sábado, 1 de março de 2008

Cuba castrista – porque devemos recusar o seu convívio

Em janeiro de 1992, Dr. Plínio era homenageado pelo padre Gavenas, lituano, por ter promovido um monumental abaixo-assinado de mais de 5 milhões de assinaturas pela libertação da Lituânia - Diferentemente da Rússia daqueles dias, a Cuba de hoje pretende permanecer comunista, mesmo contra a vontade de seu povo?

Reproduzimos abaixo parte de um artigo publicado em 1970 (há mais de 30 anos!), mas que permanece com toda sua atualidade:
“1. O regime cubano, por ser comunista, é intrinsecamente injusto. Reconhecê-lo, admiti-lo como membro válido de nossa comunidade de nações, importa em pactuar com a injustiça institucionalizada. Não posso aprovar que assim procedam as nações civilizadas da América.
2. O regime de Fidel Castro só se mantém pela violência. Se em Cuba se realizasse uma eleição verdadeiramente livre, precedida de amplos e genuínos debates políticos, é indiscutível que Fidel Castro seria fragorosamente derrotado. Não é à toa que o ditador cubano cerca seu país de arame farpado e arrocha todas as liberdades. A “integração” da Cuba de Fidel não seria pois a integração da Cuba autêntica, mas de uma pseudo-Cuba, ou melhor, de uma anti-Cuba. Desse modo, aceitaríamos no convívio continental, não o irmão verdadeiro, mas o impostor, o inimigo mortal deste. Agindo dessa forma, máxime com a com a agravante de um inteiro conhecimento de causa, praticaríamos uma injúria gratuita ao irmão infeliz e oprimido.
3. Mais ainda. Os numerosos cubanos exilados, e os que em Cuba esperam, com uma perseverança profundamente respeitável, a aurora do dia da libertação, têm direito a receber dos demais povos do continente todos os graus e formas de solidariedade política, para sacudirem o jugo do tirano. A “integração” do regime comunista cubano representaria a consolidação do “castrismo” e a morte dessa nobilíssima esperança. Cometeríamos, assim, o pecado de quebrar o arbusto partido, e extinguir a mecha que ainda fumega (cf. Mt 12, 20).
4. Mais especialmente, penso nos inúmeros cubanos e cubanas, que trabalham como escravos nas lavouras de cana, para a realização do sonho megalótico com o qual Fidel Castro presume remediar os efeitos catastróficos de sua má administração. Pergunto a meus patrícios se iremos consolidar essa escravidão, nós que nos gloriamos de ter emancipado, a 13 de maio, o elemento servil.
5. De mais a mais, não podemos reconhecer foros de seriedade a um governo que pratica oficialmente a pirataria, como meio de remediar os efeitos de sua péssima administração. Na realidade, nem sequer merece ele o nome de governo. Ora, o que são os seqüestros de avião, senão atos de escancarada pirataria? Como “integrar” a “gang” que reduziu à conclusão de antro de piratas a Pérola das Antilhas?
6. Nego que essa integração nos seja imposta por qualquer razão política ponderável. A minúscula republiqueta a que Fidel Castro reduziu Cuba, não tem prestígio, nem riqueza, nem força que explique (falo em explicação e não em justificação, note-se) a capitulação de toda a América diante dela. Ora, é bem de uma capitulação que se trata, já que os povos da América expulsaram Cuba da OEA, em 1962, e agora deveriam, segundo quer Valdez, dirigir-lhe o convite para voltar. E isto sem que tivesse ocorrido qualquer fato novo nas suas relações.
Mas, dirá alguém, feita a reintegração, pelo menos cessarão os seqüestros, e poderemos ir passear tranqüilamente na Europa e nos Estados Unidos. A objeção vale como piada, não como argumento. Pois seria de pasmar que pagássemos nossa liberdade turística permitindo que Fidel Castro mantivesse seqüestrada toda a sua nação. (trechos do artigo "Não, para o centauro". – "Folha de São Paulo", 08.02.70).

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