segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

INTERPELAÇÃO AOS COMUNISAS ATÉ HOJE SEM RESPOSTA




Há pouco dias morreu o maior símbolo da idolatria de uma  personalidade comunista, Fidel Castro, deixando em seu lugar o seu irmão e uma gerontocracia que tiraniza aquela ilha há mais de 50 anos. Todos conhecem o resultado da tirania socialista em Cuba, tendo deixado aquele povo numa situação triste e miserável. No entanto, a situação de países como Cuba, Coréia do Norte e tantos outros que teimaram em manter o regime não encontra culpados na política e na mídia mundiais de hoje. Mas, foram interpelados na mesma época em que a URSS implodia, no final de 1989 para meados de 1990. 
A “Folha de São Paulo”, edição de 14 de fevereiro de 1990, estampou manifesto da TFP (datado do dia 11 do mesmo mês), da lavra de Plínio Corrêa de Oliveira, sob o título de “Comunismo e anticomunismo na orla da última década deste milênio”, seguido de um subtítulo “A TFP apresenta uma análise da situação – no mundo – no Brasil”. Naquele documento, Dr. Plínio começa por mostrar o grande descontentamento que estava lavrando como verdadeiro incêndio no mundo soviético. Descontentamento com “D” maiúsculo, segundo ele. Em seguida, passa a demonstrar que este descontentamento transformou-se no maior brado de indignação da História. Escreveu textualmente Dr. Plínio naquela oportunidade: “Se se desenrolarem desse modo os acontecimentos no mundo soviético, sem encontrarem em seu curso obstáculos de maior monta, o observador político não precisa ser muito penetrante para perceber o ponto terminal a que chegará. Ou seja, a derrubada do poder soviético em todo o imenso império até há pouco cercado pela cortina de ferro, e a exalação, do fundo das ruínas que assim se amontoarem, de um só, de um imenso, de um tonitruante brado de indignação dos povos escravizados e opressos".
Mais adiante, cita ele os que devem ser interpelados: "II – Interpelação aos responsáveis diretos por desgraça tão imensa: os supremos dirigentes da Rússia soviética e das nações cativas Esse brado se dirigirá, antes de tudo, contra os responsáveis diretos por tanta dor acumulada ao longo de tanto tempo, em tão imensas vastidões, sobre uma tão impressionante massa de vítimas. E, a menos que a lógica tenha desertado totalmente dos acontecimentos humanos (deserção trágica, que a História tem registrado, mais de uma vez, nas épocas de completa decadência, como a deste fim de século e de milênio), as vítimas de tantas calamidades unirão seu ulular para exigir do mundo um grande ato de justiça para com os responsáveis. Tais responsáveis foram, por excelência, os dirigentes máximos do Partido Comunista russo que, na escala de poderes da Rússia soviética, sempre exerceram a mais alta autoridade, superando até à do governo comunista. E, “pari passu”, os chefes de PCs e de governos das nações cativas. Pois eles não podiam ignorar a desgraça e a miséria sem nome em que a doutrina e o regime comunistas estavam afundando as massas. E, contudo, não titubearam em difundir essa doutrina e impor esse sistema”. Em seguida, Dr. Plínio passa a interpelar outros grupos que contribuíram para tanta desgraça no mundo: os ingênuos, os moles, os colaboracionistas (voluntários ou não) do comunismo no Ocidente.
A interpelação atinge também aos historiadores otimistas e superficiais que amorteceram a reação dos povos livres contra as tramas do comunismo internacional, os homens públicos do Ocidente que pouco fizeram para libertar as vítimas da escravidão soviética, além de muitos outros que carrearam rios de dinheiro para manter aquele regime. Finalmente, interpela os dirigentes dos diversos PCs disseminados pelo mundo nestes termos: Nada viram de tanta desgraça que ocorreu naquele império desumano durante 7 décadas? E se viram porque nada contaram, nada disseram? Será que nas visitas que fizeram à URSS nada indagaram do que ocorria de fato, se eram verdadeiras ou não as denúncias de atrocidades e de desrespeito sumário aos direitos humanos? Se verificaram “in loco” o trágico fracasso do comunismo na URSS por que o queriam para suas pátrias?
A surpresa veio quando uma grande voz, de uma autoridade do Vaticano, disse a verdade: “Quem foi esse varão? – Um teólogo de renome mundial, uma alta figura da vida da Igreja, em síntese o Cardeal alemão Joseph Ratzinger, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, futuro Papa Bento XVI. E o que disse ele? Eis suas palavras: "Milhões de nossos contemporâneos aspiram legitimamente a reencontrar as liberdades fundamentais de que estão privados por regimes totalitários e ateus, que tomaram o poder por caminhos revolucionários e violentos, exatamente em nome da libertação do povo. Não se pode desconhecer esta vergonha de nosso tempo: pretendendo proporcionar-lhes liberdade, mantêm-se nações inteiras em condições de escravidão indignas do homem" (Instrução sobre alguns aspectos da "Teologia da Libertação", Congregação para a Doutrina da Fé, 6 de agosto de l984, nº XI, 10). Ele disse tudo isso, e só isso, e a opinião pública ocidental estremeceu. Anos depois, a gigantesca crise em que se acha o mundo soviético veio provar que não só o Purpurado tinha razão, mas que, ainda, suas valentes palavras não haviam sido senão um quadro sumário de todo o horror da realidade.”
Dr. Plínio alenta o desejo de que um dia a opinião pública mundial fará uma grande interpelação a esses políticos: “Mas para isso tudo chegará oportunamente o dia. E, nesse dia, a opinião pública perguntará mais agudamente aos chefes dos PCs, em todo o Ocidente, por que continuaram comunistas, apesar de saberem a que miséria o comunismo havia arrastado as nações juguladas por Moscou. Ela lhes exigirá que expliquem por que, conhecendo a situação miserável da Rússia e das nações cativas, consentiram em chefiar um partido político que não tinha outro objetivo senão arrastar para essa situação de penúria, escravidão e vergonha os próprios países do mundo livre, em que haviam nascido. Por que, enfim, haviam querido, com tanto afinco, esse resultado tenebroso, que não hesitaram em ocultar a seus próprios asseclas a verdade que a alguns – pelo menos – teria feito desertar, horrorizados, das fileiras vermelhas. Esta atitude dos líderes comunistas das várias nações livres, conjurados com Moscou para desgraçarem cada qual a respectiva pátria, há de ser considerada, pela posteridade, um dos grandes enigmas da História. Desde já esse enigma começa a espicaçar a curiosidade dos que têm a agudez de vistas suficiente para perceber o problema e debruçar-se interrogativamente sobre ele”


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