quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O que resta de nossa memória histórica?



O antigo forte denominado "Casa da Torre", na Bahia, tem projetos de recuperação, embora pareça meio tardio. É curioso como a memória histórica de nosso povo foi degradada nos séculos passados, e somente agora se pensa em recuperação ou coisa semelhante. No vídeo acima, nada de mais extraordinário a mostrar a não ser a linda música barroca de fundo musical (trata-se de "Magnificat", de Lobo de Mesquita), pois as ruínas e a mata que cobrem a antiga fortificação não deve ser motivo de orgulho para os brasileiros. A degradação de tal monumento histórico não data de muito tempo, pois o último descendente de Garcia D'Ávila foi o famoso Visconde de Pirajá, que lutou bravamente nas guerras de independência da Bahia (1822/1823). Não deixou descendentes, tendo caído em ruína financeira exatamente porque gastou sua fortuna naquela guerra. A recompensa por tão desprendido amor à sua Pátria foi um titulo nobiliárquico que nada lhe rendeu e nem conseguiu se ressarcir das despesas com a guerra. Seus últimos dias foi esquecido e desprezado, vitimado por doença mental além da ruína financeira. Conheça mais sobre a história e cultura do monumento acessando o site da Casa da Torre.

Caso pior ocorreu com o seminário dos jesuítas (situado no lugarejo de Belém, muncipio de Cachoeira), destruído após a expulsão dos mesmos no século XVIII, cuja memória só deixou como único remanescente a pequena capela, conservada ainda hoje por causa da devoção popular ao fundador e reitor daquele seminário, o padre Alexandre de Gusmão. Lá também há projeto de recuperação (veja clicando aqui), não existindo porém sequer vestígio das antigas paredes do edifício. Duas personalidades extraordinárias estiveram frequentando aquele seminário: o inventor do balão, Pe. Bartolomeu de Gusmão, sobrinho do reitor (cujas experiências foram realizadas em Cachoeira, às margens do Rio Paraguaçu) e Santo Antonio de Santana Galvão, que iria se formar como jesuíta mas foi obrigado a deixar o seminário por causa do fechamento do mesmo e a expulsão dos padres do Brasil.

Dentro da capelinha que pertencia ao seminário de Belém de Cachoeira há uma tumba com os restos mortais do Padre Alexandre de Gusmão, venerado ainda hoje pela população católica do lugar.

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