quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Ingrid Betancourt revela como Deus tocou seu coração

Após a audiência com Bento XVI, Ingrid Betancourt fez declarações à repórter Carmen Elena Villa Betancourt, da agência Zenit, cujo teor transcrevemos abaixo:
"CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 2 de setembro de 2008 (ZENIT.org).- Após os 25 minutos de encontro com Bento XVI ontem, no palácio apostólico de Castel Gandolfo, a ex-candidata à presidência da Colômbia, Ingrid Betancourt, revelou em uma coletiva de imprensa como Deus lhe tocou o coração em seu cativeiro. Antes de ser seqüestrada, em fevereiro de 2002, Ingrid era uma mulher de pouca fé; ela mesma reconhece isso. Contudo, durante os quase 7 anos que permaneceu em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), no sul da selva colombiana, os únicos livros que tinha consigo eram a Bíblia e o dicionário; assim, durante os longos dias de cativeiro, ela se dedicava a ler e meditar a Palavra de Deus. Consagração ao Sagrado Coração Ingrid todos os dias escutava o rádio para poder se distrair e se informar. Um mês antes de sua libertação, em 1º de junho passado, estava ouvindo a Rádio Católica Mundial e escutou as promessas que experimentaria quem se consagrasse ao Sagrado Coração. Ainda que Ingrid reconheça que não se lembra de todas, enumerou-as aos jornalistas: a primeira é tocar o coração duro de quem lhe faz sofrer; a segunda, abençoar os projetos do interessado; e a terceira, a ajuda para carregar a cruz e a presença divina na passagem da morte. Ingrid relata que, ao escutar estas promessas, disse: «Isso é para mim. Eu preciso que Deus toque o coração duro da guerrilha, que toque o coração duro de todos aqueles que não deixam que a nossa liberdade se manifeste». «Eu preciso que a minha missão, que é a de obter a liberdade de todos nós, Ele a tome para si, que a abençoe e permita que isso aconteça. E eu preciso que Ele me acompanhe para levar esta cruz porque sozinha eu não posso mais», comentou a cidadã colombo-francesa. Ao conhecer estas promessas, Ingrid comenta que disse ao Sagrado Coração: «Jesus, nestes anos eu nunca te pedi nada. Mas hoje sim vou te pedir algo: como este é o mês do Sagrado Coração, teu mês, vou te pedir que me faças o milagre, não de minha libertação, porque não creio que seja possível, mas faze-me o milagre de que eu saiba quando vou ser libertada, porque se eu souber quando, por mais que seja dentro de muitos anos, vou ter a força para agüentar. Se tu me fizeres esse milagre, Senhor meu, serei tua». Ingrid conta que disse ao Santo Padre: «Eu não sei o que quer dizer ser de Cristo». Ele lhe respondeu: «Ele vai te mostrar o caminho». No dia 27 de junho, um comandante das FARC foi falar com Ingrid: «Há uma comissão internacional que vai visitar os prisioneiros e é muito provável que alguns de vocês sejam libertados». Ingrid conta que o Santo Padre lhe disse: «Ele fez o milagre de sua libertação porque você soube pedir. Porque você não lhe pediu a sua libertação, mas que se fizesse a vontade d’Ele e que Ele a ajudasse a entender essa vontade». Crer em Deus Betancourt aproveitou a ocasião para convidar todos aqueles que não crêem: «Há muitas pessoas que estão distantes de Deus e não querem acreditar, e tantas pessoas que têm vergonha de crer em Deus. A única coisa que posso lhes dizer é que há alguém que nos ouve e nos fala com palavras e que se nós entendermos como falar com Ele, Ele vai nos ajudar». Após a audiência, Ingrid assegurou que Bento XVI sempre ora pelos seqüestrados: «O Papa leva a dor dos que sofrem em sua alma», é um «homem de luz». Igualmente, enviou uma mensagem de alento àqueles que foram seus companheiros no cativeiro e que ainda não foram libertados: «Sei que esta voz vai chegar à selva colombiana. Sei que logo vou abraçá-los na liberdade». Também fez um apelo aos membros da guerrilha, que atualmente têm cerca de 3 mil seqüestrados em seu poder: «Vocês me tiveram sete anos cativa. Eu os conheço profundamente, conheço sua organização, sua maneira de pensar, seus objetivos. Hoje quero dizer-lhes que o mundo está esperando por vocês. O mundo quer que haja espaços em sua mente para que vocês alcancem a paz na Colômbia. (...) A resposta está no coração de vocês, não nos cálculos militares e políticos», concluiu".

Em entrevista à H2Onews, Ingrid também fez referência à sua devoção à Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira das Américas.

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