terça-feira, 28 de outubro de 2008

Pesquisas podem justificar o crime?

A mania pelas pesquisas hoje tornou-se mundial. Pesquisa-se sobre a economia, ciência, cultura, população e uma série de fatores sociais e políticos, inclusive, o mais comum, sobre o voto. Estas pesquisas servem para alguma coisa? Já fizeram alguma pesquisa perguntando na enquete: "Você já foi pesquisado?". Por falar nisso, você já foi abordado por algum pesquisador?
Imagine, agora, que se faça uma pesquisa perguntando: "Você aprova o assassinato?" e a grande maioria for favorável. Isto seria motivo para se alterar o nosso código penal e suprimir de lá as penas previstas no caso? Pois é o que pretendem os pesquisados que andaram, dizendo eles (ninguém sabe quem foi pesquisado porque estes não têm oportunidade de se manifestar após a divulgação do resultado...), perguntando às mulheres se estas aprovam o aborto no caso do feto estar com problemas de anencefalia. Segundo o Ibope, 72% das mulheres apoiam o aborto de anencéfalos. Duvido muito que esta pesquisa seja verdadeira, isto é, que tenha sido feita com critérios sérios. Se houve este tipo de respostas na maioria das mulheres é porque, certamente, os pesquisadores procuraram-nas em certos meios onde conseguiriam aquele resultado. Por exemplo, na classe média-alta, ou nos meios do "jet set" social, talvez entre as frequentadoras de vida noturna ou até mesmo entre prostitutas, ninguém sabe porque não se disse o perfil do público pesquisado. O único perfil divulgado é que estas mulheres eram "católicas", provavelmente todas filiadas ao grupo que se auto-proclama injustamente "Católicas pelo Direito de Decidir", que não se dicidiram ainda se ficam no Catolicismo ou entram de vez no ateísmo. E como é que foi feita a pergunta da enquente? Por exemplo, indagando: você aprovaria o aborto de crianças que foram geradas sem cérebros e sem chances de vida fora do útero? Assim feita secamente, uma pergunta capciosa e mal formulada, pode influenciar muita gente a responder, de pronto, sem pensar no que diz. Mas foi com este objetivo que foi feita a pesquisa: legitimar o crime com a adesão de pessoas que dizem as coisas sem pensar naquilo que falam. Sim, porque nem todo anencéfalo é sem chances de sobrevivência fora do útero. O fato já foi provado por vários casos deles que nasceram e sobreviveram.
A notícia foi divulgada juntamente com outra. Estudo (lá vem de novo a palavra mágica, "estudo", "pesquisa", etc.) realizado na UFRJ revela que as mulheres negras morrem mais de abortos que as brancas. Ora, se o aborto no Brasil é crime e que ninguém conseguiria, portanto, detectar os abortos feitos clandestinamente, como é que os "estudiosos" conseguiram apurar estes índices? Os dados são do Ministério da Saúde, o qual só colhe os números obtidos em hospitais públicos, onde, supostamente, podem registrar mortes de mulheres decorrentes de abortos, mas somente as de classe social mais baixa. No entanto, aqueles abortos realizados em clínicas clandestinas, e cujas mortes nunca foram registradas porque as mulheres (brancas ou ricas) e suas famílias têm condições de esconder o crime, foram computados? De que forma?
Estes dados coincidem com a técnica abortista de alarmar resultados de mortes de mulheres pobres e negras decorrentes do aborto. Esta técnica foi revelada pelo rei do aborto, o Dr. Nathason, hoje um baluarte da luta pró-vida no mundo.O exagero destes números favorece, pois, a causa do aborto, pois dá a entender que se tais abortos fossem realizados à luz do dia, com aprovação legal, não causariam tantas mortes de mulheres pobres e negras. Esta falácia, esta mentira deslavada, hoje caiu no descrédito com a revelação dos dados "oficiais" onde já vigora leis abortistas, como na Europa e EEUU, onde continuam morrendo muitas mulheres, pobres, pretas, ricas ou não, em decorrência de abortos. Ora, se no Brasil a assistência médica normal já é tão carente, morrendo gente até mesmo por fazer lipo-aspiração (que não é crime, é legal), como se pode dizer que com a aprovaçãoo do aborto diminuirá o número de tais mortes? Como se vê, uma balela.

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