segunda-feira, 3 de outubro de 2022

DEUS PEDE A PUREZA EM ESPECIAL AOS SACERDOTES

 


                        (Casamento místico de Santa Catarina de Siena - Giovanni di Paolo - 1398-1482)

                                              

Falando a Santa Catarina de Sena, o Padre Eterno assim se referiu sobre a virgindade entre os sacerdotes:

"A toda alma lhe peço pureza e caridade por amor a mim e a seu próximo e que lhe ajudem no que possam, oferecendo orações por ele e permanecendo na dilação da caridade. Mais pureza peço ainda a meus ministros e mais amor a mim e a seu próximo, devendo administrar o corpo e o sangue de meu Filho unigênito com ardor de caridade e fome da salvação das almas para glória e por amor de meu nome.

Como os ministros querem limpeza no cálice onde se celebra este sacrifício, assim exijo eu limpeza e pureza de coração, de sua alma e de seu espírito. Quero que o corpo, como instrumento de sua alma, se conserve em perfeita pureza. Não quero que se alimentem de imundície e se chafurdem nela, nem se encontrem inchados de soberba, buscando os grandes cargos; nem que sejam cruéis consigo mesmos e com o próprio.  Porque, se são cruéis consigo mesmos pela culpa, são cruéis com as almas de seus próximos, já que não lhes dão exemplo de vida, nem se preocupam de arrancar as almas das mãos do demônio, nem de administrar o corpo e o sangue de meu Filho unigênito e minha verdadeira Luz nos sacramentos da Santa Igreja. E assim, sendo cruéis consigo, são cruéis com os demais.” [1]

 

Não há castidade sem religiosidade

Para ser e se conservar casto, o homem precisa ter vida interior intensa e seguir princípios religiosos.  A propósito, vejamos o seguinte caso, consignado no livro “Tesouro de Exemplos”:

“Estava aquele médico na flor da idade. Era cabeça leviana e andava cheio de orgulho por sua ciência vã. Além disso, relegara a fé a um canto de sua inteligência e, segundo havia aprendido de seus mestres sem religião, afirmava que para viver bem e ser feliz bastava a luz da razão.

Por aqueles dias um famoso pregador, um homem de eloqüência singular, alvoroçara toda a cidade.

O vaidoso doutor afirmava á boca-cheia, no círculo de suas amizades, que iria entrevistar o famoso orador e que o havia de encurralar com a força de sua discussão.

E lá se foi, com efeito, seguido de alguns amigos zombeteiros e curiosos. Achando-se frente a frente com o missionário, o doutor disse entre outras coisas:

- Padre, eu não pratico a religião; sou, porém, homem honrado e posso garantir-lhe que sou casto. - Sorriu maliciosamente o ilustre pregador e observou:

- Casto?!... Casto sem religião?! 

- Sim, casto... – insistia o doutor.

- E vai a toda espécie de cinema?

- Naturalmente.

- E lê toda espécie de livros?

- Tudo o que cai sob os meus olhos.

- Desvia o olhar quando se encontra com alguma beleza provocadora?

- Oh! pelo contrário.

- E diz que não reza?

- Nada.

- E diz que é casto?

- Digo.

- Pois bem – replicou aquele homem apostólico, aquele profundo conhecedor do coração humano; - acredito que o senhor seja casto, mas casto como os cachorros.

E nada mais disse... E havia dito tudo... O doutor mordeu a língua... os amigos sorriam maliciosamente... e o missionário interrompeu bruscamente o diálogo. Todos estavam de acordo: sem a prática da oração não podiam ser castos. E seria refinada loucura afirmar o contrário”. [2]

 (Extraído de “A FELICIDADE ATRAVÉS DA CASTIDADE”, págs. 99/100 Desejando receber o texto integral desta obra, favor enviar mensagem para o email juracuca@gmail.com – Juraci Josino Cavalcante)



[1] Obras de Santa Catalina de Siena" - B. A. C. - "El Diálogo" - pág. 265.

[2] “Tesouro de Exemplos”, do padre Francisco Alves, C.SS.R., (editora Vozes, 1958), pág. 144/145

 


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