domingo, 27 de setembro de 2009

A imposição dogmática do darwinismo

Marcelo Leite, editor de ciência, escreve na “Folha de São Paulo” com uma preocupação primordial: defender o darwinismo. E para tanto, usa de um conceito errado do que seja ciência. Criacionismo não é ciência e nunca chegará a sê-lo, nem ninguém ousou jamais dizer que o seria. Quanto ao darwinismo, também nunca chegou a ser ciência (embora o digam seus defensores), trata-se apenas de um amontoado de teses contrárias à origem divina da criação. Para que o darwinismo chegue a ser ciência terá que atingir aquele estágio de comprovação empírica de seus enunciados, o que não ocorreu até hoje. Pode até ser que o evolucionismo, enquanto tal, torne-se alguma dia numa conclusão científica incontestável, mas ela nunca conseguirá se firmar ao repetir a tese que a acompanha sempre: a da espontaneidade. Isto é, não é no fato de se afirmar que a matéria evolui ou vem evoluindo que está o cerne da questão, mas em se dizer que ela faz isto espontaneamente, sem que haja uma força de um ente inteligente que coordene este processo.
Mas o articulista da “Folha” não se contenta em procurar demonstrar suas teses, ele usa de artifícios filosóficos para criticar as teses criacionistas e lhes tirar a credibilidade. Foi o que ocorreu no artigo publicado no último dia 27 de setembro no caderno “Mais!” daquele jornal. Marcelo elenca algumas tomadas de atitudes da ex-ministra Marina da Silva no tocante ao criacionista que, segundo ele, a descredenciariam como ministra de Estado e como política republicana. A ex militante do PT tem muitas idéias controversas, algumas até radicais, especialmente na área da ecologia. Mas, a par disso, tem mantido outras elogiáveis como a defesa da vida (contra o aborto) e do criacionismo. Para tanto, participou de eventos da naureza (citados pelo articulista para mostrar uma certa “militância” da então ministra em defesa de seus ideais). Para o articulista soou no mínimo como uma imprudência ser ministra de Estado e defender o criacionismo.
Lula ou qualquer chefe de estado ou ministro pode defender a reforma agrária, o darwinismo, o ateísmo e até o aborto e não lhe consta que seja uma imprudência fazêlo, pois, segundo esta visão caolha, ele estaria apenas defendendo seus ideais, seus pontos de vista, o que seria normal numa democracia. Mas isto não vale para quem defende uma “heresia” dogmática para os darwinistas, que seria o criacionismo.
Ainda no mesmo diapasão, o articulista critica Marina pelo fato de haver defendido o ensino dos dois pensamentos nas escolas: segundo ele trata-se de duas coisas diferentes – criacionismo é religião e evolucionismo é ciência. Sim, criacionismo é religião, mas darwinismo também é, isto é, trata-se da religião do ateísmo da negação de Deus criador, da autocriação da “deusa” matéria.
Há uma tendência científica em conciliar as duas teses com o surgimento do “design inteligente”, mas mesmo tais estudos não constituem ainda uma ciência mas a busca de uma conciliação das uas teses. Tese esta que o articulisa confunde com religião ao dizer na conclusão: é a sua fé, e o seu direito, mas não pode ser sua política. Incrível, não é? O político não pode defender programa que inclua sua fé, porque, neste caso, ele fere a fé dos demais. Qual seria a fé contrária à afirmação de que Deus criou o universo? Seria aquela que afirma a evolução espontânea da criação: Deus, portanto, não existe. Puro ateísmo. Tratando-se de problema de fé, e não de ciência, qualquer pessoa pode naturalmente manifestar seu ponto de vista, inclusive um político, ministro ou chefe de estado, e defender que isto seja ensinado nas escolas. Ou será que não?