terça-feira, 11 de maio de 2010

Papa chega a Portugal com sinais de Esperança

O Airbus A320 da Alitália que transportou Bento XVI de Roma até Lisboa entrou hoje no espaço aéreo português por volta das 10h30, momento a partir do qual foi escoltado por 4 caças F16 da Força Aérea Portuguesa.
Às 10h57 o avião aterrou no aeroporto militar de Figo Maduro, no início de uma visita de quatro dias a Portugal, com passagem por Lisboa, Fátima e Porto.
À chegada repicaram os sinos das igrejas do Patriarcado de Lisboa, assinalando a “alegria” da Diocese pela viagem apostólica de Bento XVI, destinada a marcar o décimo aniversário da beatificação de Jacinta e Francisco Marto.
Depois de aberta a porta do Airbus, o Núncio Apostólico em Portugal, Arcebispo Rino Passigato, e o Chefe de Protocolo do Estado, Embaixador Bouza Serrano, subiram a bordo convidando o Papa a descer.
Bento XVI pisou solo português às 11h07.
Na pista, junto ao avião, Bento XVI recebeu os cumprimentos oficiais do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, da Primeira-Dama, Maria Cavaco Silva, e do Cardeal Patriarca, D. José Policarpo.
O acolhimento foi feito por um grupo de 30 crianças da Academia de Música de Santa Cecília, a quem Bento XVI acenou de imediato, dirigido pela maestrina Paula Nunes, que entoou o hino oficial de boas-vindas ao Papa, composto por Heitor Morais e António Cartageno.
Bento XVI e Cavaco Silva dirigiram-se depois à tribuna de honra, onde Cavaco Silva apresentou as autoridades presentes: Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, Primeiro-Ministro, José Sócrates, Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha Nascimento, Presidente do Tribunal Constitucional, Rui Moura Ramos, Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, o Embaixador junto da Santa Sé, Rocha Paris e o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa.
Na Tribuna de honra estavam também presentes alguns Bispos portugueses. Entre eles, D. Carlos Azevedo, D. Anacleto de Oliveira, D. António Marto, D. Tomás de Almeida, D. Manuel Clemente, D. Jorge Ortiga, D. Amândio Tomás e D. Joaquim Mendes.
Foi na tribuna que foram pronunciados os discursos deCavaco Silva e de Bento XVI.
Às 10h26 Bento XVI entrou no «Papamóvel» acompanhado pelo seu secretário e por D. José Policarpo, saindo do aeroporto de Figo Maduro às 11h30 em direcção à Nunciatura Apostólica, a embaixada da Santa Sé em Lisboa.
O Papa é acompanhado por um séquito constituído por 29 pessoas, incluindo o Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone, para além do Cardeal Saraiva Martins, e do bispo D. Manuel Monteiro de Castro, secretário da Congregação dos Bispos, além do Pe. António Ferreira da Costa, que trabalha na Secretaria de Estado do Vaticano.
Do séquito ainda fazem parte o porta-voz do Vaticano, Pe. Federico Lombardi, o médico pessoal, Patrizio Polisca, e quatro seguranças da Guarda Suíça.
Em Portugal, o presidente da Conferência Episcopal, D. Jorge Ortiga; o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, e o Coordenador-geral da visita e bispo auxiliar de Lisboa, D. Carlos Azevedo, integram o séquito desde a chegada ao Aeroporto da Portela e à partida no Aeroporto Sá Carneiro.
A comitiva conta também com Alberto Gasbarri, organizador das viagens pontifícias, um conjunto de fotógrafos e elementos da televisão do Vaticano.


Cavaco Silva recebe Papa com mensagem de esperança
A notícia divulgada abaixo refere que o Papa deve trazer ao povo mensagem de esperança. No entanto, a fala de um político agnóstico não leva esta esperança até às suas raízes mais profundas, pois os problemas que ele levanta para a garantia dessa esperança são apenas os sociais e econômicos e financeiros: nada de problemas morais e religiosos.
"Os portugueses precisam de “mensagens de esperança” no meio da sua “sede de justiça e solidariedade” e dos “tempos de incerteza” que atravessam, afirmou hoje o Presidente da República Aníbal Cavaco Silva, no discurso de boas-vindas a Bento XVI, no aeroporto de Figo Maduro, em Lisboa.
Nas palavras de saudação ao Papa, Cavaco Silva sublinhou que Portugal é um país “livre e plural”, que respeita a separação entre a Igreja e o Estado, mas que reconhece e agradece o “serviço inestimável” que a Igreja Católica presta à sociedade.

“Recebemo-Vos em tempos de incerteza que põem à prova a solidez das convicções e a força dos laços que unem as comunidades. Nestes momentos, os homens precisam de quem traga uma mensagem de esperança à sua sede de justiça e de solidariedade”, sublinhou.
O Presidente da República destacou a necessidade de solidariedade para combater os “efeitos de uma crise económica” com incidência “tantas vezes de forma brutal e injusta”.
A solidariedade deve, segundo Cavaco Silva, estar presente entre as nações, num mundo que está marcado por “abissais diferenças de bem-estar e prosperidade”.
O Presidente da República referiu-se à solidariedade, o valor que distingue “os homens de bem, independentemente da sua Fé” e que está na base “do extraordinário projecto de paz e de desenvolvimento que é a construção da unidade europeia”.
O Presidente da República acentuou que os portugueses vão escutar o Papa nesta viagem apostólica de quatro dias:
Na capital “junto ao rio que levou a Fé católica a tantos povos”, no Santuário de Fátima “local de peregrinação dos católicos que a ele acorrem de todas as partes do mundo” e na cidade do Porto “local onde Portugal nasceu” e onde o Papa vai ver confirmada a “devoção e fidelidade de tantos Portugueses”.
O Portugal que recebe Bento XVI é um país “livre e plural”, regido por “princípios da promoção da dignidade da pessoa humana, da justiça e da paz”, cuja identidade se deve a múltiplos contributos, referiu Cavaco Silva.
Portugal é um “país onde a separação entre a Igreja e o Estado convive com as marcas profundas da herança cristã presente na cultura, no património e, acima de tudo, nos valores humanistas que determinam o nosso modo de ser e de estar no mundo”.
No discurso, Cavaco Silva referiu um “modo de ser e de estar” português que se revê na “procura do diálogo com outros credos e com o mundo da cultura”.
“Somos um povo vocacionado para o reconhecimento do valor da diversidade”, disse.
É neste contexto social marcado pelas relações “multiseculares” entre Portugal e a Santa Sé, estabelecidas na Concordata de 2004 que, acrescentou o Presidente da República, Portugal “reconhece o papel da Igreja Católica, respeita e apoia o serviço inestimável que presta à sociedade”.
“Um serviço que quero, de forma solene, na presença de Vossa Santidade, agradecer”, sublinhoi.
Com “profundo regozijo” e “sentida emoção” em nome dos portugueses Cavaco Silva deu as boas-vindas a Bento XVI no início de uma visita “plena de significado para Portugal”.
O Papa inicia esta Terça feira uma viagem apostólica que se vai prolongar até ao dia 14, com passagens por Lisboa, Fátima e cidade do Porto.
fonte: Papa Bento XVI em Portugal

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