A ONU resolveu ressuscitar o malthusianismo alarmando a cifra dos 7 bilhões de habitantes no planeta, que seria completada neste 31 de outubro. Ao lado das cifras alarmantes da quantidade de habitantes circulam idéias de todo tipo, desde o mais puro malthusianismo até mesmo pessimismos desesperadores sobre o futuro da humanidade. E a solução que se faz mais presente em todos é uma só: diminuição da natalidade.
Neste sentido, vão bem os ricos, pois evitam os filhos e problemas. Vão mal os pobres, com mais filhos e mais problemas. Como pode ir bem a rica Europa, com baixíssimo índice de natalidade, se cada vez mais torna-se raro por lá crianças e jovens? Como pode ser feliz um continente só de velhos?
E espalham aos quatro ventos que lá se pratica a vida mais saudável, inclusive com o maior índice de vida útil do planeta. Diz-se alhures que a “expectativa de vida” aumentou em mais de 20 anos nos últimos tempos. O que quer dizer isso? Quer dizer, sumariamente, que as pessoas vivem mais do que em épocas anteriores. Ou então que os homens vivem mais nos países ricos, como os europeus, do que nos pobres, como os africanos. E a causa é uma só: vivem mais porque têm menos filhos; ou, vivem menos porque têm mais filhos.
No entanto, me parece que esse raciocínio esconde um sofisma. Como é que se classifica ou se calcula essa tal de “expectativa de vida”? Segundo me parece, um primeiro cálculo ou índice é obtido dividindo-se a população pela média da faixa etária dos habitantes. Então se na casa do meu vizinho tem 20 pessoas e a soma das idades é de 300, isso significa que o índice é 15. Mas na casa ao lado só moram dois velhos, que somam 180 anos, dando um índice de 90. Então na casa dos velhos a expectativa de vida é muito superior à casa de 20 pessoas. Se for essa uma fórmula, na realidade estamos diante de um sofisma, pois não é o fato da maioria ser velhos que vai provar que há mais longevidade na população: torna-se necessário que seja mensurada a quantidade de jovens em proporção com a dos idosos. Como isso é feito não sei, mas me parece que há uma forma tendenciosa de se falar do assunto. E a mídia não explica aos leigos como é que se faz essa conta.
Não, mas dizem que o cálculo não fica por aí, sendo feito também com o número médio de anos para ser vivido por um grupo de pessoas nascidas no mesmo ano, se a mortalidade em cada idade se mantém ou não constante no futuro. Parece meio vago, mas entendi da seguinte maneira: enumera-se a quantidade de pessoas mortas e suas respectivas idades. Quer dizer, se numa casa morrem os 2 velhos acima mencionados, o índice vai ser 90, mas se na outra casa morre no mesmo ano uma criança de 2 anos e um velho de 90 (o mais velho e o mais novo) teremos então 46, um índice baixíssimo. Ainda assim a coisa não fica bem explicada, parece mesmo um sofisma...
Mas eu tenho outra questão a levantar. Se a ecologia está em alta e os animais e as plantas são levados em tão grande consideração, porque não se divulga a população dos bichos, os únicos que dividem a comida com os homens? Segundo dados recentes, o Brasil ostenta a maior população bovina do mundo, com mais de 200 milhões de cabeça, o que daria para alimentar várias Chinas durante meses. O gado bovino serve para a alimentação humana, assim como os suínos, as aves, além, é claro, dos cereais que cada vez mais atingem patamares elevadíssimos de produção; mas há uma grande quantidade de animais que existem simplesmente para alegrar o ambiente e a vida no planeta, como os selvagens, os de zoológicos e os domésticos. Estes últimos têm aumentado sua população em índices muito superiores aos da humanidade. Em Paris, por exemplo, a população de cachorros e gatos é duas vezes superior a dos humanos (cerca de 15 milhões de bichos para uma população humana em torno de 7 milhões de pessoas).. E o problema se agrava em muitas cidades grandes, como Nova York , São Paulo, Tóquio, etc. A tal ponto que as prefeituras dessas cidades já tentam disciplinar o uso das ruas para os que levam seus cachorrinhos para o famoso passeio e o despejo de seus dejetos por elas. Por que ninguém questiona se não vai faltar comida para estes animais, cuja população cresce mais do que a dos homens? Quantos bilhões de animais domésticos existem no mundo a partir de 31de outubro? Com a palavra a ONU e os malthusianos...
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