sexta-feira, 2 de maio de 2008

Exposto à veneração o corpo incorrupto de São Pio

Exumado o corpo de São Pio de Pietrelcina no início de março, já está exposto à veneração dos fiéis. No primeiro domingo de março foi aberto o túmulo que acolhe os seus restos mortais, dando-se início aos trabalhos de exumação do corpo.
A liturgia, à qual assistiu uma multidão de fiéis reunida espontaneamente assim que a notícia foi dada a conhecer, começou às 22h e foi presidida pelo arcebispo de Manfredonia-Vieste-San Giovanni Rotondo, Dom Domenico Umberto D’Ambrosio, delegado da Santa Sé para o Santuário das Obras do Padre Pio.
A iniciativa da exumação e «reconhecimento canônico», autorizada pela Congregação para as Causas dos Santos, foi anunciada pelo arcebispo em 6 de janeiro passado. Os trabalhos serão acompanhados diretamente pelo próprio Dom D’Ambrosio, ajudado por uma comissão de especialistas, tanto religiosos como médicos.
A partir de 24 de abril, em San Giovanni Rotondo, na cripta da antiga igreja de Santa Maria das Graças, onde o Padre Pio esteve sepultado 40 anos, os restos mortais do santo estão sendo expostos à veneração dos fiéis. Não haverá nenhuma trasladação do corpo à nova igreja, como se havia dito.
A exumação e a exposição foram decididas para comemorar o 40º aniversário da morte de São Pio (23 de setembro de 1968) e o 90º aniversário dos estigmas permanentes, em San Giovanni Rotondo em 20 de setembro de 1918.
Em uma entrevista à «Rádio Vaticano», o arcebispo de Manfredonia disse: «Encontramos em discretas condições os restos mortais de São Pio, condições que talvez podiam ser diversas».
«Provavelmente repercutiu negativamente sobre a conservação o fato de que o reboque da fossa onde se pôs o caixão, foi terminado no dia anterior e, portanto, não se havia tirado ainda e isso criou uma forte umidade que encontramos também no caixão», acrescentou.
«Contudo – precisou –, apesar de tudo isso, podemos dizer que a parte superior, digamos assim, do rosto, é em parte esquelética, assim como um pouco as extremidades superiores. Todo o resto, contudo, é bem visível, se vêem muito bem as mãos: os técnicos disseram que em algumas partes do corpo começou uma espécie de mumificação.»
Também, como afirmou Dom D’Ambrosio no anúncio oficial feito à 1h da manhã entre 2 e 3 de março, «os estigmas não são vistos».
O prelado explicou que o reconhecimento canônico «é uma prática consolidada, milenar na história da Igreja [...] para os corpos dos santos, ou daqueles que se encaminham à beatificação, à canonização».
A razão é a de «responder a uma espécie de responsabilidade histórica de garantir, através de técnicas apropriadas, uma prolongada conservação dos santos, para permitir também às gerações futuras a possibilidade de venerar e custodiar estas relíquias».
Fez saber que se realizarão os procedimentos necessários para garantir ao corpo de São Pio de Pietrelcina as melhores condições de conservação.
O corpo, explicou, permanecerá na mesma cripta onde esteve enterrado durante 40 anos, «a deixaremos a ostensão talvez durante um ano [...] em uma urna que todos poderão observar».
Ao tomar a palavra na celebração, o ministro provincial dos Irmãos Menores Capuchinhos, frei Aldo Broccato, explicou que a exumação e o reconhecimento canônico expressam «em primeiro lugar os sentimentos de profunda humanidade que nossa província nutre desde sempre para com este filho seu ilustre que tanto amou a província e tanto ofereceu e sofreu por ela».
«Este evento – acrescentou – manifesta cada vez mais o sinal de nossa fé na comunhão dos santos, na ressurreição da carne e na vida eterna.»
«Com efeito [...], enquanto nos faz olhar de perto seus restos mortais, valiosos e queridos a nosso coração de homens, devotos e irmãos, deve impulsionar-nos a dirigir o olhar para o alto, para a luz da vida de Deus que em Cristo se manifestou em sua morte e ressurreição», concluiu.
O Cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação das Causas dos Santos, em declarações à «Rádio Vaticano», esclareceu que o fato de que um corpo não se mantenha incorrupto não altera o juízo da Igreja sobre a santidade.
«A santidade é algo sobrenatural, enquanto a corrupção é um fato normal», declarou.

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