quarta-feira, 13 de abril de 2011

Onde foi parar a riqueza da URSS?


A União Soviética tinha uma extensão territorial de 22 milhões de km 2, quatro vezes a do Império Romano, o maior da Antiguidade em seu apogeu. Um colosso. Realmente tratava-se do império mais colossal que já houve na história da humanidade. Que resta dele hoje?

A URSS e seus países satélites, em torno de 15, formavam um conglomerado impressionante envolvendo quase trezentos milhões de habitantes, extensão incomensurável e uma propalada riqueza fabulosa. Comumente era chamada de “Superpotência”.

Na época, a propaganda habilidosamente escondia uma miséria humana interna enorme ao mesmo tempo que espalhava aos quatro cantos do mundo um poder econômico e militar jamais vistos. Dizia-se que a URSS, tendo a Rússia como líder e modelo, rivalizava com os países ou impérios mais ricos do mundo em poder econômico e militar, possuindo exércitos bem preparados, armamentos modernos, submarinos ultra bem equipados e conhecimentos científicos de fazer inveja.

Quando começou a desmoronar a “Cortina de Ferro” (feita exatamente para esconder do mundo a verdade), aí foi aos poucos surgindo as feridas do falso colosso e se desmascarando o maior bluff propagandístico jamais existente. E como é que esse falso colosso conseguia rivalizar com os americanos na corrida espacial? Como é que conseguiram o “segredo” da bomba atômica e recursos (financeiros, tecnológicos e materiais) para competir com os americanos? Foram eles, inclusive, os pioneiros em lançar um homem ao espaço, cuja data foi lembrada por toda mídia mundial neste mês. Depois desse sucesso efêmero, a propaganda e a mentira não conseguiram mais superar a realidade, e os americanos sempre estiveram na frente dessa corrida, por sinal, insana.

Os primeiros sinais das fraquezas deste gigante de pés de barro começaram quando se aventuraram a divulgar seus produtos manufaturados, geralmente de péssima qualidade. Aqui mesmo no Brasil tivemos um exemplo com a chegada (e a retirada rápida de circulação) do automóvel Lada. Um avião chamado Topolev, que só tinha como clientes as 15 tristes nações participantes do bloco comunista e um outro do bloco muçulmano, foi um outro exemplo de fracasso.

Ora, a manutenção desse enorme “bluff” durante tanto tempo, sete décadas, só foi possível graças a uma poderosa máquina de marketing a serviço dos soviéticos. Rios de dinheiro, vindos do Ocidente, financiavam tal engodo, tudo a serviço de uma doutrina, de uma mística, de um regime que prometia ser a “redenção da humanidade”. Uma elite de magnatas das finanças, inclusive grandes banqueiros europeus e americanos, injetava dinheiro em profusão no governo soviético. Deu em quê? O que resta da URSS? O que representa hoje a Rússia, o carro-chefe daquele conglomerado de países miseráveis sob a batuta de um regime ditatorial e desumano?

Depois da queda da trama, estando o engodo muito visível, as tubas da propaganda preferem silenciar o nome da Rússia, quase nada se fala dela. Quem fala hoje do Pacto de Varsóvia? Se tinha tanto poder porque emudeceu como se nada representasse no panorama militar do mundo? Falamos do que ocorre hoje, porque naqueles tempos, ao contrário, o noticiário sobre a Rússia e a URSS dominava as páginas dos jornais diariamente. Tudo o que ocorria lá era aqui noticiado. E hoje? Nada.

É porque, hoje, temos a China que ocupa o lugar da URSS. E quanta propaganda gratuita se faz também deste outro “colosso”! É costumeiramente chamada de “Superpotência emergente”, dando a entender que pode a qualquer momento voltar a ser o que era antes, caso sua situação “emergente” venha a naufragar. E o pior é que muita gente tida como séria, especialmente na grande mídia internacional, dá credibilidade a todos os informes econômicos que vêm de lá.

Ora, sabendo-se que na China ainda impera o regime comunista, para o qual a verdade é apenas uma questão de momento e pode ser impostada pelo Estado, como é que se acredita tão facilmente em seus dados? O governo de lá diz que seu PIB é o que mais cresce no mundo, mas tal realidade não é checada com critério, pois o governo chinês não permite que nenhuma entidade internacional fiscalize suas informações e procure encontrar dados incorretos ou mentirosos. A única verdade que se nos apresenta factível são as notícias de trabalho escravo, a tirania estatal contra a liberdade de expressão e uma enorme multidão de famintos que vegeta no interior daquele país grande apenas na extensão e na população.

Ah, há outra verdade inconteste: milhares de burgueses e multimilionários levaram para lá suas fortunas em empresas chamadas “joint venture”. Assim, conseguem aumentar suas fortunas, explorando o trabalho escravo dos pobres chineses, ao mesmo tempo que conseguem pagar menos impostos e colaboram com o comunismo chinês.

E se, de uma hora pra outra, o regime resolver desapropriar tudo e instalar o comunismo mais radical? E aí, onde tais burgueses vão chorar suas misérias? Duvido que, tal ocorrendo, tenham calma suficiente para agüentar tudo com resignação: é possível até que muitos se matem com desespero... Outros dirão a título de consolo: “se me arranjarem um emprego de gerente das empresas desapropriadas, não seria nada mau...”

E tal é a fortuna mundial enterrada na China que uma situação imaginada acima poderia causar a maior comoção financeira na economia do planeta. As bolsas do mundo todo estourariam de uma hora para outra e, enfim, o comunismo teria conseguido quebrar o Ocidente capitalista. Não está longe o dia em que o “bluff” chinês também irá ruir. E aí todos verão o quanto se mentia sobre a festejada riqueza chinesa.

Até agora só criaram na mídia a idéia de que a tecnologia chinesa é capaz de competir com os americanos na corrida espacial. Ou tentaram mas não vingou porque essa corrida perdeu muito seu peso na opinião pública. Um exemplo do atraso da China: um empresário baiano foi visitar aquele país, pensando talvez em levar seu rico dinheirinho para ser aplicado por lá. O seu ramo é agropecuária, sendo este o setor que quis conhecer. Que decepção! Segundo ele, a agricultura chinesa é uma das mais atrasadas do mundo, vivendo ainda com técnicas do século XVI. O Brasil está, portanto, 5 séculos na frente! E qual a razão do algodão chinês ser mais competitivo do que o nosso? Com uma área plantada cinco vezes maior (produz mais porque planta mais, embora a produtividade seja menor), utilizando-se de mão de obra barata e escrava, conseguem colocar o algodão no mercado internacional com preço bem inferior, como de resto ocorre com todo produto que vem de lá.

Nossa presidente, na onda da propaganda chinesa, foi visitar aquele país. Segundo a mídia, Dilma conseguiu algo de bom (a troco de quê?) com a “promessa” de investimentos em torno de 12 bilhões de dólares, no Brasil, oriundos de equipamentos eletrônicos. O que a mídia cala prudentemente é que a empresa responsável por tal “promessa” é a Foxconn, responsabilizada apelo suicídio de dezenas de funcionários chineses no ano passado por causa do tratamento desumano que dava aos mesmos. Veja a notícia no G1:
Segundo informa "O Globo", a empresa reajustou os salários de seus funcionários e acabou com um “sistema” lá criado, que consistia no seguinte: construiu uma verdadeira cidade-fábrica em Shenzhen, onde milhares de trabalhadores dormiam, comiam, trabalhavam e faziam suas compras. Não se parece um pouco com as antigas senzalas do sistema escravagista brasileiro? Pois bem, após reajustar os salários e acabar com a cidade-fábrica (ou senzala) a empresa começou a perder competitividade e suas ações caíram na bolsa.
Prometendo instalar uma fábrica no Brasil, certamente obteve alguma “compensação” do governo brasileiro, isto é, fechar os olhos para a violação das leis trabalhistas. É assim que os magnatas das finanças mudam facilmente suas empresas de um país para outro. Ser competitivo é ter produto mais barato, mesmo que isso se obtenha com exploração do ser humano como ocorre na China. Se fôssemos relacionar aqui as empresas que saíram do Ocidente (Estados Unidos e Europa, principalmente) e instalaram-se na China, não caberia numa simples postagem. Se a riqueza da ex União Soviética não passava de um “bluff”, esvaziado com a implosão do bloco soviético, que dizer da propalada ‘riqueza emergente da China” se não que é a repetição do mesmo engodo? Embora com extensão territorial menor do que a da URSS, cerca de 9,5 milhões de km2, a China, no entanto representa importante base de apoio aos magnatas das finanças ocidentais na Ásia, que abrem suas empresas também em outros países vizinhos, como nos chamados "Tigres Asiáticos". O “made in China” tornou-se uma etiqueta de qualquer produto oriundo da região.

Nenhum comentário: