quarta-feira, 21 de março de 2012

4 milhões de católicos valem mais do que 13 milhões de ateus!

A campanha da "Non Believers Giving Aid" em favor do Haiti, dirigida também a 21milhões de ateus e agnósticos dos EEUU, conseguiu somente 500.000 dólares, enquanto os católicos arrecadaram 15 vezes mais. Novos estudos mostram que os não-crentes são menos solidários.

Os ateus e agnósticos só têm tido vergonhosas derrotas nos últimos días. A última vem da parte do ativista britânico Richard Dawkins. Anteriormente, havia tentado polemizar com autoridades religiosas publicando um livro contra a existência de Deus, “A Ilusão de Deus”, espécie de “bíblia” do ateísmo moderno, mas em vão, pois ninguém deu importância ao mesmo.
Em 2009, montou um acampamento onde se ensinaria aos meninos uma atitude de ceticismo racional ao lado de algumas atividades esportivas. Segundo o diário “The Daily Telegraph”, Dawkins, biólogo especializado na teoría da evolução, estava promovendo esse acampamento de cinco dias no qual, junto à natação e outros esportes, as crianças receberiam lições sobre filosofia, moral e biologia, e aprenderiam a refutar as teorías opostas aos ensinamentos de Darwin. Dawkins tem tentado, sem êxito, desafiar teólogos católicos para debates sobre a existência de Deus, cujo único objetivo é angariar publicidade para si mesmo e seu livro. Ele agora tentava cativar o público infantil. Sem êxito, é claro!
A iniciativa fazia parte de uma campanha de Dawkins e do também conhecido professor de filosofía AC Grayling destinada a desafiar as chamadas sociedades cristãs que fomentam a educação religiosa, fazendo com que as crianças possam “pensar de modo independente, para ser céticos e racionais”.
Também se daria ênfase ao pensamento crítico e uma das provas a que se submeteria aos participantes era a batizada como “o desafío do unicórnio invisível”. Era comunicado às crianças que perto de suas barracas de campanha viviam dois unicórnios e se pediria que demonstrem que não existem tais animais mitológicos. Um dos dirigentes do acampamento disse que “os unicórnios não são necesariamente uma metáfora de Deus, mas estão aí para que os meninos compreendam a impossibilidade de uma demonstração desse tipo”. Depois, eles dizem que não pretendem “atacar a religião” e evasivas parecidas. Como a figura mitológica do unicórnio leva também muita gente a imaginar a concepção do diabo, eles procuravam da mesma forma negar a existência de satanás.
(V. "Novos professores, uma nova didática materialista")

Como já se não bastasse o ateísmo prático, da vida que se leva hoje em dia, ele resolveu lançar na Inglaterra uma campanha publicitária a favor do ateísmo teórico. O lema é este: “Deus provavelmente não existe, deixe de preocupar-se e goze a vida”. Esta legenda foi afixada nos ônibus de Londres para fazer face às mensagens religiosas. A campanha obteve certo êxito em virtude dos organizadores terem conseguido arrecadar cinco vezes os fundos necessáros, isto é, 35 mil euros, para colocar os anúncios em 30 ônibus urbanos. O caráter do anúncio será, de início, meio de brincadeira, para divertir as pessoas, mas, no fundo (segundo os autores) há algo de sério, pois os ateus desejam afastar tudo o que lembra Deus da sociedade, até mesmo das cogitações das mentes das pessoas. Não pretendem parar por aí, é claro, e já pensam numa campanha mais audaciosa no futuro, talvez até ofensiva contra as religiões. O que se lamenta mais é a torpe e frouxa reação dos “cristãos” ingleses: alegam que é um direito de qualquer grupo manifestar sua posição ideológica e filosófica, criticando apenas o aspecto do gozo da vida, o qual, dizem, nada tem a ver com os ensinamentos cristãos. A tradicional Igreja Metodista Britânica também se manifestou de modo positivo, considerando interessante que autores como Dawkins se preocupem com Deus. Por aí se vê, quanta condescendência com o ateísmo, até mesmo por aqueles que deveriam combatê-lo! Nem sequer os argumentos favoráveis à existências de Deus (tão prolixos na teologia moderna) foram apresentados para calar a boca do biólogo, o qual tentou, inutilmente, se utilizar da ciência para provar a inexistência de Deus em seu livro “Deus, um delírio”. O evolucionismo, sim, é um delírio inconseqüente, especialmente aquele denominado “evolucionismo natural ou espontâneo”, hoje contestado por inúmeros cientistas, pois as teses ou teorias evolucionistas nunca conseguiram ser provadas.
( V. "Campanha em favor do ateísmo"?)


Quem é mais generoso: os crentes ou os ateus?

Agora, a última do ativista da nulidade atéia: quis provar que os “não-crentes” (leia-se, ateus) são pessoas mais generosas do que os religiosos. Para tanto fundou uma ONG com o fim de arrecadar fundos para ajudar o povo do Haiti. Esperava ele que sua campanha fosse comover o coração dos ateus, que é uma maioria maciça na Inglaterra, e sua coleta de donativos superasse a outras feitas pelos religiosos.
Vejam no que deu, lendo o texto publicado por J. A. Antonio no site Forum Libertas:


São mais generosas as pessoas religiosas do que as atéias? Ou será que o tecido social que criam as comunidades religiosas favorece a generosidade? É que há no agnosticismo algo intrínsecamente contrario à solidariedade?
A observação sociológica começa a ter instrumentos para medir o desempenho de solidariedade dos crentes e não crentes para responder a essas perguntas. O recente caso da Grã-Bretanha é talvez a mais clara, pela transparência de seus dados.

A chave do Haiti

Em 2010, com o grande terremoto do Haiti, a mídia apelou à solidariedade em todo o mundo. O ativista Richard Dawkins ateu ou agnóstico, naquela ocasião criou a associação "Non Believers Giving Aid" (não-crentes dão ajuda), que se divulgou em Inglês amplamente na imprensa britânica e norte-americana. Eles coletaram dinheiro para a Cruz Vermelha e os Médicos Sem Fronteiras para mostrar que as pessoas sem crenças religiosas são também generosas e solidárias.
Trabalharam para esta associação 17 entidades diferentes: ateus, secularistas, não-religioso "humanista", "racionalista", "céticos", etc ... Centenas de blogs foram convidados a fazer doações à "Non Believers Giving Aid"
Não está claro se se pode falar de uma "comunidade crente", mas se existe sua "ONG" é "Non Believers Giving Aid" que em 2010 foi à televisão e jornais em profusão. Seu site deu instruções para se beneficiar dos incentivos fiscais significativos no Reino Unido e EUA.
Segundo a Wikipedia, citando a mesma teia de "Non Believers Giving Aid" a "solidariedade dos não-crentes" reuniu US $ 500.000 (ou seja, 382,462 euros ou 317.700 libras esterlinas).
Mesmo recebendo grandes quantidades da Austrália e Nova Zelândia, parece claro que o dinheiro "não-crente" veio principalmente da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos. Na Grã-Bretanha há 13,4 milhões de "não-religiosos", segundo o relatório de 2010 do Parlamento britânico "Religião na Grã-Bretanha". Nos EUA há 21 milhões de ateus e agnósticos como consta no “ARIS Relatório”, de 2010. Se somarmos as pessoas que acreditam em um "poder maior", mas não desejam se definir como religiosas (os organizadores da próxima marcha atéia de Washington adicionam todos), totalizaria 48 milhões de americanos "não-religiosos."

Embora o terremoto no Haiti estivesse em todos os jornais e apesar da colaboração de 17 instituições militantes "não-religiosa" no Reino Unido e nos EUA, a solidariedade organizada dos 61 milhões "não-religioso" anglo-americana , apenas conseguiu meio milhão de dólares. Sem dúvida, ajudaram muitas pessoas carentes no Haiti e foi uma coisa boa recolher essa ajuda ... mas como medidor sociológico da generosidade do tecido social não-crente não é muito impressionante.
Em contraste, apenas na Inglaterra e País de Gales, região europeia muito seculaizada, em 2010, em meio a notícias sobre escândalos de pedofilia, a CAFOD (o equivalente anglo-galês a Mãos Unidas, solidariedade católica para o exterior) arrecadou para o Haiti 5,65 milhões de euros (7,4 bilhões de dólares ou 4,7 bilhões de libras). Ou seja, a ONG católica inglesa de ajuda ao desenvolvimento para o Haiti arrecadou 15 vezes mais do que a ONG dos “não-crentes”.
Insistimos em que os descrentes são o triplo dos católicos na Inglaterra e País de Gales. Há 13,4 milhões de não-crentes na ilha, enquanto apenas uma pequena minoria de 4 milhões de católicos (os católicos escoceses não contam, porque não doam para a CAFOD, sua sócia escocesa independente). Desses 4 milhões de católicos, apenas 1 milhão vai à igreja com alguma regularidade.
Isso permite dizer que o tecido social católico inglês, três vezes menor do que a "comunidade descrente", era, portanto, 15 vezes mais generoso. Isto é, na proporção (libras por pessoa em cada grupo social), 45 vezes mais generosa. E que, se apenas 13,4 milhões de "não-religioso" são britânicos: lembre-se que "Non Believers Giving Aid" possuem pelo menos 61 milhões de "não-religiosos" dos EUA e do Reino Unido.

Repassando os "poréns" (ou os “senões”)

Você poderia dizer que os não-religiosos também dirigiram, sem dúvida, sua generosidade através de outras entidades. O mesmo, porém, é verdadeiro para os católicos, anglicanos, evangélicos, etc ... porque muitos doaram à Cruz Vermelha ou a entidades não-confessionais.

Você também pode dizer que os 13,4 milhões de "não-crentes" britânicos são pouco militantes em sua identidade. Mas o mesmo é verdade para a comunidade católica britânica: temos dito que apenas um milhão vai à igreja regularmente.
Outra objeção que pode acontecer é que os não-crentes são pessoas generosas, mas não através de entidades, que não é justo comparar CAFOD e a "Non Believers Giving Aid" (apesar da imprensa e da Internet não parar de falar da "Non Believers Giving Aid", especialmente na Inglaterra, onde vive Dawkins).
Efetivamente, faria falta medir a generosidade individual do Inglês, em contraste com sua religiosidade.

E isso é o que acaba de fazer o "Market Tracker Report de 2011" (Relatório 2011 do Mercado Rastreador), pela Charities Aid Foundation (CAF), uma organização especializada em estudos sobre doações e patrocínios há 80 anos. O estudo analisou em detalhe 507 doadores com mais de 50 libras [60 euros] por ano, escolhidos com critérios estatísticos. Os resultados são claros:

- Os doadores com crenças, mas não praticantes (a metade dos entrevistados crentes admitiu não ter crenças muito fortes), davam bem mais que o dobro (576 libras, cerca de 700 euros) do que aqueles sem crenças religiosas (235 libras, é digamos, 282 euros)

- Doadores religiosos prestam muito mais atenção às ONG de saúde ou de assistência internacional ao desenvolvimento que as evangelizadoras. Apenas 31% dos doadores deu algo a programas religiosos para atividades religiosas, enquanto 68% doaram para organizações médicas e 48% de apoio à ajuda ao desenvolvimento internacional.

Saber organizar-se

Alguém poderia ainda contestar que os não-crentes em si são muito solidários e generosos, mas não estão sendo organizado em comunidades que se encontram e criam obras coletivas (paróquias, escolas, sindicatos, associações) não são muito eficazes em esforços coletivos.
Mas apenas que é simplesmente um argumento para os benefícios da religião organizada: a religião cria iniciativas de tecido social eficientes, superando o individualismo e o egoísmo tão comum no opulento ocidental da generosidade e gerando sinergias de generosidade eficazes.

Se isso é assim, a sociedade queira os cidadãos generosos, envolvidos e organizados, o que deveria fazer é promover a atividade religiosa, e desencorajar arreligiosidade

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