segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

O DEMÔNIO NUNCA DÁ O QUE PROMETE

 




Exemplo Histórico de Napoleão

Numa reunião dada a seus discípulos no ano de 1957, Dr. Plínio Corrêa de Oliveira comentou longamente sobre o livro “A Oração, o Grande Meio da Salvação”, de Santo Afonso Maria de Ligório. Extraímos a parte em que comenta sobre um dos motivos do encalhamento espiritual muito comum em nosso tempo, que é o da pessoa aceitar as promessas do demônio em benefício próprio e as conseqüências disso. Vejam a facilidade com que Dr. Plínio percebe os aspectos psicológicos em fatos históricos.

 “Ninguém escapa disto: quando o demônio promete algo a uma pessoa – escrevam o que eu digo! – é o que ele vai tirar.

Prometeu o andor ao X e não deu. Feliz do X, porque seria pior se o demônio tivesse cumprido parcialmente a promessa, dando o andor. Quando o demônio não dá nada, ainda é uma lição, mas a alguns o demônio no primeiro momento dá algo.

- Faz favor, aqui está o seu andor. O senhor vai ser aclamado pela multidão. Levanta o sujeito, mas depois quando prepara a queda dele, faz pagar o andor em que andou.

Há um modo especial de apresentar certas coisas humanas e certas compensações do demônio, e as pessoas vão na onda.

O exemplo de Napoleão Bonaparte

O demônio a Napoleão prometeu algo. O demônio não deu a Napoleão? Na primeira parte deu. Mas, ninguém estudou os pormenores prosaicos da queda dele. E não se trata de fazer digressões a la Manfredo Leite: “Napoleão está em Fontainebleau. Neste momento tens o remédio, o veneno com que te vais matar. Não! Oh, não! Não te propines o líquido assassino! Oh! Detém-te, mão do corso...”

O caso de Napoleão não é narrado com essas elevações. É preciso entrar, bem direitinho, no caso; é preciso ver os seus aspectos psicológicos.

O desconjuntamento paulatino do poder do corso

Em primeiro lugar Napoleão não caiu de repente. Caiu aos poucos. Ele foi vendo, com apreensões cada vez maiores, a glória dele se desconjuntar, como um homem que está navegando numa jangada e vê, lentamente, as várias madeiras da jangada se separando. Ele trabalha para segurar aqui, mas abre lá, e assim passa anos tentando segurar a jangada. Na aparência, ele está na plenitude de sua glória. Do lado de fora todo mundo bate palmas, mas ele já sabe que o barco está furado.

Pelo menos, a partir do momento em que Napoleão fez aquela sem-vergonhice com os reis da Espanha, é histórico, ele já sabia que a jangada dele estava desconjuntada.

O circuito do demônio

Embora ele percebesse não ter remédio, estava colocado, justamente, num desses circuitos do demônio, sem saída: a glória dele era feita à custa da guerra. Para se manter, precisava guerrear sempre; para guerrear sempre, ele sabia que acabaria derrotado, porque os outros se cansariam. À medida que ia vencendo, ia percebendo o cansaço que já ia se formando em torno dele. Se parasse de combater, caía, e se continuasse, caía também.

No alto de seu poder não houve o Napoleão que nós imaginamos, com um império firme. Houve o contrário, um Napoleão consciente de ter um crescimento canceroso, em velocidade acentuada. A certa altura tudo aquilo deveria acabar.

Depois, ele se encontrava na seguinte alternativa: se ele dotasse bem os generais dele, era obrigado a contar com o fato de, em determinado momento, os generais já não quererem combater, porque se emburguezavam. Por outro lado, se ele não os dotasse bem, os oficiais “nodosos” não o seguiam.

Resultado: ele foi obrigado a dotar bem os seus generais, que mais tarde o abandonaram.

Com o correr do tempo, os povos conquistados por ele iam consolidando o movimento de resistência, e não adiantava lutar contra eles. Havia uma efervescência crescente, ele percebia bem.

A cena da abdicação de Napoleão em  Fontainebleau, não imaginem ter sido nova para ele. Foi uma cena na qual ele  pensou 100 vezes antes de abdicar, porque tinha percebido estar caminhando para a sua própria ruína.

Eu garanto que no dia do casamento de Napoleão, ele já tinha diante de si o espectro do fim que o havia de aguardar.

A inglória queda no vazio

Napoleão cai. Ele não tem por onde se agarrar ao poder, como um homem que cai ao longo de um prédio com muitos florões de arquitetura, vai-se arranhando e procurando se agarrar naquilo.

Os generais o traíram. Ele tentou chamá-los, pediu... Depois vêm as cenas do suicídio. Pior, ele não teve coragem de se suicidar direito. Ele tomou algo, mas a dose não era suficiente. Vieram os médicos, deram-lhe o remédio, ele aceitou, e sarou de novo. Até a morte ele rateou.

A seguir é a famosa cena da viagem dele através da França, incógnito, rumo à ilha de Elba, para ser imperador daquele lugar.

O horror na ilha de Elba! Quem estuda a História pensa que é tudo muito bonitinho: a ilha de Elba, Napoleão com um reinozinho, uma porção de soldados...

Eu, durante muito tempo, não compreendi por que ele fugiu de Elba. Algum tempo atrás li um livro sobre o assunto. Os servidores de Napoleão começaram a achá-lo cacete, com aquela vidinha, e foi uma deserção geral. Aqueles que ele tinha levado para Elba estavam desertando, e ele ameaçado de fica sozinho. Sem falar que o rei Luís XVIII não mandou a pensão combinada, e ele nem tinha dinheiro para segurar aquela gente em torno de si.

Ele fugiu para evitar a pior das situações, ou seja, ficar morando quase sozinho em Elba com dois ou três funcionários.

Restaura o Império, cai de novo, e vai para Santa Helena. Eu li, no mesmo livro, que a briga em torno dele em Santa Helena era tão indecente, e a vontade de ir embora era tal que ele chegava a dizer para cada um: “Olhe! Eu estou morrendo. Fiquem só até o fim. Porque para vocês vai ser uma grande glória, mas não me deixem sozinho. Não percam o negócio que vocês estão fazendo”.

Só para conseguir não ficar sozinho, Napoleão passou todo o tempo lutando. Olhem o que esse demônio deu para ele. Deu, não é? Mas, o que é que deu?

Um dos últimos comentários dele foi o seguinte: “Afinal de contas eu sustive o mundo, e não tenho forças para manter minhas pálpebras abertas”. Ficava longas horas de olhos fechados, sem estar dormindo, porque não tinha nem força para manter as pálpebras abertas. Agora, sabem bem como são as coisas, com o demônio sentado no peito e falando-lhe a respeito do Inferno.

Feliz do X a quem o demônio deu uma mentira completa. Desgraçado aquele que recebe a metade da promessa”.[1]

 NOTA: Lendo tais comentários não há como não lembrar-se de tantos outros ditadores ou reizinhos, por algum tempo detentores de glórias e poder, mas, ao final, mortos em desgraça. A lista é grande após Napoleão, chegando até o nosso tempo com a enorme quantidade de líderes comunistas que tiveram fins terríveis após certo tempo na posse das promessas parciais do demônio.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



[1] Opúsculo de circulação interna “Comentários do Livro A Oração, o Grande Meio da Salvação, de Santo Afonso Maria de Ligório – compilação de seis conferências do ano de 1957 –págs. 36/38


segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

A BUSCA DESENFREADA DAS DIVERSÕES PODE PROVOCAR “DISPERSÃO DO ESPÍRITO” E FALTA DE VIGILÂNCIA

 


 


             É muito comum, especialmente nos dias correntes organizarem-se grupos de amigos e familiares e irem a procura de um lugar para descanso, repouso ou, como dizem, divertirem-se um pouco para se esquecer dos problemas da vida moderna. Isso é natural; É claro que o ser humano deve procurar repouso de suas canseiras do dia a dia, até mesmo divertir-se. No entanto, a ansiedade com que as pessoas procuram tais regalias a levam esquecer-se da vigilância necessária para não cair no lado oposto, que é a completa “dispersão do espírito” fazendo com que releguem para segundo plano deveres fundamentais da vida humana e de cristãos,. Para divertir-me eu tenho que esquecer-me, por exemplo, do dever católico de assistir á santa missa aos domingos? No entanto, na grande maioria dos católicos que assim procedem, nem sequer lhe vêm à memória uma leve lembrança desta obrigação. Divertem-se, se esbaldam, “curtem” suas programações de alegrias e folguedos, mas nada de cumprir suas obrigações. E nunca vão achar que cometeram algum pecado. Agindo assim, deixam o espírito desprevenido para as tentações e demais ações demoníacas que não deixam de nos rondar em momento algum como diz São Pedro. Quando acabam-se os dias de diversões e passeios e se volta à vida normal, ninguém imagina que muitas dificuldades e problemas até ficaram pior do que antes daquele descanso, exatamente porque num momento não foram levados em consideração,  obscurecidos pela preocupação dominante que era a diversão.

Vigilância. É isso que pede Nosso Senhor.

Quando as catástrofes ocorrem, quando toda aquela alegria realmente demonstra que não serve pra nada, vem o momento de aflição, de angústia e até de desespero. Isso porque aquelas almas estavam com o espírito desprevenido, faltando a vigilância. Já ocorreu isso em vários episódios, continua ocorrendo, e tudo indica que vai ser assim até no fim do mundo, conforme disse o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo.

“A vinda do Filho do Homem será como no tempo de Noé.Pois nos dias , antes do dilúvio, todos comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. E eles nada perceberam, até que veio o dilúvio e arrastou a todos”

Esta comparação entre o dilúvio universal e a “vinda do Filho do Homem” é relacionada por diversos autores com a destruição de Jerusalém que se deumuitos anos depois da Crucifixão.

Ao ler, no Livro do Gênesis, a descrição dos trabalhos de Noé para construir a arca e introduzir nela “de cada espécie de todos os animas [...] macho e fêmea” (6, 19), chama a atenção a indiferença com que os homens daquele tempo consideraram os esforços desse grande varão de Deus. A bem dizer, “eles nada perceberam” do que estava para acontecer.

O mesmo se pode constatar ao tomar conhecimento dos acontecimentos da queda de Jerusalém no relato feito por Flávio Josefo, em sua clássica obra Guerra dos Judeus[1]

Fato semelhante se deu também quando da destruição da cidade de Pompeia.  Um verdadeiro centro de corrupção moral, a cidade vivia num eterno gozo de pecados de sexo, toda ela tomada pela luxúria. Para lá se dirigiam a elite romana para desfrutar dos gozos pecaminosos. De repente, o castigo, a explosão do vulcão soterrando a cidade e milhares de seus moradores.

O mesmo pode-se dizer do mundo de hoje, à beira de uma grande catástrofe, mas com os homens levando a vida como se nada de anormal estivesse prestes a acontecer. Ninguém pratica a virtude da vigilância.

Somente agora, depois do surto do vírus chinês, algumas pessoas começaram a se preocupar com a alma, pois nem sequer estão tendo condições de levar a vida de gozo que levavam antes. Praias, passeios, descanso em casas de férias, até mesmo o ócio caseiro, tudo isso no momento está sendo relegado a segundo plano. Pra não falar do pior, que são os antros de perdição moral, os mesmos que enchiam Pompeia de ofensas a Deus e que hoje ocorrem em toda a terra.

O principal agora é fugir da pandemia, é se ver livre da doença e da morte, custe o que custar. E o medo do castigo faz com que se crie este clima de pânico que toma conta de todos os países do mundo.

Quem tem espírito de vigilância e de oração vai conseguir sobrepujar a crise do mundo hoje, mas quem não a possui com certeza não conseguirá vencer tal situação, a não ser que seja auxiliado por um outro que seja vigilante e orante.

 

Veja: diversões de ontem e de hoje

 

https://quodlibeta.blogspot.com/2014/01/diversoes-de-ontem-e-de-hoje.html

 



[1] O Inédito sobre os Evangelhos- Monsenhor João ScognamiglioClá Dias, EP -  LibreriaEditrice Vaticana – Vol. 1, pág;  16.





domingo, 12 de dezembro de 2021

O IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA TRIUNFOU!

 



Preparação para a “bagarre”(*): eventos que se espera ocorrer antes da chamada “bagarre vermelha”: perseguição mundial à Igreja, quebra das bolsas de valores, crise financeira mundial e, por último, o mata-mata, guerras de âmbito mundial e cataclismos da natureza.

Acontecimentos previsíveis nos momentos cruciais de hoje

A igreja, relógio do Universo, o Papado centro de tudo (Dr. Plínio Corrêa de Oliveira andou falando sobre isso): quando a perseguição chegar ao ponto de tirar do Papado o poder de reger o Universo (por exemplo, crise na Igreja com 2 ou 3 Papas vivos, perseguição violenta à pessoa do Papa, etc.), as crises humanas vão atingir o auge, com quebra das bolsas em todo o mundo, corrida do ouro e do petróleo, etc, podendo, até, provocar guerra mundial. A questão da proeminência da Igreja sobre os acontecimentos humanos, com a importância que possui o poder papal, pode ser analisada segundo os princípios de regência do universo: Deus rege o Universo por causas segundas e usando entidades e seres para regê-lo juntamente com Ele. Essa regência pode ser feita de dois modos: em co-regência com os regidos, numa regência em que todos participam, e de uma forma imperativa, com a imposição da autoridade, mesmo que não haja inteira concordância dos regidos. Deve preponderar sempre o primeiro tipo de regência, sendo usada a imperativa apenas para correção de rumos. Como foi dado à igreja, e por ela ao Papado, o poder de regência sobre os povos (que não é imperativa, não é imposta), se esta tiver seu poder negado ou atacado, ferindo sua própria integridade, será a ocasião em que Deus poderá intervir com seus Anjos impondo a regência imperativa para correção de rumos. Parece que estamos prestes a ver ocorrer este tipo de regência nos últimos tempos. Talvez seja por isso que a mensagem de Fátima termine com essa frase: “Por fim, meu Imaculado Coração triunfará!” Não será um triunfo proveniente apenas da regência dita imperativa, usando o braço de Deus, mas essencialmente uma regência oriunda da participação regencial de todos seus filhos e escravos espalhados pelo mundo.

Pandemia promove quebra das bolsas e do Ocidente

Tudo indica que chegamos à fase preliminar da quebra das bolsas, de uma forma quase dramática e total. A surpresa para todos é que o meio encontrado pelas FS (dirigidas pelo próprio demônio) foi uma pandemia.  Havia comentários de que a forma como as elites mundiais promoveram a China deixava muito frágil a economia do Ocidente, sujeita a um regime comunista e podendo a qualquer momento sofrer um baque mundial. Diziam que bastava a China decretar o comunismo mais radical, desapropriando de uma só vez todas as empresas ocidentais que existem lá, para promover essa quebra das bolsas. No entanto, a forma escolhida parece, por enquanto, que não foi essa, mas a disseminação de uma praga mundial. E estão obtendo êxito, por enquanto.

Porém, há um detalhe: que lucraria ela em quebrar o Ocidente? Se ela vive do Ocidente, quebrá-lo significaria suicídio, pois quebraria também. Sim, o objetivo é quebrar o capitalismo e instaurar o caos, através do comunismo mais radical. Assim, tem certa lógica promover a falência do capitalismo no Ocidente, pois provocaria a falência mundial dele. Inclusive na China. Muitos talvez tenham se enganado ao dizer que a China se aproveitou da pandemia para comprar ações por preço vil e ficar dona de grande pedaço do capitalismo ocidental, com propósitos de monopolizar o mercado. Essa jogada, muito capitalista, foge aos ditames da filosofia comunista. Mas, poderia servir, eventualmente, para provocar uma quebra mundial nas bolsas. Ainda está para se esclarecer essa questão. O certo é que a pandemia está provocando uma tamanha crise que está quebrando os países ricos e todo o Ocidente, mas também a própria China capitalista, daí devendo ressurgir o tribalismo e a miséria mais radical.

A partir da década de 70 do século passado a China começou a despontar como novo líder mundial, abrindo suas portas a um novo tipo de capitalismo. Tudo indica que faz parte dos planos das FS e dos demônios que ela exerça essa liderança. Foi também de um jorro só que as mídias mundiais, começaram a recuperar seu poder e prestígio, passando a liderar o clima bagarroso da pandemia mundial. E assim eles conseguem trabalhar para conseguir dois trunfos estratégicos para a implantação do poder do demônio sobre a terra: a quebra do capitalismo e ascensão da China como líder. Essa liderança começa a ser vista com mais força (pelo menos na mídia), pois o império chinês já controla grande parte da economia, sendo fornecedora para o Ocidente da maioria de produtos manufaturados. Os países infectados pela pandemia compram na mão deles equipamentos e remédios para enfrentar a doença. E a bem orquestrada propaganda feita pela mídia mundial a coloca no topo dos acontecimentos, enaltecendo não somente sua riqueza como sua aparente competência tecnológica. Somente uma intervenção divina para deitar por terra tal império. E esta está prestes a acontecer.

O ambiente psicológico dessa crise

Está sendo testado e aprovado neste momento todo poder que a mídia mundial ainda possui. Eles não têm mais poder para arregimentar a população em torno das idéias revolucionárias, mas possuem poder para causar comoção social e pânico. Como, de fato, estão fazendo. Mas, para que tenham êxito encontram uma população mergulhada num ambiente psicológico favorável. O medo das doenças, o apego ao próprio corpo, tão apregoado há mais de um século por eles está dando resultado. E assim, medidas às vezes até insanas e inoportunas, decorrentes deste pânico e comoção, só servem mais para quebrar a economia e causar o caos. O clima e ação demoníaca da imprensa mundial produz resultados atuando em conjunto. Mergulhamos num caos.

Pecados sociais permitem aumentar a regência do demônio sobre os homens

Há muita gente disseminando uma idéia próxima à conspiração, afirmando que o vírus foi fabricado em laboratório. Sim, pode ter sido em algum laboratório, e contando com a colaboração especial dos demônios, pois coisas que podem causar desespero e angústia como uma pandemia nem sempre são originadas somente do próprio homem. Se as FS pediram a algum laboratório para fabricar o vírus, com certeza este contou com a colaboração dos demônios, que há certo tempo passaram a tentar dirigir os acontecimentos humanos. Somente este tipo de conspiração é plausível, porque aquelas que imaginam grupos políticos tentando poder não são inteiramente lógicas. Estamos presenciando uma luta de anjos, bons e maus, para conseguir a regência dos povos. Provavelmente a pandemia é um lance vitorioso dos demônios, provisório, mas que logrando êxito somente nos que estão em estado de pecado mortal, especialmente os chamados “pecados sociais”.

O que são os “pecados sociais”? São aqueles cometidos de uma forma coletiva por toda uma sociedade. Por exemplo, o liberalismo, aquela idéia de que tudo deve ser liberado em nome da liberdade humana, tornou-se um pecado coletivo; da mesma forma o adultério, a poligamia, o divórcio, o amor-livre, e todas as concessões de cunho socialista, como o desrespeito aos direitos primordiais como o da propriedade, o da família e o da vida através do aborto. Nessa linha de pensamento, o pecado de falta de confiança na providência divina e decorrente da vida sem Deus, natural, tornou-se também um pecado social. E este tipo de pecado é que faz com que as pessoas tenham tanto pavor das doenças, fazendo-os cair em pânico por causa da pandemia. O fato do demônio se aproveitar desse ambiente psicológico para tentar reger os homens, no caso causando o caos e o desespero, constitui uma vitória aparente para o inferno, mas na realidade trata-se de um castigo divino por causa dos pecados sociais dos homens. Há outros pecados sociais, todos sujeitos à justiça divina.

Tais pecados sociais também servem para alimentar e fazer crescer o “corpo místico do demônio”, que atua intensamente combatendo o Corpo Místico de Cristo e querendo implantar seu reino entre os  homens.

Que virá depois no ambiente deste caos? Não sabemos, mas podemos imaginar. Dentro de poucos dias começará a faltar comida e produtos de necessidade para as famílias. Haverá saques, mortes, mata-mata em geral. Para piorar, pode ocorrer de algumas cadeias darem fugas aos presos, como ocorreu recentemente no interior de São Paulo, aumentando o clima de tensão, saques, desesperos, violências e mortes. Este clima pode está sendo favorecido, nas altas esferas celestes, pela falta de assistência religiosa, pois é geral o fechamento das igrejas católicas e as consequentes funções religiosas, como missas e confissões. Quer dizer, com mais pecados e menos confissões e sacramentos, a presença dos demônios e suas influências (como seu corpo místico) sobre os homens tende a aumentar. Se antes, as Santas Missas e a frequência dos Sacramentos poderiam atenuar os males de tais influências malignas, agora a tendência é que elas aumentem pela falta da vida religiosa, que já era muito fraca na população.

Tudo pronto para a “bagarre” sanguinolenta e o desespero coletivo

Dentro deste clima generalizado em todo o mundo, poderá haver uma guerra de âmbito mundial?  Talvez seja um dos últimos recursos para as FS implantar o caos no mundo e o governo da anarquia através do tribalismo. Vão se eliminar todas as fronteiras e as trânsfugas que fogem das guerras irão pacificamente para a Europa, que se verá inundada de vândalos, criminosos... e guerrilheiros. Não é necessário que seja uma guerra atômica em todo o mundo, mas poderá haver alguma detonação dessa bomba em alguma cidade, cujo objetivo é causar pânico mundial.

Essa fase da “bagarre” é aquela em que os atores não são somente os homens, mas homens e demônios. Pois estes podem promover um clima de comoção social com o objetivo de aumentar o desespero das populações e, como consequência, o afrouxamento das regras e das normas da moral. Que será desta gente, fazendo quarentena em casa, sem poder ir à rua gozar a vida como faziam antes? Farão boa coisa? O certo é que não. Estarão certamente, horas a fio, ligados em seus computadores, celulares ou aparelhos de TV, assistindo os filmes mais hediondos de sexo explícito ou de violências inauditas. Vão assim excitar seus instintos e começar a praticar aquilo que estão vendo dentro da própria casa. Incestos e estupros vão passar a ser rotina. Não causarão mais susto nem horror à população. Se saírem às ruas, certamente vão querer praticar nas praças aquilo que já faziam em casa. Alguns, porém, não suportando o ócio e tédio dentro de casa vão perder o juízo e vão sair loucos e possessos pelas ruas promovendo as maiores barbaridades. Outros, enlouquecendo, vão simplesmente suicidar-se, e, fazendo-o, fazer com que muitos o imitem.

...E para as intervenções diretamente divinas

Dentro deste clima, vamos assistir às intervenções divinas. Que começará, certamente, com os castigos vindos do céu. Serão diferentes dos que homens e demônios estarão promovendo, pois visará antes de tudo alimentar nas pessoas o temor de Deus. Se astros aparecerem colidindo com a terra, causando susto e medo, as pessoas se lembrarão de Deus e rezarão. É claro que também causarão pânico, mas de uma forma diferente. Terremotos, maremotos, tsunamis, enfim, todos os horrores da natureza que castigam o homem, na maioria dos casos, provêm de Deus em benefício do próprio homem, pois  têm como objetivo despertar o temor de Deus. Nestes casos é comum populações vítimas destas catástrofes inteiramente conformadas e se recomendando a Deus.

E ocorrerão muitos milagres. Muitos milagres para alimentar a fidelidade e perseverança dos bons, mas também para terror dos maus. Talvez estejamos perto de presenciar os milagres mais estupendos da história da humanidade. Na segunda guerra uma bomba explodiu em Nagasaki, mas milagrosamente não causou dano nenhum aos católicos que rezavam o rosário numa igreja. Na “bagarre” talvez ocorra de muitas bombas ficarem suspensas milagrosamente no ar, sem produzir nenhum efeito. Mas, milagres maiores podem ocorrer com ressurreições de pessoas que já tenham morrido há muitos anos. E algumas delas podem chamar a atenção de toda uma cidade, um estado ou um país, por representarem muito para aquele povo. Não é necessário que seja uma ressurreição tipo a de Lázaro, que passe a viver novamente entre nós, podendo ser apenas uma ressurreição momentânea como a que ocorreu na morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. Segundo uma vidente ocorreria um milagre assim de forma tão extraordinária que chamaria a atenção de toda a terra. E ocorreria na ocasião do início destes castigos. Dos divinos, porque aqueles provenientes da maldade humana e demoníaca já estão ocorrendo.

E o triunfo do Imaculado Coração de Maria, como se daria? Primeiramente, conversões. Depois disso, muitas consagrações como escravos dela segundo o método de São Luís Grignion de Montfort. A disseminação dessa prática seria uma coisa milagrosa e estupenda, por todo o orbe católico, ou onde estiverem católicos mergulhados no caos da “bagarre”. Muitos escravos de Maria, milhões deles, exigirão que se faça uma consagração pública a Ela e ao Sagrado Coração de Jesus. Os Santos Anjos andarão defendendo os bons contra os assaltos dos demônios, e darão prioridade aos que estiverem consagrados a Nossa Senhora. Consagrações e proclamações poderão ser feitas pelo Papa, que aos poucos voltará a ter poder de regência sobre a terra. Há profecias que falam do surgimento de um Papa santo, o qual, juntamente com um grande general, vão comandar os destinos da Igreja e dos fiéis a Deus.  Como consequência disso, a sociedade poderá aos poucos voltar à normalidade, agora sob nova ordem politica e social, bafejada pela Igreja e suas doutrinas. Quanto tempo tudo isso durará? Não se sabe, mas podemos imaginar que durará muitos anos, pois estas coisas, que para Deus são um instante, para nós demanda eras. Mas, a questão de quanto tempo durarão não é muito importante. Talvez seja abreviado este tempo em atenção aos justos, como Nosso Senhor disse no Evangelho. Isso porque a demora pode enfraquecer a fé dos bons.

O texto acima pode ser tido como um exercício de adivinhação. Mas, perante os fatos atuais não é preciso ter poder divinatório, basta ter bom senso e passar a analisar as coisas perante tais princípios. Acho até que podem ocorrer coisas muito mais arrasadoras, muito mais aterradoras, muito desesperadoras, mas ao mesmo lado também coisas maravilhosas e que causem felicidade aos filhos verdadeiros da Santa Igreja por verem o triunfo final do Imaculado Coração de Maria.

E é nessa expectativa de vitória do Imaculado Coração de Maria e da Santa Igreja que devemos nos posicionar. Com vistas, inclusive, ao estabelecimento do Reino de Maria sobre a terra, que deverá perdurar até o fim do mundo.

DEUS RIRÁ DE SEUS INIMIGOS

• “Dia virá em que Deus se rirá de todos os seus adversários, confundindo-os na mesma derrota que os colocará como escabelos aos pés da Igreja. Enquanto isto não se der, deverá o mundo padecer as conseqüências de seus pecados. Mas Deus não tardará, pois que sua misericórdia é sempre maior do que nossos crimes, e certamente não está tão longe o dia em que Deus humilhará os inimigos da Igreja, e exaltará a Esposa de Cristo: “Deposuit potentes de sede, et exaltavit humiles”.  

(Plínio Corrêa de Oliveira).

Após tudo isso poderemos dar um brado em toda a terra: O IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA TRIUNFOU!

(*) - O termo "bagarre", de origem francesa, significa caos, confusão geral, e foi muito utilizado por Dr. Plínio Corrêa de Oliveira para caracterizar o clima de castigos previstos por Nossa Senhora de Fátima nas aparições de 1917.

IMAGEM DE NOSSA SENHORA DE GUADALUPE É VENERADA TAMBÉM NO SANTUÁRIO DO SANTO SUDÁRIO DE TURIM

 




As duas imagens consideradas as maiores relíquias da Cristandade são o Santo Sudário de Turim, imagem de Cristo, e a de Nossa Senhora de Guadalupe, a da Virgem Maria. A partir de 2010, as duas imagens são veneradas no mesmo local, pois em Turim foi entronizada a de Nossa Senhora de Guadalupe ao lado do Santo Sudário, conforme notícia divulgada pela ACI Prensa. MEXICO D.F., em 22 de dezembro de 2010:

- O Centro Mexicano de Sindonologia informou que no dia 12 de dezembro foi entronizada na igreja do Santíssimo Sudário em Turim, Itália, uma imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, fiel ao original que se encontra na basílica mexicana. Em 12 de dezembro "passará à história como a data em que se irmanam as devoções a Jesus em sua imagem do Santo Sudário e a sua Bendita Mãe em seu advocação do Guadalupe na humilde manta de São João Diego", afirmou Adolfo Orozco Torres, presidente do Centro Mexicano de Sindonologia. "Graças a Guillermo Ferrer, membro da ‘União de Vontades’ e por iniciativa do Centro Mexicano de Sindonologia", informou Orozco, entregou-se no dia 5 de maio a réplica da imagem guadalupana à Comissão Diocesana de Turim. "O então Arcebispo de Turim, Cardeal Severino Poletto decidiu que fosse colocada na Igreja do Santíssimo Sudário", relatou. Graças a esta iniciativa, indicou, estão juntas no mesmo templo "as duas imagens mais importantes e representativas em nível espiritual de nossa salvação". No Santo Sudário "temos os rastros do imenso sacrifício com que Jesus nos resgatou do pecado" e na imagem Mariana se materializa o presente da maternidade de Maria que Cristo deu aos homens na Cruz. "Agora –afirmou-, o Filho a recebe em sua casa de Turim".

https://www.acidigital.com/noticias/virgem-de-guadalupe-e-entronizada-no-santuario-do-santo-sudario-de-turim-45009

 


sábado, 11 de dezembro de 2021

NOVENA DO SANTO NATAL REVELADA À SERVA DE DEUS LUÍSA PICCARRETA

 



 

Novena do Santo Natal. Com a idade de dezessete anos me preparei para a festa do Santo Natal praticando diferentes atos de virtude e mortificação, honrando especialmente os nove meses que Jesus esteve no seio materno com nove horas de meditação ao dia, referentes sempre ao mistério da Encarnação.

1º. – Como por exemplo, numa hora punha-me com o pensamento no paraíso e me imaginava a Santíssima Trindade: O Pai que mandava o Filho à terra, o Filho que prontamente obedecia ao Querer do Pai, e o Espírito Santo que consentia nisso. Minha mente se confundia tanto ao contemplar um mistério tão grande, um amor tão recíproco, tão igual, tão forte entre Eles e pelos homens, e na ingratidão destes, especialmente a minha, que nisto teria ficado não uma hora mas todo o dia, porém uma voz interior me dizia:

“Basta, vem e olha outros excessos maiores de meu Amor.”

2º. – Então minha mente se punha no seio materno e ficava estupefata ao considerar aquele Deus tão grande no Céu e agora tão humilhado, apequenado, restringido, que quase não podia mover-se, nem sequer respirar. A voz interior me dizia:

“Vês quanto te tem amado? Ah, dai-me lugar em teu coração, tira tudo o que não é meu, porque assim me dará mais facilidade para poder me mover e respirar.”

Meu coração se desfazia, lhe pedia perdão, prometia ser toda sua, me desafogava em pranto, sem embargo o digo para minha confusão voltava a meus habituais defeitos. Oh, Jesus, quão bom tens sido com esta miserável criatura!

3º. – “Filha minha, apoia tua cabeça sobre o seio de minha Mãe, olha dentro dele minha pequena Humanidade. Meu amor me devorava, os incêndios, os oceanos, os mares imensos do Amor de minha Divindade me inundavam, me incendiavam, levantavam tão alto suas chamas que se elevavam e se estendiam por toda parte, a todas as gerações, desde o primeiro até o último homem, e minha pequena Humanidade era devorada em meio de tantas chamas, porém sabes tu que coisa me queria fazer devorar meu eterno Amor? Ah, as almas! E somente estive contente quando as devorei todas, ficando todas concebidas comigo; era Deus, devia operar como Deus, devia toma-las todas; meu Amor não me haveria dado paz se houvesse excluído alguma. Ah, filha minha, olha bem no seio de minha Mãe, fixa bem os olhos em minha Humanidade concebida e n’Ela encontrarás a tua alma concebida comigo e também as chamas de meu Amor que te devoram. Oh, quanto te tenho amado e te amo!”

Eu me perdia no meio de tanto amor, não sabia sair daí, porém uma voz me chamava forte dizendo-me:

“Filha minha, isto é nada ainda, estreita-te mais a Mim, dá tuas mãos à minha amada Mãe a fim de que te tenha apertada sobre seu seio materno, e dê outra olhada para minha pequena Humanidade concebida e veja e quarto excesso de meu Amor.”

4º. – “Filha minha, do amor devorante passa a olhar meu amor operante. Cada alma concebida me trouxe o fardo de seus pecados, de suas fraquezas e paixões, e meu Amor ordenou-me carregar o fardo de cada um, e não só concebi as almas senão as penas de cada uma, as satisfações que cada uma delas devia dar a meu Pai Celestial. Assim é que minha Paixão foi concebida junto comigo. Veja-me bem no seio de minha Mãe Celestial, oh como minha pequena Humanidade era desprezada, olha bem como minha pequena cabecinha está circundada por uma coroa de espinhos, que cingindo-me forte as faces me fez derramar rios de lágrimas dos olhos, e não posso mover-me para secá-las. Ah, move-te a compaixão de Mim, seca-me os olhos de tanto pranto, tu que tens os braços livres para me poder fazê-lo. Estes espinhos são a coroa dos tantos pensamentos maus que se avolumam nas mentes humanas, oh, como me espinham mais estes  pensamentos do que os espinhos que procedem da terra, porém vede quão demorada crucifixão de nove meses, não podia mover nem um dedo, nem uma mão, nem um pé, estava aqui sempre imóvel, não havia lugar para poder mover-me um pouquinho, quão longa e dura crucifixão, com o acréscimo de todas as más obras tomando forma de cravos, traspassam-me mãos e pés repetidamente”. E assim continuava narrando-me pena por pena todos os martírios de sua pequena Humanidade, e que deseja-las dizer todas seria demasiado extenso. Antão eu me abandonava ao choro, e ouvia dizer em meu interior:

“Filha minha, quisera abraçar-te mas não o posso fazer, não há espaço, estou imóvel, não o posso fazer; quisera ir a ti mas não posso caminhar. Abraça-me por ora e bem a Mim, , e depois quando saia do seio materno Eu irei a ti.”

Mas enquanto com minha fantasia o abraçava, O estreitava fortemente a meu coração, uma voz interior me dizia:

“Basta por agora, filha minha, e passa a considerar o quinto excesso de meu Amor.”

5º. – Então a voz interior continuava: ‘Filha minha, não te afastes de Mim, não me deixes só, meu Amor quer companhia, este é outro excesso de meu Amor, o não querer estar só. Porém sabes tu de quem quer esta companhia? Da criatura. Veja, no seio de minha Mãe, estão comigo todas as criaturas concebidas junto comigo. Eu estou com elas todo amor, quero dizer-lhes quanto as amo, quero falar com elas para dizer-lhes minhas alegrias e minhas dores, para dizer-lhes que vim para o meio delas para fazê-las felizes, para consolá-las, e que estarei no meio delas como um irmãozinho dando a cada uma todos meus bens, meu reino, ao custo de minha morte; quer dar-lhes meus beijos, minhas carícias; quero entreter-me com elas, mas, ai!, quantas dores me dão, de mim fogem, se fazem de surdas e me reduzem ao silêncio, desprezam meus bens e não se preocupam com meu reino e correspondem a meus beijos e carícias com o desleixo e o esquecimento de Mim, e meu entretenimento o convertem em amargo pranto. Oh, como estou só, apesar de estar no meio de tantos! Oh, como me pesa minha solidão! Não tenho a quem dizer uma palavra, com quem fazer um desabafo de amor; estou sempre triste e taciturno porque se falo não sou escutado. Ah, filha minha, te peço, te suplico que não me deixes só em tanta solidão! Dai-me o prazer de fazer falar com o escutar-me, presta atenção aos meus ensinamentos, Eu sou o mestre dos mestres. Quantas coisas quero ensinar-te, se me escutas me farás deixar de chorar e me entreterei contigo. Não queres tu entreter-me comigo?

E enquanto me abandonava n’Ele, compadecendo em sua solidão, a voz interior continuava: “Basta, basta, passa a considerar o 6º excesso de Amor.”

6º. – “Filha minha, vem, roga à minha amada Mãe que te faça um lugarzinho em seu seio materno, a fim de que tu mesma vejas o estado doloroso no qual me encontro.”

Então me parecia com o pensamento que nossa Rainha Mãe, para contentar a Jesus, me fazia um pequeno lugar e me punha dentro. Porém era tal e tanta a escuridão que não o via, somente ouvia seus suspiros e Ele em meu interior continuava dizendo-me:

“Filha minha, veja outro excesso de meu Amor. Eu sou a luz eterna, o sol é uma sombra de minha luz, mas vede onde há conduzido meu Amor, em quão escura prisão estou, não há um raio de luz, sempre é noite para Mim, mas noite sem estrelas, sem repouso, sempre acordado, que pena!, o aperto da prisão, sem poder minimamente me mover, as trevas fechadas; até o respirar faço-o por meio do respiro de minha Mãe, oh!, como é cansativo! E ademais se acrescenta as trevas das culpas das criaturas, cada culpa era uma noite para Mim, as quais unindo-se todas formavam um abismo de escuridão sem fim. Que pena! Oh excesso de meu Amor, fazer-me passar de uma imensidão de luz, de amplidão, para uma profundidade de densas trevas e de tais apertos, até faltar-me a liberdade de respirar, e isto tudo por amor das criaturas!”

E enquanto isto dizia gemia com gemidos sufocados por falta de espaço, e chorava. Eu me desfazia em pranto, lhe agradecia, o compadecia, queria trazer-lhe um pouco de luz com meu amor como Ele me dizia, mas quem pode dizê-lo tudo? A mesma voz interior acrescentava:

“Basta por hora. Passa ao sétimo excesso de meu Amor.”

7º. – A voz interior continuava: “Filha minha, não me deixes só em tanta solidão e em tanta escuridão, não saias do seio de minha Mãe para que vejas o sétimo excesso de meu Amor. Escuta-me, no seio de meu Pai Celestial Eu era plenamente feliz, não havia bem que não possuísse, alegria, felicidade, tudo estava a minha disposição; os anjos reverentes me adoravam e estavam sob minhas ordens. Ah, o excesso de meu Amor, poderia dizer que me fez mudar fortuna, me restringiu nesta tétrica prisão, despojou-me de todas minhas alegrias, felicidade e bens para vestir-me com todas as infelicidades das criaturas, e tudo isto para fazer a transformação,  para dar a elas minha riqueza, minhas alegrias e minha felicidade eterna. Mas isto não teria sido nada se não houvesse encontrado nelas suma ingratidão e obstinada perfídia. Oh, como meu amor eterno  ficou surpreendido ante tanta ingratidão e chorou a obstinação e perfídia do homem. A ingratidão foi a espinha mais pungente que me traspassou o coração desde minha concepção até o último instante de minha Vida, até minha morte. Vede meu coraçãozinho, está ferido e goteja sangue. Que pena! Que dor sinto! Filha minha, não sejas ingrata; a ingratidão é a pena mais dura para teu Jesus, é fechar-me na cara as portas para deixar-me fora, tiritando de frio. Porém, ante tanta ingratidão meu Amor não se deteve e se pôs em atitude de amor suplicante, orante, gemente e mendicante, e este é o oitavo excesso de meu Amor.”

8º.- “Filha minha, não deixes só, apoia tua cabeça sobre o seio de minha amada Mãe, porque do lado de fora ouvirás meus vagidos, minhas súplicas, e vendo que nem meus gemidos nem minhas súplicas movem à compaixão de meu Amor a criatura, ponho-me em atitude do mais pobre de todos os mendigos e estendendo minha pequena mãozinha, peço por piedade, ao menos a título de esmola, suas almas, seus afetos e seus corações.. Meu amor queria vencer a qualquer custo o coração do homem, e vendo que depois de sete excessos de meu Amor permanecia indiferente, se fazia de surdo, não se ocupava de Mim nem se queria dar a Mim, meu Amor quis ir mais além, deveria fazer-se imóvel, mas não, quis ir além de seus limites e desde o seio de minha Mãe Eu fazia chegar a minha voz a cada coração com os modos mais insinuantes, com os rogos mais ferventes, com as palavras mais penetrantes. Sabes o que lhes dizia? “Filho meu, dai-me teu coração, tudo o que quiseres Eu te darei contanto que me dês em troca teu coração, desci do Céu para conquista-lo, ah!, não me o negues! Não frustre minhas esperanças!’ E vendo-o indiferente e que muitos me voltavam as costas, passava aos gemidos, juntava meus pequenos cueiros e chorando, com voz sufocada pelos soluços acrescentava: “Ai, ai!, sou o pequeno mendigo, nem sequer de esmola queres dar-me teu coração?” Não é isto um excesso maior de meu Amor, que o Criador para aproximar-se da criatura tome a forma de um pequeno menino para não infundir-lhe temor, e peça ao menos como esmola o coração da criatura, e vendo que ela não o quer dar, geme e chora?”

Depois me dizia: “E tu não queres dar-me teu coração? Talvez também tu queres que gema, que rogue e chore para que me dês teu coração? Queres negar-me a esmola que te peço?”

E enquanto isto dizia ouvia como se soluçara, e eu lhe disse: “Meu Jesus, não chores, te dou meu coração e toda eu mesma”. Então a voz interior continuava: “Segue mais adiante, e passa a nono excesso de meu Amor.”

9º. – “Filha minha, meu estado é sempre mais doloroso; se me amas, tem fixa tua mirada em Mim para que vejas se podes dar a teu pequeno Jesus algum consolo, uma palavrinha de amor, uma carícia, um beijo, que dê trégua a meu pranto e às minhas aflições. Escuta filha minha, depois de haver dado oito excessos de meu Amor, e que o homem tão malmente me correspondeu, meu Amor não seu por vencido, e ao oitavo excesso quis acrescentar o nono, e este foram as ânsias, os suspiros de fogo, as chamas dos desejos de que queria sair do seio materno para abraçar ao homem, e isto reduzia a minha pequena Humanidade ainda não nascida a uma agonia tal, que estava a ponto de dar meu último suspiro. E enquanto estava por dá-lo, minha Divindade que era inseparável de Mim me dava sorvos de vida, e assim retomava de novo a vida para continuar minha agonia e voltar a morrer novamente. Este foi o nono excesso de meu Amor, agonizar e morrer continuamente de amor pela criatura. Oh, que larga agonia de nove meses! Oh, como o amor me sufocava e me fazia morrer! E se não houvesse tido a Divindade comigo, que me dava continuamente a vida cada vez que estava para morrer, o amor me teria consumado antes de sair à luz do dia”. Depois acrescentava:

“Olha-me, escuta-me como agonizo, como meu pequeno coração bate, se afana, arde; olha-me, agora morro.”

E fazia um profundo silêncio. Eu me sentia morrer, se me gelava o sangue nas veias e tremendo lhe dizia: “Amor meu, Vida minha, não morras, não me deixes só. Quereis amor e eu vos darei, não vos deixarei mais, dai-me vossas chamas para poder amar-vos mais e consumar-me toda em Vós”.

(Transcrito de “Memórias da Serva de Deus Luísa Piccarreta” – “A Pequena Filha da Divina Vontade” – págs. 146/155

 

 

 



A NECESSIDADE DO NOME

 




Diz-se que há 4 coisas que não temos opção ao nascer: a família (pai e mãe), o nome, o sexo e a religião. Esta última a própria pessoa pode mudar quando crescer, mas não a família nem o sexo e o nome, a não ser, neste último caso, quando tiver recebido um nome indigno que precise renunciar ao mesmo; mas, só o faz judicialmente. Todos os homens têm necessidade de um nome, logo ao nascer, tornando-se o primeiro sinal de identidade de uma pessoa. No Antigo Testamento, os nomes próprios de pessoas tinham origens diversas, sempre relacionados com alguma circunstância particular ao nascer.

Um dos filhos de Jacó tomou o nome de Judá para louvar a Javé (Gên 29, 35). Geralmente os nomes eram dados em homenagem a Deus, particularidade notada pelas letras “el” (Deus) no início ou final do nome: Natanael (dom de Deus), Elimelec (meu Deus é rei), Ezequiel (Deus consola), Israel (Deus forte), Gabriel (mensageiro de Deus), Rafael (medicina de Deus), Miguel (quem como Deus). Diz-se que os anjos não possuem nomes próprios como os homens, mas eles assim são chamados para indicar qual missão exercem. Quando o patriarca Jacó lutou com um anjo (Gên 32, 24-32), perguntou-lhe seu nome, mas ele respondeu: por que me perguntas o meu nome? E o abençoou sem dizer o nome (ou porque não o tinha ou porque não interessava dizê-lo naquele momento), embora tenha mudado o nome de Jacó para Israel. Vários personagens bíblicos tiveram seus nomes mudados: Abrão mudou para Abraão; Sarai para Sara; Jacó para Israel, etc, que indicava uma vocação ou uma missão a seguir.

Algumas pessoas também eram chamadas pelo gentílico: Nazareno (de Nazaré), Madalena (de Magdala), ou pelo patronímico como Bar-Jonas (fiho de Jonas), Bar-Teimeo (filho de Timeo), Bar-tolomeu (filho de Ptolomeu), etc. Nosso Senhor Jesus Cristo mudou o nome de alguns Apóstolos, indicando, às vezes, qual a vocação pessoal de cada um: Tiago e João foram chamados de Boanerges (filhos do trovão – Mc 3, 17); Simão foi chamado de Pedro (Mt 16, 18). Conservando esta tradição, algumas ordens religiosas têm o costume de mudar o nome do religioso quando faz seus votos. O mesmo ocorre com o Papa quando é eleito. Estes novos nomes indicam a vocação de cada um.

 Nomes de origem terrena e nomes de origem divina

 “O Anjo disse-lhe: "Não temas Maria, pois encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás a luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó e o seu reino não terá fim." (Lc 1, 30-34)

 E aí o significado de “nome” é mais profundo, indicando boa fama e poder; Quando se diz “fulano tem nome a zelar”, quer dizer também boa fama e, em alguns casos, poder. Em várias partes das Sagradas Escrituras se fala em honrar, em venerar ou adorar o “nome de Deus”, quer dizer, embora Deus não tenha nome deve-se ter honra, respeito, veneração ou adoração pelo que Ele é e atua entre nós, que é como se fosse sua boa fama e poder.

Vê-se que o Anjo fala em “casa de Jacó”, mas o patriarca teve seu nome mudado por um Anjo para Israel (Gên 32, 28). Poderia ter dito “casa de Israel”, mas na linguagem corrente entre os hebreus o nome Jacó estava ligado à descendência real através da tribo de Judá, enquanto Israel tinha sentido mais espiritual e divino. O Anjo, portanto, falava claramente também numa descendência real terrena. É como se estivesse definido aí a diferença entre o poder temporal e o e spiritual, que, no entanto, devem reger unidos.

O Profeta Isaías chama a dinastia que dominava os hebreus de “Casa de Jacó” e não “Casa de Israel”, indicando um reinado meramente terreno: “Casa de Jacó, vinde e caminhemos à luz do Senhor. Pois tu (ó Senhor) rejeitaste o teu povo, a casa de Jacó, porque eles se encheram (de superstições) como noutro tempo tiveram agoureiros como os filisteus, e se uniram aos filhos dos estranhos” (Is 2, 5-6).  Note-se que quando o Profeta fala “rejeitaste o teu povo”, logo a seguir completa, “a casa de Jacó”, quer dizer, Deus recusou os dirigentes, os filhos de Judá, judeus, e não o povo israelita. Mais adiante, o Profeta dá a entender essa distinção entre governantes e o povo quando diz: “Agora, pois habitantes de Jerusalém, e homens de Judá, sede vós os juízes entre mim e a minha vinha” (Is 5, 3). Habitantes de Jerusalém eram apenas os que moravam na capital, dominada por duas tribos, Benjamin e Judá, e “homens de Judá”, claramente, eram os dirigentes, os príncipes e reis que lá dominavam.

Quando se refere à “casa de Jacó” sempre dá a entender que está falando dos reis, da dinastia real, e não do povo eleito em geral, como nestes textos: “E acontecerá isto naquele dia: Os que tiverem ficado de Israel e os da casa de Jacó, que se tiverem salvado, não se apoiarão mais sobre aquele que os fere; mas apoiar-se-ão sinceramente sobre o Senhor, o Santo de Israel” (Is 10, 20-21). Em seguida o profeta fala que se converterão apenas “as relíquias”, isto é, uma pequena porção, tanto da “casa de Jacó” quanto do povo em geral.

Em outra passagem, diz: “Apesar dos que investem com ímpeto contra Jacó, Israel florescerá” (Is 27-6), deixando bem claro a diferença entre o poder temporal (Jacó) e o  espiritual (Israel)

“Por esta causa, o Senhor, que resgatou Abraão, diz isto à casa de Jacó: Agora não será confundido Jacó, nem agora se envergonhará o seu rosto; mas, quando vir no meio dele os seus filhos, obra das minhas mãos, dar glória ao seu nome, também eles santificarão o Santo de Jacó e glorificarão o Deus de Israel” (Is 29, 22-23). O “Santo de Jacó” é, pois, Jesus Cristo, descendente da “casa de Jacó” e o “Deus de Israel” nem precisa dizer Quem é.

E, no entanto, as profecias diziam “E tu Belém de Efrata, tu és pequenina entre as milhares de Judá; mas de ti é que há de sair aquele que há de reinar em Israel”. (Miq 5, 2). Há, portanto, dois significados nos títulos reais dados a Jesus Cristo: o terreno e o divino, sendo rei da “casa de Jacó” o faz com o título meramente terreno, mas como “Rei de Israel” (nome com que o Anjo mudou o nome de Jacó) ele reina sobre todos os homens, pois este título é divino. Estão bem definidos os poderes temporal e espiritual.

“Ao Nome de JESUS todo joelho se dobre no céu, na terra e nos abismos; e toda língua proclame, para glória de Deus Pai, que Jesus Cristo  é Senhor!” (São Paulo, Fil 2,10)

 

Nomes e títulos

 
Há nomes e há títulos. Nome é como comumente se é chamada a pessoa, em geral já desde o nascimento. Agora, título é aquele apelativo que se dá quando cria fama cumprindo um desígnio ou uma missão. Assim, Nosso Senhor Jesus Cristo já nasceu com nome e título, Jesus e “Filho do Altíssimo”. Foi acrescentado ao seu nome o de “Cristo” que é também um título, pois significa, Messias. Cristo é a tradução grega da palavra hebraica “mashiah”(Jo 1, 41), que quer dizer “O Ungido”, ou “O Ungido de Deus”, o rei esperado para salvar toda a nação. “Cristo” tornou-se, portanto, o título oficial de Nosso Senhor, acrescido logo após seu nome. Pode ser utilizado “Jesus, o Cristo”, ou então, como é comum no nosso idioma, apenas Jesus Cristo, pois o título incorporou-se ao nome através dos tempos.

No entanto, no Evangelho Nosso Senhor se autoproclama com outro título, o de “Filho do Homem” (Mt 26, 63-64), com dois objetivos: primeiro não ser acusado pelos fariseus de blasfêmia por se chamar de Filho de Deus; em segundo lugar porque o título de “Filho de Homem”, segundo São Tomas de Aquino, é título de juiz, (v. Ez 20, 3-4).; lê-se em São João: Deu-lhe o poder de julgar, porque é o Filho do Homem  (Jo 5, 27).e será na qualidade de juiz que Ele aparecerá no dia do Juízo Final. São Tomás também diz que Nosso Senhor aparecerá aos homens para julgá-los na sua aparência humana, com a finalidade de ser visto por todos como Homem e não como Deus, pois é necessário que um homem julgue outro homem: o juiz tem que ter natureza semelhante aos que vai julgar. Por isso, um anjo não pode julgar os homens, somente um homem pode julgar outro.

Quando Pilatos mandou fazer aquela placa irrisória na Cruz de Cristo não colocou que Ele era “Rei dos israelitas”, e sim, “Rei dos judeus:” Porque os que o condenavam eram apenas os judeus, isto é, pertencentes à Judéia, e não o povo hebreu ou israelita, com suas tribos dispersas. E aí também estava se cumprindo o que disse o Anjo, “casa de Jacó” (Lc 1, 34) e não de Israel. Embora o reino de Cristo seja eterno e se estabeleça sobre todos os povos e não somente sobre o povo de Israel.

 

 

 

 

 


sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

COMO REZAR NAS CALAMIDADES PÚBLICAS ATUAIS

 




 

Quando as calamidades públicas atingem a humanidade surgem várias formas de se rezar, tanto pelos que sofrem quando por aquelas almas que são chamadas para a outra vida. Foi com essa intenção que em tempos idos se instituiu uma oração própria para tais momentos, o “Triságio da Santíssima Trindade”, surgida em Constantinopla em tempos remotos e teve a intenção de pedir para parar as calamidades de então, que eram terremotos destruidores e terríveis. Veja como rezar o Santo Triságio acessando essa postagem: https://www.blogger.com/blog/post/edit/6546843640659599845/8714246297710467440

 Mas, com que intenção devemos elevar nossas orações ao Criador? São as seguintes: 1º) pedir para parar as calamidades, que Deus suspenda seus castigos; 2º) diminuir o sofrimento dos que as penam; 3º) para que prevaleça não somente a Justiça, mas a Misericórdia divinas e sejam aliviadas as dores ou suprimidas até com milagres.

A primeira intenção deve levar em consideração que tais calamidades só poderão parar se forem suprimidas suas causas, isto é, os pecados e ofensas a Deus. Então, quem reza deveria propagar ou incluir nas intenções o desejo de orações reparadoras. Há necessidade que existam almas reparadoras e que se ofereçam como sacrifício a Deus em reparação de tantos pecados. Somente assim, as causas das calamidades poderão ser supridas pela sua reparação e suspensão dos castigos.

A segunda intenção é o desejo de diminuir ou até acabar com o sofrimento daqueles que penam tais calamidades. Nesse sentido há dois tipos de pessoas que sofrem: o sofrimento dos justos, que aceitam tais sofrimentos e os oferecem a Deus como reparação dos pecados, e o dos réprobos ou filhos das trevas, que sofrem com revoltas contra Deus. O sofrimento dos justos só deve acabar quando cumprir seus objetivos, ou seja, sejam reparadas as ofensas a Deus, e acabam com o término dos males corporais ou com a morte. Do mesmo modo o sofrimento do ímpio pode acabar quando a justiça divina estiver satisfeita e nele reparada as ofensas a Deus, e nesse caso talvez só ocorra com a morte dele. Pode acontecer também com sua cura, isso querendo significar que Deus deu a ele mais uma oportunidade de emenda.

Nós pedimos, então, a Deus pelos justos no sentido que sejam curados a fim de que eles continuem a obra de Deus entre nós e pregue a boa doutrina e dê bons exemplos de vida; também pedimos por eles para que tenham uma boa morte e possam na outra vida nos obter maiores auxílios divinos. Quanto aos maus, aos que sofrem com revoltas contra Deus, podemos pedir suas curas apenas com objetivo de lhes fazer mudar de vida e reparar as ofensas a Deus que vinham fazendo; do contrário, a morte de tais pessoas poderá ser uma bênção aos bons, já que deixarão de fazer os males que vinham praticando. Principalmente os chamados “pecados sociais”, os quais servem para formar o corpo místico do demônio: quanto menos praticantes de tais pecados aqui na terra menos poder terá este corpo maldito.

De modo geral, nossas orações devem ter sempre o terceiro objetivo acima, isto é, para que prevaleça não somente a Justiça, mas a Misericórdia divinas. Que os castigos façam os maus recuar em seus desígnios e satisfaçam a justiça divina; que a Misericórdia os faça mudar de vida e reparar os males que praticavam antes e assim fazer reparação a Deus. Do mesmo modo que tais castigos sirvam de motivo para que os bons ofereçam tais sofrimentos para reparação dos pecados, não somente de si, mas de toda a sociedade em que vivem.

Lembrar que as pandemias ou calamidades públicas (inclusive as guerras e catástrofes naturais) são mandadas por Deus para punir e reparar os pecados sociais, isto é, aqueles pecados praticados em comum por toda a sociedade. Sendo assim, tanto sofrem por causa disso os bons quanto os maus. Todos sofrem porque todos são chamados a reparar as ofensas que se praticam em toda a sociedade.

Por exemplo, o liberalismo, o relativismo e o laicismo do estado totalitário, o socialismo, no campo social, e os pecados de divórcio, amor-livre, adultério, sodomia e taras sexuais no campo moral são pecados sociais hoje cometidos em todas as sociedades modernas. É tamanha a liberalidade sexual do mundo de hoje, com praias cheias de nudismo e uma amoralidade estonteante, que somente um castigo como a pandemia para diminuir tais ofensas a Deus, quando feitas coletivamente, em sociedade.

De outro modo, há um pecado coletivo que hoje predomina sobre os demais, por ser conseqüência da vida sem fé religiosa: a falta de Confiança e de Esperança, o que leva muitos ao desespero. Quem observar o clima de violência que hoje perdura em todos os países deduz facilmente a causa de tantos desesperos coletivos.

Rezemos, pois, primeiramente na intenção dos justos para que saibam sofrer e oferecer seu sofrimento a Deus para reparar tantos pecados, e, sendo vontade divina, que tenham uma boa morte e subam ao Céu para interceder também por nós que aqui continuamos passando por tais sofrimentos.

Em segundo lugar para que o nosso sofrimento sirva para converter os maus, ou, se assim não quiserem, que sejam julgados e levados por Deus desta vida e deixem de fazer tantos males a Deus e à sociedade em que vivem com seus pecados. Serão julgados por seus crimes e deixarão de cometê-los.