A propósito da situação do mundo atual, especialmente perante a perseguição movida contra a Igreja, visando especificamente o Papa e o sacerdócio católico, transcrevemos alguns tópicos da Encíclica Sobre a Igreja Católica, de Leão XIII, “Parvenu à la vingt-cinquième amnée”:
A Guerra contra a Igreja
“12. A guerra à Igreja assumiu, portanto, um aspecto de maior gravidade que no passado, não menos pela veemência que pela universalidade do assalto. Pois que a incredulidade hodierna não se limita à dúvida ou a negação desta ou daquela verdade da fé, mais impugna o conjunto dos princípios sagrados da revelação, apoiados pela sã filosofia: daqueles princípios sacrossantos e fundamentais que, ensinando ao homem o escopo de sua existência, o retêm no dever, infundido-lhe coragem e resignação e lhe prometendo a justiça incorruptível, e a perfeita bem-aventurança no além-túmulo, nele inculcam a subordinação do tempo à eternidade, da terra ao céu. E com que se substituíram esses ditames, esse incomparável conforto da fé? Com um cepticismo pavoroso, que enregela o coração e sufoca todas as nobres aspirações da consciência.
13. Essas funestas doutrinas passaram, além disso, como vedes, Veneráveis irmãos, da esfera das idéias para a vida exterior e ordem pública. Grandes e fortes Estados vão, de contínuo, pondo-as em prática, pretendendo, desta forma, favorecer o progresso da sociedade. Como se não devesse o poder público escolher e respeitar o que há de mais são na vida moral, supõem-se isentos do dever de honrar publicamente a Deus; e muitas vezes sucede que, embora jactando-se de indiferentes a todas as religiões, movem, entretanto, guerra à única religião que nele assenta sua estabilidade.”
A Guerra contra a Igreja
“12. A guerra à Igreja assumiu, portanto, um aspecto de maior gravidade que no passado, não menos pela veemência que pela universalidade do assalto. Pois que a incredulidade hodierna não se limita à dúvida ou a negação desta ou daquela verdade da fé, mais impugna o conjunto dos princípios sagrados da revelação, apoiados pela sã filosofia: daqueles princípios sacrossantos e fundamentais que, ensinando ao homem o escopo de sua existência, o retêm no dever, infundido-lhe coragem e resignação e lhe prometendo a justiça incorruptível, e a perfeita bem-aventurança no além-túmulo, nele inculcam a subordinação do tempo à eternidade, da terra ao céu. E com que se substituíram esses ditames, esse incomparável conforto da fé? Com um cepticismo pavoroso, que enregela o coração e sufoca todas as nobres aspirações da consciência.
13. Essas funestas doutrinas passaram, além disso, como vedes, Veneráveis irmãos, da esfera das idéias para a vida exterior e ordem pública. Grandes e fortes Estados vão, de contínuo, pondo-as em prática, pretendendo, desta forma, favorecer o progresso da sociedade. Como se não devesse o poder público escolher e respeitar o que há de mais são na vida moral, supõem-se isentos do dever de honrar publicamente a Deus; e muitas vezes sucede que, embora jactando-se de indiferentes a todas as religiões, movem, entretanto, guerra à única religião que nele assenta sua estabilidade.”
(Só faltou o Papa prever que a mão armada nestes assaltantes é a mídia internacional)
Prejuízos para a família
“16. Daí procedem todos os graves prejuízos que têm sofrido todas as partes do corpo social, começando pela família. Porque o Estado leigo, sem guardar nem os limites, nem o escopo essencial de seu poder, estende a mão para romper o vínculo conjugal, despoja-o de seu caráter sagrado, invade, quanto possível, os direitos naturais dos progenitores sobre a educação da prole, e subverte, igualmente, a estabilidade do matrimônio, sancionando com a lei a mal-falada licença do divórcio. Percebe-se facilmente quais sejam os frutos desses casamentos que se multiplicam, baseados exclusivamente em paixões ignóbeis, que logo se desfazem ou degeneram em trágicas lutas, se não em escandalosa infidelidade. E que dizer da prole inocente, abandonada ou pervertida pelos maus exemplos dos próprios pais, ainda envenenada pelo Estado oficialmente leigo?”
(Em seguida, após o Papa comentar sobre os Prejuízos para a ordem social e política e para a própria a ordem internacional causados por essa ignóbil perseguição, descreve o clima de anarquia geral que já se vislumbrava iria campear no mundo todo)
Anarquia geral
"19. Tão lamentável perturbação no terreno dos princípios fez germinar na classe popular a inquietação, o mal-estar e o espírito de rebelião, causando agitações e desordens freqüentes, que são o prelúdio de mais graves tempestades. A condição miserável da maioria do povo, muito merecedora de salvação e alívio, serve admiravelmente aos desígnios de espertos agitadores, assinaladamente aos socialistas, que, por meio de loucas promessas à plebe, prosseguem na execução de seus temíveis propósitos.
20. Assim como quem se lança ao precipício necessariamente tocará ao fundo, eis que a lógica vingadora dos princípios terminou na formação de uma verdadeira associação de delinqüentes, com instintos totalmente selvagens, que logo aos primeiros golpes causaram indizível terror. Constituída solidamente e com liames internacionais, já está prestes a erguer por toda parte sua mão criminosa, sem temer obstáculos, nem recuar antes os piores crimes. Seus filiados, rompendo todos os vínculos com a sociedade, com as leis, com a religião, com a moral, tomam o nome de “anarquistas”, propondo-se a destruir, com todos os meios que pode sugerir uma paixão cega e violenta, a organização social de cima a baixo. E como esta recebe a unidade e a vida da autoridade imperante, contra ela, principalmente, voltam seus ataques. Quem não terá estremecido, num misto de piedade e indignação, vendo, no espaço de poucos anos, serem agredidos e trucidados imperadores, imperatrizes, reis, presidentes de poderosas repúblicas, e sem outra razão que a de estarem investidos da autoridade soberana?"
(Mais de cem atrás, o Sumo Pontífice parecia prever o que está ocorrendo nos dias atuais, com a perseguição aos sacerdotes, religiosos e ao próprio Papa; vejam o que ele disse):
Perseguição dos Sacerdotes
37. Daí resulta que o sacerdócio católico, chamado a difundir praticamente a religião e a ministrar seus sacramentos, seja visado com maior pertinácia. Aumenta a audácia, dia a dia, interpretando-lhe sinistramente os atos, dando vulto às suspeitas, lançando-lhe as mais vulgares acusações, e aumenta em proporção a impunidade que lhe serve de garantia. Assim, novos preconceitos são acrescidos àqueles que já atingem o clero atualmente, tanto pelo tributo que é obrigado a pagar ao exército, grande obstáculo à sua preparação sacerdotal, como pela espoliação do patrimônio eclesiástico, constituído livremente pela piedade e generosidade dos fiéis.
Perseguição dos Religiosos
"38. As Ordens e Congregações religiosas, que na prática dos conselhos evangélicos se tornaram a glória, não apenas da religião mas também da sociedade, encontraram igual sorte diante dos inimigos da Igreja, sendo implacavelmente votados ao desprezo. E nós lamentamos o ter que lembrar como ainda recentemente forma alvo de odiosas e injustas medidas, as quais devem ter sido fortemente reprovadas por todos os espíritos retos. Não se lhes pode negar a integridade da vida, contra a qual nem mesmo os seus inimigos conseguiram fazer-lhes imputações sérias e fundamentadas, nem o direito de natureza que permite a associação para fins honestos, nem a lei constitucional que a sanciona; nem tão pouco o favor do povo, reconhecido aos preciosos serviços por eles prestados à ciência, à arte, à agricultura, e sobretudo pela caridade que dispensam às classes mais numerosas e aos membros mais pobres da sociedade. Entretanto, homens e mulheres, filhos do povo, que haviam renunciado espontaneamente às alegrias da família, consagrando ao bem do próximo, em pacíficas agremiações, a juventude, o talento, a atividade, a vida, foram, qual bando de malfeitores, em época em que por toda parte se prega a liberdade, votados ao ostracismo".
Perseguição do Sumo Pontífice
"39. Que admira sejam assim perseguidos os filhos mais caros, se não é melhor tratado o Pai, isto é, o próprio chefe da catolicidade, o Pontífice Romano? Os fatos são bastante conhecidos. Despojado pelo poderio civil da independência que lhe é necessária para a sua missão universal e divina, forçado, mesmo dentro de Roma, a fechar-se em sua morada, porque oprimido pela força inimiga, foi reduzido, não obstante às irrisórias garantias de respeito e às precárias promessas de liberdade, a situações anormais, injustas e indignas de seu excelso ministério. Conhecemos perfeitamente os obstáculos que se criaram em torno, truncando frequentemente as suas intenções e ultrajando-lhe a dignidade. Tornar-se, portanto, sempre mais evidente que a usurpação da soberania civil que tem por fim diminuir, a pouco e pouco, a força espiritual do Chefe da Igreja. E isto claramente o confessaram aqueles que foram os seus verdadeiros autores".
"40. Se ponderarmos os efeitos de tais fatos, veremos que não são apenas impolíticos, mas ainda anti-sociais, porque os golpes infligidos contra à religião são como outras tantas feridas abertas no coração da sociedade. E Deus, com efeito, que dotou o homem de qualidades essencialmente sociais, em sua providência fundou igualmente a Igreja e a colocou, segundo as palavras bíblicas, sobre o Monte Sião, a fim que de que servisse de luz, e com seus raios fecundos desenvolvesse o princípio da vida dos múltiplos aspectos da sociedade humana, comunicando-lhe normas sábias e celestes, com as quais se organizasse mais convenientemente. A sociedade, pois, que se subtrai à Igreja, que é parte considerável de sua força, decai ou se arruína, separando aquilo que Deus quer unido. Não cessamos de inculcar em toda ocasião oportuna semelhante verdade, e o quisemos fazer novamente, de propósito, nesta extraordinária conjuntura. Permita o Senhor que os fiéis, cheios de entusiasmo, coordene a sua ação mais eficazmente ao bem comum, e consigam esclarecer os adversários, a fim de que eles compreendam a injustiça que praticam perseguindo a mais amorosa das mães, a mais fiel benfeitora da humanidade".
(Esta era a situação do Papado em sua época, mas que foi piorando ao longo dos anos até chegar a atual. Como a Igreja é indestrutível, Leão XIII vê no final um grande triunfo d’Ela)
O triunfo final será da Igreja
"41. Não queremos que o quadro da dolorosa condição presente venha abalar no ânimo dos fiéis a fé no auxilio divino; pois Deus proverá, a seu tempo, e por vias misteriosas, a vitória final. Sentimo-nos contristados nos corações, mas não duvidamos, em absoluto, dos imortais destinos da Igreja. A perseguição, como dissemos a princípio, é sua herança, porque Deus lhe prepara bens mais altos e preciosos, provando e purificando seus filhos. Mas, permitindo as vexações e contrariedades, manifesta a sua divina assistência que lhe fornece novos e imprevistos meios de subsistir, dilatando-lhe a obra e impedindo que prevaleçam as forças conjuradas em seu dano. Dezenove séculos de vida, através das vicissitudes humanas, atestam que as tempestades passam e não lhe abalam os fundamentos.
42. Bem podemos animar-vos, pois que o momento presente traz consigo outros sinais que mantém inalterada a nossa fé. As dificuldades são formidáveis e extraordinárias, sem dúvida, mas os fatos que se desenrolam aos nossos olhos vêm atestar, ainda uma vez, que Deus cumpre suas promessas com bondade e sabedoria admiráveis. Não obstante as forças que contra ela conspiram, continua a Igreja, destituída de todo auxílio e apoio humano, a estender sua ação aos mais diversos ambientes. Não, o antigo príncipe deste mundo não mais poderá dominar como antes, pois foi expulso por Jesus Cristo, e as tentativas de Satã, embora cause muitos males, jamais conseguiram o triunfo supremo. É de se notar a tranqüilidade sobrenatural, fruto da ação do Espírito Santo, na Igreja, que ora reina não só nas almas boas, mas no conjunto da catolicidade, paz que se tornou profunda, mediante a união, mais intima do que nunca, do Episcopado com esta Cátedra Apostólica, formando um maravilhoso contraste com as agitações, os dissídios e o contínuo pulular das seitas que perturbam a tranqüilidade social. União harmoniosa existe também, fecunda de variadíssimas obras de zelo e de caridade, entre os Bispos e o Clero, entre este e o laicato católico, o qual, mais numero e livre do respeito humano, se vai disciplinando à ação, despertando para defender, em generosa porfia, a causa santa da Religião. Oh! Esta é a união que temos inculcado, que novamente inculcamos e abençoamos, a fim de que se desenvolva e se oponha, como invencível barreira, aos inimigos do Nome Divino.
43. É, com efeito óbvio, o renascimento e a reorganização de tantas associações que ora alegram a Igreja, semelhantes aos renovos que brotam do tronco da árvore. Nenhuma forma de piedade cristã por Ela é esquecida, quer para Jesus e os santíssimos mistérios da fé, quer em louvor de Sua Mãe Imaculada, quer ainda em honra dos santos que mais brilharam por suas insignes virtudes. Ao mesmo tempo, nenhuma obra de beneficência é esquecida, pois de maneiras diversas se procura a educação religiosa da juventude, a assistência aos enfermos, a moralização do povo e o socorro às classes deserdadas. E com que rapidez se ampliaria este movimento, quão mais útil e fecundo haveria de ser, se lhe não opusessem, frequentemente, injustos obstáculos e imposições hostis!
44. E o Senhor, que mantém a vitalidade da Igreja nas regiões em que Ela existe há muito tempo, e que se tornaram civilizadas, vem-na consolando ainda com novas esperanças, graças ao zelo de seus missionários, os quais não recuam ante os perigos, as privações e os sacrifícios de toda espécie, e em número sempre crescente prosseguem difundindo em países inteiros o Evangelho e a Civilização, e permanecem constantes, embora se lhes apaguem o bem que fazem com detrações e calúnias, à semelhança do divino Mestre.
45. As amarguras, portanto, são bastante suavizadas, e em meio do renhido combate muito temos com que nos alentar e esperar. Fato esse, em verdade, que deveria sugerir úteis reflexões ao observador inteligente e desapaixonado, levando-o a entender que assim como Deus não abandonou o homem às suas próprias considerações a respeito do fim último da vida, e lhe falou, assim ainda o faz em nossos dias, falando por sua Igreja, visivelmente amparada pelo auxílio divino, e por ele indicando onde se encontram a verdade e a salvação. Essa perene assistência deve infundir em nossos corações a invencível esperança de que no momento marcado pela Providência serão dissipadas as nuvens com que se procura encobrir a verdade, a qual resplandecerá mais ainda, em futuro não mui distante, e o Espírito do Evangelho reanimará os membros lassos e corrompidos dessa sociedade transviada".
15 anos depois desta Encíclica, Nossa Senhora dizia em Fátima:
“Por Fim, meu Imaculado Coração Triunfará!”.
Estamos agora mais próximos desse triunfo do que nunca! Por que? Porque não será um triunfo dos homens mas de Deus e de Sua Igreja, infalível e indestrutível.
Estamos agora mais próximos desse triunfo do que nunca! Por que? Porque não será um triunfo dos homens mas de Deus e de Sua Igreja, infalível e indestrutível.
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