A perseguição religiosa chega até mesmo nos esportes. Primeiramente, foram os muçulmanos que exigiram que o Barcelona Futebol Clube retirasse de seu escudo a famosa cruz de São Jorge, “Sant Jordi” no idioma catalão. "Que ninguém toque no escudo do Barça!" Foi o clamor dos esportistas que ecoou em toda a Catalunha. Alguns países muçulmanos (como Arábia Saudita e Argélia) mudaram a cruz de São Jorge em alguns emblemas copiados daquele time de futebol por uma simples lista vertical da mesma cor. O motivo? Não ferir sensibilidades religiosas naqueles países. Alguns destes símbolos existiam naqueles países há mais de cem anos e nunca se ouviu falar de haver ferido sensibilidade de ninguém. Também na Turquia houve rejeição ao Inter, de Milão, por causa de uma cruz em seu escudo. Como se trata de muçulmanos até se compreende...
É comum jogadores de futebol ou atletas olímpicos manifestarem seus sentimentos religiosos nas competições esportivas. No final da Copa das Confederações em 2008, por exemplo, os jogadores da Seleção Brasileira fizeram um círculo e rezaram para agradecer a Deus a conquista do título. Isto provocou um gesto de intolerância religiosa: fez com que o presidente da federação de futebol da Dinamarca escrevesse uma carta à FIFA protestando, qualificando o gesto dos jogadores de “perigosa” demonstração religiosa dentro do futebol, onde não há lugar para sentimentos religiosos. O presidente da FIFA prometeu, então, que não seriam permitidas manifestações religiosas na próxima copa do mundo, na África do Sul. Em 2002 a FIFA já havia dado um aviso de que as federações de futebol deveriam procurar coibir ou inibir entre os jogadores qualquer tipo de manifestação religiosa nos estádios. Sem qualquer resultado, é claro!
Todos sabem que o mundo dos esportes está marcado por profundas manifestações religiosas. Atletas e até juízes de futebol procuram com freqüência ir à Roma ver o Papa e receber sua bênção. Alguns anos atrás esteve visitando o Papa o famoso atleta alemão Franz Beckenbauer, uma legenda do futebol do passado. De outro lado, atletas de diversos países e times de qualquer parte do mundo costumam comemorar seus feitos elevando seus olhares para os céus e agradecendo a Deus suas vitórias. Muitos deles se benzem e rezam antes de seus prélios esportivos, alguns cruzam as mãos e as elevam a Deus. Como evitar que algo tão espontâneo e interior seja efetivado em pessoas tão imbuídas de sentimentos religiosos?
Agora, ocorre um fato demonstrando que a FIFA não conseguiu ainda proibi-lo oficialmente, mas através de recomendações dadas a seus funcionários. Um jogador inglês, o atacante Wayne Rooney, foi fotografado antes da atual Copa exibindo um Rosário, sendo indagado agora numa entrevista a razão de estar usando aquele instrumento de piedade católica. Rooney, de origem irlandesa, respondeu que sempre levava aquele Rosário consigo há pelo menos 4 anos. Logo após, os jornalistas começaram a lhe fazer outras perguntas sobre sua religião, mas um funcionário da FIFA, Mark Whitle, interrompeu a entrevista, dizendo: “Não falamos sobre religião...” E o público ficou sem saber alguns aspectos da religiosidade daquele jogador por causa de intolerância religiosa dos dirigentes da FIFA.
Como é que a FIFA pretende proibir os jogadores, técnicos e até juízes, de manifestar espontaneamente seus sentimentos religiosos? Nesta semana, o técnico da Argentina, o exibicionista Maradona, foi flagrado pelas câmaras de TV benzendo-se após um jogo. Até onde vai a perseguição religiosa: será que veremos brevemente aquele órgão de esportes proibir oficialmente as manifestações da fé religiosa de seus esportistas?
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