Há uma tendência mundial para consagrar a popularidade, e esta através das multidões. Tudo aquilo que leva multidões atrás de si tem o carisma da popularidade e é aceito facilmente pela sociedade. E é assim que os cantores modernos gostam de gravar seus CDs com suas músicas sendo antecedidas por gritos entusiásticos de multidões - as famosas claques de auditório (nem que seja pura montagem sonora); os artistas se vangloriam de ter seus palcos abarrotados de multidões; os políticos prezam tanto as multidões que mandam fazer pesquisas com frequência para saber se estão no gosto da massa; até mesmo os jogadores de futebol vivem em função das multidões, perante as quais eles promovem seus espetáculos esportivos. No mundo moderno, ai daquele que for desprezado pelas multidões: estará condenado ao ostracismo e á ruína.
Não é correto julgar que as multidões sempre estão com a razão. Estava errada aquela multidão que pedia a morte de Cristo perante Pilatos; estava errada aquela multidão que aplaudia delirantemente o ditador Hitler, ou a que aplaudia outros ditadores como Lênin e Stalin.
Será que estava correta a multidão que elegeu Bush, Fernando Henrique ou Lula? E aquela de supostamente derrubou o ditador do Egito? Não sabemos; somente a História, no futuro, poderá julgar que estas multidões estavam certas.
Não há, por exemplo, uma multidão mais coesa e mais certa do que a católica, que se manifesta sem tumultos, sem alaridos, sem chamar a atenção pelo ruído ou pela demagogia. Portanto, não causou muito impacto entre os católicos a notícia divulgada pelo IBGE de que os católicos diminuíram e os protestantes e ateus aumentaram no Brasil. Diminuímos mas ainda somos uma multidão, não esta multidão tumultuosa e demagógica, mas silenciosa e ordeira, que tem, antes de tudo, que prestar contas a Deus sobre nossa vida e não aos homens.
Alguns adágios e frases sobre multidão:
- "A multidão é a mãe dos tiranos" (provérbio grego);
- "O meio mais seguro de arruinar um país é dar poder aos demagogos (provérbio grego);
- "A multidão tem muitas cabeças mas não tem cérebro" (Theodore Fuller);
- "Mesmo quando uma coisa é vergonhosa, ela não o parece quando louvada pela multidão" (Cícero);
- "A popularidade é a glória dos demagosos. A glória é a popularidade dos santos e heróis" (Plínio Corrêa de Oliveira);
- "La popularité, cette grand menteuse" - a popularidade, esta grande mentira (Victor Hugo, em "Les voix interieure");
- "La popularité? C'est la gloire en gros sous" - A popularidade? Eis a glória grosseira" (Victor Hugo, em "Ruy Blas, Acte III, sc 5);
- "A massa é um grande povo sem alma" (Lamartine);
-"A aura popular é como a fumaça, que desaparece em poucos instantes (Marquês de Maricá).
-"Eu aborreço e rejeito as vossas festas; não me é agradável o cheiro dos sacrifícios dos vossos ajuntamentos... Aparte de mim o ruído dos teus cânticos; eu não ouvirei as árias que cantares ao som de tua lira" (Amós, 5,21 e 23).
A discussão sobre a quantidade de pessoas nas multidões que engrossam as passeatas de homossexuais e de protestantes tem sido o ponto capital mais em pauta. Mas que sejam 1, 10 ou 100 milhões de participantes não nos interessa; o que importa é saber se estão corretas, se estão fazendo algo bom ou ruim.
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