Uma equipe de cientistas da Escola de Medicina de Harvard, acaba de apresentar à revista “Science” uma nova técnica que permite, a partir de células adultas, obter células-tronco com as mesmas propriedades regenerativas que as embrionárias.
O grande avanço conseguido pelos pesquisadores de Harvard tenta resolver um dos maiores obstáculos para obter células-tronco para fins terapêuticos. Dado que as células embrionárias têm a capacidade de converter-se em qualquer tecido do organismo, porém acarretam problemas éticos e técnicos em sua possível aplicação terapêutica, os investigadores acreditam que com esta técnica as células obtidas podem chegar a ser uma fonte de tecidos para regenerar órgãos atrofiados sem acarretar problemas éticos e morais.
As novas células-tronco obtidas nos laboratórios de Harvard poderiam converter-se numa fonte de células de pâncreas para pessoas com diabetes ou em células do coração para pessoas com insuficiência cardíaca.
Após a publicação na revista “Science”, a notícia correu pelos meios de comunicação social e causou impacto na mídia mundial. Estas revelações contrastam com outra realidade: as investigações com embriões obtêm poucos avanços e ainda não convenceram a comunidade científica mundial sobre sua eficácia (podem causar rejeição e até câncer em algumas pessoas), além, é claro, do insolúvel problema de ordem ética e moral por ter que destruir vidas humanas em seu nascedouro.
O primeiro avanço nas pesquisas com células adultas ocorreu há um ano, quando, manipulando células da pele humana obtiveram-se células com propriedades equivalentes à dos embriões. Porém tinham um grande inconveniente: era necessário enxertar-lhes quatro genes para que adquirissem propriedades embrionárias. Para isso se empregavam vírus que introduziam seus genes no ADN da célula, e estes genes ficavam para sempre nas células, o que causava câncer.
O Grande avanço obtido agora foi na mudança do tipo de vírus com o qual se introduzem os genes nas células: se antes empregavam retrovírus e lentivirus, agora estão empregando adenovirus.
Em experiências com cobaias conseguiram que os quatro genes chave estejam ativos durante o tempo necessário para que as células voltem a um estado embrionário, mas que depois desapareçam já que não se integram no ADN das células.
De outro lado, há muito avanço nas pesquisas de células provenientes do cordão umbilical. O primeiro banco de sangue de cordão umbilical privado da Europa, o “Vita 34”, recebeu autorização para utilizar estas células num estudo clínico com meninos diabéticos do tipo 1. Um grupo de cientistas do Hospital San Martino, de Gênova, realizam trabalhos com células provenientes de cordão umbilical para tratar pacientes com leucemia. Esperam obter maior êxito injetando estas células no interior dos ossos dos pacientes do que com o método tradicional de tratamento. De outro lado, a médica adjunta e
coordenadora de Hematologia do Hospital de La Plana de Vila-Real (Espanha), Dra. Sílvia Bernat, confirmava a eficácia das células-tronco de cordão umbilical no tratamento contra o câncer, especialmente em leucemias e linfomas. No Japão, uma equipe de cientisas do instituto Nacional de Ciência Industrial Avançada do Japão asseguram haver conseguido criar, a partir de um dente, células-troncos similares a embrionárias.
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