segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Mídia cai na descrença da opínião pública

Ao longo dos anos os órgãos de imprensa, comumente chamados de "mídia" (ou "mass media" em inglês), vão paulatinamente caindo no descrédito da opinião pública. As razões são muitas, e não nos cabe agora expô-las, pois exigiria um verdadeiro tratado ou estudo do tema. Há muitos anos atrás quando um jornal publicava uma notícia, em geral havia um comentário favorável de crediblidade naquela publicação; dizia-se assim: "tal coisa é verdade porque tal jornal publicou". Com a diversidade de meios de comunicação existentes hoje, com a TV e a internet superando os pioneiros informativos como os jornais, revistas e rádios, e até mesmo por causa da exigência de certa clareza e abertura global dos informes midiáticos, fica difícil para eles sustentar uma campanha publicitária, por exemplo, contra um indivídou ou grupo social, sem que logo se perceba a manobra. E como há uma tendência mundial em se fazer orquestração, de um lado, para se criar mitos e falsos líderes, e de outro, para denegrir e desmoralizar personalidades ou entidades, eles vão continuar cada vez mais vendo suas manobras postas às claras para o grande público, o que termina redundando em mais falta de confiança de seus próprios leitores, assistentes ou ouvintes. Uma coisa é evidente: nenhum órgão de imprensa moderno é um mero informador, mas um "formador" de opinião, e nesta função de "formador" os profissionais tentam inocular na mente do público seus conceitos e preconceitos.
Um exemplo desta tendência podemos ver no jornalismo denominado de "denunciativo", isto é, num tipo de imprensa que prima em buscar na sociedade suas misérias e escândalos para, fazendo denúncias, demonstrar agrado com certa parcela da opinião pública ávida pela crítica e pela denunciação pura e simples. Jornalistas se transformam em verdadeiros detetives policiais, investigando a vida privada de personalidades a quem interessam jogar na lama ou elevar aos píncaros da popularidade. Surgiu até na Espanha um prêmio para tais jornalistas, com o objetivo claro de estiminar o aprimoramento das técnicas de tais denúncias. Tornou-se rotineiro, hoje, o uso de câmaras escondidas com tais objetivos. As denúncias, em geral, recaem sobre pessoas que cometem esdândalos ou devios morais, mas é comum atingir também pessoas inocentes, pois no afã da divulgação dos fatos tais profissionais cometem crasos erros de apreciação e de pré-julgamento sobre seus investigados.
Vários foram os erros cometidos, por exemplo, na recente campanha publicitária lançada contra o clero e contra o Papa. No afã de se divulgar informes infamantes contra sacerdotes, cometeram erros crassos contra inocentes. No grande público ficou a imagem de uma imprensa que não tem seriedade na escolha de suas notícias. Numa parcela considerável da população ficou patente um visível intuito de denegrir a imagem de tais religiosos através das notícias veiculadas, verdadeiras ou não. O resultado está aí, poucos são os que confiam na mídia.

A propósito, reproduzimos abaixo o texto de uma notícia sobre recente pesquisa nos Estados Unidos da América, feita pelo Gallup, a respeito da queda da credibilidade da grande imprensa naquele país.

Pesquisa de opinião pública revela que maioria dos americanos não confia na grande imprensa

Peter J. Smith
WASHINGTON, D.C., EUA, 30 de setembro de 2010 (Notícias Pró-Família) — Uma nova pesquisa de opinião pública do Gallup mostra que uma maioria recorde de americanos tem pouca ou nenhuma confiança na grande imprensa para fazer reportagens “integrais, precisas e justas” das notícias. Aproximadamente metade citou “tendenciosidade esquerdista” nos meios de comunicação, os quais superaram levemente, em classificação, o Congresso dos EUA nos níveis de confiança do público.
O Gallup traz a informação de que 57 por cento dos entrevistados para a sua pesquisa anual de opinião pública sobre o governo, conduzida de 13 a 16 de setembro de 2010, disseram que “sua confiança” nos meios de comunicação de massas — jornais, televisão e rádio — era “não muita/nenhuma”. Esse é um ponto percentual mais elevado do que o recorde estabelecido em 2008.
Quarenta e três por cento disseram que classificaram sua confiança nos meios de comunicação como “muita/considerável”.
Os números representam uma reviravolta imensa no índice de confiança de três décadas atrás, quando o público tinha uma grande/considerável confiança nos meios de comunicação, entre 60 e 70 por cento.
Quarenta e oito por cento dos americanos disseram que a imprensa é “esquerdista demais”, enquanto 33 por cento dizem que é “totalmente esquerdista”. Só 15 por cento dizem que os meios de comunicação são “conservadores demais”.
A maioria dos entrevistados que se identificaram como socialistas ou simpatizantes do Partido Democrático [de tendência esquerdista] tendia a ter confiança nos meios de comunicação. Cinquenta e nove por cento dos simpatizantes do Partido Democrático tinham confiança nos meios de comunicação, enquanto 48 por cento tinham a opinião de que as reportagens dos meios de comunicação são “completamente esquerdistas”. Entre os esquerdistas, 54 por cento disseram que tinham confiança nos meios de comunicação, e 51 por cento não percebiam nenhuma tendenciosidade midiática.
Contudo, os simpatizantes do Partido Republicano e dos partidos independentes expressaram níveis semelhantes de desconfiança dos meios de comunicação. Sessenta e um por cento dos simpatizantes dos partidos independentes disseram que tinham pouca ou nenhuma confiança nos meios de comunicação, enquanto 67 por cento dos simpatizantes do Partido Republicano disseram a mesma coisa.
Os simpatizantes do Partido Republicano e dos partidos independentes estavam mais divididos no nível de esquerdismo que viam nas reportagens dos meios de comunicação. Os simpatizantes do Partido Republicano estavam muito insatisfeitos com as reportagens da grande imprensa, com 76 por cento dizendo que os meios de comunicação são “esquerdistas demais” e 15 por cento dizendo que são “totalmente esquerdistas”. Os conservadores tinham perspectivas semelhantes.
Entre os simpatizantes dos partidos independentes, 45 por cento pensavam que os meios de comunicação de massa são “esquerdistas demais”, enquanto 35 por cento não detectaram uma tendenciosidade.
Apesar disso, os meios de comunicação de massa recebem mais confiança do público do que o Congresso dos EUA, os representantes eleitos do povo americano. Em outra pesquisa de opinião pública do Gallup, exatamente 36 por cento dos americanos disseram que têm grande ou considerável confiança no Poder Legislativo
.

Fonte:
Notícias Pró-Família

Nenhum comentário: