
No carnaval do Rio de Janeiro houve homenagens feitas pela escola de samba “Unidos de Santa
Há referências a Caramuru como estimulador da primeira povoação brasileira, na Bahia, a que se costumou chamar de “Vila do Pereira”, objeto das lutas iniciais contra os índios e de apoio à colonização portuguesa. Segundo recentes pesquisas históricas, Diogo Álvares Correia levou Catarina Paraguaçu para a França, onde se casaram em Saint-Maloh no ano de 1528. Lá, a índia também foi batizada com o nome de sua madrinha, Catarina (esposa do capitão do navio, Jacques Cartier). Quando Tomé de Souza chegou à Bahia em março de 1549, encontrou lá uma já numerosa prole de mamelucos filhos de fidalgo português que muito ajudaram os portugueses no início da povoação da cidade. Também foram importantes estes descendentes de brancos e índios no desenvolvimento das terras concedidas a Garcia D’Ávila e o avanço para o interior do Brasil. Segundo alguns estudiosos os descendentes de Caramuru e da índia Paraguaçu entrelaçaram-se na geração de Jerônimo de Albuquerque e da filha da aldeia de Olinda, Muira-Ubi, Maria do Espírito Santo Arcoverde, 'primeira sociedade brasileira', e à progênie de Garcia D'Avila com a Índia Francisca Rodrigues, constituindo a Casa da Torre de Garcia D'Avila.
No entanto, maior contributo foi dado por Catarina Paraguaçu, conforme consta no episódio de fundação da devoção à Nossa Senhora da Graça. A índia, já cristã, viu Nossa Senhora da Graça em sonhos a lhe dizer que fosse a tal lugar onde encontraria um barco naufragado e dentro dele uma imagem Sua. Catarina pediu a Caramuru que fosse ao tal lugar resgatar a imagem, mas o marido não lhe deu ouvidos. Veio o segundo sonho, repetido, e o mesmo pedido. Após muitas insistências da índia, finalmente Diogo resolve ir ao tal lugar e lá encontra exatamente a imagem como Catarina havia descrito. Resgatada a imagem do barco, esta veio para Salvador (que à época era apenas um amontoado de casas, um vilarejo, ou simples vila), sendo construída uma ermida em sua homenagem. Aquela ermida inicial é hoje uma bela igreja, situada exatamente no bairro da Graça, em Salvador, onde consta que seja o povoamento inicial daquela cidade, a Vila do Pereira, que para outros era a encosta chamada de “Ladeira da Barra”, próxima á igreja da Vitória (aliás tão próximos que até se confundem no maremagno da cidade moderna) . Os sucessores (da Casa da Torre) participaram da conquista e do povoamento dos sertões nordestinos, implantando currais de gado e agricultura de subsistência, estendendo seus vastos domínios até ao Piauí e Maranhão, entrando pelo Tocantins, que naquela época pertencia à Pernambuco, descendo o São Francisco e atingindo às Minas Gerais, sendo a origem de boa parte população do Nordeste do Brasil, num extenso processo de miscigenação, deixando vínculos socioeconômicos e patrimoniais, plantados nas terras por onde passaram e se fixaram, numa herança genealógica e heráldica de raízes predominantemente européias, que se prolongou por todo o Brasil e, recentemente, vinculou-se à Casa Imperial Brasileira. A Casa da Torre, 'grande família', teve como principal sede o Castelo da Torre de Garcia D'Avila, na Bahia, onde se sucederam dez gerações, por três séculos, participando, da conquista e da defesa da terra, com relevante destaque nas lutas ferozes pelo combate aos piratas e corsários, concorrendo com a sua gente, suas armas, sua produção de mantimentos e o seu gado para vencê-los, à custa de enormes sacrifícios, assim como nas lutas havidas na Bahia, pela Independência e constituição do Império do Brasil.
As comemorações do V Centenário de Caramuru continuarão com a programação abaixo:
EXPOSIÇÃO em Copacabana - RIO DE JANEIRO
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