for.  A Globo, por exemplo, se hoje faz campanha escandalosa e escancaradamente contra o atual governo, não é somente porque não gosta dele e tem idéias contrárias, mas porque já o fazia muito antes contra os governos anteriores. Lembram-se da guerra que havia entre Temer e a Globo?  Será que era tudo teatro?

5.    Nesse jogo, estão agora tentando promover a China com o problema do coronavírus. Como? Dando cabimento a todas as notícias vindas de lá, as quais dão conta de que o governo de Pequim está controlando a doença (deram enorme destaque aos hospitais feitos de um dia pro outro, lembram-se?), já começa a debelá-la e dá show de eficiência a todo o mundo civilizado. Ora, não se pode dá crédito às informações oriundas de um governo comunista, para a qual não existe verdade, mas apenas oportunismo. Se morreram dez mil, eles dizem que só morreram mil. Se o problema é de extrema gravidade e que fugiu ao controle, eles repetem o contrário, que a medicina lá está muito eficiente. Afinal, tudo tem que ser dito para comprovar a tese de que a China é a segunda potência do mundo. E outros blefes da mídia. E qual a razão da mídia nada fazer para desacreditar o regime chinês, mas, pelo contrário, procurar sempre coloca-lo nas alturas?  É que ele  representa, para eles, a vitória do comunismo. A propaganda tem que mostrar eficiência, onde todos sabem que reina o caos. Não demora e vai desmoronar por si mesmo este blefe. Já ocorreu o mesmo com a extinta URSS, tida como a segunda maior potência do mundo durante 70 anos. E hoje, cadê a potência da Rússia e seus satélites? Amanhã vai desmoronar também como um castelo de cartas a falsa potência chinesa: na realidade uma associação da burguesia ocidental com um corrupto governo comunista.

6.    Mas, as redes sociais estão aí. Vários informes transpuseram os controles midiáticos do governo chinês e chegam até nós, mostrando tremenda crise na economia de lá, com falência de enormes shoppings e de escândalos com empresas ocidentes que contratam escravos atendendo exigências do governo. A história de que o PIB vem crescendo não merece nenhuma credibilidade, pois é vedado a órgãos controladores do Ocidente o acesso á realidade. Não demora e vai explodir a realidade sobre o coronavírus, e talvez nessa ocasião eles resolvam de vez implantar o comunismo mais radical, desapropriando todas as empresas de capital ocidental, e, aí, sim, pode haver uma quebradeira nas bolsas do mundo. Porque, embora ineficiente, o dinheiro vai estar lá. Desde a década de 70, quando Nixon inaugurou a “corrida” das grandes empresas americanas e europeias para investir na China, o mundo vem assistindo a ascensão inescrupulosa deste império do mal, com enorme propaganda da mídia. Na realidade, predomina na China uma das maiores escravaturas da história.

Há outros fatores a serem comentados do comportamento da mídia oficial. Mas, aqui não há espaço para discorrer sobre tudo. Uma coisa é certa: quando eles divulgam uma falsa notícia, por ser oriunda de um órgão tido como sério e crível, faz mais mal ao público do que as famosas “fakes news” divulgadas nas redes socais. 



domingo, 16 de janeiro de 2022

A Esperança e a Confiança nas Sagradas Escrituras

 




Várias são as passagens nas Sagradas Escrituras que falam da Esperança e da Confiança:

 “Onde está, pois, a minha esperança, e quem considera a minha paciência? (Job 17,15)

Dir-se-ia que satanás conseguiria tirar-lhe a virtude que o faria perseverar até o fim: a esperança. Onde estaria naquelas alturas a esperança de Jó? Esperaria ele o quê perante tanta aflição sem amparo de qualquer natureza? E claro que a resposta está em Deus...

Na maior parte de seus sofrimentos e clamor o Patriarca viu prefigurado nele a Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, como esta passagem em que lamentava o estado de completo abando em que se encontrava:

“Clamo por ti, e não me ouves, ponho-me diante de ti, e não olhas para mim”

“Trocaste-te em severo para comigo, e com a dureza da tua mão me combates”

“Elevaste-me, puseste-me sobre o vento, arrojaste-me com violência.

“Sei que me entregarás à morte, onde há casa estabelecida para todo o vivente.” (Job 30, 20-23)

“Compadecei-vos de mim, compadecei-vos de mim, ao menos vós, meus amigos, porque a mão do Senhor me feriu” (Job 19, 21).

“E, assim como os reis (ou poderosos) insultavam o bem-aventurado Jó assim os parentes e amigos de Tobias escarneciam do seu modo de vida, dizendo: Onde está a tua esperança, pela qual davas esmolas e sepultava os mortos? Mas Tobias os repreendia, dizendo: Não faleis assim; porque nós somos filhos dos santos e esperamos aquela vida que Deus há de dar aos que nunca afastam dele a sua fé” (Tob 2, 15-

Morto o ímpio, desaparece toda a esperança; e a expectativa dos maus perecerá (Prov 11, 7).

Confia em Deus, e ele te protegerá; endireita o teu caminho e espera nele; conserva o teu temor e envelhece nele (Eclesiástico 2, 6).

Vós, os que temeis o Senhor, esperai a sua misericórdia, e não vos desvieis dele, para que não suceda cairdes (Eclesiástico 2, 7).

Vós, os que temeis o Senhor, esperai nele, e para vossa consolação virá sobre vós a sua misericórdia. (Eclesiástico 2, 9).

Considerai, filhos, as gerações humanas, e sabeis que ninguém que esperou no Senhor foi confundido (Eclesiástico 2, 11).

 

SALMOS DE DAVI SOBRE A CONFIANÇA

Salmo 3 – Do Senhor nos vem a salvação

Senhor, por que são tão numerosos os que me perseguem? Muitos se levantam contra mim.

Muitos dizem à minha alma: Não há salvação para ela no seu Deus.

Vós, porém, Senhor, sois o meu protetor, a minha glória, e o que exalta a minha cabeça.

Com a minha voz clamei ao Senhor, e Ele ouviu-me de seu santo monte.

Adormeci, e estive sepultado no sono; levantei-me, porque o Senhor me amparou.

Não temerei esse povo inumerável que me cerca. Levanta-te, Senhor, salvai-me, Deus meu!

Porque Vós tendes ferido todos os que me perseguem sem causa; quebraste os dentes dos pecadores.

Do Senhor nos vem a salvação, e sobre o seu povo, a tua bênção.

  

Salmo 4 – Alegria na confiança em Deus

Quando eu invoquei, ouviu-me o Deus de minha justiça. Na angústia me puseste ao largo. Tem compaixão de mim, e ouve a minha oração.

Filhos dos homens[1], até quando sereis de coração pesado? Por que amais a verdade e buscais a mentira?

Sabei que o Senhor fez maravilhoso o seu santo; o Senhor me ouvirá, quando eu clamar a Ele.

Irai-vos, e não queirais pecar; do que pensais nos vossos corações , compungi-vos no retiro dos vossos leitos.

Oferecei sacrifícios de justiça, e esperai no Senhor. Muitos dizem: Quem nos fará ver os bens?

Gravada está, Senhor, sobre nós a luz do teu rosto; infundiste alegria no meu coração.

Eles estão bem abastecidos e alegres com a abundância de seu trigo, vinho e azeite.

Mas eu dormi em paz e descansarei, porque Vós, Senhor, de maneira singular me firmaste na Esperança.

 Salmo 10 – Perfeita confiança em Deus

No Senhor confio, por que dizeis à minha alma: Foge para o monte como a ave?

Eis os pecadores retesam o arco, preparam as suas setas na aljava, para as dispararem na obscuridade contra os que são de coração reto.

Porque destruíram o que fizeste de bom; mas o justo o que é que fez?

O Senhor habita no seu santo templo, o trono do Senhor está no céu,[2]

Os seus olhos voltam para o pobre; as suas pálpebras examinam os filhos dos homens.

O Senhor sonda o justo e o ímpio; mas aquele que ama a iniqüidade, a sua alma odeia.

Fará chover laços sobre os pecadores; o fogo, o enxofre e as tempestades são a parte que lhes toca.

Porque o Senhor é justo e ama a justiça; o seu rosto olha para a equidade.

 Salmo 11: Confiança, mesmo perante a perversidade geral

Salva-me, Senhor, porque não se encontra um homem de bem, porque as verdades (já) não são apreciadas entre os homens.

Cada um somente diz mentiras ao seu próximo; fala com os lábios dolosos, com coração dúplice.

Destrua, ó Senhor, todos os lábios dolosos, e a língua que fala com arrogância.

Eles disseram: Faremos grandes coisas com a nossa língua, somos donos dos nossos lábios, quem é o nosso senhor?

Em atenção à miséria dos desvalidos, e ao gemido dos pobres, agora me levantarei, diz o Senhor. Eu os porei em salvo, nisto procederei confiadamente.

As palavras do Senhor, palavras sinceras, são prata purificada no fogo, acendrada no crisol, refinada sete vezes.

Vós, Senhor, nos guardarás, e nos preservarás pára sempre desta geração.

Os ímpios andam ao redor de nós; segundo o vosso altíssimos desígnio, multiplicaste os filhos dos homens.

 Salmo 26: Confiança em Deus

(Salmo de Davi, antes de ser ungido)

O Senhor é a minha luz e a minha salvação, a quem temerei? O Senhor é o defensor da minha vida, diante de quem temerei?[3]

Enquanto se aproximam de mim os malvados, para devorar as minhas carnes, estes inimigos que me angustiam, eles mesmo se debilitaram e caíram.

Ainda que acampem exércitos contra mim, o meu coração não temerá. Ainda que se levante batalha contra mim, mesmo então esperarei.

Uma só coisa pedi ao Senhor, esta solicitarei, é que habite eu na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para ver as delícias do Senhor, e visitar o seu templo.

Pois me escondeu no seu tabernáculo; no dia da aflição me protegeu no segredo do seu tabernáculo.

Sobre uma pedra me exaltou; e agora exaltou a minha cabeça sobre os meus inimigos. Dei voltas (ao altar), e sacrifiquei no seu tabernáculo uma hóstia com clamores de júbilo; cantarei e entoarei um hino ao Senhor.

Ouve, Senhor, a minha voz com que clamei a ti, tem compaixão de mim e ouve-me.

Meu coração Vos falou, os meus olhos Vos buscaram; hei de buscar o vosso rosto, Senhor.

Não apartes de mim a vossa face; não vos retire do vosso servo na vossa ira. Sede a minha ajuda; não me deixes, nem me desprezes, ó Deus, meu Salvador.

Porque meu pai e minha mãe abandonaram-me; mas o Senhor me recolheu.

Ensina-me, Senhor, o teu caminho, e guia-me pela vereda direita, por causa dos meus inimigos.

Não me entregues à mercê daqueles que me atribulam, porque se levantaram contra mim testemunhas falsas, mas a iniqüidade mentiu contra si mesma.

Espero que verei os bens do Senhor na terra dos viventes.

Espera o Senhor, sê forte; cubra ânimo e espera no Senhor.[4]

Salmo 45: Confiança do Corpo Místico de Cristo, a Sua Igreja

Deus é nosso refúgio e nossa força; nosso auxílio nas tribulações que nos cercavam de todas as partes.

Por isso, não temeremos, ainda que a terra seja abalada, e sejam transladados os montes para o meio do mar.

Bramaram e turbaram-se suas águas; estremeceram os montes pela sua fortaleza.

Um rio caudaloso alegra a cidade de Deus; o Altíssimo santificou seu tabernáculo.

Deus está no meio dela, não será comovida; Deus a ajudará desde o  raiar do dia.

As nações se conturbaram, e os reinos se humilharam; (Deus) fez ouvir a sua voz, e a terra estremeceu.

O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso defensor.

Vinde, e vede as obras do Senhor, as maravilhas que operou na terra, fazendo cessar as guerras até à extremidade do mundo. Quebrará o arco, espedaçará as armas, e queimará ao fogo os escudos.[5]

Parai, reconhecei que eu sou o Deus. Hei de ser exaltado entre as gentes, e exaltado sobre a terra.

O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso defensor.[6]

 Salmo 55: Oração confiante

Tem misericórdia de mim, ó Deus, porque o homem me calcou aos pés, aperta-me, combatendo todo o dia.

Pisaram-me meus inimigos todo o dia, porque são muitos os que pelejam contra mim.

Estou temendo desde que desponta o dia, mas em ti esperarei.

Em  Deus louvarei as palavras que me dirigiu; espero em Deus, não temerei o que a carne me possa fazer.

Todos os dias abominavam minhas palavras; todos os seus pensamentos eram para o meu mal.

Juntar-se-ão, e esconder-se-ão; espiarão todos os meus passos. Como porfiaram em tirar-me a vida, de nenhum modo os salvarás; na tua ira despedaçarás estes povos, ó Deus.

A Vós expus a minha vida, tens  presentes diante de vossos olhos as minhas lágrimas, conforme a vossa promessa.

Um dia serão postos em fuga os meus inimigos; em  qualquer hora em que eu vos invocar, logo conhecerei que és o meu Deus.

Em Deus louvarei a palavra, no Senhor louvarei a sua promessa. Em Deus espero, não temerei o que o homem me possa fazer.

A meu cuidado estão, ó Deus, os votos que vos fiz, os quais cumprirei cantando os vossos louvores, porque livraste minha alma da morte, e os meus pés da queda, para que eu seja agradável a Deus na luz dos viventes.

 Salmo 61: Somente se deve confiar em Deus

Porventura a minha alma não há de estar sujeita a Deus, dependendo dele a minha salvação?

Porquanto ele é o meu Deus e o meu Salvador; é minha defesa, não serei jamais abalado.

Até quando arremetereis contra um homem? Juntai-vos todos para abatê-lo como a uma parede desnivelada, e a muro abalado.

Certamente, meditaram tirar-me a minha dignidade; corri sedento, com a sua boca me bendiziam, e com seu coração me maldiziam.

Mas tu, ó minha alma, conserva-te sujeita a Deus, porque dele vem minha paciência.

Só ele é meu Deus e meu Salvador; é minha defesa, não vacilarei

Em Deus está a minha salvação e a minha glória; de Deus é que espero o meu socorro, e a minha esperança está em Deus.

Esperai nele vós todos que constituís o povo; expandi diante dele vossos corações; Deus é o nosso protetor eternamente.

Vaidade são os filhos dos homens, mentirosos os filhos dos homens postos em balanças. Todos eles juntos são mais leves que a (mesma) vaidade.

Não queirais confiar na iniqüidade, nem queirais cobiçar rapinas; se as riquezas crescem , não lhes apegueis o coração.

Deus falou uma vez, eu ouvi estas duas coisas: O poder é de Deus, e Vós, Senhor, sois misericordioso, porque retribuirás a cada um segundo as suas obras.

 Salmo 90: Vantagens da confiança em Deus

O que habita à sombra do Altíssimo, na proteção do Deus do céu descansará.

Dirá ao Senhor: Vós sois meu defensor e o meu refúgio; o meu Deus, em quem esperarei.

Porque ele me livrou do laço dos caçadores, e da palavra áspera.

Com as suas espáduas se fará sombra, e debaixo das suas asas estarão cheio de esperança.

Como um escudo te cercará a sua verdade, não temerás sustos noturnos, nem a seta que voa de dia, nem o inimigo que anda nas trevas, nem os assaltos do demônio do meio-dia.[7]

Cairão mil a teu lado, e dez mil à tua direita; mas não se aproximará de ti.

E tu com os teus olhos contemplarás, e verás o castigo dos pecadores.

Porque (disseste): Vós sois, Senhor, a minha esperança. Puseste o Altíssimo por teu refúgio.

O mal não virá sobre ti, e o flagelo não se aproximará da tua tenda.

Porque mandou aos seus anjos acerca de ti, que te guardem em todos os teus caminhos.

Eles te levarão nas tuas mãos, para que o teu pé não tropece em alguma pedra.

Sobre a áspide e o basilisco[8] andarás, e calcarás aos pés o leão e o dragão.

Porque esperou em mim, livrá-lo-ei, protegê-lo-ei, porque conheceu o meu nome.

Clamará a mim, e eu o ouvirei; com ele estou na tribulação, livrá-lo-ei, e glorificá-lo-ei,

Enchê-lo-ei de dias, e mostrar-lhe-ei a minha salvação. 

Salmo 124: Deus protege os justos que confiam

Os que confiam no Senhor são como o monte de Sião, que não será abalado, que permanece para sempre.

Montes cercam Jerusalém: assim o Senhor está ao redor do seu povo, desde agora e para sempre.

Porque o Senhor não deixará pesar a vara dos pecadores sobre a herança dos justos, para que os justos não estendam as suas mãos para a iniqüidade.

Faze bem, Senhor, aos bons e aos retos de coração.

Mas aos que se desviam para caminhos tortuosos, levá-lo-ás o Senhor com os que praticam a iniqüidade. A paz seja sobre Israel.

Salmo 129: Confiança e Esperança, oração do pecador

Desde o mais profundo, clamei a Vós, Senhor.

Senhor, ouve a minha voz, estejam atentos os teus ouvidos à voz de minha súplica.

Se examinares, Senhor, as nossas maldades, quem, Senhor, poderá subsistir?

Mas, em Vós se acha a clemência, e por causa de vossa lei pus em Vós, Senhor, a minha confiança.

A minha alma está confiada na vossa palavra; a minha alma esperou no Senhor.

Desde a vigília da manhã até à noite, espere Israel no Senhor.

Porque no Senhor está a misericórdia, e há nele copiosa redenção.

E ele mesmo redimirá a Israel de todas as suas iniqüidades.

Salmo 141: Implorando favor divino para o desamparo de socorro humano

Com a minha voz clamei ao Senhor, com a minha voz supliquei ao Senhor.

Derramo na sua presença a minha oração, e exponho diante dele a minha tribulação.

Quando o meu espírito desfalecia, conheceste as minhas veredas. No caminho por onde eu andava, armaram-me laços ocultos.

Voltava-me para a minha direita, e olhava, e não havia quem me conhecesse. Não me ficou possibilidade de fuga, e não há quem se importe com a minha vida.

A ti clamei, Senhor, e disse: Vós sois a minha esperança, a minha porção na terra dos viventes.

Atende à minha súplica, porque fui sumamente humilhado. Livra-me dos que me perseguem, porque se tornaram mais fortes do que eu.

Tira a minha alma dessa prisão, para eu dar glória ao vosso nome, estão me esperando os justos, até que me faça justiça.




[1] “Filhos dos  homens” é como na Bíblia se refere aos ímpios, os homens maus. No entanto, Filho do  Homem (no singular e com maiúsculas) se refere ao título de Juiz dado ao Messias e aos que Lhe sejam fiéis.

[2] O templo de Deus é o coração,a alma, o interior do homem, mas o seu trono está no céu.

[3] Está se referindo ao “temor servil”, de quem é inferior para o superior ou quem está numa posição de desvantagem. O outro temor é o “temor filial ou afetivo”, de quem ama.

[4] Pede a virtude da Esperança.

[5] Evidente que esta passagem se refere às profecias sobre o futuro, quando vários Profetas se referem a uma época em que haverá completa paz sobre a terra.

[6] “Deus de Jacó”, e não “Deus de Israel”. Por que? Porque o Patriarca teve seu nome mudado para Israel pelo Anjo indicando uma vocação divina e não terrena. O Deus de Jacó representa um poder terreno.

[7] “demônio do meio-dia”, expressão que significa o demônio que tenta o homem no final de sua vida.

[8] Refere-se a duas serpentes muito venenosas.