sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Onde estão os falsos profetas do passado?

A propósito da reunião dos dirigentes das 20 nações mais ricas do mundo (o G-20), nota-se que os discursos dos dirigentes brasileiros repetem uma antiga cartilha, isto é, na falta de capacidade de apresentar solução para os difíceis temas abordados o melhor é acusar os Estados Unidos pelos seus erros. Como vem acontecendo há muitos anos, a diplomacia brasileira, dominada por elementos esquerdistas e anti-americanos, peca sempre por esta grande fraqueza: tentar crescer às custas dos supostos erros americanos.
A propósito, poder-se-ia fazer a seguinte pergunta: os governantes têm, realmente, condições de impor normas ao mercado “globalizado”? Será que não têm razão alguns “profetas” do passado, segundo os quais deixaria de existir “impérios” econômicos nacionais e se passaria (com a globalização) a existir impérios supranacionais, formados por grupos econômicos poderosos de diversos países diferentes? O poder econômico da China pertence ao governo de lá ou aos grupos que investem seus recursos naquele país?
Assim como antigamente, o mundo atual está repleto de falsos profetas. Vários deles fizeram muitas previsões no final do século passado. No entanto, estas figuras que gostam de adivinhar o futuro parecem calar sua voz no final desta primeira década do milênio. A única “profecia” que circula ultimamente é a dos Maias, e esta é apenas uma previsão catastrófica dos elementos da natureza. Era comum no final do século passado e no início deste se ouvir o pronunciamento futurista de algum "especialista" sobre diversos temas da atualidade, como economia, ciência, política, etc.. O título mais usado para lhes qualificar é o de "guru", filósofo, pensador, analista, cientista, etc.
Um exemplo destes “profetas” tivemos no italiano "Toni" (ou Antonio) Negri, tido como filósofo e "o mais debatido pensador da esquerda européia". Trata-se de um criminoso, preso desde 1997, acusado de ter sido o mentor do grupo terrorista "Brigadas Vermelhas" que assassinou o primeiro-ministro Aldo Moro em 1978. Pois bem, tal "pensador" publicou um livro em 2000, com o título de "Império", onde o autor diz estabelecer nova terminologia para aquela palavra, pela qual não mais são denominadas as nações que estabelecem o império, mas uma "nova ordem" (diríamos um caos) em que são eliminados os conceitos de nação, fronteira, raça, etnia, povo, etc.
Tal livro foi descrito pelo jornal "New York Times" como a "primeira grande síntese teórica do novo milênio", pois trata da estrutura política que sustenta o chamado mundo globalizado numa organização inteiramente indiferente a nações, fronteiras, povos, raças, etc. Nesta perspectiva, os Estados-nações não têm mais controle sobre movimentos de capital ou lutas sociais. Nesta nova configuração o "império" não tem mais limites e nem se circunscreve a um povo ou país.
No texto o autor insinua que o mundo capitalista ruiria após o comunista, os EUA atacariam os países árabes, que lhe suscitaria maior ódio em todo o mundo e terminaria por causar-lhe uma bancarrota financeira e política. Segundo o autor, os americanos não têm recursos suficientes para manter a guerra contra o Iraque, e isto está sendo feito pelas organizações deste imaginado "império" extra-nacionalista e globalizado...
Como se sabe, a URSS sucumbiu e caiu o muro de Berlim, símbolo da divisão dos dois mundos, capitalista e comunista. Faltou cair o mundo capitalista, representado pelos EUA, e para tanto teria de haver uma catastrófica recessão. Tudo indica que Obama está empurrando aquele país para ela, mas não chegou lá ainda.
Vários “profetas” passaram então a prever o que viria depois, que tipos de sociedades os homens construiriam após o fim da "guerra fria” e do suposto fim do comunismo. O americano James Dale Davidson e o inglês William Reesmogg, ambos financistas, publicaram o livro “The great reckoning” (O grande ajuste de contas), onde afirmam que o mundo estaria a caminho de uma grande recessão, uma catástrofe social como poucas já registradas na história. Grandes companhias, bancos e instituições poderosas, vão falir uma após outra. O desemprego será maior do que em qualquer outra época, e os mais privilegiados terão de abandonar as grandes metrópoles em busca de segurança. O uso de certas drogas será legalizado para conter a explosão social, e o islamismo substituirá o marxismo como desafio ideológico. “O Grande ajuste de contas” prevê, ao final de tudo, um mundo melhor do que o atual para os sobreviventes da catástrofe.
Outro “profeta” foi o francês Pierre Lellouche, conselheiro do ex-prefeito de Paris, Jacques Chirac, especialista em questões estratégicas. Segundo ele, com o fim da “guerra fria”, não prevalecerá uma nova ordem Norte-Sul, mas uma desordem mundial que poderá durar até três décadas. Revoluções nas antigas repúblicas soviéticas, ameaça nuclear de países islâmicos contra a Europa, etc..
O jornal “L’Express”, de 13.11.91, publica entrevista de Jacques Séguela, presidente de instituto de pesquisa dos costumes, no qual o mesmo prevê brevemente o fim da chamada “sociedade de consumo”, fruto da ecologia e da preocupação de preservação do meio ambiente.
O grego Cornelius Castoriadis, filósofo radicado na França desde 1945, também faz suas previsões. Seu pensamento está contido nos livros “Socialismo ou Barbárie”, “Os Destinos do Totalitarismo”, “A Instituição Imaginária da Sociedade” e “As Encruzilhadas do Labirinto”, mas pode-se resumir no seguinte: com o agravamento do caos na URSS e no Ocidente, surgirá então um mundo autogovernado de coletividades autônomas. O filósofo disse que há uma minoria que já trabalha neste sentido, e que a palavra-chave é despertar o público da apatia e esperar que cresça a saturação pela sociedade de consumo. Está proclamado que o futuro da humanidade é a autogestão, e isto caminha para as conclusões filosóficas do indigenismo, do autoctonismo, conforme apregoam os estruturalistas.
Depois da segunda guerra contra o Iraque, a mídia deu ênfase ao escritor francês Emmanuel Todd. Ocorre que referido historiador e demógrafo havia publicado um livro na década de 70, "La Chute Finale" (A Queda Final), onde o mesmo previra a previsível ruína do império soviético. Decorridos mais de 30 anos, o Autor publica outra obra: "Após o Império: Ensaio sobre a Decomposição do Sistema Americano", que conquistou a lista dos mais vendidos em vários países europeus, editado em 2002, mas já traduzido para mais de 11 idiomas. Seguindo a corrente de "profetas" modernos, ele também prevê a ruína do império econômico dos Estados Unidos.
Emmanuel Todd especializou-se em previsões. Nos anos 90 havia publicado outro livro profético, intitulado "A Ilusão Econômica", onde critica a globalização da economia e a União Européia, prevendo o fracasso desta última. Isto vinha lhe aumentando o prestígio como analista seguro de eventos futuros no mundo.
Assim como existem os que prevêem o futuro da sociedade humana em sua forma política e social, há também aqueles que falam sobre mudanças na própria estrutura genética, como o cientista britânico Martin Rees. Dedicado à astronomia, pertencente à Royal Society e do King's College da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, publicou um livro com o título "Our Final Hour" (Nossa Hora Final). O autor critica no livro os perigos que a alta tecnologia pode causar ao mundo contemporâneo. Se sobrevivermos a nós mesmos e às nossas máquinas cada vez menores e mais perigosas, temos um encontro marcado com um sombrio futuro "pós-humano". No subtítulo de capa o autor deixa entrever qual o objetivo de seu livro: "Alerta de um cientista: como terror, erro e desastre ambiental ameaçam o futuro da humanidade neste século - na Terra e além". Quem vê o mundo ao seu redor dificilmente notará se algo neste sentido está mesmo acontecendo...
O maior perigo que o Autor chama a atenção é para a guerra biotecnológica e o que ele chama de "nanotecnologia" (o que seria o mesmo que pequenas tecnologias ou microtecnologias). Desta forma seria possível se construir armas de pequeno porte tão letais quanto às nucleares instaladas nas ogivas de foguetes. As novas tecnologias poderão concentrar poderes excepcionais não somente em pequenas nações mas até mesmo em um só indivíduo, conduzindo à derrocada da civilização.
Caso o homem consiga suplantar todas estas ameaças e sobreviva, estarão abertas as portas para a transmutação da espécie. A seleção natural daria lugar à manipulação genética artificial. Implantes biônicos conectados ao cérebro humano poderiam, em tese, ampliar as habilidades existentes e até mesmo favorecer novas faculdades. Seriam novas características genéticas que o homem adquiria na era "pós-humanidade", talvez adquiridas até mesmo em colônias espalhadas pelo espaço cósmico, caso a terra fique inabitável.
O Autor resume o início deste processo com a possibilidade de 50%, admitida por ele, de haver ainda neste século uma hecatombe de destruição em massa.
E existem muitas outras previsões. Todas elas catastróficas. De repente, estas vozes futuristas se calam, não se ouve mais falar delas. E a única profecia factível, não de natureza econômica, mas social, é a de Fátima, cujos desenlaces não chegaram ainda ao seu paroxismo mas está prestes a ocorrer nos próximos dias. E sua ocorrência já foi comprovada, pois os “erros da Rússia” se espalharam pelo mundo, a segunda grande guerra foi uma hecatombe tremenda (“esta guerra vai terminar mas virá outra pior”, disse a Virgem em 1917), faltando se cumprir uma catástrofe maior, “muitas nações serão aniquiladas” e o triunfo da Igreja: “por fim, meu Imaculado Coração triunfará”.

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