segunda-feira, 11 de abril de 2011

A necessidade de reverenciar os mortos



O tema da reverência devida aos mortos veio à tona nesses últimos dias. Três notícias chamaram a atenção para o assunto: na primeira, a cremação do cadáver do ex vice presidente; na segunda, a desistência dos japoneses de incinerar os cadáveres vítimas do terremoto e tsunami; e na última, a cremação isolada de uma das crianças assassinadas no massacre de Realengo, no Rio. A cremação e incineração são sempre consideradas a mesma coisa. No entanto, é preciso que se frise que, geralmente, a cremação é o ato de se queimar os cadáveres, atingindo ou não sua total decomposição; diz-se que é uma incineração quando tudo vira cinzas. Antigamente, especialmente entre os pagãos, a cremação era feita em fogueiras comuns. Aliás, ainda hoje existe tal costume na Índia. A cremação entre os países ditos civilizados é feita em fornos incineradores a temperaturas altíssimas, fazendo com que todos os elementos do corpo, isto é, carne, cabelos e até os ossos, se vaporem completamente e virem um montão de cinzas, chegando assim à incineração. Há também o costume de incinerar apenas as ossadas restantes da decomposição do corpo. Como a temperatura de tais fornos chega a atingir mil graus, não ficará nenhuma célula do corpo que reste no final do processo. A incineração reduz um corpo de 70 quilos num montão de cinzas que mal chega a um quilo. O que motivaria uma família a mandar cremar o corpo de um ente querido falecido? Várias são as razões, mas nenhuma delas de natureza prática ou sanitária, a não ser em épocas de calamidades, quando então o processo é tolerado a fim de não se propagar pragas e pestes públicas. Existe uma razão natural que deveria mover as pessoas ao contrário, isto é, deixar que os corpos se decompusessem da forma como foram formados: naturalmente. Nem vamos colocar o problema aqui sob o ponto de vista da Igreja, que antigamente negava até mesmo exéquias aos corpos cremados. Com o último Concílio, o Código de Direito Canônico mudou as normas, estabelecendo o seguinte: "A Igreja aconselha vivamente que se conserve o piedoso costume de sepultar o cadáver dos defuntos; sem embargo, não proíbe a cremação, a não ser que haja sido eleita por razões contrárias à doutrina cristã" (Código de Direito Canônico, cânon 1176 par. 3). Analisemos o problema do ponto de vista simplesmente natural. Como é que o homem é gerado, cresce e desenvolve o seu corpo? De forma lenta e natural. O NATURAL tornou-se, no mundo de hoje, o recurso encontrado para toda norma de vida. Os alimentos mais procurados são os chamados NATURAIS. A forma de vida mais preferida é também a NATURAL. Quer dizer, quando se refere à vida, tudo deve seguir o caminho NATURAL. Quando se refere, porém, à morte, há uma tendência a fugir de seus efeitos e, por isso, procuram se desfazer do cadáver de uma forma ANTINATURAL. O processo NATURAL que Deus deixou para se desfazer de nossos corpos foi o sepultamento, onde a decomposição de suas partes vão se dando aos poucos e ao longo dos anos. Mas não é este o meio preferido por determinadas pessoas. Qual a razão de se ter tanta pressa no desfazimento do corpo através da cremação? Vejam as muitas razões que mostram a necessidade que temos de prestar reverência aos mortos e lhes dar dignas sepulturas. Aqui o texto completo no site Glória TV.


Na Índia, os corpos são queimados e depois jogados no rio


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