terça-feira, 19 de agosto de 2008

Os anfíbios começam a ser extintos?

O blog "Desafiando a Nomenklatura Científica" está divulgando o resumo de um trabalho (ou estudo)feito por David Wake e Vance Vredenburg, do Museu de Zoologia Vertebrada da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, onde se demonstra que as taxas de extinção de anfíbios subiram a níveis nunca vistos, podendo indicar que começou nova fase de extinção do mesmos. O trabalho será publicado em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas), e destaca que a maior culpa é das mudanças climáticas, do desflorestamento e de uma doença mortal que tem pulado de uma espécie a outra.
Os autores questionam se a Terra estaria no início de sua sexta extinção em massa e apontam que os anfíbios fornecem uma resposta clara. Pelo menos um terço dos mais de 6,3 mil espécies de anfíbios no mundo está ameaçado.
"A mensagem geral a partir dos anfíbios é que podemos ter muito pouco tempo para evitar uma extinção em potencial. A questão é se prestaremos atenção antes que seja tarde demais", disse Vredenburg, que também é professor da Universidade Estadual de San Francisco.
Diversos fatores têm sido apontados como causadores de mudanças profundas nas populações de anfíbios, mas o artigo destaca uma doença infecciosa emergente, a quitridiomicose, como diretamente responsável pelo fim de mais de 200 espécies. Nenhuma outra doença representa uma ameaça tão grande à biodiversidade.
O problema é causado por um fungo aquático de origem desconhecida, o primeiro do tipo a atingir invertebrados e, no caso, apenas anfíbios. Segundo os autores do estudo, entender a ecologia da quitridiomicose ajudará não apenas aos anfíbios, mas também aos humanos, uma vez que ainda não se sabe se o patógeno poderá atingir outras espécies.
Um exemplo de espécie ameaçada é o sapo-de-perna-amarela de Sierra Nevada, que foi identificada com quitridiomicose em 2001. Nos anos seguintes, foram registrados casos de enorme mortandade e de colapso de populações da espécie.
De acordo com os autores, ainda não se sabe como o fungo, que é surpreendentemente virulento, provoca a morte. "É preciso entender o que está matando esses animais. Essa doença é um exemplo notável de um patógeno que pula fronteiras e causa destruição", disse Vredenburg.
O artigo "Are we in the midst of the sixth mass extinction? A view from the world of amphibians", de David Wake e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da Pnas em http://www.pnas.org. Tantos problemas afligem a humanidade e ainda tem gente se preocupando com a extinção dos sapos e seus parentes!

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