quinta-feira, 8 de abril de 2010

O maior funeral da História

A propósito da atual campanha que se move contra o Papado e o Sacerdócio pela mídia, é bom lembrar o que representa na atualidade a figura do Papa. Ao final do pontificado de João Paulo II já se observava um fenômeno mundial, resumido nos seguintes aspectos:
1. O Papa superava, como estadista e chefe religioso, como o mais popular do mundo;
2. A Igreja desponta como a entidade que tem mais crebilidade no mundo, ao contrário dos políticos e da imprensa de modo geral, que cada vez mais caem no descrédito;
3. O Sumo Pontífice era (e continua sendo) procurado por governantes de todos os continentes, sendo o chefe de estado mais visitado no mundo (muito mais do que, por exemplo, o presidente americano);
4. Pergunte-se qual o líder religioso (muçulmano, budista, hindu, protestante, etc.) ou político (presidente americano, primeiro-ministro inglês, francês ou de qualquer país rico e poderoso) que tenha tido (ou venha tendo) desempenho semelhante;
5. Mesmo debaixo da enxurrada de calúnias da mídia contra Bento XVI, não diminuiu em nada (pelo contrário, vem aumentando) as visitas e o apoio de estadistas de todos os cantos e de todas as confissões. Nada abala a credibilidade do Papado.

Rememorando o maior funeral da História
Um dado importante que é preciso lembrar: não se tem notícia na História de um funeral com maior quantidade de pessoas - 4 milhões - como foi o de João Paulo II. No mesmo dia 8 de abril de 2005, vejamos o despacho da UOL na internet:

O corpo de João Paulo 2º foi enterrado nesta sexta-feira (8 de abril) diretamente sob a terra, debaixo de uma lápide de mármore branco na cripta da basílica de São Pedro, no mesmo lugar onde ficou o corpo do papa João 23º (1958-63) até sua beatificação, em 2000. O caixão de cipreste foi colocado dentro de outro de zinco e de um terceiro, de carvalho.
O enterro aconteceu após uma missa fúnebre a céu aberto, presidida pelo cardeal alemão Joseph Ratzinger, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, que durou duas horas e 25 minutos.
Antes do funeral, o caixão de João Paulo 2º foi colocado sobre o chão, no lado esquerdo da basílica. Na seqüência, uma Bíblia aberta foi posta sobre o ataúde do sumo pontífice, ao mesmo tempo em que sinos de todo o Vaticano soavam em sua homenagem.
Ratzinger iniciou a missa dizendo: "Oh, Deus, pai e pastor da humanidade, olhe para sua família reunida aqui em oração e receba o seu servo, o papa João Paulo 2º, que no amor de Cristo guiou a sua igreja, para dividir com o seu rebanho a recompensa dos ministérios do Evangelho".
Depois, o cardeal passou a palavra a uma jovem espanhola, Alejandra Correa, que pronunciou em espanhol a "Leitura dos Atos dos Apóstolos".
As autoridades estrangeiras, incluindo o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o norte-americano, George W. Bush, assim como o rei Juan Carlos da Espanha, entre muitos outros, foram instaladas à esquerda das escadas, de frente para o grupo de cardeais. Mais de 200 chefes de Estado e governo compareceram.
Um plano de segurança que envolveu cerca de 10 mil homens foi montado em Roma para garantir a segurança e dar assistência aos cerca de 4 milhões de peregrinos que lotam as ruas do Vaticano desde a morte do sumo pontífice, no dia 2 de abril.
O caixão do papa foi fechado na presença de um grupo de cardeais, entre eles o camerlengo (cardeal que desempenha interinamente as funções do papa), o espanhol Eduardo Martínez Somalo, e o secretário particular do papa, Stanislaw Dziwisz. Pela primeira vez na história da Igreja Católica, o rosto de um papa morto foi coberto com um véu branco de seda.
Canonização e aplausos
A multidão que assistiu ao funeral pediu aos gritos a canonização do papa João Paulo 2º: "Santo, santo, santo". A missa foi interrompida em várias ocasiões pela multidão que aplaudia e gritava as palavras mais repetidas durante seu longo pontificado: "Giovanni Paolo, Giovanni Paolo" (João Paulo, João Paulo).
"O papa (João Paulo 2º) nos vê e nos abençoa", disse Ratzinger durante a homilia (pregação que busca explicar um tema) da missa campal.
A homilia foi interrompida 13 vezes por aplausos de cerca de 200 autoridades e de uma multidão de fiéis que estavam na praça São Pedro.
"(João Paulo 2º) Agora está diante da janela da casa do Senhor. Nos vê e nos abençoa", disse o cardeal. "Não esqueceremos nunca o último domingo de Páscoa de sua vida, em que o papa, marcado pelo sofrimento, apareceu na janela do palácio apostólico e deu pela última vez a benção 'urbi et orbi'."
"Hoje enterramos os seus restos na terra como uma semente de imortalidade -nossos corações estão cheios de tristeza e, ao mesmo tempo, de alegre esperança e profunda gratidão", afirmou Ratzinger, para a multidão.
Um milhão de pessoas assistiram ao funeral do Papa na basílica de São Pedro e seus arredores, segundo estimativas das fontes de segurança citadas pela imprensa italiana.
Pelo menos 300 mil pessoas, em sua maioria jovens italianos e poloneses, estavam na praça São Pedro e na via da Conciliação, que leva à esplanada. As outras 700 mil estavam espalhadas diante dos 28 telões instalados em pontos estratégicos da capital italiana.
Juventude
Na homilia, Ratzinger deixou de lado a imagem de um papa idoso e curvado para lembrar de sua vida desde a juventude na Polônia.
A paixão do jovem Karol Wojtyla pela literatura, pelo teatro e pela poesia, que foi expressa em muitos de seus escritos posteriores, contrastava fortemente com o trabalho em uma usina química "cercada e ameaçada pelo terror nazista", disse Ratzinger.
O cardeal falou de como o papa começou a ler teologia e filosofia e entrou para um seminário clandestino durante a Segunda Guerra Mundial.
Em sua ascensão religiosa, Wojtyla soube da nomeação para bispo auxiliar da Cracóvia quando fazia canoagem com um grupo de jovens nos lagos Mazury, nordeste da Polônia.
Ao galgar postos na Igreja, o papa passou a ter menos tempo para a literatura e os estudos, o que, de acordo com Ratzinger, "deve ter sido para ele como perder a própria identidade".
Ratzinger falou brevemente dos 26 anos de papado de João Paulo 2º, usando passagens da Bíblia para lembrar seu amor por todas as nações e seu conselho aos fiéis para "ficarem firmes com o Senhor".
Somente no final do sermão, Ratzinger falou sobre o sofrimento público do papa em seus últimos anos.
"Impulsionado por essa visão (de que o sofrimento é uma expressão de amor), o papa sofreu e amou em comunhão com Cristo, e é por isso que a mensagem de seu sofrimento e seu silêncio foram tão eloquentes e produtivos."
Enterro
O caixão de João Paulo 2º, carregado por 12 funcionários do Vaticano, foi retirado em procissão do átrio do templo para a basílica, onde foi enterrado na cripta, diretamente ao nível do solo sob uma lápide simples de mármore branco. Essa cerimônia foi íntima e não contou com a presença dos meios de comunicação.
Antes de ser levado para a basílica, o caixão foi exposto por alguns minutos aos fiéis pela última vez, recebendo a ovação da multidão, que clamou mais uma vez pela canonização.
No fim do funeral, os sinos da basílica de São Pedro ressoavam o toque dos mortos e muitos bispos acenavam as mãos na última despedida a Karol Wojtyla.
Uma autoridade do Vaticano disse que o caixão do papa foi enterrado às 14h20 (9h20, horário de Brasília), encerrando os ritos fúnebres que duraram quase sete horas.
A basílica reabrirá suas portas às 7h (2h de Brasília) deste sábado, mas os fiéis não poderão visitar a tumba de João Paulo 2º antes de segunda-feira.

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