quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Os "indignados", verdadeiros "Maria-vai-com-as-outras"
A palavra "personalidade" se refere à pessoa, logo ela se aplica a determinado indívuo e não a grupos de pessoas. Desta forma, soa muito mal o título de "Personalidade do Ano" que a revista "Time" resolveu brindar ao movimento denominado "Indignados".
Como se sabe, alguns manifestantes, que em alguns países receberam a designação de indignados, vêm chamando a atenção da mídia pela singular forma com que se arregimentam, conclamando seus adeptos através das redes sociais da internet.
A atribuição dada pela revista àquele movimento é uma suposta homenagem à chamada primavera árabe, e ao fracassado movimento dos indignados que ganhou voz na Europa e Estados Unidos.
A notícia diz que, "trazendo o protesto para a capa da última edição, a "Time" pretendeu homenagear todos aqueles que fizeram a revolução no mundo árabe, e que deram início a importantes reformas políticas, econômicas e sociais em países como o Egito, a Líbia ou a Tunísia". Por detrás deste palavreado oco, há uma insinuação: a de que os "indignados" já conseguiram mudar aqueles países, o que não é verdade. O Egito continua em guerra civil, com um governo inseguro e cheio de revoltas; a Líbia está numa obscura situação, que ninguém sabe que tipo de regime vai emergir, talvez até uma ditadura pior do que a foi vencida; o mesmo diga-se da Tunísia. Já está ficando patente que a chamada "primavera árabe" foi um fiasco, se se pretende que a mesma tenha trazido democracia para aqueles povos.
Por outro lado, pretende ser também uma homenagem aos manifestantes do Ocidente, que dizem lutar contra a crise econômica. A "Time" recorda, assim, os manifestantes gregos, espanhóis, portugueses, britânicos, mas também o movimento "Occupy Wall Steet", que marcou os Estados Unidos, e repercutiu em vários outros países. Além, é claro, de vários grupelhos que se espalharam pelo mundo ocidental, até na América do Sul, simplesmente imitando uns aos outros. Homenageando tais movimentos, a revista pretende sustentar na opinião pública uma revolução em franco recuo, conforme constatamos em postagem anterior ao analisarmos o movimento dos "indignados" da USP.
Os outros candidatos a personalidade do ano 2011 da revista, eram realmente personalidades, quer dizer, pessoas consideradas individualmente, dentre os quais contavam-se o político norte-americano Paul Ryan ou a princesa Kate Middleton de Inglaterra. No entanto, a vitória não foi de uma personalidade, mas de um grupo que nem identidade própria tem, isto é, os "indignados" do mundo todo, que sucederam assim a Mark Zuckerberg, fundador da rede social Facebook, que havia sido eleito personalidade do ano 2010.
Marcha das vadias
O movimento que se autoproclama de "indignados" poderia ser chamado simplesmente de "Maria-vai-com-as-outras", isto é, pessoas que seguem a cabeça dos outros. Chamar uma pessoa de "Maria-vai-com-as-outras" significa dizer que ela é facilmente influenciável e se deixa levar pela opinião de outras pessoas. E é o que está ocorrendo com estes grupos de "indignados". Em geral é composto por elementos da classe alta ou média-alta, que possuem computador e têm tempo de ficar horas a fio se comunicando com outros no "Facebook" ou qualquer outra rede social, mas nunca de pessoas de outras classes sociais, quer dizer, da massa da população. É uma minoria irrisória que quer se fazer passar por porta-voz da maioria. E pior ainda: são pessoas que, verdadeiramente, não têm personalidade, agem por impulso externo e pensam tudo o que os outros pensam. Verdadeiros "Maria-vai-com-as-outras".
Um exemplo recente foi a "Marcha das Vadias" ou "Marcha das Vagabundas" (em inglês: slutwalk): iniciou-se em 3 de abril de 2011 em Toronto no Canadá e desde então tornou-se um movimento internacional realizado por diversas pessoas em todo o mundo. A Marcha das Vadias protesta contra a crença de que as mulheres que são vítimas de estupro pediram isso devido as suas vestimentas. As mulheres durante a marcha usam roupas provocantes, algumas até semi-nuas, com solene desprezo para as normas de ética social com relação às vestimentas. O uso de palavrões e termos chulos e de baixo calão é também muito comum, indicando que agem como se fossem mesmo prostitutas. Algumas até o são e não o negam.
Em janeiro de 2011, ocorreram diversos casos de abuso sexual em mulheres na Universidade de Toronto. Dai então o policial Michael Sanguinetti, numa entrevista, fez uma observação para que "as mulheres evitassem se vestir como vadias, para não serem vítimas". Logo se organizou um protesto contra a declaração do militar, reunindo algo em torno de 3 mil pessoas. Em seguida, as "Maria-vai-com-as-outras" de outras grandes cidades resolveram fazer manifestação semelhante, como em Los Angeles, Chicago, Buenos Aires, Amsterdã, etc., Como o Brasil é cheio de "Maria-vai-com-as-outras" também, e "aqui nada se cria tudo se copia", logo apareceu quem deflagrasse o movimento pelo lado de cá. E aí reuniram alguns gatos pingados (ou "gatas pingadas") nas principais capitais do Brasil, começando por São Paulo, é claro.
Na primeira "Marcha das Vadias" no Brasil, ocorrida em São Paulo, após a convocação para o evento numa página no Facebook, mais de 6000 pessoas confirmaram presença na passeata. Porém, como em outros lugares, decepção total: somente cerca de 300 compareceram, isto é, 5% dos que disseram que iam. Por que? Porque a maioria maciça daquelas pessoas têm dificuldade em se desvincular do virtual para o real, quer dizer, preferem ficar na situação cômoda de quem estar diante de um computador do que ir à rua enfrentar uma situação de confronto com a sociedade.
De tal forma o movimento se caracteriza como “Maria-vai-com-as-outras” que até os cartazes (das brasileiras, feitos no Brasil para desfiles ou marchas ocorridas em nosso país), em sua maioria, são escritos em inglês. E as frases são sempre as mesmas, como estas: “É o meu corpo. Faço o que quiser com ele”, “I’m a human, not sandwish”, etc. Embora em número insignificantes, as manifestantes chamam a atenção da mídia...
E pior é que a mídia mundial se transforma em verdadeira "Maria-vai-com-as-outras", fazendo coro com a grande imprensa americano e europeia na divulgação de tal movimento.
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