terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A ESCOLÁSTICA E O QUODLIBETA NAS UNIVERSIDADES MEDIEVAIS

Escolástica (do latim “Scholasticus”), era o clérigo dirigente da escola vinculada à igreja principal. No início do Cristianismo, o ensino do Catecismo teve aquela função regulamentada com a designação de um clérigo que, futuramente, ficou dirigindo a escola vinculada à igreja principal, ou catedral. No decorrer dos anos, o termo foi evoluindo até tomar o significado que tem hoje: nome de um método de ensino utilizado nas escolas e universidades medievais a partir do século XI. Várias etapas compõem esse método. A primeira consiste em comentar e explicar os autores, isto é, os escritores considerados autoridades na matéria tratada. A isso chama-se “lectio”, na verdade uma exposição que começa com a análise do texto, de sua correção e significação. A seguir, uma discussão (“disputatio”), onde se estabelece a sentença, isto é, o ensinamento que se pode tirar do texto. A partir do momento em que esse texto é posto em questão, surge a terceira fase do método ("qauestio”) na qual alunos e mestres apresentam a conclusão do que examinaram (“determinatio”), sempre dirigida pelo professor. Então, “lectio”, “disputatio”, “quaestio”, e “determinatio” formam o caminho percorrido pela Escolástica para se chegar á Verdade, que seria a “conclusio”.
Surgiu, então, o QUODLIBETA, do latim, quod (o que) e libet (agrado); ou seja, “o que agrada”. As questões quodlibetanas eram as argumentações que os estudantes de teologia deviam discutir duas vezes ao ano (na prima do Natal e prima da Páscoa) sob argumentos de sua escolha, mas tudo num clima de conversa ou discussão agradável e distensiva. A “quaestio” (questões, terceira fase da Escolástica) eram estruturadas em seis fases:
1. O enunciado; 2. A listagem das razões a favor da tese que será rejeitada; 3. A listagem das razões a favor da tese resolutiva; 4. O enunciado da tese resolutiva; 5. A ilustração da solução escolhida; 6. A contestação da tese errada.
No século XI já havía umas dez universidades em toda Europa. Os docentes (ou mestres) nem sempre eram religiosos, porque a essa altura já haviam sido graduados muitos filhos de nobres que não se interessavam na vida monástica e muitos estudantes pobres. Para isto foram criadas as universidades: o que queria ser padre já tinha os mosteiros, porém o homem comum ou o nobre precisava de uma escola onde formar-se. Robert de Sorbon, por exemplo, fundou a primeira universidade para os pobres, a hoje famosa Sorbone.
A Escolástica tornou-se, com o tempo, o nome que sintetiza as doutrinas teológicas e filosóficas dominantes na Idade Média, cujo cume foi atingido com o Tomismo

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