A história moderna da Santa Casa de Loreto começa no final do século XIII, quando ela foi transportada pelos Santos Anjos para a Itália, onde hoje é venerada. Nosso Senhor Jesus Cristo na Sua Paixão e Morte permitiu que não só O tocassem, mas O levassem ao suplício e O matassem, mas, com relação à Sua Mãe Santíssima não permitiu que ninguém sequer A tocassem. O mesmo ocorreu com o Santo Sepulcro, violado pelos bárbaros muçulmanos; no entanto, com relação à Casa em que viveu Sua infância com São José e Maria Santíssima, mediante o perigo de ser violada pelos muçulmanos realizou Ele o impressionante milagre de mandar transportá-la pelos anjos para um local onde não fosse violada pelos pagãos.
Essa bela história é contada pelos vídeos abaixo. No entanto, ocorreu depois um fato também muito impressionante que nos mostra dois aspectos: primeiramente a Providência impedindo que tocassem na Santa Casa de Loreto numa reforma tentada no século XVI; em seguida a cessação de tal impedimento tão logo houve uma autorização oficial do Papa. Esse fato põe em relevo a autoridade real do Papado, reconhecido num episódio sobrenatural. Abaixo transcrevemos tal relato, extraído de um texto de conferência feita pelo Dr. Plínio Corrêa de Oliveira em 10.12.1965, extraído do site do mesmo nome.
Em 24 de março de 1920, o Papa Bento XV proclamou Nossa Senhora de Loreto como a santa padroeira dos aviadores. Conta-se que esta era uma das devoções da Princesa Isabel, a qual sugeriu a Dom Pedro II conceder o título de Barão de Loreto a Franklin Dórea, o qual mandara erigir uma capela em honra de Nossa Senhora de Loreto na Ilha dos Frades, ainda hoje existente.
Santa Casa de Loreto e magnífica, manifestação do poder das chaves
Plinio Corrêa de Oliveira"Santo do Dia", 10 de dezembro de 1965
... A respeito da transladação da Santa Casa de Loreto, há este fato narrado por Rohrbacher:
“Desejava-se enriquecer a Santa Casa de Loreto, realizando nela algumas melhorias, mas os arquitetos que iniciavam nela qualquer trabalho sofriam estranhos castigos que os obrigavam a abandonar o que haviam empreendido. Finalmente, o Papa Clemente VII [Giulio de Medici (1478-1534; pontificado de 1523 a 1534)] ordenou expressamente ao Clérigo de Ventura Perini, entendido no oficio, uns certos trabalhos, explicando à Santíssima Virgem que era ordem do Papa.
Perini, depois de passar três dias em jejum e oração, obedeceu. Acompanhado de grande multidão, aproximou-se da casa, ajoelhou-se e disse: ‘Com confiança, peço-te ó Santa Casa, da mais pura das virgens, que me perdoe; não é por mim que martelarei as paredes sagradas, mas a mando de Clemente, Vigário de Jesus Cristo, todo ele no ardor que o anima de te embelezar. Permita, ó Maria, que possa me desincumbir do que for necessário’. E as obras continuaram normalmente”.
O fato é verdadeiramente magnífico porque ele indica que Nossa Senhora quis que a jurisdição do Vigário do Filho d’Ela sobre todas as coisas sagradas, e mais especialmente das coisas relevantemente sagradas, que a jurisdição do Vigário do filho d’Ela ficasse bem clara a propósito desse fato.
Tratava-se de tocar na Casa de Loreto, mas não havia uma licença explícita do Papa. E assim, todos os trabalhos se baldavam até que a licença veio. Vindo a licença do Papa, então a coisa se deixou fazer. Ou seja, é uma espécie de graciosa, magnífica e significativíssima manifestação do Poder das Chaves, do poder de ligar e desligar, de mandar, de decidir, de governar todas as coisas, manifestação essa que afirma a realeza do Papa sobre todas as coisas da Igreja. Realeza tão augusta e tão sagrada que Nossa Senhora, nesse episódio, toma ares de se conformar com essa realeza. E esses ares Ela tomou porque quando estava na vida terrena e São Pedro era o Papa, Ela certamente tributava a São Pedro toda a veneração que todo e qualquer católico, ainda que seja a Mãe de Deus, a Rainha do Universo, do Céu e da Terra, deveria ter.
Isto nos mostra bem qual é verdadeiramente a natureza do Papado. E é sempre oportuno lembrar isto: o Papado não é um poder como outro qualquer, não é simplesmente um poder legitimamente constituído de acordo com a ordem natural, um destes poderes de acordo com as circunstâncias, que podem ser mais ou menos amplos, mais ou menos altos, mais ou menos elásticos. Portanto também mais ou menos distantes da massa dos homens.
Mas é um poder de tal maneira sagrado, e portanto um poder de tal maneira absoluto e monárquico, que até Nossa Senhora toma ares de obedecer a ele. O que mostra bem o caráter monárquico da Igreja. E mostra bem que a Igreja não é uma república mitrada, mas uma verdadeira monarquia, em que o Vigário de Jesus Cristo é o verdadeiro monarca. Verdade preciosa que nos compete amar mais do que nunca e que fica indicada aqui como um ensinamento a propósito dessa graça de Nossa Senhora de Loreto.
E, por causa disto, também indicando a oração do dia de hoje que deve ser também para que a todos Nossa Senhora de Loreto nos dê este sentido do valor monárquico do Papado como expressão profunda da perfeição da Igreja; e da ordem monárquica das coisas como a maior, a mais adequada, a mais legítima representação, expressão da ordem profunda das coisas aos olhos dos homens
Texto da oração contida no vídeo
Oh Maria Loretana, Virgem gloriosa, nós nos aproximamos confiante a Ti: acolhe hoje a nossa humilde oração. A humanidade está perturbada por graves males dos quais gostaria de se libertar sozinha. Ela necessita de paz, de justiça, de verdade, de amor e se ilude de poder encontrar essas divinas realidades distante de seu Filho. Oh Madre! Tu que carregaste o Salvador divino no teu seio puríssimo e vivestes com Ele na santa Casa que nós veneramos sobre esta colina loretana, dá-nos a graça de buscá-Lo e imitar os seus exemplos que conduzem à salvação.
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