segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Católicos enfrentam comunistas no Vietnã


Nossa Senhora de Lavang, padroeira do Vietnã
MENSAGEM DO PAPA JOÃO PAULO II POR OCASIÃO DAS CELEBRAÇÕES DO BICENTENÁRIO DAS APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA DE LA VANG
A D. Etienne NGUYÊN NHU THÊ Arcebispo de Huê
1. Por ocasião do encerramento do Ano Mariano e da 25ª peregrinação trienal ao Santuário de Nossa Senhora de La Vang, mediante a oração associo-me aos fiéis vietnamitas e aos peregrinos que têm recorrido à intercessão materna da Virgem Maria, implorando que a santíssima Mãe acompanhe a Igreja católica no Vietnã ao longo do seu itinerário rumo ao Senhor, assistindo-a no testemunho que está a dar no limiar do terceiro milénio.
«Há dois mil anos que a Igreja é o berço onde Maria depõe Jesus e O confia à adoração e à contemplação de todos os povos» (Bula de Proclamação do Grande Jubileu do Ano 2000 Incarnationis mysterium, 11), que jamais deixam de invocar a Mãe de toda a misericórdia. Sob a sua protecção, os homens encontram sempre refúgio e coragem. Efectivamente, Maria «brilha como sinal de esperança segura e de consolação aos olhos do Povo de Deus peregrino» (Lumen gentium, 68), no meio das dificuldades deste mundo. É a Mãe da Igreja a caminho, que Ela continua a gerar, convidando incessantemente os homens a acolherem a promessa de Deus como Ela mesma fez e, com o auxílio do Espírito Santo, a serem missionários do Evangelho.
2. Seguindo o seu exemplo de maneira totalmente especial na iminência do Grande Jubileu, durante o qual são chamados a uma conversão cada vez mais intensa, os fiéis afirmarão a própria fé, serão mais atentos à palavra de Deus e tornar-se-ão disponíveis aos próprios irmãos. Para todos os discípulos de Cristo, Maria é o paradigma por excelência da vida cristã. Ela dispõe os nossos corações ao acolhimento de Cristo convidando-nos, como fez com os servidores nas núpcias de Caná, a fazer tudo o que Ele disser (cf. Jo 2, 5). Exorta-nos a ir ao encontro daqueles que têm necessidade do nosso apoio e da nossa ajuda, como Ela mesma fez em relação à sua prima Isabel (cf. Lc 1, 39- 45). Assim, havemos de receber desta Mãe muito querida o «gosto» do encontro com Deus e da missão em benefício dos nossos irmãos, que são os dois aspectos da caridade cristã.
Quando nos voltamos para Maria, a nossa esperança reaviva-se. Com efeito, Ela é membro da nossa humanidade e n'Ela contemplamos a glória que Deus promete àqueles que respondem ao seu apelo. Portanto, convido os fiéis a depositarem a própria confiança na nossa Mãe comum, não raro invocada com o vocábulo Stella Maris, a fim de que no meio das tempestades do pecado e das vicissitudes às vezes dolorosas da história, permaneçam firmemente apegados a Cristo e possam dar testemunho do seu amor. «Seguindo-a, não vos perdereis; suplicando-lhe, não conhecereis o desespero; pensando n'Ela, evitareis todos os erros. Se Ela vos sustentar, não vos desencorajareis; se vos proteger, nada temereis; sob a sua guia, desconhecereis o cansaço; graças ao seu favor, alcançareis o objectivo» (São Bernardo, Segunda homilia sobre as palavras do Evangelho: «O Anjo Gabriel foi enviado»).
3. Quando acorrem ao Santuário de Nossa Senhora de La Vang, amado pelos fiéis vietnamitas, os peregrinos vão confiar-lhe as suas alegrias e tristezas, as suas esperanças e sofrimentos. Assim, dirigem-se a Deus e fazem-se intercessores pelas suas famílias e por todo o seu povo, pedindo ao Senhor que insira no coração de todos os homens sentimentos de paz, de fraternidade e de solidariedade, para que todos os habitantes do Vietnã se unam cada vez mais, em vista de edificar um mundo onde se possa viver bem, fundado sobre os valores espirituais e morais essenciais, e onde cada um possa ser reconhecido na sua dignidade de filho de Deus, recorrendo de forma livre e filial ao seu Pai celestial, «rico em misericórdia» (Ef 2, 4).
4. Particularmente próximo de vós com o pensamento, neste período em que a Igreja no vosso País honra a Mãe do Salvador, confio-vos à intercessão de Nossa Senhora de La Vang e do íntimo do coração concedo a Bênção apostólica a Vossa Excelência, a todos os Pastores, aos peregrinos que visitarem o Santuário com espírito jubilar e aos fiéis católicos do Vietnã.
Vaticano, 16 de Julho de 1999.
PAPA JOÃO PAULO II

Católicos ainda hoje enfrentam comunistas no Vietnã
É certo que os católicos do Vietnã do Sul constituem uma parcela significativa. No período da guerra contra os vietcongs (comunistas do Norte) chegaram até a ter um presidente dirigindo o país, Dim Diem. Após a vergonhosa traição do Ocidente, a mídia mancomunada com políticos, o comunismo os dominou completamente até os dias atuais. Mudaram o nome da antiga capital do Sul, de Saigon para Ho Chi Min, transferindo para Hanói toda a riqueza que havia por lá. Mas também em Hanói, apesar do êxodo ocorrido para o Sul nas décadas de 50 e 60, o Catolicismo representa hoje uma força atuante. É o que mostra a reação contra recente medida dos comunistas. Veja a notícia da Ásia News:
Hanói, 11/09/2008 - A violência usada pelo governo de Hanói contra os católicos será condenada pelo mundo, afirmou o bispo da diocese de Thai Binh, Francis Nguyen Van Sang. Em declaração no dia 10 de setembro, sublinhou que “o uso da espada contra civis indefesos é infame”. Referiu-se desse modo às ameaças dos serviços de segurança, cujos chefes tentam intimidar os manifestantes pacíficos que exigem a devolução do terreno pertencente à paróquia de Thai Ha, em Hanói. A 8 de setembro os generais Nguyen Van Huong, vice-ministro de segurança publica, e Nguyen Duc Nhanh, diretor da Agencia de Segurança Pública, advertiram o arcebispo de Hanoi Ngo Quang Kiet, os padres e fiéis, que se não suspenderem os protestos se expõem a graves conseqüências. Trata-se dos participantes das vigílias da paróquia de Thai Ha, durante as quais rezava-se pela devolução do terreno, ilegalmente tomado pelo Estado. Em janeiro deste ano as autoridades deram autorização para ser construída nesse lugar uma fábrica. Desde fins de agosto essas manifestações pacíficas contra a decisão do governo tem sido brutalmente sufocadas pela polícia. Segundo o bispo Nguyen Van Sang, os paroquianos insistentemente pediram a devolução da propriedade, mas sem resultados. Em resposta as suas justas reivindicações o governo lançou uma campanha na mídia, plena de acusações falsas, além dos brutais ataques físicos. “Somente alguém totalmente sem consciência, pode ignorar a verdade. Contudo, a desonestidade e a violência não podem continuar eternamente”, escreveu o bispo. Em declarações à agencia noticiosa italiana AsiaNews o hierarca disse que milhares de católicos reúnem-se diariamente em Hanói para orar. Os fiéis permanecem em terreno aberto e rezam durante horas, sem se importar com o calor e a intensa chuva. “Cantam hinos e rezam juntos o rosário. Mas nunca proclamam quaisquer slogans. Simplesmente se mantêm de pé, em silêncio, e obstinadamente demandam justiça”, esclareceu o purpurado. Ontem chegou a Thai Ha o bispo Cosme Hoang Van Dat, da diocese de Bac Ninh, com 39 padres e centenas de fiéis, a fim de expressar sua solidariedade com os manifestantes. “Rezei por vós estando longe. E hoje, no lugar onde ia à Missa quando criança, quero estar junto à vós”, disse ele, dirigindo-se aos católicos de Hanói. Esse mesmo bispo, na semana passada, viajou à localidade de Tam Dao, a fim de ali consagrar uma igreja tomada pelas autoridades 54 anos atrás.
Abaixo um vídeo que mostra a vibrante reação católica contra os comunistas.

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