Glasgow (Quinta-feira, 16-09-2010, Gaudium Press) Em plena Festa de St. Niniam, o primeiro dos missionários britânicos, o Papa Bento XVI presidiu hoje à tarde uma missa no Bellahouston Park, em Glasgow, no mesmo lugar onde 28 anos atrás celebrou ali uma missa seu antecessor, João Paulo II.
Em sua homilia, o Papa pediu que escoceses e todo o povo britânico combatam a "ditadura do relativismo" e as "tentações ilusórias": drogas, dinheiro, sexo, pornografia, álcool. Aos jovens, o Papa apelou para que "conduzam suas vidas com valor à Deus e si mesmos" e aos bispos, solicitou que cada um seja "pai e irmão" dos sacerdotes e sinal de unidade para eles.
"O Reino de Deus está muito próximo de você!". Com estas palavras do Evangelho de Lucas, o Papa cumprimentou à população reunida para a missa. "Verdadeiramente, o Reino de Deus já está no nosso meio!", afirmou, acrescentando que somente Cristo é "uma esperança que nunca desaponta em suas promessas". "Eu vim como um arauto desta paz para vocês, filhos espirituais de Santo André, e para confirmá-los na fé de Pedro".
Bento XVI veio à Escócia com uma mensagem de encorajamento para todos os católicos. Ele clamou para que todos continuem a construir "um futuro mais brilhante para a Escócia baseado na nossa herança cristã comum" e exortou profissionais católicos, políticos e professores da Escócia, a "usar seus talentos e experiência a serviço da fé, engajando a cultura escocesa contemporânea em todos os níveis".
Bento XVI recordou então a "histórica visita" de seu "amado predecessor" Papa João Paulo II, em 1982, com uma missa no mesmo local. Seu chamado para que todos caminhem "de mãos dadas com seus companheiros cristãos levou a uma maior confiança e amizade com os membros da Igreja da Escócia, a Igreja Episcopal Escocesa, entre outras comunidades cristãs".
O Papa abordou, então, a questão da profissão da fé na vida da sociedade. "A evangelização da cultura é o mais importante nos tempos atuais, quando uma 'ditadura do relativismo' ameaça obscurecer a verdade imutável da natureza do homem, seu destino e seu bem maior", observou o Papa, que repetiu seu apelo às autoridades e às pessoas mais simples para não excluir a crença religiosa, mas para promovê-la no discurso público.
A crença religiosa, continuou o Papa, é geralmente privatizada ou mesmo pintada como "uma ameaça à igualdade e à liberdade". A religião é "uma garantia de autêntica liberdade e respeito, conduzindo-nos a olhar para cada pessoa como um irmão ou irmã". "A sociedade hoje precisa de vozes claras que declarem nosso direito a viver, não em uma selva de liberdades arbitrárias e auto-destrutivas, mas em uma sociedade que trabalha pelo verdadeiro bem-estar dos seus cidadãos, oferecendo a eles guia e proteção diante das suas fraquezas e fragilidades."
Depois, o Papa dirigiu-se aos aos bispos da Igreja Católica. "Sua principal tarefa pastoral deve ser com seus sacerdotes e com a santificação deles", pediu. A colaboração precisa ser acompanhada pela caridade completa e pela oração por suas vocações, observou.
O Papa apelou também pela unidade entre o padre e seus bispos. "Se comprometam pessoalmente em formar seus sacerdotes como um grupo de homens que inspira outros a se dedicarem completamente ao serviço de Deus Todo Poderoso".
O Santo Padre pediu também aos bispos da Escócia para "serem pais e guias na santidade" para os diáconos "encorajado-os a crescer em conhecimento e sabedoria".
O Santo Padre lembrou aos sacerdotes, por sua vez, a necessidade de viver na santidade. "Preguem o Evangelho com um coração puro e uma consciência limpa" e "dediquem-se somente a Deus e você se tornarão exemplos brilhantes para os jovens de uma vida sagrada, simples e alegre", declarou. Aos monges, freiras e religiosos da Escócia, o pontífice pediu para serem uma luz sobre uma colina, vivendo uma vida cristã autêntica de oração e ação.
Outras fortes palavras de encorajamento o Santo Padre endereçou aos jovens católicos da Escócia: "Eu os exorto a liderar vidas merecedoras de Deus e de vocês". O pontífice alertou-os os também a respeito das muitas "destrutivas e desagregadoras" tentações "que são colocadas na frente deles todos os dias", como as drogas, o dinheiro, o sexo, a pornografia e o álcool.
"A única coisa que dura é o amor de Jesus Cristo. Procure-o, conheça-o, e o ame, e ele o libertará da escravidão da deslumbrante mas superficial existência frequentemente proposta pela sociedade atual", asseverou o Papa.
Bento XVI finalizou sua homilia com uma oração em uma língua antiga "Sìth agus beannachd Dhe dhuibh uile; Dia bhi timcheall oirbh; agus gum beannaicheadh Dia Alba" (A paz e a benção de Deus para todos vocês: Deus cerca vocês e abençoa o povo da Escócia!). Em Glasgow, o Papa lembrou também de duas importantes datas para o Ecumenismo: o 450º aniversário da Reforma Parlamentar e o 100 aniversário do Conferência Missionária Mundial em Edimburgo, que, como ele mesmo declarou, é "amplamente conhecida por marcar o nascimento do movimento ecumênico moderno".
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