segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Fatos extraordinários ocorridos no Nascimento de Cristo


O fato extraordinário mais falado no dia do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo é o surgimento da estrela que guiou os Santos Reis Magos até Belém. No entanto, muitos outros fatos extraordinários e milagrosos ocorreram naquele dia, como narra São Boaventura. São Boaventura, frade franciscano que viveu no século XIII, recebeu o título de Doutor Seráfico devido à elevação e clareza de sua doutrina. É de sua autoria o "Sermão XXI - No nascimento do Senhor", pronunciado na igreja de Santa Maria de Porciúncula, o qual se baseia, segundo atesta o próprio Santo, em diversas descrições antigas.




"São estes, segundo diversas descrições, alguns dos milagres manifestados ao povo pecador no dia da natividade de Cristo:

Primeiro - Uma estrela brilhantíssima apareceu no céu, do lado do Oriente, e nela se via a figura de um belíssimo menino em cuja cabeça refulgia uma cruz, para manifestar que nascia Aquele que vinha iluminar o mundo com sua doutrina, sua vida e sua morte.


Segundo - Em Roma, ao meio dia apareceu sobre o Capitólio, junto ao sol, um círculo dourado visto pelo imperador e pela Sibila tendo ao centro uma Virgem belíssima, portando um menino, a fim de manifestar que Aquele que nascia era o rei do mundo, que se dava a conhecer como o "resplendor da glória do Pai e a figura da sua própria substância" (Hebr. 1,3). Vendo este sinal, o prudente imperador ofereceu incenso ao menino, e recusou desde então ser chamado deus.
Terceiro - Em Roma desmoronou o templo da Paz, a respeito do qual, ao ser construído, os demônios se perguntavam quanto tempo duraria; tendo lhes sido respondido: até o momento em que uma Virgem dê a luz. Este foi um sinal de que nascia Aquele que haveria de destruir os edifícios e as obras da vaidade.
Quarto - Uma fonte de azeite de oliveira irrompeu em Roma e fluiu abundantemente, por muito tempo, até o rio Tibre, para ficar patente haver nascido a fonte da piedade e da misericórdia.
Quinto - Na noite da Natividade, as vinhas da Engadda, que produzem bálsamo, floresceram, cobriram se de folhas e produziram licor, para significar que nascia Aquele que faria o mundo florescer, reverdecer e frutificar espiritualmente, e atrair com seus odores o mundo inteiro.
Sexto - Todos os prostituídos, homens e mulhere
s, morreram por toda a terra, conforme disse São Jerônimo, comentando o salmo "A luz nasceu para o justo", para evidenciar que Aquele que nascia vinha reformar a natureza e promover a castidade.
Sétimo - No momento em que a Virgem deu a luz, todos os ídolos do Egito se espatifaram, segundo o sinal que Jeremias dera aos egípcios quando esteve entre eles, para que se entendesse que nascia Aquele que era verdadeiro Deus, único a ser adorado como o Pai e o Espírito Santo.
Oitavo - Logo que o Menino nasceu e foi reclinado no presépio, um boi e um asno ajoelharam se e, como se fossem dotados de razão, O adoraram, para que se compreendesse que nascia Aquele que a seu culto chamava o povo judeu e os gentios.


Nono - Todo o mundo gozou da paz e se colocou em ordem, para que ficasse manifesto que nascia Aquele que amaria e promoveria a paz universal
e marcaria os seus eleitos para a eternidade.
Décimo - No Oriente três sóis apareceram, e aos poucos se transformaram em um só corpo solar, pelo que se mostrava que se aproximava do mundo o conhecimento da unidade e trindade de Deus, e também que a Divindade, a Alma e a Carne
em uma só Pessoa convergiram.


Por tudo isso, nossa alma deve bendizer a Deus e venerá-lo, porque nos libertou e sua majestade, com tão grandes milagres, se manifestou a nós, p
ovo pecador".

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Os "indignados", verdadeiros "Maria-vai-com-as-outras"


A palavra "personalidade" se refere à pessoa, logo ela se aplica a determinado indívuo e não a grupos de pessoas. Desta forma, soa muito mal o título de "Personalidade do Ano" que a revista "Time" resolveu brindar ao movimento denominado "Indignados".

Como se sabe, alguns manifestantes, que em alguns países receberam a designação de indignados, vêm chamando a atenção da mídia pela singular forma com que se arregimentam, conclamando seus adeptos através das redes sociais da internet.

A atribuição dada pela revista àquele movimento é uma suposta homenagem à chamada primavera árabe, e ao fracassado movimento dos indignados que ganhou voz na Europa e Estados Unidos.

A notícia diz que, "trazendo o protesto para a capa da última edição, a "Time" pretendeu homenagear todos aqueles que fizeram a revolução no mundo árabe, e que deram início a importantes reformas políticas, econômicas e sociais em países como o Egito, a Líbia ou a Tunísia". Por detrás deste palavreado oco, há uma insinuação: a de que os "indignados" já conseguiram mudar aqueles países, o que não é verdade. O Egito continua em guerra civil, com um governo inseguro e cheio de revoltas; a Líbia está numa obscura situação, que ninguém sabe que tipo de regime vai emergir, talvez até uma ditadura pior do que a foi vencida; o mesmo diga-se da Tunísia. Já está ficando patente que a chamada "primavera árabe" foi um fiasco, se se pretende que a mesma tenha trazido democracia para aqueles povos.

Por outro lado, pretende ser também uma homenagem aos manifestantes do Ocidente, que dizem lutar contra a crise econômica. A "Time" recorda, assim, os manifestantes gregos, espanhóis, portugueses, britânicos, mas também o movimento "Occupy Wall Steet", que marcou os Estados Unidos, e repercutiu em vários outros países. Além, é claro, de vários grupelhos que se espalharam pelo mundo ocidental, até na América do Sul, simplesmente imitando uns aos outros. Homenageando tais movimentos, a revista pretende sustentar na opinião pública uma revolução em franco recuo, conforme constatamos em postagem anterior ao analisarmos o movimento dos "indignados" da USP.

Os outros candidatos a personalidade do ano 2011 da revista, eram realmente personalidades, quer dizer, pessoas consideradas individualmente, dentre os quais contavam-se o político norte-americano Paul Ryan ou a princesa Kate Middleton de Inglaterra. No entanto, a vitória não foi de uma personalidade, mas de um grupo que nem identidade própria tem, isto é, os "indignados" do mundo todo, que sucederam assim a Mark Zuckerberg, fundador da rede social Facebook, que havia sido eleito personalidade do ano 2010.


Marcha das vadias

O movimento que se autoproclama de "indignados" poderia ser chamado simplesmente de "Maria-vai-com-as-outras", isto é, pessoas que seguem a cabeça dos outros. Chamar uma pessoa de "Maria-vai-com-as-outras" significa dizer que ela é facilmente influenciável e se deixa levar pela opinião de outras pessoas. E é o que está ocorrendo com estes grupos de "indignados". Em geral é composto por elementos da classe alta ou média-alta, que possuem computador e têm tempo de ficar horas a fio se comunicando com outros no "Facebook" ou qualquer outra rede social, mas nunca de pessoas de outras classes sociais, quer dizer, da massa da população. É uma minoria irrisória que quer se fazer passar por porta-voz da maioria. E pior ainda: são pessoas que, verdadeiramente, não têm personalidade, agem por impulso externo e pensam tudo o que os outros pensam. Verdadeiros "Maria-vai-com-as-outras".

Um exemplo recente foi a "Marcha das Vadias" ou "Marcha das Vagabundas" (em inglês: slutwalk): iniciou-se em 3 de abril de 2011 em Toronto no Canadá e desde então tornou-se um movimento internacional realizado por diversas pessoas em todo o mundo. A Marcha das Vadias protesta contra a crença de que as mulheres que são vítimas de estupro pediram isso devido as suas vestimentas. As mulheres durante a marcha usam roupas provocantes, algumas até semi-nuas, com solene desprezo para as normas de ética social com relação às vestimentas. O uso de palavrões e termos chulos e de baixo calão é também muito comum, indicando que agem como se fossem mesmo prostitutas. Algumas até o são e não o negam.

Em janeiro de 2011, ocorreram diversos casos de abuso sexual em mulheres na Universidade de Toronto. Dai então o policial Michael Sanguinetti, numa entrevista, fez uma observação para que "as mulheres evitassem se vestir como vadias, para não serem vítimas". Logo se organizou um protesto contra a declaração do militar, reunindo algo em torno de 3 mil pessoas. Em seguida, as "Maria-vai-com-as-outras" de outras grandes cidades resolveram fazer manifestação semelhante, como em Los Angeles, Chicago, Buenos Aires, Amsterdã, etc., Como o Brasil é cheio de "Maria-vai-com-as-outras" também, e "aqui nada se cria tudo se copia", logo apareceu quem deflagrasse o movimento pelo lado de cá. E aí reuniram alguns gatos pingados (ou "gatas pingadas") nas principais capitais do Brasil, começando por São Paulo, é claro.

Na primeira "Marcha das Vadias" no Brasil, ocorrida em São Paulo, após a convocação para o evento numa página no Facebook, mais de 6000 pessoas confirmaram presença na passeata. Porém, como em outros lugares, decepção total: somente cerca de 300 compareceram, isto é, 5% dos que disseram que iam. Por que? Porque a maioria maciça daquelas pessoas têm dificuldade em se desvincular do virtual para o real, quer dizer, preferem ficar na situação cômoda de quem estar diante de um computador do que ir à rua enfrentar uma situação de confronto com a sociedade.

De tal forma o movimento se caracteriza como “Maria-vai-com-as-outras” que até os cartazes (das brasileiras, feitos no Brasil para desfiles ou marchas ocorridas em nosso país), em sua maioria, são escritos em inglês. E as frases são sempre as mesmas, como estas: “É o meu corpo. Faço o que quiser com ele”, “I’m a human, not sandwish”, etc. Embora em número insignificantes, as manifestantes chamam a atenção da mídia...

E pior é que a mídia mundial se transforma em verdadeira "Maria-vai-com-as-outras", fazendo coro com a grande imprensa americano e europeia na divulgação de tal movimento.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Nossa Senhora de Loreto e o poder das chaves do Papado


A história moderna da Santa Casa de Loreto começa no final do século XIII, quando ela foi transportada pelos Santos Anjos para a Itália, onde hoje é venerada. Nosso Senhor Jesus Cristo na Sua Paixão e Morte permitiu que não só O tocassem, mas O levassem ao suplício e O matassem, mas, com relação à Sua Mãe Santíssima não permitiu que ninguém sequer A tocassem. O mesmo ocorreu com o Santo Sepulcro, violado pelos bárbaros muçulmanos; no entanto, com relação à Casa em que viveu Sua infância com São José e Maria Santíssima, mediante o perigo de ser violada pelos muçulmanos realizou Ele o impressionante milagre de mandar transportá-la pelos anjos para um local onde não fosse violada pelos pagãos.
Essa bela história é contada pelos vídeos abaixo. No entanto, ocorreu depois um fato também muito impressionante que nos mostra dois aspectos: primeiramente a Providência impedindo que tocassem na Santa Casa de Loreto numa reforma tentada no século XVI; em seguida a cessação de tal impedimento tão logo houve uma autorização oficial do Papa. Esse fato põe em relevo a autoridade real do Papado, reconhecido num episódio sobrenatural. Abaixo transcrevemos tal relato, extraído de um texto de conferência feita pelo Dr. Plínio Corrêa de Oliveira em 10.12.1965, extraído do site do mesmo nome.

Em 24 de março de 1920, o Papa Bento XV proclamou Nossa Senhora de Loreto como a santa padroeira dos aviadores. Conta-se que esta era uma das devoções da Princesa Isabel, a qual sugeriu a Dom Pedro II conceder o título de Barão de Loreto a Franklin Dórea, o qual mandara erigir uma capela em honra de Nossa Senhora de Loreto na Ilha dos Frades, ainda hoje existente.



Santa Casa de Loreto e magnífica, manifestação do poder das chaves

Plinio Corrêa de Oliveira

"Santo do Dia", 10 de dezembro de 1965

... A respeito da transladação da Santa Casa de Loreto, há este fato narrado por Rohrbacher:

“Desejava-se enriquecer a Santa Casa de Loreto, realizando nela algumas melhorias, mas os arquitetos que iniciavam nela qualquer trabalho sofriam estranhos castigos que os obrigavam a abandonar o que haviam empreendido. Finalmente, o Papa Clemente VII [Giulio de Medici (1478-1534; pontificado de 1523 a 1534)] ordenou expressamente ao Clérigo de Ventura Perini, entendido no oficio, uns certos trabalhos, explicando à Santíssima Virgem que era ordem do Papa.

Perini, depois de passar três dias em jejum e oração, obedeceu. Acompanhado de grande multidão, aproximou-se da casa, ajoelhou-se e disse: ‘Com confiança, peço-te ó Santa Casa, da mais pura das virgens, que me perdoe; não é por mim que martelarei as paredes sagradas, mas a mando de Clemente, Vigário de Jesus Cristo, todo ele no ardor que o anima de te embelezar. Permita, ó Maria, que possa me desincumbir do que for necessário’. E as obras continuaram normalmente”.

O fato é verdadeiramente magnífico porque ele indica que Nossa Senhora quis que a jurisdição do Vigário do Filho d’Ela sobre todas as coisas sagradas, e mais especialmente das coisas relevantemente sagradas, que a jurisdição do Vigário do filho d’Ela ficasse bem clara a propósito desse fato.

Tratava-se de tocar na Casa de Loreto, mas não havia uma licença explícita do Papa. E assim, todos os trabalhos se baldavam até que a licença veio. Vindo a licença do Papa, então a coisa se deixou fazer. Ou seja, é uma espécie de graciosa, magnífica e significativíssima manifestação do Poder das Chaves, do poder de ligar e desligar, de mandar, de decidir, de governar todas as coisas, manifestação essa que afirma a realeza do Papa sobre todas as coisas da Igreja. Realeza tão augusta e tão sagrada que Nossa Senhora, nesse episódio, toma ares de se conformar com essa realeza. E esses ares Ela tomou porque quando estava na vida terrena e São Pedro era o Papa, Ela certamente tributava a São Pedro toda a veneração que todo e qualquer católico, ainda que seja a Mãe de Deus, a Rainha do Universo, do Céu e da Terra, deveria ter.
Isto nos mostra bem qual é verdadeiramente a natureza do Papado. E é sempre oportuno lembrar isto: o Papado não é um poder como outro qualquer, não é simplesmente um poder legitimamente constituído de acordo com a ordem natural, um destes poderes de acordo com as circunstâncias, que podem ser mais ou menos amplos, mais ou menos altos, mais ou menos elásticos. Portanto também mais ou menos distantes da massa dos homens.
Mas é um poder de tal maneira sagrado, e portanto um poder de tal maneira absoluto e monárquico, que até Nossa Senhora toma ares de obedecer a ele. O que mostra bem o caráter monárquico da Igreja. E mostra bem que a Igreja não é uma república mitrada, mas uma verdadeira monarquia, em que o Vigário de Jesus Cristo é o verdadeiro monarca. Verdade preciosa que nos compete amar mais do que nunca e que fica indicada aqui como um ensinamento a propósito dessa graça de Nossa Senhora de Loreto.
E, por causa disto, também indicando a oração do dia de hoje que deve ser também para que a todos Nossa Senhora de Loreto nos dê este sentido do valor monárquico do Papado como expressão profunda da perfeição da Igreja; e da ordem monárquica das coisas como a maior, a mais adequada, a mais legítima representação, expressão da ordem profunda das coisas aos olhos dos homens





Texto da oração contida no vídeo

Oh Maria Loretana, Virgem gloriosa, nós nos aproximamos confiante a Ti: acolhe hoje a nossa humilde oração. A humanidade está perturbada por graves males dos quais gostaria de se libertar sozinha. Ela necessita de paz, de justiça, de verdade, de amor e se ilude de poder encontrar essas divinas realidades distante de seu Filho. Oh Madre! Tu que carregaste o Salvador divino no teu seio puríssimo e vivestes com Ele na santa Casa que nós veneramos sobre esta colina loretana, dá-nos a graça de buscá-Lo e imitar os seus exemplos que conduzem à salvação.









quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Tempestade em copo d'água?

A revista “Veja” em sua última edição (7.12.2011), estampa um fato singular, onde vários artistas de TV ficaram desmoralizados com uma ridícula campanha que fizeram contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte. Tentaram os artistas levantar a opinião pública nacional através de um vídeo conclamando o povo a endossar um abaixo-assinado dirigido à presidente Dilma pedindo que suspenda a construção daquela represa. Os motivos, segundo eles, são os mais justificáveis: alegam o custo elevado da obra (30 bilhões de reais), desnecessidade dela para a população (que teria enorme prejuízo) e, especialmente, prejuízos ao meio ambiente e às nações indígenas. A tônica é a defesa da chamada “energia limpa”, que não é o caso de Belo Monte. É tanta bobagem que não vale a pena repeti-lo aqui: quem quiser ter o trabalho de checar o que dizem é só acessar o vídeo, cujo link segue abaixo.
Em sentido contrário, alguns estudantes de engenharia da Unicamp fizeram outro vídeo, também postado no Youtube, desmentindo todas as afirmações dos artistas. Perante o debate criado, não temos outra alternativa a não ser acreditar muito mais nas afirmações dos estudantes. Por vários motivos: primeiramente estão mais bem informados, pois aquela Universidade lhes põe a disposição todos os recursos e informações necessárias a seus estudos; em segundo lugar, não estão procurando publicidade nem precisam de audiência na mídia, pelo menos tanto quanto os artistas de TV. Estes últimos, aliás, se mostraram completamente ignorantes com relação ao tema e levaram uma surra midiática dos estudantes. Segundo a revista foram a “nocaute”.
Há uma coisa que a revista não ressalta: aqueles artistas da moda estão conclamando a população contra Belo Monte seguindo a última receita de popularidade, que é a corrente revolucionária chamada “indignados”; foi com base nesse princípio de “indignação”, já manifestado em várias arruaças e campanhas de ruas nas principais cidades da Europa e Estados Unidos da América, que os ditos atores fizeram sua conclamação pública. E, como tem ocorrido em outros lugares, também fracassaram... E não foi somente por causa do vídeo dos estudantes, pois se alguém tiver a curiosidade de verificar no próprio Youtube (onde os internautas manifestam sua opinião sobre o vídeo), poucos são aqueles que estão de acordo com eles: a grande maioria está mesmo indignada é contra o vídeo... Inclusive aqueles que se manifestaram antes do vídeo dos estudantes (quer dizer, antes do dia 26 de novembro). Vejam abaixo, como exemplo dentre centenas deles (faça-se uma pesquisa e verá), apenas algumas vozes indignadas que estamparam lá o seu protesto contra o vídeo:

Mais recentes, após o vídeo dos estudantes da Unicamp:

O que pensar desses atores? Ignorantes? Inocentes úteis? Usam o poder de suas imagens, sem responsabilidade de conhecer o que estão defendendo? São gananciosos? Vendem suas imagens por dinheiro, independente da causa? Manipulam o pensamento das pessoas com informações falsas, é demais! Na realidade esse vídeo é uma FALÁCIA: ação de enganar com má intenção. Dediquem um tempinho lendo e vendo depoimento de especialista (não palpiteiros) da área energia e ambiente e não falem besteiras ...

Depois de transformar uma bolinha de papel numa bobina, agora a Globo quer que acreditemos ser inviável a construção da hidrelétrica de Belo Monte. Tem muitos vídeos de profissionais da área que defendem a obra. Lugar de artista é no elenco de novela, já que há quem assista esse lixo.

Fala sério, tão gastando muito mais dinheiro com a copa, e uma coisa pra desenvolver o país não podem gastar! Utilizar artistas famosos pra influenciar a população é absurdo. Ficam falando lorota sendo que energia eólica produz um pouquinho só de energia e definitivamente não poderia substituir as hidrelétricas. Estrangeiro vem aqui, desmata a floresta e todos deixam, brasileiro quer usar pra uma coisa boa pra nós e não pode. Quem tá por trás da campanha é gringo q tem medo q o brasil avance.


Mais antigas, antes do vídeo dos estudantes:

Realmente os atores da Rede Globo estão totalmente desinformados. Acham que eles não leem jornal. Para quem não sabe Há um consórcio envolvendo empresas do Governo Federal e particulares que irão participar do referido Consórcio para construção de Belo Monte. Como se sabe no Brasil todas as obras no final têm participação do Governo Federal porque há interesse no desenvolvimento do País.

O vídeo é mentiroso a medida que ele até muda a posição do parque nacional do Xingu! Ele fala que o parque está abaixo da usina, e este está a quase 400km acima da usina e não terá atingido 1mm quadrado de sua área. Se mentem numa coisa clara e evidente como esta imaginem o que fazem com as outras!

Alguém já se perguntou porque os gringos não protegem as florestas deles, pq os ambientalistas não se manifestaram quando houve o vazamento da BP no Golfo do México? Vocẽs acreditam mesmo que a preocupação é mesmo com os índios e os animais que dependem da floresta!!?


A campanha contra Belo Monte se assemelha muito àquela outra contra a “transposição do Rio São Francisco”, que foi encabeçada inclusive por um bispo. Diziam que o Rio São Francisco está morrendo e vai morrer mais depressa com a tão propalada “transposição”. A ignorância sobre o tema era tal que até a palavra “transposição” era utilizada de forma errada, pois o rio, na realidade, não teria seu leito “transposto” ou mudado de direção, apenas se faria um canal para “desviar” um volume d’água equivalente a cerca de 2% do total do rio. E ninguém, por exemplo, alegou em defesa da obra que aquela água vai mesmo ser desperdiçada no mar, por que então não aproveitar um pouco dela antes de ser lançada no oceano? A favor da obra, só o governo com suas suspeitáveis explicações. Contra ela, parte da mídia e um bispo em busca de popularidade. O grande público, que deveria ser parte importante no debate, ficava indiferente e até mesmo ignorante sobre o que se discutia, pois as informações não eram dadas com presteza para esclarecer as mentes.
O problema agora se repete com a usina de Belo Monte, a qual sofre renhida guerra dos ecologistas e indigenistas contra a sua construção. Inclusive com sérias batalhas judiciais, a ponto do Governo haver diminuído em 2/3 o tamanho da obra.






Tempestade em copo d’água

http://www.youtube.com/watch?v=gVC_Y9drhGo








Gota d’água

http://www.youtube.com/watch?v=TWWwfL66MPs

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A “Cortina de Fumaça” na mídia

Algumas das teses do filósofo de esquerda americano (uma espécie de “esquerda de frases de efeito”) Noam Chomsky sobre o papel da mídia nos dias hoje realmente são interessantes e cabíveis, outras duvidáveis; no entanto, vale a pena elencar algumas delas, como as citadas abaixo.
O ponto de vista do filósofo é sempre baseado na crítica da burguesia e seus instrumentos de dominação, como é o caso da mídia. Os aspectos psicológicos, éticos e até mesmo conspiratórios não são por ele analisados. Apesar do último caso de Murdoch, em Londres, quase ninguém fala sobre esse último aspecto. É claro que não se deve cair no exagero da “teoria da conspiração”, título de um filme de Mel Gibson e que criou sucesso entre as redes sociais imaginando conspiração em tudo.
Como se sabe. o magnata Rupert Murdoch disse ao parlamento britânico que não era o responsável pelo escândalo das escutas telefônicas ilegais feitas por seu jornal News of the World. No entanto, o que não ficou bem claro é que nem sempre é o dono quem dá a tônica dos jornais, pois eles apenas dirigem os negócios financeiras da empresa jornalística, enquanto os editores é que fazem a manipulação da opinião pública. Tanto nos jornais quanto nas emissoras de rádio e TV, quem realmente manda na forma de usar o sagrado direito de liberdade de expressão são os jornalistas.
Eis algumas das teses de Noam Chomsky:


A estratégia da distração (que eu chamaria de “cortina de fumaça”)

“O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas.
A técnica é a do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações sem importância.
A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética.
Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, atraída por temas sem importância real”.

Utilizar o aspecto emocional muito mais que a reflexão

"Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para curto-circuitar a análise racional, e neutralizar o sentido critico dos indivíduos.
Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou injetar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir a determinados comportamentos".

Estimular o público a ser complacente com a mediocridade

"Fazer crer ao povo que está na moda a vulgaridade, a incultura, o ser mal falado ou admirar personagens sem talento ou mérito algum, o desprezo ao intelectual, o exagero do culto ao corpo e a desvalorização do espírito de sacrifício e do esforço pessoal."

O Papel da ética e da moral

A meu ver, os aspectos éticos são mais importantes. Vocês já perceberam que em quase toda notícia de um assalto o repórter sempre termina ressaltando... “o bandido até agora não foi preso”, ou então, que o ato de violência foi realizado bem perto de algum destacamento ou delegacia policial? Qual a razão dessa ênfase? É para criar descrédito nas instituições. Geralmente as notícias de caráter político também vão nessa linha. Se isso é feito de forma generalizada na imprensa não significa o propósito de criar uma comoção social, de revolta e de desejo de vingança, por exemplo, quando os crimes ficam impunes? Há ainda outro aspecto: a exposição da boa fama e da moral de pessoas perante o público, como ocorreu com a Escola de Base de São Paulo, simplesmente porque o que lhes importa é a audiência.
Uma onda recente que invade os canais de TV em todo o Brasil, cujo programa-modelo pode ser o que é dirigido pelo jornalista Datena da Band: violências, escândalos e sensacionalismos, com o intuito aparente de se defender o público das coisas erradas que ocorrem no país. O jornalista e seu canal funcionaria como o verdadeiro paladino em defesa da população. Há muita notícia que ninguém necessita de saber, como a do namorado que mata a namorada e depois se suicida, a do ladrão que executa a vítima depois do assalto, a do policial corrupto que recebe propina para soltar um bandido, etc. No caso de denúncias do tipo corrupção há um batalhão de repórteres espalhados pelo Brasil com câmaras e microfones escondidos a fim de revelar segredos, muitos dos quais de nada servem para a população serem ou não revelados. O normal seria que esses assuntos ficassem restritos aos canais competentes, ou seja, a polícia e a justiça. E não pensem que o problema se circunscreve ao Brasil: recentemente, na Espanha, um jornalista ganhou um prêmio, concedido a reportagens feitas exatamente no mesmo feitio das citadas acima – são chamadas “reportagens investigativas” ou coisa que o valha. Em toda essa onda uma coisa fica patente: cada vez mais a população vai perdendo a esperança nas instituições, nas pessoas, nos poderes, enfim, em tudo, e se cria a impressão de que tudo está perdido, o único caminho daqui pra frente é o do desespero, da revolta, da indignação...

Técnica da “cortina de fumaça”

Na manipulação da opinião pública, tão volúvel e manipulável que ela é nos dias de hoje, acho que estão se utilizando no Brasil de uma técnica que eu denominaria de “cortina de fumaça”. Um público não afeito à reflexão, sujeito aos impulsos da mídia eletrônica e imediatista, fica muito fácil de ser manipulado para desígnios escusos.
No que consiste a “cortina de fumaça”? Consiste em chamar a atenção do público para um tema e com isso proteger a imagem de algumas personalidades, deixadas em segundo plano. Como assim? Vejamos.
Vou começar por relatar os últimos casos que andei analisando. Desde que a presidente Dilma assumiu a presidência começaram a explodir denúncias contra seus ministros, dando a clara impressão de que se trata de coisa orquestrada. Quer dizer, orquestrada pela mídia. As denúncias e o desenrolar delas cansam o público de tão repetitivas e monótonas. Todo dia a mesma coisa: “o ministro viajou no avião pago por um empresário”, “o ministro mentiu”, “o ministro diz que ninguém prova que é corrupto...”, etc., etc. Isso não se parece com o denuncismo anterior, desde aqueles contra Sarney, ou contra o deputado que pagava a pensão da amante com o dinheiro de uma empresa? Estas eram do tempo de Lula, mas agora mesmo estando em “novo” governo, elas seguem o mesmo esquema.
Algumas revistas, como a “Veja” e “Istoé”, arvoraram-se a si o papel de fiscais de moral pública e se aplicam religiosamente ao denuncismo profissional. Dizem eles que faz parte da tão decantada “liberdade de expressão” acusar, denunciar, fazer o papel de ministério público e levar as pessoas às barras dos tribunais. Inclusive se orgulham de com isso estar prestando inestimável e louvável serviço à sociedade, a qual pareceria desamparada não fosse essa mídia acusatória. Considero o papel da imprensa nesse caso (toda a mídia, escrita, falada ou televisiva) como se fosse um pau de mexer em estercos: as fezes estão como que escondidas, mas o pau da mídia mexe nelas para que se sinta seu mau cheiro, sem, no entanto, aplicar nenhum desinfetante a fim de acabar com a fedentina.
Em suma: é necessário que a opinião pública esteja sendo sempre sacudida com escândalos contra o governo e as instituições sociais, pois isso faz parte da técnica de causar desilusão e frustração no público, mas é preciso que os alvos sejam pessoas específicas que giram em torno do (ou da) presidente, ou da personalidade que se quer ocultar, sem que atinja a autoridade (ou a imagem) que se quer proteger. Na hora que o escândalo estoura, a presidente (ou antes, o presidente) aparece simplesmente como juiz ou como autoridade séria e proba, ás vezes até “punindo” o culpado, mas não transparecendo que arranhe sua moral ou sua imagem perante o público.
E a mídia tem cumprido religiosamente seu papel. E repetem as fofocas contra os ministros em queda livre de forma até cansativa. O último foi o da pasta da Trabalho, e sou capaz de apostar que (logo que ele caia) não demorará uma semana para aparecer outro escândalo com outro membro do governo. Menos com Dilma, é claro.
Depois que o sujeito cai, seu nome sai do noticiário. Ninguém fala mais dos ministros defenestrados nos últimos meses do governo Dilma. Por que? Porque só se falava deles quando estavam no cargo e por causa dos escândalos, pois assim se desmoralizava a autoridade do governo enquanto tal, mas a imagem da pessoa que se queria proteger ficava incólume. Dilma nunca teve seu nome ligado a nenhum comentário desmerecedor que saía ou sai na mídia. Continua tão intocável quanto Lula.
Mas isso não ocorre somente no Brasil, pois na Espanha, apesar do grande fracasso do governo socialista de Zapatero, as notícias nunca o atingem mas somente seus ministros ou colaboradores mais próximos. Ou seja, a mídia é a mesma em toda parte, sempre protegendo as esquerdas.
Isso não é verdadeiramente uma coisa orquestrada?

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Qual o papel da figura do malandro na preparação psicológica dos chefes do tráfico de drogas?

O quinto poder
Os informes e dados abaixo sobre o Brasil podem ser aplicados a qualquer país moderno, seja europeu, americano, africano ou asiático, pois tudo isso é decorrente da vida moderna. Dir-se-ia que a violência também foi "globalizada". No Brasil, porém, os bandidos chegaram a se organizar de tal forma que podem se considerar como um poder que rivaliza com o Estado. Teríamos já instaurado no Brasil o "quinto poder", pois o Estado possui os três poderes convencionais (Executivo, Legislativo e Judiciário), a mídia é considerada o quarto poder, e agora o banditismo tornou-se o quinto.
De tal forma este "quinto poder" tem crescido que já desafia os outros quatro. Foi o que ocorreu com a morte do jornalista Tim Lopes, da TV Globo, ocorrida no dia 2 de maio de 2002, quando os bandidos o julgaram e o assassinaram como se fossem juízes de um processo qualquer. É diferente do assassinato do cinegrafista da Bandeiras ocorrido há poucos dias, que ocorreu no meio de um confronto entre policiais e bandidos. Depois do desafio da mídia, resolveram os bandidos desafiar o próprio Governo, ora enfrentando a polícia, ora atacando prédios públicos ou mesmo fóruns e delegacias, com o objetivo explícito de intimidar, como ocorreu de forma massiva em São Paulo naquele triste dias das mães.
A partir de março de 2003 o denominado "crime organizado" começou a mandar matar juízes, numa acintosa afronta ao estado de direito do País. E culminou com o último assassinato da juíza em Niterói ocorrido há poços meses, desta feita um crime cometido por policiais corruptos, mas, embora policiais, aliados dos bandidos.
Depois, tornou-se comum darem ordens para que todo o comércio de certos bairros onde dominavam feche as portas. Passou-se a ver os bandidos andando pacificamente pelas ruas fortemente armados, contando com a ausência da polícia. Hoje, numa transmissão de TV em que narrava tais fatos, o repórter (da Record) chama os bandidos de soldados, dizendo “vejam os soldados fortemente armados andando pelas ruas...” É o quinto poder...
Em depoimento prestado à Justiça um dos chefes do crime organizado, José Márcio Felício, "O Geleião", afirma que o PCC (Primeiro Comando da Capital, facção criminosa similar ao "Comando Vermelho") possuía grande estrutura organizacional. Segundo delação feita pelo bandido, seus ex-comparsas tinham cerca de 2.000 “funcionários”, verdadeiro exército em ação. A maioria dessas pessoas trabalhava para a organização fornecendo importantes informações. Desse grupo, cerca de 100 pessoas fazem operações e formam o braço armado do bando. Na última invasão da “Rocinha” a polícia informa contingente numeroso de colaboradores dos bandidos, a maioria entre os próprios moradores do morro. Desta forma eles se arrogam o poder de
mandar que o comércio de determinados bairros feche as portas quando assim o desejarem. Fatos semelhantes já estão também ocorrendo em outras capitais, como Salvador, na Bahia.
A situação era essa nos morros do Alemão, Vila Cruzeiro e da Rocinha antes de serem invadidos pela polícia. A palavra “invadido” dá bem a idéia da situação: trata-se de ocupar um terreno possuído pelo inimigo em guerra. E na “ocupação” foi utilizado até tanques de guerra.
Repetimos aqui a indagação feita em postagem anterior: o crime é organizado ou o governo é desorganizado? Por que o governo de Lula esperou até o final de seu mandato (novembro de 2010) para autorizar a invasão dos morros? Autoridades policiais do Rio afirmaram que não o fizeram antes porque o governo federal não o tinha autorizado, haja vista que as forças invasoras eram também compostas de tropas federais.

Qual o papel da figura do malandro na psicologia popular?

Uma figura que a mídia sempre propagou foi a do malandro. Desde o início do século XX que ela é apresentada como certo “modelo” ao nosso povo. Primeiramente, veio o malandro do samba, do morro, pintado como um cara esperto e ladino, conseguindo levar vida mansa, inclusive enganando aos incautos. Esse modelo de esperteza ganhou a simpatia popular e passou a pautar a vida pública, inclusive de políticos.
Quando se pretendia criar uma música nova sobre o Rio, ou que se referia ao samba ou ao carnaval carioca, a figura do malandro era sempre realçada. Foi assim que o famoso Noel Rosa destacou-se em suas melodias, embora seu título mais conhecido seja o de “Poeta da Vila”. Mas outros compositores sobressaíram-se mais como exemplo de malandros realizados e completos, como Dicrós e Bezerra da Silva, sambistas famosos que criaram até uma música com o título de “ópera do malandro”, que é também o nome de uma peça de Chico Buarque.
A fim de que a figura do malandro fosse mais propagada, a Walt Disney criou um personagem famoso, o Zé Carioca: um papagaio, como não poderia deixar de ser, muito esperto e que sempre sabe se sair bem das enrascadas e dar golpes até em seus amigos. Até a década de 60, havia um outro personagem que também personificava o malandro: foi o famoso “Amigo da Onça”, criação de Péricles Moreira da Rocha na revista “O Cruzeiro”, cuja esperteza era sempre elogiada pelos leitores da revista como exemplo de inteligência e sagacidade. Outros malandros ficaram célebres no passado, alguns criados no cinema, como Oscarito que o personificava muito bem.

Será que a figura do malandro, sendo assim tão propalada como um exemplo para a sociedade, não tornou-se um mal, por inspirar em todos a idéia de que é lícito ser esperto e enganar os semelhantes? Quer dizer, será que essa figura não gerou o político corrupto e o traficante labioso? Não que os tenha produzido na raiz, mas sim que tenha criado clima psicológico na sociedade para que atuem impunemente.

É claro que há um tipo de esperteza legítima, como aquela, por exemplo, da história do Gato de Botas, onde o gato faz seu amo passar por um marquês a fim de se sair bem das complicações em que se metiam. Mas a do malandro carioca sempre tendia para a desonestidade, a sagacidade para enganar o próximo, o esperto que vivia num mundo cercado de pessoas incautas e bobas. Pois bem, essa esperteza do malandro fez escola, muito bem assimilada pelos políticos e traficantes, que a usam naturalmente no seu dia a dia. Esse tipo de esperteza, porém, não é coisa nova. Há exemplos similares no passado.
Temos exemplo dentre os próprios bandidos. Um deles nos é contado pelo historiador francês Henri Robert, ao retratar a vida de um bandido que dominava a Paris do Ancien Regime. O tipo de esperteza dele é muito conhecido: fazia-se passar por um homem bom e amigo dos humildes, auxiliando os mais necessitados dos bairros pobres de Paris. Com isso conseguia proteger-se contra as investidas da polícia, pois era ocultado dela pelos próprios moradores seus vizinhos, que o tinham como um homem bom. Este tipo de esperteza tornou-se hoje o mais usado pelos traficantes, ao lado, sempre, da malandragem, do engodo, etc. Há também a lenda de Robin Hood que tornou mais popularizado esse método de acobertamento de bandidos entre os cidadãos de bem. Quer dizer, não é nenhuma novidade.

Apesar de se anunciar tanto poder dos bandidos, a invasão da Rocinha ocorreu de forma pacífica, não foi desferido nenhum tiro e alguns bandidos se entregaram sem reação. Pelo que se vê a ação militar vai aos poucos causando maior intimidação aos bandidos, o que tornará mais fácil o controle e extinção ou diminuição do tráfico de drogas e da bandidagem.
O problema não é que os bandidos formam o “crime organizado”, mas é o governo que se mostrava desorganizado.



sábado, 12 de novembro de 2011

Uma Revolução em franco recuo

O “modelo” da Revolução da Sorbonne (Paris, maio de 1968) foi facilmente disseminado pelo mundo. Com base naquela matriz ideológica, diversos grupos realizaram ações revolucionárias em várias partes do planeta.
No Brasil, como alhures, a técnica de conduzir a opinião pública é sempre a mesma. O sucesso obtido na Sorbonne de 68 tem inspirado muita gente a repetir a façanha.
Hoje, no entanto, tudo indica que as diversas revoluções similares que explodem em várias partes do globo conduzem a uma tentativa de universalizá-la mais ainda. Sendo universal, é necessário que haja unidade, pelo menos entre os agentes revolucionários. Por enquanto, a universalidade está nos meios e nos métodos de ação, mas tende a sê-lo também no campo ideológico, dos propósitos. Somente a unidade fará com que se obtenha mais êxito universal.
Quanto aos métodos, tivemos, por exemplo, as diversas manifestações de descontentamentos eclodidas entre os árabes e na Europa, depois transplantadas para os Estados Unidos da América e os países sul-americanos. Para atrair a simpatia do público revestiram-nas com o título de “indignados” e “primavera árabe”. Como o ato de indignar-se não identifica em si disposição para a revolução e o caos, mas uma atitude de revolta contra as injustiças, logo os revolucionários atraíram a simpatia de certo público e conseguiram, inclusive, derrubar alguns governos ditatoriais árabes. Com uso das armas, inclusive. Na Europa, é claro, tinha que ser diferente. E nos Estados Unidos mais ainda, com outra roupagem, outro nomes, com propósitos meio indefinidos, próprios desse tipo de revolução. Dentro do grupo “Ocupem Wall Street”, como não poderia deixar de ser, o tema principal é a guerra contra os bancos e o capitalismo dito “selvagem”, uma velha e surrada tese marxista de luta de classes.
E agora a paticipação nesse movimento está muito mais ao alcance de todos, pois, diferentemente de maio de 68, temos a internet com as redes sociais que divulgam celeremente as ordens, os contatos, as decisões e os programas predeterminados.


O Milagre da “Revolução Espontânea”

Um das características que os faz atraentes para o público é o cunho da espontaneidade. Veja o que publicamos em nossa postagem de 17.10.2011, o milagre da revoluçao espontânea.

Uma frustrada tentativa de repetição da Sorbonne-68

A “Revolução dos indignados” está ainda em curso. No entanto, tudo indica que essa Revolução não avança, mas murcha. Não queremos dizer com isso que a ação desses grupos estancou, mas sim que não encontra eco no restante da população. Trata-se, sempre, de uma minoria isolada, que não encontra apoio da população em geral. Veremos por quê.
Em São Paulo, tivemos recentemente um exemplo fraglante disso. Dentro do Campus da USP houve um crime e a droga corria solta. O reitor resolveu chamar a polícia, como é óbvio, para policiar o recinto das faculdades. “Indignadas” com a ação da reitoria, várias organizações estudantis resolveram protestar: a polícia teria que vigiar a “cracolândia”, a USP não, segundo palavras excitadoras do movimento ditas pelo ministro da Educação.
No entanto, feita uma reunião, a maioria resolveu concordar com a ação da polícia. Primeira derrota dos “indignados” revolucionários, os quais, insatisfeitos, resolveram agir contra a maioria. Cerca de 100 alunos (uma minoria irrisória) invadem o prédio da Faculdade Filosofia. Esperavam que os outros estudantes o apoiassem, mas em vão: a grande maioria, em reunião, decide a desocupação do prédio. Aí, então, cerca de 70 remanescentes daqueles 100, ao sair da Faculdade de Filosofia resolvem invadir o prédio da própria reitoria. Dessa vez, porém, o reitor resolve acionar a justiça, a qual dá um ultimato aos invasores para desocupar o prédio. Como não o fizeram, foram expulsos pelos policiais. Esta última ação ocorreu no dia 8 de novembro.
No dia seguinte, os grupos revolucionários fazem nova tentativa de conquistar a adesão dos estudantes e proclamam uma greve em protesto contra a ação policial no recinto da USP. Nova derrota. Não há adesão ao movimento, o qual mingua por falta de participantes. Será que esperavam ocorrer o mesmo que na Sorbonne de maio de 68, quando uma minoria invadiu uma faculdade, depois a própria universidade, passando posteriormente para as ruas e as fábricas? Pode ser que não, pelo menos entre os indivíduos de base, mas em todos os outros movimenos semelhates havidos em outras partes do mundo, inicialmente há sempre uma causa pequena e de pouca repercussão, para, depois se partir para uma questão nacional e até internacional, que é o escopo dos líderes. Esta, da USP, foi um fiasco total.
Uma particularidade, que a mídia chamou a atenção desde o início desse movimento: os invasores da reitoria da USP são, na maioria, filhos de gente rica ou de classe média. Alguns dos pais foram até à polícia para protestar dizendo que estavam sendo vítimas de perseguição política. Eles pleiteavam o “direito” de seus filhos fumarem maconha no recinto da USP e acusam a justiça de “perseguição política”.
O que reflete bem o tipo de ação promovida nos bastidores por gente desse tipo é retradado pelo jornal “Folha de São Paulo”(edição de 10.11.2011), ao relatar o seguinte episódio:

“Quinze socialites se reuniram anteontem à tarde, nos Jardins (zona oeste), para debater o combate à corrupção e outros temas. Antes mesmo de começar, a pauta já era outra. “Ei, menino, sabe que fim deu a confusão da USP?”, assuntou uma das integrantes do Grupo Ação em Cidanania à reportagem. PMs haviam retirado, horas antes, os invasores da reitoria. Iniciada a reunião pela psicalanista Maria Cecília Parasmo – regada a refrigerante, bolacha e bolo -, o debate ficou em torno de como “mobilizar o povo” e “para quê”. Para Ana Paula Junqueira, pré-candidata do PMDB a vereadora, o brasileiro deveria se inspirar na Primavera Árabe.. Quando o tópico voltou para os conflitos na USP, os ânimos se exaltaram. A historiadora Maria Cecília Naclério sugeriu que o grupo de invasores teria ligação com máfias (“tudo isso é orquestrado”). Já a presidente da Associação de Mulheres de Negócios, Márcia Kitz, questionou se a PM não deveria ter sido mais incisiva, com uso de bombas de efeito moral e jatos d’água. Após publicação de Vídeo pela TV Folha, ontem, o termo “socialites” ficou entre os mais comentados no Twitter em SP”. (FSP, 10.11.2011, caderno Cotidiano, C3).

A queda da disponibilidade revolucionária

Estar disponível é ter um espírito propenso e pronto para a ação. O chamado “mundo virtual” tira um pouco esta disponibilidade, pois enclausura as pessoas numa espécie de “autismo consentido” e numa acomodação egoística. No entanto, torna as pessoas mais manipuláveis.
O que deve ser manipulado pela Revolução? A mesma disponibilidade para a ação, a ação coordenada e universal, assim como a unidade da ação. As pessoas manipuláveis devem agir por impulso, sem raciocinar bem o que estão a fazer nem o seu conteúdo ideológico. Em geral as pessoas são manipuláveis por questões sentimentais, compulsivas, financeiras, etc.
Mesmo assim, tal manipulação tem encontrado muitas dificuldades. Uma delas é que o “mundo virtual” ainda é vivenciado por uma minoria da população, pelo menos em tempo integral. E parace que saturou, não indicando que há para onde crescer mais do que o que já crescreu. Assim, os próprios agentes da manipulação podem ser atingidos pelo parasitismo virtual. As redes sociais funcionam mais como necessidade que as pessoas têm hoje, num mundo tão isolacionista, de se comunicarem, mas parece que não tem surtido muito efeito quando se pretende por ele a ação das massas para promover uma revolução tendenciosa.

Veja nossa postagem Sorbonne, maio 68: motivações imediatas, meros pretextos para a ação

A Revolução e a auto-regência dos seus lideres

Um líder revolucionário, apesar de em geral ter que ser carismático, perde sua auto-regência ao se entregar inteiremente às paixões revolucionárias. Estas paixões, virulentas e irracionais, tendem a obscurecer o “lumen rationis”(a luz da razão), transforando-os em meros autômatos. Também os líderes podem ser influenciados pela tendência a agir por impulsos. É mais cômodo. Desta forma, as lideranças revolucionárias hoje são raras, pois falta-lhes o que denominamos acima de “disponibilidade revolucionária”, necessária para “tocar” a massa para a ação. Um líder perde sua capacidade de liderança quando perde também sua auto-regência, é sabendo governar-se que se governa os outros com eficiência.
Um dos recursos que a Revolução pode usar, nesse caso, é da ação integrada, liderada não por um individuo mas por um grupo, um “comitê”, um soviet. Recurso já usado na Sorbonne para se dá a idéia de que as decisões não são individuais, mas coletivas. Mas esse grupo precisa se utilizar de recursos com que possa mover a “massa” na direção revolucionária. Nesse caso, a técnica mais apropriada (já usada em várias ocasiões) é a “acupuntura social”, pela qual as massas vão agir impulsionadas por fatos ocorridos e provocados de propósito que as levem em direção diferente e até oposta daquilo que pensam e vivem. Um exemplo foi a eleição ganha pelo partido socialista espanhol em 2004, fruto de um atentado terrorista. O atentado foi feito pelos árabes, mas levou a opinião pública a desviar seus votos contrários ao governo conservador, então no poder, dando vitória aos socialistas. Assim, sem um discurso, sem ação de nenhum líder, mas de um grupo, o povo foi levado a agir de forma diferente e até contrária ao que pensava.

Veja nossa postagem: Sorbonne, maio 68: a “acupuntura social”



Vídeos:

Invasão da USP



Ocupem Wall Street



Legenda de um video:
MOVIMENTO OCUPE WALL STREET PODE SER O COMEÇO DE UM NOVO MODELO DE SOCIEDADE, E NOVOS SISTEMAS MAIS JUSTOS DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS NATURAIS.

Os indignados voltam a sair às ruas na Espanha




Uma das características dos povos muçulmanos é o grande atraso em que teimam permanecer, recusando qualquer evolução social. Isso ocorre por causa dos princípios religiosos, embora seja negado por alguns. Há séculos que são dominados por clãs e por regimes tribais. A tônica do noticiário, como se vê abaixo, é que as revoltas vão solucionar todos os problemas: basta que se coloque outro grupo político no poder e se façam eleições. Fácil, né? Quem garante que os políticos que vão suceder aos ditadores vão inaugurar um regime realmente democrático? Quem garante que não vai ser mais uma sucessão de ditaduras? Não se muda a cultura de um povo assim da noite para o dia.
A única novidade em toda essa onda é que a mídia está trombeteando aos quatro ventos que tudo está sendo feito via internet. O que é absurdo, pois muitas dessas revoltas estão sendo feitas por grupos armados, como ocorreu na Líbia e está ocorrendo agora na Síria. Outra novidade é que o movimento é apresentado ao Ocidente como exemplo de uma revolução toda virtual, nascida espontaneamente dentro das chamadas “redes sociais”. Um mito, uma mentira, como vimos acima ao comentar sobre a “espontaneidade revolucionária”.

Primavera árabe – manifestações pacíficas ou Guerra?




A queda da ditadura no Egito





A análise da Revolução, como feita acima, é baseada nas teses da obra “Revolução e Contra-Revolução”, do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, cujo texto pode ser obtido aqui: http://www.pliniocorreadeoliveira.info/livros.asp

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

DELICADAS E FRÁGEIS, PORÉM FORTES

(vê-se na foto acima, Madre Teresa de Calcutá com a Irmã Dulce, duas almas frágeis e fortes)
Se na era do romantismo a opinião pública se inclinava para as almas delicadas, subtis, frágeis, exageradamente delicadas, exageradamente subtis, diríamos exageradamente frágeis se a fragilidade já não fosse em si mesma um defeito e um exagero, em nossos dias, quando a luta pela vida da alma e do corpo impõe um esforço incessante, a admiração se volta mais freqüentemente para as almas poderosas, fortes, realizadoras, enérgicas. E, como tudo quanto é humano é sujeito a exagero, somos propensos não raras vezes a glorificar a força física dos boxeurs e atletas, ou a força quase hipnótica de certos ditadores, como valores absolutos e supremos.
Nisto, como em tudo, um sadio equilíbrio se impõe. E deste equilíbrio é mestra a Igreja Católica, fonte de toda virtude.
Entre a força e a delicadeza de alma não há incompatibilidade, desde que uma e outra sejam retamente entendidas. E uma alma pode ao mesmo tempo ser delicadíssima sem nenhuma fraqueza e fortíssima sem nenhuma brutalidade.
(Plínio Corrêa de Oliveira, em “Catolicismo” Nº 52 - Abril de 1955)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Qual o papel dos partidos socialistas na crise européia?



Muito coincidentemente ou não, os principais países em crise na Europa são dominados por partidos socialistas, especialmente Espanha, Portugal e Grécia. Este último, com o cancro de certa democracia igualitária e populista o roendo há milênios (foi pioneiro nesse regime), está causando encrenca ainda mais grossa para o restante dos parceiros do euro. Como as medidas políticas tomadas por tais governos (socialistas) sempre andam na linha da “democracia financeira”, quer dizer, fazer do Estado um interventor em todos os campos econômicos e sociais em benefício de uma suposta divisão das riquezas ou da promoção previdenciária de uma população cada vez mais velha, no final acabam sempre numa derrocada financeira e econômica no cômputo geral.
Não foi suficiente ainda os fracassos sociais e econômicos ocorridos em governos socialistas, como o mais rotundo de todos que foi o da ex-URSS ou mesmo, por último, da Venezuela, para fazer com que ainda haja quem defenda leis ou regimes de tal natureza. Razão tinha Margareth Thatcher ao afirmar que o socialismo só dá certo enquanto perdurar o dinheiro dos capitalistas. Quando este último acabar, morre com ele o socialismo. Não é que aqueles países tornaram-se socialistas, daqueles do tipo clássico, com toda a economia controlada pelo Estado. Não, isso ainda não; mas há uma enxurrada de leis que levam para isso. E a Comunidade Econômica Européia foi o pontapé inicial dado para a completa e utópica igualdade dos países da zona do euro.
A ironia é que a corda parece vir favorecendo os países chamados “emergentes”, como os do grupo denominado BRIC (Brasil, Índia, Rússia e China). E a maior de todas as ironias é que a antiga URSS, hoje representada somente pela Rússia, a maior desafiadora do império americano, antigamente chamada a “segunda maior potência do mundo”, tenha de repente se transformado num simples “emergente” ao lado do Brasil, outrora país do “terceiro mundo” (um título em desuso). Durante décadas a opinião pública mundial ouviu o bluff do poderio da URSS, e hoje não parece perceber que bravata maior arrota a China. Vem agora a complementação irônica disso tudo: vem partindo destes países ditos “emergentes” o exemplo e o conselho de como a Europa deve resolver seus problemas. Uma bravata atrás da outra, é o que se vê partindo daqui do Brasil, da China, da Índia e da Rússia.
Agora está sendo divulgado um texto reproduzido no Financial Times que ironiza a mania do governo brasileiro de sair dando conselhos aos outros países. No texto, o autor não se refere a Lula,, mas aquele governante sempre fez o mesmo quando se referia a temas internacionais: era uma espécie de guru das finanças ou de políticas internacionais. O referido texto, denominado “Dilma: os conselhos da tia”, lembra que o Brasil não está em condições de dar conselhos pois é o 152º no ranking do Banco Mundial entre as nações com o pior sistema tributário do mundo, girando em torno de 36% do PIB. Ele mostra também as contradições da presidente brasileira, que condena o protecionismo dos países europeus, mas em seguida aprova uma lei aumentando em 30% o IPI sobre carros importados. Arrogância maior vem arrotando a China, mas o texto se omite sobre o papel dela, cujo governo é oficialmente socialista e comunista.
Enfim, o conselho mais apropriado que algum político poderia dar seria que os países causadores da crise européia desistissem de suas leis cada vez mais socialistas e protecionistas. E explicassem para o mundo que papel tiveram os partidos socialistas na atual derrocada econômica em que jazem tais nações.

Situação da religião no Brasil vista por uma americana



Sarah Darnall é uma estudante americana que veio ao Brasil para estudar português. Como parte de um convênio de hospedagens com a sua universidade, esteve hospedada em minha família durante os seus estudos em nossa terra. Na elaboração de seus trabalhos escolares essas estudantes em geral pedem ajuda de meus filhos, mas nem sempre corrigindo inteiramente os erros de português (como se vê a seguir). Deixou-nos ela o texto abaixo, como parte de seus estudos, fazendo uma análise da situação religiosa de nosso povo.
Em sua primeira observação, Sarah está se referindo a um templo protestante existente em Salvador, que chama sua atenção pela suntuosidade e imponência: trata-se de um dos inúmeros deles construídos pela Igreja Universal que estão espalhados pelo Brasil (muito conhecido em Salvador por ficar em ponto estratégico, numa rua muito movimentada, ao lado do shopping Iguatemi, de grande movimentação). Nem toda a realidade foi informada à estrangeira, pois aquele templo funciona mais como hospedagem (também rendosa) do que como “casa de oração”. Em sua parte superior se instalou um hotel com vários apartamentos destinados a hospedar os visitantes de outras localidades e, circunstancialmente, há um grande auditório embaixo onde se reúnem os seus freqüentadores para ouvir as bravatas dos pastores protestantes. Cognominada de “Catedral da Fé”, o que menos se vê lá é fé, e o que mais se vê são negócios rendosos.
Já o outro comentário da estudante, provavelmente está se referindo a uma pequena igreja católica situada na Ilha dos Frades ou em algumas das outras pequenas ilhotas situadas na Baía de Todos os Santos, construída no século XVIII, mas (coisa rara) ainda em bom estado de conservação. Aquela comunidade, embora pequena, tinha razoável nível de vida no passado e começou a decair como conseqüência do êxodo em busca da capital, como aliás ocorreu com dezenas de pequenas cidades do Recôncavo da Bahia. As igrejinhas, algumas bem decoradas por nossos cuidadosos ancestrais, conservaram-se ou procuram conservá-las em bom estado, talvez com intuitos mais turísticos do que religiosos. No entanto, aí não se vê tanto mais influência do dinheiro do que nas protestantes.
Embora a estudante tenha muita razão em suas observações, no entanto é preciso salientar que no país dela, os Estados Unidos da América, os protestantes também exploram seus fiéis da mesma forma que os brasileiros. Talvez não seja tão contrastante o fenômeno porque lá a população é rica, ou, pelo menos, tem melhor situação de vida. E lá se vê menos a finalidade financeira dos metodistas, luteranos, anabatistas, presbiterianos, etc., que são, aliás, os mentores dos templos de cá.

Segue abaixo o texto da estudante:

"Eu cresci nos Estados Unidos numa família religiosa. Minha família freqüentar a igreja metodista, e geralmente nós vamos à igreja todos os domingos. Mas, acho que não é por causa de sendo pessoas exremamente religiosas. É porque minha família gosta de tradições, e também porque ambos lados de minha família têm sidos metodistas por muito tempo. Vamos à igreja também porque nós gostamos dos sentimentos que nós temos depois do serviço. Acho que a situação de minha família é comum nos Estados Unidos. Muitas pessoas vão à igreja embora que elas não são muito religiosas.
No outro lado, religião é muito diferente aqui no Brasil. Primeiro, quase todas as pessoas são católicas. Não há uma grande diversidade religiosa como nos Estados Unidos. Segundo, acho que as pessoas aqui geralmente são muito devotas e querem morar de modo apropriado dos ensinamentos da igreja. Eu respeito este parte de cultura brasileira e as crenças das pessoas religiosas também. Mas, há coisas que existem na religião aqui que eu não estou de acordo com.
Quando eu cheguei no Brasil, Claudia, a outra estudante americana que mora com minha família, me convidou à casa de uma amiga dela. Tivemos que pegar o ônibus porque a casa da amiga fica muito longe de a casa de nossa família. Durante o tempo no ônibus, eu vi uma igreja enorme e nova. Claudia me explicou que a igreja foi construida recentemente, é muito caprichada e extravagante, e o pastor da igreja é muito rico. Também ela disse que quase todas as pessoas que freqüentam a igreja são extremamente pobres e moram nas favelas da cidade. Algumas delas moram muito longe da igreja mas elas pegam ou ônibus ou andam todas as semanas para chegar à igreja. E elas pagam quase todo o dinheiro que elas têm, e não é muito, para a igreja.

Não pude acreditar ou que eu vi e a explicação da igreja. Por que pessoas que têm nada têm que pagar para uma igreja ridículo? Durante minha aula de português aqui no Brasil, nossa professora nos explicou que a igreja enorme que eu vi não é a única igreja onde isto acontece. Ela disse que muitos pastores no Brasil são milionários. Também ela explicou que muitas pessoas pobres acham que a única maneira para melhorar as vidas delas é pagar dinheiro para a igreja. Elas acham que se elas pagam, Deus vai melhorar a situação delas.
Eu vi um outro exemplo desta situação de igrejas ricas numa ilha pequena quando nosso grupo de estudantes estava voltando ao Salvador depois de a viagem ao Morro de São Paulo. Estávamos numa cidade muito pequena na ilha. A cidade pareceu como um lugar que tinha dinheiro no passado mas agora não. Muitas lojas foram fechadas permanentemente. Muitas casas foram costruidas numa maneira ruim e algumas casas não tiveram telhados. Na mesma rua onde ficaram estas casas e lojas fechadas ficou uma igreja bonita e nova e branca. Foi óbvio que a igreja foi o único edifício na cidade que teve dinheiro. Eu me senti triste quando eu vi esta situação e eu pensei sobre as pessaos que moram na cidade.
Então, em minha opinião religião é uma coisa boa. Mantém tradições, cria uma comunidade para as pessoas que adoram Deus, e as crenças ajudam pessoas para morar numa maneira melhor. Mas, acho que existem no Brasil algumas igrejas que não mantem os partes bons de religião e querem dinheiro só. Acho que estas igrejas devem mudar e ajudar as pessaos que as freqüentam. Estas igrejas devem usar o dinheiro que elas recebem para ajudar pessoas pobres em vez de construindo uma igreja grande
e elegante e ridícula".



Na foto acima, vê-se um templo da IURD situado em Boston, que era uma igreja católica e foi vendida aos protestantes. Situação pior do que a da Bahia, pois aqui apenas o terreno pertence à Igreja Católica, arrendado aos protestantes (segundo se informa, ou é apenas uma desculpa esfarrapada) para a construção de um "hotel" .

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Os homens somariam 7 bilhões; e os bichos?

A ONU resolveu ressuscitar o malthusianismo alarmando a cifra dos 7 bilhões de habitantes no planeta, que seria completada neste 31 de outubro. Ao lado das cifras alarmantes da quantidade de habitantes circulam idéias de todo tipo, desde o mais puro malthusianismo até mesmo pessimismos desesperadores sobre o futuro da humanidade. E a solução que se faz mais presente em todos é uma só: diminuição da natalidade.
Neste sentido, vão bem os ricos, pois evitam os filhos e problemas. Vão mal os pobres, com mais filhos e mais problemas. Como pode ir bem a rica Europa, com baixíssimo índice de natalidade, se cada vez mais torna-se raro por lá crianças e jovens? Como pode ser feliz um continente só de velhos?
E espalham aos quatro ventos que lá se pratica a vida mais saudável, inclusive com o maior índice de vida útil do planeta. Diz-se alhures que a “expectativa de vida” aumentou em mais de 20 anos nos últimos tempos. O que quer dizer isso? Quer dizer, sumariamente, que as pessoas vivem mais do que em épocas anteriores. Ou então que os homens vivem mais nos países ricos, como os europeus, do que nos pobres, como os africanos. E a causa é uma só: vivem mais porque têm menos filhos; ou, vivem menos porque têm mais filhos.
No entanto, me parece que esse raciocínio esconde um sofisma. Como é que se classifica ou se calcula essa tal de “expectativa de vida”? Segundo me parece, um primeiro cálculo ou índice é obtido dividindo-se a população pela média da faixa etária dos habitantes. Então se na casa do meu vizinho tem 20 pessoas e a soma das idades é de 300, isso significa que o índice é 15. Mas na casa ao lado só moram dois velhos, que somam 180 anos, dando um índice de 90. Então na casa dos velhos a expectativa de vida é muito superior à casa de 20 pessoas. Se for essa uma fórmula, na realidade estamos diante de um sofisma, pois não é o fato da maioria ser velhos que vai provar que há mais longevidade na população: torna-se necessário que seja mensurada a quantidade de jovens em proporção com a dos idosos. Como isso é feito não sei, mas me parece que há uma forma tendenciosa de se falar do assunto. E a mídia não explica aos leigos como é que se faz essa conta.
Não, mas dizem que o cálculo não fica por aí, sendo feito também com o número médio de anos para ser vivido por um grupo de pessoas nascidas no mesmo ano, se a mortalidade em cada idade se mantém ou não constante no futuro. Parece meio vago, mas entendi da seguinte maneira: enumera-se a quantidade de pessoas mortas e suas respectivas idades. Quer dizer, se numa casa morrem os 2 velhos acima mencionados, o índice vai ser 90, mas se na outra casa morre no mesmo ano uma criança de 2 anos e um velho de 90 (o mais velho e o mais novo) teremos então 46, um índice baixíssimo. Ainda assim a coisa não fica bem explicada, parece mesmo um sofisma...
Mas eu tenho outra questão a levantar. Se a ecologia está em alta e os animais e as plantas são levados em tão grande consideração, porque não se divulga a população dos bichos, os únicos que dividem a comida com os homens? Segundo dados recentes, o Brasil ostenta a maior população bovina do mundo, com mais de 200 milhões de cabeça, o que daria para alimentar várias Chinas durante meses. O gado bovino serve para a alimentação humana, assim como os suínos, as aves, além, é claro, dos cereais que cada vez mais atingem patamares elevadíssimos de produção; mas há uma grande quantidade de animais que existem simplesmente para alegrar o ambiente e a vida no planeta, como os selvagens, os de zoológicos e os domésticos. Estes últimos têm aumentado sua população em índices muito superiores aos da humanidade. Em Paris, por exemplo, a população de cachorros e gatos é duas vezes superior a dos humanos (cerca de 15 milhões de bichos para uma população humana em torno de 7 milhões de pessoas).. E o problema se agrava em muitas cidades grandes, como Nova York , São Paulo, Tóquio, etc. A tal ponto que as prefeituras dessas cidades já tentam disciplinar o uso das ruas para os que levam seus cachorrinhos para o famoso passeio e o despejo de seus dejetos por elas. Por que ninguém questiona se não vai faltar comida para estes animais, cuja população cresce mais do que a dos homens? Quantos bilhões de animais domésticos existem no mundo a partir de 31de outubro? Com a palavra a ONU e os malthusianos...

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Milagre da "Revolução Espontânea"

A espontaneidade está produzindo um dos maiores “milagres” da História. Em primeiro lugar, produziu o milagre da “geração espontânea” do Universo, hoje um dogma evolucionista sempre presente não só entre pseudo-cientistas mas na cabeça de muitos leigos e da quase unanimidade da mídia. Ora, se o universo surgiu por “geração espontânea”, por que não também as revoluções?
E foi assim que, segundo essa mentalidade, o Protestantismo, a Revolução Francesa e o Comunismo brotaram espontaneamente do chão e produziram essa monstruosa Revolução que hoje campeia pelo mundo moderno. Foi dessa forma também que brotou a revolução da Sorbonne de 1968, uma das mais “espontâneas” de toda a História, aliás a que mais se caracterizou por uma suposta espontaneidade. É uma qualidade que daria crédito e autenticidade ao movimento.
Vem agora a revolução dos “indignados” (ou dos indignos), produzida e gerada “espontaneamente” em vários países do mundo. “Esponaneamente” brotou ela em solo árabe (fruto das “redes sociais” da internet, segundo dizem) e de lá foi transplantada sua semente para a Europa, Estados Unidos e o resto do mundo. Entre os árabes produziu quedas de governos, mas não tinha como objetivo visível colocar um sucessor à altura das aspirações populares. A palavra mágica era “democracia” , coisa que aqueles povos só poderão saber o que seja daqui a alguns séculos, mas algo tão vago que ninguém sabe o que vem surgindo após as quedas de odiosas ditaduras.
No resto mundo é diferente. Sempre com o caráter de “espontaneidade”, marcam uma data para se iniciar uma simples marcha de protestos e, coincidentemente, a “espontaneidade” registra também hora, data, local do encontro, e até mesmo algumas características que as manifestações devem ter, como, por exemplo, ser composta de “jovens”, de estudantes, de operários, etc., etc.
É tão bela e admirativa essa “espontaneidade” que a revista “Veja” a elogia, numa de suas últimas edições em que propaga a manifestação dos “indignados” brasileiros contra a corrupção, um tema muito fácil de atrair multidões para uma praça. A revista só não explica como é que, “espontaneamente”, a manifestação teve forum de debates na internet, local, data e hora para ser feita, além de se caracaterizar unicamente como um movimento apolítico (quer dizer, sem partido) e dirigido contra os corruptos. E, depois, teve a mídia que “espontaneamente” vai lhe colocando no foco dos acontecimentos. É muita “espontaneidade” para um movimento tão bem organizado e de caráter universal...
Alguns dos anarquistas, aqueles mesmos que vivem num mundo virtual a procura de algo para sair de seu “autismo consentido” para o mundo real, o qual eles odeiam porque não o suportam, se aproveitam para “espontaneamente” botar fogo em tudo, queimar veículos, depredar lojas, jogar pedras na polícia, e aí ameaçam estragar o movimento. Que deve ser espontâneo mas não deve assustar.
O processo se assemelha em tudo ao da Revolução da Sorbonne de 1968, um espécie de ensaio geral para essa revolução que agora pretende ser mais universal do que aquela. Lá também ninguém visava a derrubada do poder, pois é o próprio poder que eles odeiam; tudo era feito de forma a parecer que a revolução brotava espontaneamente dos estudantes e operários, inclusive até mesmo as frases e manifestações escritas eram as mais rústicas possíveis (apenas pixações e nada de manifestos escritos ou de pasquins) para se dar a idéia de que aquilo não provinha de uma preparação prévia feita por um grupo revolucionário organizado. É como se o "crime organizado" passasse a dar a entender à população que os assaltos são espontâneos e não feitos por grupos organizados. Seria possível?
Para quem analisa as coisas friamente, não parece que essa revolução dos “indignados” se assemelha em tudo ao a da Sorbonne, em Paris, de maio de 1968?
Os “excessos”, dizem, não fazem parte dessa impressionante “espontaneidade”, pois em geral são cometidos por grupos isolados e radicais. Mas o que vemos é que os excessos são tão comuns, que parecem até ser espontâneos, agora de verdade. Vejam o que vem ocorrendo nos Estados Unidos e na Europa, em particular na Itália. Lá também houve excessos, como o divulgado pelo jornal Corriere de la Sera, em que um grupo de anarquistas quebra uma estátua da Madonna, Nossa Senhora de Lourdes. O jornal fala em “a guerrilha de 15 de outubro”, porque na verdade houve uma espécie de guerrilha dos manifestantes contra a polícia. O responsável pela blasfêmia foi um grupo anarquista denominado “black bloc”, em tudo semelhante aos demais, até mesmo na “espontaneidade” com que se organizaram, saíram juntos para a rua e fizeram sua parte.
A imagem, de gesso, era venerada no salão paroquial de São Marcelino e São Pedro, cujo pároco, o padre Pino Ciucci, disse que a aquela ação foi pior do que a dos fascistas. Para atuar, o grupo “black bloc”, com o rosto coberto com gorros de lã preta, capacetes e paus negros, invadiu o salão paroquial em meio às manifestações dos “indignados” que ocorriam nas imediações, deixando “espontaneamente” o local para que se diga depois que o vandalismo também é uma ação “indignada” do povo contra a Religião. No final, via-se a imagem de Nossa Senhora de Lourdes totalmente despedaçada na calçada, objeto de fotógrafos, curiosos e passantes... Um crucifixo também foi profanado...
O arcebispo de Milão, Angelo Scola, logo se manifestou sobre o crime, considerando-o muito grave. O prelado previu coisas mais graves perante o fanatismo das turbas que se manifestam em Roma.




Explosão revolucionária na Europa em 2011



Não há semelhança com a de maio-68, na Sorbonne?


Acima, vê-se a prova do crime de profanação

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

É lícito ironizar os inimigos da Igreja de Deus



Charles Dwkins é um ateu que a mídia chama de “militante”, quer dizer, está em luta contra Deus. Uma luta muito desigual, levando-se em consideração que Deus, com sua onipotência, vence sempre; mas um tanto equilibrada se levarmos em consideração aqueles que estão do lado do Bem, ultimamente em desvantagem. Levando até às últimas conseqüências sua militância, o desarrazoado ateu resolveu processar o Papa em sua recente visita à Inglaterra.
Ele e o jornalista britânico Christopher Hitchens contrataram os advogados Geoffrey Robertson e Mark Stephens para buscar meios de abrir um processo legal contra o Papa. Emm comunicado, Stephens disse que há três possíveis abordagens: uma queixa à Corte Penal Internacional, na Holanda; uma ação popular por "crimes contra a humanidade" ou uma ação civil. Eles argumentarão que o Papa não tem imunidade diplomática, pois o Vaticano não é um membro com direito a voto nas Nações Unidas.
Quando Bento XVI esteve na Alemanha, o mês passado, o assunto voltou a ser ventilado, mas desta vez com menos ênfase do que na primeira. É que os mentores da ação ficaram tão desmoralizados que somente teimaram em voltar a falar do assunto com muita prudência e pouco alarde.
A propósito, nos últimos dias está circulando um vídeo no Youtube em que o zoólogo é ironizado pelos católicos. Embora o vídeo use um personagem odioso (Hitler), numa cena de filme que reflete alguns dos momentos de cólera do ditador, é bastante significativa a comparação com o ateu, o qual, neste particular (descrença em Deus) não difere muito do ex líder nazista.
Uma pergunta se impõe: é lícito aos católicos ironizar os inimigos da Igreja? Quem responde a essa pergunta é o Padre Félix Sardá y Salvani, autor de um famoso Best-seller que recebeu elogiosa carta do Vaticano, cujo título é “El Liberalismo es Pecado”. Eis como ele aborda a questão:
“Efetivamente não é pouco freqüente a acusação que se faz ao apologista católico de levar sempre o debate para o campo pessoal; e quando se lança a algum dos nossos a increpação de ter feito um ataque pessoal, parece aos liberais, e aos que têm ressaibos de liberalismo, que não é necessário dizer mais nada para o condenar.”.
Em seguida o autor passa a dar argumentos históricos em que famosos polemistas do passado, inclusive o próprio Santo Agostinho, não só escreviam contra os fautores de erros mas até mesmo os ironizavam, concluindo: “De onde tirou, pois, o liberalismo a novidade de que ao combater os erros se deve prescindir das pessoas e acariciá-la? Atenha-se ao que lhe ensina sobre isso a tradição cristã, e deixe os ultramontanos defenderem a fé como sempre foi ela defendida na Igreja de Deus... (cf. “El Liberalismo es Pecado”, Dom Félix Sardá y Salvani, Ed. Ramón Casals, Barcelona, 1965, pp. 60/62).
Vejam o vídeo, com legenda em português.



segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Círio de Nazaré - Saída da Imagem do Colégio Gentil

Veja o vídeo da saída da imagem do Colégio Gentil para o início da Trasladação, percurso de 3,5 km no sentido contrário a procissão do Círio.


sábado, 8 de outubro de 2011

CÍRIO DE NAZARÉ

Já se iniciaram os festejos de uma das maiores manifestações religiosas do mundo - a festa do Cirio de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém do Pará. O Círio de Belém, como é mais conhecido, é realizado em Belém do Pará há mais de dois séculos, tornou-se uma das maiores e mais belas procissões católicas do Brasil e do mundo. Reúne, anualmente, cerca de dois milhões de romeiros numa caminhada de fé pelas ruas da capital do Estado, num espetáculo grandioso em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré, a Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo. No segundo domingo de outubro, a procissão sai da Catedral de Belém e segue até a Praça Santuário de Nazaré, onde a imagem da Virgem fica exposta para veneração dos fiéis durante 15 dias. O percurso é de 3,6 quilômetros e já chegou a ser percorrido em nove horas e quinze minutos, como ocorreu no ano de 2004, no mais longo Círio de toda a história. Na procissão, a Berlinda que carrega a imagem da Virgem de Nazaré é seguida por romeiros de Belém, do interior do Estado, de várias regiões do país e até do exterior. Em todo o percurso, os fiéis fazem manifestações de fé, enfeitam ruas e casas em homenagem à Santa. Além da procissão de domingo, o Círio agrega várias outras manifestações de devoção, como a trasladação, a romaria fluvial e diversas outras peregrinações e romarias que ocorrem na quadra Nazarena.


quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Aula de Astronomia no site dos Arautos

Respondendo a uma pergunta sobre a longevidade dos patriarcas bíblicos, colhemos no site dos Arautos do Evangelho uma importante aula de astronomia sobre o calendário hebraico daqueles tempos.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Beatificadas cinco mártires da castidade


Heroínas da castidade religiosa

ACI/EWTN Notícias – No último sábado, 24 de setembro, foram beatificadas cinco religiosas mártires que, após serem seqüestradas e de resistir às tentativas de violação de seus captores, foram assassinadas em dezembro de 1941 por ódio à Fé em Sarajevo, na Sérvia.
As religiosas pertenciam à congregação das “Filhas da Divina Caridade”. O Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos foi encarregado de presidir a cerimônia em que Maria Jula Ivanisevic, Maria Berchmana Leidenix, Maria Krizina Bojanc, Maria Antonio Fabjan e Maria Bernadeta Banja foram elevadas à honra dos altares.
Num artigo escrito pela irmã Maria Ozana Krajacic, também filha da Divina Caridade, no “L’Osservatore Romano”, afirma que o martírio destas cinco religiosas “não é um caso isolado, senão um acontecimento a mais dos sofrimentos e tormentos de milhares de vítimas inocentes”.
Em 1911 as religiosas viviam num convento perto de Sarajevo, na localidade de Pale, cujo nome era “Casa de Maria”. Perto dali fundaram uma escola primária onde também ensinavam o catecismo, até 1919, ano em que foi fechada. Apesar do fechamento da escola, continuaram sua obra, e a partir de 1927 se incumbiram de dar aulas de catecismo nas escolas públicas. A irmã Krajacic relata que “seu compromisso desinteressado com os necessitados era conhecido por todos os habitantes dessa região”, o que lhes valeu serem muito respeitadas até pela comunidade ortodoxa.
Em 11 de dezembro de 1941 um grupo de chetniks (guerrilheiros sérvios) atacou o convento onde viviam. As cinco irmãs e um sacerdote esloveno de nome Mesko foram seqüestrados. O convento foi saqueado e queimado.
Os chetniks obrigaram as irmãs a caminhar durante quatro dias uns 65 quilômetros nos bosques e montanhas onde sofreram as inclemências do frio e da neve, sem roupa por proteção e logo depois foram insultadas, atacadas e submetidas a severos interrogatórios.
“Nenhuma se queixou nem se lamentou. Não pediam concessões. Estavam em silêncio e oração constante”, recorda a irmã Krajacic. A meio do caminho os chetniks abandonaram a irmã Maria Berchmana Leidenix, de 76 anos de idade, que foi logo assassinada a 23 de dezembro. As demais irmãs foram levadas até um quartel ma zona de Gorazde. Desde o dia 15 de dezembro que os chetniks se haviam lançados sobre elas “com intenções sombrias. Porém ninguém cedeu nem sequer perante as ameaças de morte”. Segundo relata o sacerdote Anto Bakovic as irmãs gritavam “preferimos a morte a satisfazer o que desejam!” As religiosas que resistiram assim aos intentos de violação foram insultadas, ameaçadas e golpeadas durante aproximadamente uma hora. A irmã Krajacic escreve que “quando os chetniks começaram a usar de violência as irmãs trataram de fugir. Invocando Jesus, uma após outra, saltaram por uma janela (a altura do segundo piso do quartel). Após saltar, feridas e esgotadas, trataram de levantar-se para fugir, porém foram apunhaladas e arrastadas até ás margens do rio Drina”.
Na primavera européia de 1942 duas irmãs da congregação em Sarajevo começavam a buscar a tumba da irmã Maria Berchmana sem êxito.
Krajacic afirma que “a notícia da morte das cinco irmãs se difundiu rapidamente em Sarajevo. Apesar de ser tempo de guerra, o povo as recordava e as invocava como intercessoras a estas “mártires de Drina”, como eram chamadas.
“Entre os católicos se disse logo que eram mártires da fé, mártires da própria vocação e dos votos religiosos”. O Padre Bakovic escreveu um livro intitulado “As mártires de Drina”, onde relata esta história. Quando ocorreram estes trágicos fatos ele tinha 10 anos de idade. Ele foi um dos poucos sobreviventes daquele massacre.

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