sexta-feira, 14 de março de 2008

São José, Testemunho Silencioso da História





A devoção a São José começou a ter maior crescimento na Cristandade a partir do século XIX, embora ela viesse crescendo ao longo dos anos. Em 8 de dezembro de 1870, o Papa Pio IX proclama São José como Patrono da Igreja Universal, fixando o dia 19 de março para sua festa.
A 15 de agosto de 1889, Leão XIII promulga a encíclica “Quamquam Pluries”, na qual dá os motivos doutrinários em que se fundamentou a Igreja para proclamar São José como Patrono da Igreja. Algum tempo depois, o teólogo Alessio Maria Lepicer compõe, a pedido do Papa São Pio X, as ladainhas de São José que até hoje são rezadas por todos os católicos do mundo. Finalmente, em 1950 Pio XII fixa o dia primeiro de maio para a festa de São José Operário, nomeando-o como Patrono universal daquela classe de trabalhadores.
Nas Américas em geral, São José tem particulares devotos. Em 1555, por exemplo, foi proclamado Patrono da Nova Espanha, e em 1642 o Canadá é posto sob sua proteção. No século XIX, ano de 1828, o Congresso Constituinte do Perú proclamou São José como Patrono daquele país.
São José é protetor das famílias, dos trabalhadores, dos carpinteiros, marceneiros, mestre de obra e administradores, dos pais de família, das mulheres em estado de Boa Esperança, dos meninos não nascidos, dos artesãos, dos engenheiros, das pessoas vacilantes, dos viajantes, dos emigrantes, dos moribundos, da Boa Morte e da Justiça Social.

Patriarca do Velho e do Novo Testamento
Há uma sociedade patriarcal, fundada por Deus. Dela fez parte Adão e Noé como patriarcas de toda a humanidade. Da mesma forma fizeram parte desta sociedade Abraão, Isaac e Jacó como patriarcas do Povo Eleito. Deus não só instituiu o Patriarcado, mas criou uma “Sociedade” dos santos patriarcas, conforme consta no livro de Tobias: “...Nesta mesma noite, queimando o fígado do peixe, será posto em fuga o demônio. Na segunda noite serás admitido na sociedade dos santos patriarcas. Na terceira noite conseguirás a bênção, para que de vós nasçam filhos robustos. Passada a terceira noite tomarás a donzela no temor do Senhor, levado mais pelo desejo de ter filhos do que por sensualidade, a fim de conseguires nos filhos a bênção reservada à descendência de Abraão”. (Tob 6, 19-22).
Por haver cumprido tudo o que Deus exigia para seu ingresso, fez parte também desta Sociedade o Patriarca São José, o último Patriarca do Antigo Testamento e o primeiro do Novo. Encerrou ele o patriarcalismo antigo (que era meramente carnal, na linha da descendência familiar) no momento em que renunciou aos apetites sensitivos e prometeu eterna virgindade. Com isto estava São José dando início ao novo patriarcalismo, todo ele baseado na filiação espiritual e destinado a formar filhos de Deus segundo o espírito e não segundo a carne.
Como membro desta Sociedade, a partir do momento que fez promessa (de comum acordo e juntamente com a Santíssima Virgem) de levar vida inteiramente virgem embora casado, e quando aceitou receber Nossa Senhora como esposa mesmo estando ela grávida do Divino Espírito Santo, recebeu de Deus a sublime missão não só de ser o pai terreno e tutor de Jesus e de Nossa Senhora, mas também de colaborar na geração dos filhos espirituais da Santa Igreja fundada por Cristo. Esta vocação ele a exerceu no mais completo silêncio, o qual foi a nota dominante nos momentos mais importantes de sua vida junto ao Menino Jesus e Nossa Senhora.
Foi assim (no silêncio) que São José testemunhou a Visitação do Anjo e a Anunciação do Anjo Gabriel; exultante de alegria, levou Nossa Senhora até Santa Isabel para que lá Ela pudesse também externar seu gáudio e contentamento intenso, presenciando caladamente as maravilhas do Magnificat e da exultação de São João no ventre da mãe; esteve presente depois no fato mais importante da História: o nascimento de Jesus Cristo em Belém, e lá ele foi o anfitrião silencioso dos pastores e dos Reis Magos que vieram adorar o Menino; depois, levou o Menino Jesus e Nossa Senhora ao Templo para circundação e purificação – ouvindo então as palavras proféticas de Simeão e Ana, e nada dizendo em resposta; fugiu com Eles para o Egito e presenciou a ação exorcística do Menino Jesus ao destruir os ídolos e expulsar todos aqueles demônios; tivemos depois o reencontro com o Menino Jesus pregando aos doutores em Jerusalém, onde não foi ele, mas Ela, Nossa Senhora, quem falou a Jesus – talvez não tenham entendido ainda o fato de Nosso Senhor dizer “não sabeis que tenho de cuidar das coisas de meu Pai?”, pois provavelmente não lhes era muito clara até aquele momento a doutrina sobre a Santíssima Trindade; São José deve ter estado presente em silêncio, ainda, no milagre das Bodas de Caná e, quem sabe, até mesmo na hora em que Jesus Cristo foi tentado pelo demônio no deserto.
Em todos estes momentos ele foi silencioso quanto ao falar, ter dito alguma coisa, mas será que não registrou, não documentou, tudo o que viu e ouviu e o revelou aos primeiros seguidores de Seu Filho? Sim, quem revelou com detalhes todos estes fatos aos Evangelistas? É pouco provável que tenha sido a própria Nossa Senhora ou o mesmo Jesus Cristo, que certamente não gostariam de falar de si mesmos.
São José deve ter morrido nos momentos que antecederam ao início da vida pública de Jesus a fim de que servisse de marco divisório entre o Novo e o Velho Testamento. Mas seu silêncio acaba aí, porque chegando no Limbo ele anunciou àqueles Bem-Aventurados que o Messias havia chegado como se fosse um verdadeiro arauto, com grande exaltação e alegria!
Assim como alguns desejam e até proclamam de boa fé que há Santos, a exemplo de Nossa Senhora, já estão no Céu Empíreo com seus corpos ressuscitados, não seria coerente que não se afirme, com base no mesmo princípio, que São José não teve também o seu corpo ressuscitado. E é natural que Jesus o tenha feito, não se sabe em que momento (talvez quando levou as almas dos justos no Limbo), a fim de que, assim como tivéssemos no Céu Empíreo uma Rainha em corpo resplandecente, tivesse Ela também ao Seu lado um Rei, seu castíssimo esposo São José.
Roguemos assim a ele: São José, Rei do Céu Empíreo, rogai por nós!

Se o leitor quiser colher maiores informações sobre São José acesse o site da ACI Prensa http://www.aciprensa.com/sanjose/, pra ter a encíclica “Quamquam Pluries” clique aqui http://www.aciprensa.com/sanjose/quamquam.htm.
Acesse também o blog “São José segundo o Pe. João Clá” , clicando aqui
http://saojosesegundojoaocladias.blogspot.com/

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