terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

AINDA SOBRE A BONDADE

Continuamos abaixo o que Plínio Corrêa de Oliveira falava sobre a bondade:
- “Amor à criança”: segundo essa “bondade” adocicada e desfibrada, o amor à criança consiste em dispensá-la de todo esforço. Isto se pretende conseguir por mil técnicas, cujo efeito seria instruir e formar a criança sem nenhum sacrifício para esta. O aferramento a esta idéia vai a ponto de condenar as punições escolares porque fazem sofrer os culpados, e a condenar os prêmios porque podem dar complexos aos vagabundos. Dado que, segundo a tradição cristã e o simples bom senso, um dos fins essenciais da educação é formar para a luta da vida através do hábito do esforço e do sacrifício, o que é esse “amor à criança” senão uma cruel deseducação?

- “Simplicidade”, “despretensão” : simples seria quem prefere as coisas que não exigem muito gosto, nem muito esforço. Despretensiosa seria a pessoa que sente bem-estar em ser vulgar. A “simplicidade” e a “despretensão” vão invadindo mais e mais os costumes de jovens e adultos. As regras da polidez e do trato, o modo de organizar uma casa, de receber, de se vestir, de falar, vão ficando sempre mais “simples” e “despretensiosos”. Decoro, brilho, qualidade, classe, prestígio, são valores do espírito dia a dia menos aceitos. Ora, eles encerram muito do que a tradição nos legou de mais precioso. Com isto, a vida vai ficando desbotada, os estímulos nobres fenecem, os horizontes se encurtam, e a vulgaridade invade tudo. Sob pretexto de “simplicidade” e “despretensão”, é o mais refinado comodismo que triunfa. Sim, comodismo refinado: o único “raffinement” que nos resta.

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