Segundo notícia divulgada nessa semana Fidel foi excomungado, sim; mas é um assunto pouco ventilado. O que se dá mais realce é a sua suposta “volta” à Igreja. Mais um lance publicitário e hipócrita... seria uma boa idéia, principalmente se com isso o povo de Cuba ficasse livre definitivamente do comunismo.
A notícia, veiculada pela ACI/EWTN Notícias, afirma que o ex-ditador cubano “deseja regressar ao seio da Igreja Católica” durante a próxima visita do Papa à ilha em março vindouro. Essa especulação foi difundida pela imprensa italiana, especialmente partida dos diários “La República” e “La Stampa”. A filha de Castro, Alina Fernández, declarou que seu pai, ultimamente, está se “aproximando” da Religião e de Deus.
A filha do ex-ditador diz que é uma católica devota, e para comprová-lo afirma que visita Roma com certa freqüência. Há especulações, também, sobre uma possível visita de Castro a Bento XVI quando de sua próxima visita a Cuba. Sabe-se, porém, que Fidel Castro foi excomungado pelo Papa João XXIII em janeiro de 1962, por haver se declarado marxista leninista e ser responsável pela expulsão de padres da ilha e de haver fechado inúmeras escolas católicas. A notícia não cita as mortes de católicos e sacerdotes também efetuadas pelo regime castrista. Nem tampouco, dos milhares de exilados que fugiram do regime e hoje vivem em Miami e diversas partes do mundo.
Abaixo segue alguns dados do excomungado e ex-ditador, extraído de uma reportagem publicada em “Catolicismo”, de agosto de 1974:
Breve biografia de um excomungado:
“Um precursor dos "hippies"
Fidel Castro nasceu em 13 de agosto de 1926, filho de um fazendeiro rico. Freqüentou as escolas paroquiais e fez o curso secundário com os Jesuítas, em Havana. Ingressou na Universidade em 1945 e recebeu seu diploma de advogado em 1950. Casou-se com Mirtha Díaz Bolart em 1948, divorciando-se em 1955.
A passagem de Castro pela Universidade já prenunciava o revolucionário que viria surgir depois no cenário internacional.
Durante o ano de 1947 participou de uma frustrada tentativa de invasão da República Dominicana.
Um especialista cubano em comunismo, Díaz Versón, informa que Castro se empregou como agente soviético desde os últimos anos de sua adolescência. Segundo esse autor, entre os funcionários russos que estiveram em Cuba figurou G. W. Bashirov, o qual já havia atuado na Espanha como recrutador de jovens. Bashirov desempenhou missão especial na ilha, não se alojava na embaixada, mas numa casa particular situada na Calle Segunda, n. 6, Miramar.
Em meados de 1943, muitos jovens cubanos começaram a visitar a residência de Bashirov. Díaz Versón cita o nome de vários, entre os quais Castro.
Em 1944, Bashirov foi chamado a Moscou para informar e, pouco depois, retornou com novas instruções. Determinou que alguns integrantes do grupo se infiltrassem nos partidos políticos não comunistas. Ordenou que três deles não se comprometessem com as atividades do Partido Comunista, porque estavam reservados para futuras missões: Fidel Castro, Antonio Nuñez e Alicia Alonso.
Fidel era um jovem estranho para os padrões cubanos da época. Embora filho de pai rico, que não lhe negava dinheiro, usava roupa suja e velha, e não se preocupava em mudar de camisa.
Não acatava normas das mais usuais do trato social. Por exemplo, tinha o costume de tirar os sapatos onde tivesse vontade de fazê-lo, sem se importar com o ambiente que o cercava. Não perdeu aliás esse costume: há alguns anos a imprensa publicou fotos mostrando-o com as mãos nos pés descalços, no meio de vários assistentes.
Foi um "hippy" vinte anos antes de surgir o movimento "hippie". Os trajes, as maneiras, as longas barbas e certos hábitos que introduziu na revolução cubana precederam o estilo "hippie", que depois invadiria o mundo.
Durante seus anos acadêmicos, conforme registros da polícia cubana, participou de bandos estudantis que utilizavam até o assassinato como arma política.
Fidel, ainda durante seu período universitário, participou do levante comunista de abril de 1948, em Bogotá, que passou à História com o nome de "Bogotazo".
Há muita documentação sobre esse episódio sangrento. A participação de Fidel Castro tem sido ignorada, atenuada ou mal interpretada pela maioria dos comentadores. Tenta-se explica-la como sendo uma travessura juvenil, mas não foi nada disso. Naquela época, Castro já era um agente de confiança do Cremlin.
Castro chegou à capital colombiana com credenciais da Federação Mundial da Juventude Democrática, organização marxista sediada em Moscou.
Há um despacho da UPI de 19 de abril de 1948, muito interessante, assinado pelo correspondente de Bogotá, Alcides Orozco:
"Esta mañana, estando sientado en el vestíbulo del Claridge Hotel [...] llegaran dos detectives preguntando por el gerente. Al ser recibidos en la oficina, dijieran que buscaban a dos cubanos, Fidel Castro y Rafael del Pino, quienes paraban en dicho hotel.
Los dos detectives tomaron posesión de la correspondencia de los cubanos, que abrieron en mi presença y dijieron que tenian informes fidedignos de que Castro y Rafael del Pino habian dirigido o saqueo del 9 de abril com motivo del asesinato del dirigente liberal Jorge Eliécer Gaitán.
La correspondencia demonstró que ambos pertenecían al partido comunista cubano, y las cartas fechadas en la Habana el 9 de abril, mencionan los desórdenes de Bogotá".
Castro e del Pino refugiaram-se na embaixada de seu país para evitar a prisão como agentes comunista e instigadores da insurreição armada. O Dr. Guilhermo Belt, chefe da delegação cubana à Conferência Panamericana, que se reuniu na época em Bogotá, mandou-os de regresso à Cuba por via aérea.
O governo da Colômbia forneceu na ocasião amplas provas de que os dois jovens eram agentes do Cremlin. O chefe dos serviços de segurança do país aludiu a eles como "conhecidos comunistas". O Presidente Mariano Ospina Perez, em discurso, denunciou-os como "comunistas e organizadores da insurreição".
Voltando a Havana, Castro retomou os estudos, abandonou os bandos estudantis homicidas para não comprometer o futuro que lhe reservava o PC e, em 1950, recebeu seu diploma.
Seu irmão mais moço, Raul Castro, entrou na Universidade em 1950 e foi colocado em contato com os comunistas. Pouco tempo depois estes enviaram-no para os países da Europa Oriental. Não se sabe onde passou o tempo em que se esteve aperfeiçoando na ideologia e nos métodos marxistas. Algumas versões afirmam ter ele estado em Moscou; outras, em Praga. O certo é que também Raul, figura de proa do movimento revolucionário que derrubou Batista e hoje o segundo homem em Cuba, foi desde os primeiros anos de sua juventude um comunista ardoroso e agente de confiança da Rússia Soviética.
Fidel dedicou-se às atividades políticas, sempre como homem de esquerda, de 1950 até 1953”.
Veja o texto integral da reportagem “Uma História de embuste e violência”.
Após tantos crimes, e impor tanto sofrimento a milhares de patrícios cubanos, o ex-ditador e excomungado poderá ser recebido pelo Papa, e com isso fazer crer a muitos que está se “convertendo” à Igreja. Mais um ato da peça do enorme embuste que continua sendo aplicado naquele triste povo caribenho.
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