Os Reis Magos não só adoraram o Menino Jesus, mas Lhe deram riquíssimos presentes: “E, entrando na casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe, e, prostrando-se, O adoraram; e, abrindo os seus tesouros, Lhe ofereceram presentes (de) ouro, incenso e mirra” (Mt 2, 11).
Uma pergunta paira no ar: que presentes lhes deram a Sagrada Família em retribuição? É impossível que eles tenham voltado para suas terras sem uma lembrança do Menino Jesus e de Seus Pais. No entanto, o Evangelho é omisso sobre isso.
Esta hipótese da falta dos presentes aos Reis Magos é impossível que se tenha dado por vários motivos. Um deles é por causa da virtude da gratidão, plena em Nossa Senhora e muito viva em São José. E a Santíssima Virgem não só havia sido educada segundo as regras desta gratidão, mas, por ser quem era, recebeu luzes especiais para praticá-la em toda a sua vida. Especialmente naquilo que dizia respeito ao Seu Divino Filho Ela nunca poderia deixar de ficar agradecida com os favores recebidos, retribuindo-os à altura. Interiormente, Ela deve ter prometido ser grata a todos aqueles que buscassem Seu Filho com reconhecimento e oferendas e, mais ainda, para O adorar.
Assim, foi a gratidão, por exemplo, que levou-A a correr à casa de Santa Isabel para transmitir a grandiosa notícia de que o Messias encarnara-Se em seu ventre. Ela sentia a necessidade de ter que extravasar para alguém aquela alegria contagiante que Lhe enchia o coração. A quem dar tal notícia? A quem testemunhar tamanha alegria e felicidade? A São José era impossível, embora fosse seu fiel esposo, pois Sua concepção comportava algo tão milagroso e alto que o seu próprio esposo não entenderia. Esta tarefa competia aos Santos Anjos. Desta forma, a pessoa indicada para extravasar sua grandiosa alegria era mesmo Santa Isabel, pois além de ser mulher (e provavelmente sua confidente) estava também grávida de uma forma milagrosa. E tal foi o entusiasmo e a alegria naquele encontro que provocou o Magnificat.
Agora, quanto aos Reis Magos, que presentes Nossa Senhora lhes teria dado para retribuir o que eles faziam pelo Seu Filho? E claro que muito mais do que presentes de coisas materiais, Ela os cumulou de inúmeras graças celestiais. Mas será que Ela não desejava que os Santos Reis levassem para suas terras algo que lembrasse para sempre aquele sacral encontro? E que tal lembrança fosse perpetuada aos seus descendentes?
Quando a Santíssima Virgem recebeu a Anunciação do Anjo e ficou grávida do Menino Jesus teve, certamente, milhares de meditações e revelações sobre o que fazer daquele momento em diante. E quantas cogitações não deve ter tido sobre a forma de agradecer os favores dados ao Seu Filho!
Por conhecer muito bem as Sagradas Escrituras Ela sabia que os Reis do Oriente viriam adorar o Seu Filho. Sabia que, sendo eles reis, não viriam de mãos vazias. Ora, sabendo disso, Ela não teria se preparado para receber esses reis em sua casa? Provavelmente deve ter preparado todo um cerimonial, todo um ritual e solenes festas para receber tão ilustres visitantes. Dentro destes cerimoniais não estão ausentes as regras de etiqueta e educação, algumas surpresas especiais e presentes. É muito difícil de imaginar o que Ela preparou para aquele momento. Mas podemos supor que foi algo que fizesse perpetuar a memória de Seu Filho divino entre aqueles reis e seus povos, talvez até o fim do mundo.
E estes preparativos e presentes estavam em sua bagagem de viagem, pois mesmo na situação em que se encontravam Ela tinha plena confiança de que as profecias se cumpririam e que alguns reis do Oriente viriam adorar o Menino Jesus, cheios de presentes.
Vamos, agora, imaginar como teria sido a recepção aos Reis Magos e quais presentes lhes teria dado a Sagrada Família. Como eram três os Reis, é provável que tenha durado três dias as visitas, cada um tenha se apresentado cerimoniosamente ao Menino Jesus em dias separados. A cada um que se apresentava, com toques de cornetas de seus serviçais, Nossa Senhora retribuía com belíssimos cânticos em homenagem ao rei e ao seu povo. Após os presentes reais seguiam-se os dEla. Quais teriam sido? Ciente de perpetuar a memória de Seu Filho não pode ter sido alguma coisa efêmera, de pouca duração. Assim, além de um santo Escapulário que impôs a cada um, Ela deve ter dado a graça de conterem misticamente em seu peito o Sagrado Coração do Menino Jesus, que além de santifica-los, duraria até o fim dos tempos. Quanto aos presentes materiais, compete a cada um imaginar o que de mais fabuloso e fantástico exista para retribuir ao que os Reis Magos Lhe ofertara e, de modo especial, que seja algo que perpetue neles a mensagem do Natal.
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