terça-feira, 13 de maio de 2008

Como vê o nexo entre o atentado ao Papa e a Mensagem de Fáfima

Artigo e entrevista do Dr. Plínio sobre o atentado ao Papa


1. - 09 de maio de 1981, artigo “Sê Coerente...”
Com o título acima, Dr. Plínio publica artigo na “Folha de São Paulo”, em 09 de maio de 1981, onde faz várias considerações da situação de decadência do mundo e as previsões feitas por Nossa Senhora em Fátima no ano de 1917. Inicialmente, o Autor passa a considerar a situação de tensões e crises por que passava o mundo de então. Compara a situação de 1981 com a de 1938, quando apareceu um fenômeno nos céus que anunciava o que Nossa Senhora previra em Fátima: “quando virdes uma luz alumiar os céus este será o sinal de que Deus começa a punir o mundo por seus crimes...” Realmente, na noite de 25 para 26 de janeiro de 1938 ocorreu estranho fenômeno de uma inusitada aurora boreal que iluminou os céus de toda a Europa. No final de seu artigo, comenta Dr. Plínio:
“Neste quadro, ocorre um fenômeno análogo ao de 1938. Na noite de 12 de abril p.p., um forte clarão avermelhado, visto também com tonalidades esverdeadas, alaranjadas e amarelo claro, iluminou o céu dos Estados Unidos. O fenômeno foi observado em mais de dois terços do território norte-americano, na costa Oeste, no Meio-oeste e em todo o Sul, até o Golfo do México. A noite ficou tão clara, que automóveis transitavam de faróis apagados. Qual a causa do fenômeno? Nuvens luminescentes, aurora boreal? Cientistas abalizados discutem. Quanto às auroras boreais, são raramente visíveis ao sul do paralelo 50 e inteiramente excepcionais no paralelo 30, onde se situa a costa sul dos Estados Unidos, no Golfo do México. O fenômeno do dia 12 de abril foi registrado pelo Serviço Nacional de Meteorologia, pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional em Boulder, Colorado, e pela NASA (cf. “Repórter Dispatch”, de White Plains, Nova York, de 13-4-81, “Folha da Tarde” e “Estado de Minas” de 14-4-81).
Novo sinal, a ameaçar de novos castigos uma Humanidade cuja impenitência vem afrontando Nossa Senhora de Fátima? Explosão, desta vez ocorrida não mais em um mundo alegre, que não a esperava, mas em um mundo opresso, desvairado e impenitente? Em um mundo cujos pecados vão assumindo todas as modalidades de escândalo?”

2. - 13 de maio de 1981, o atentado
Alguns dias depois:
Entrevista publicada na “Folha de São Paulo” em 24 de maio de 1981:
O repórter Ricardo Kotscho assim fez a introdução da sua entrevista:
“Tensões? Crises? É só do que se ouve falar”. Assim começava um artigo do pensador católico tradicionalista Plínio Corrêa de Oliveira, presidente da TFP, publicado pela “Folha” no último dia 9 de maio, no qual fazia uma relação entre a aurora boreal vista nos céus de Portugal em 38, às vésperas da eclosão da Segunda Guerra Mundial, e o mesmo fenômeno, que teria sido observado nos Estados Unidos, na noite de 12 de abril deste ano, profetizando: “Parece que o fenômeno luminoso insólito de 1981 é simétrico com o de 1938”. E concluía: “Quem avisa amigo é”.
Pouco depois ocorreria o atentado contra o Papa, no dia de Nossa Senhora de Fátima... em cujas revelações feitas em 1917... Plínio Corrêa de Oliveira fundamentou sua tese sobre os castigos advindos após a aparição da aurora boreal. Houve quem visse nas profecias do presidente da TFP uma interpretação apocalíptica para os atentados praticados contra o presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, e o Papa João Paulo II – prenúncio de novas desgraças que poderiam desaguar numa terceira guerra...
Perguntado sobre qual o significado daqueles dois atentados (contra Reagan e o Papa), disse Dr. Plínio:
“Eu não tive isso em vista, quando escrevi esse artigo, pois não me passou pela cabeça que pudesse haver o atentado contra João Paulo II. Mas acaba sendo que, “a posteriori”, pode-se fazer uma pergunta. Naturalmente, tomar só o atentado contra Reagan e Fátima, a aproximação dos fatos é um pouco forçada. Mas uma vez que houve, depois do atentado contra Reagan, o atentado contra João Paulo II, cabe a pergunta que o Sr. fez sobre o atentado a João Paulo II, e por conexão, sobre o atentado contra Reagan.
“A resposta é a seguinte: esses atentados tiveram causas próximas específicas, que nós do público ignoramos, pois não foram suficientemente investigadas, ou ainda não foram publicadas. Mas o estado geral de desordem, de tensão e de descontentamento do mundo inteiro, de algum modo se refletem nesses atentados. E esse descontentamento, essa desordem podem ser vistos como efeitos da impiedade e da corrupção moral.
No que diz respeito ao atentado contra João Paulo II, noto um nexo especial com Fátima no seguinte. – O Sr. me fez uma pergunta genérica sobre os dois atentados. Eu respondi genericamente. Agora trato especificamente do atentado contra o Papa. – Antes do atentado, muitas pessoas não tomavam a sério o aviso de Fátima, levadas pelo otimismo geral: “é improvável”, “essas coisas não acontecem”, “desastres assim não há”, etc. Depois sobreveio o atentado, o qual traumatizou, a justo título, o mundo inteiro, São incontáveis os que se dizem agora que nunca pensaram que as coisas fossem chegar tão longe. O atentado lhes faz ver que vivemos em dias excepcionais, e que se não tivermos os ouvidos abertos para a Mensagem de Fátima, bem pode acontecer que sejamos surpreendidos pelas punições previstas por Nossa Senhora”.
(cf. “Folha de São Paulo”, 24-05-81).

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