sábado, 27 de dezembro de 2025

OS ARAUTOS DO EVENGELHO SÃO PERSEGUIDOS POR QUAL IDEOLIGIA?

 


 Em sua defesa perante a perseguição sofrida com a imposição do Comissariado, os Arautos do Evangelho repetem algumas vezes que a motivação dos perseguidores foi ideológica. Porém, talvez por ser difícil a caracterização, não define que ideologia é essa. Não seria, também, por causa de certa inveja da graça fraterna? Foi o caso dos jesuítas que, no século XVIII, foram perseguidos e até fechados pelo Vaticano, sendo restabelecidos apenas 40 anos depois.  Os jesuítas eram tão cultos, inteligentes e santos que provocaram a inveja da graça fraterna entre seus próprios irmãos na Fé, os quais deram guarida a falsas acusações de desafetos e invejosos. Conseguiram alcançar os objetivos naquela perseguição porque teve forte participação do poder estatal: as perseguições e proibições de alguns governos, especialmente o de Portugal através do famigerado Marquês de Pombal, serviram de pretexto para a ação do Papa. Graças a Deus, no caso do Arautos, o poder estatal não obteve êxito e todos os processos judiciais foram arquivados por falta de provas. E esse fator foi muito ponderado por João de Aviz e seus comandados.

Está implícito no sistema ideológico implantado hoje na Igreja, qual seja, o da “Teologia da Libertação” ou dos chamados progressistas, a quase indefinição de suas ideias. Isto porque, quando o fazem, geralmente, são repelidos pela opinião pública.

Afinal, qual a ideologia religiosa do cardeal João Braz de Aviz? Que tipo de posição ele adota perante a ação da Igreja no mundo? É somente progressista moderado ou pertence ao grupo da “Teologia da Libertação”? Ele já se definiu quanto ao seu modo de pensar?

Aparentemente, pelas declarações que andou fazendo, o personagem é vazio de ideologias. Seu pensamento parece que só se manifesta em coisas práticas da vida, talvez fosse apenas o mundanismo infiltrado na Igreja. Nesse caso, ele não seria caracterizado como progressista ou adepto da TL, não desenvolve atividade militante ou simplesmente intelectual em defesa destes grupos infiltrados na Igreja. Será isso mesmo?

De outro lado, precisamos analisar não somente o Cardeal João Braz de Aviz, mas, quase toda a equipe que ele nomeou para tentar destruir os Arautos. Sim, e tais companheiros dele nessa batalha possuem alguma ideologia ou são vazios como ele? Para simplificar: são simplesmente mundanos que invadiram importante órgão do Vaticano? Nesse caso, precisaríamos analisar todo o  pensamento desta equipe, tentando ver, uma a um, o que há de comum na ideologia do grupo. 

Julgo tal tarefa muito difícil, pois a partir do Vaticano II o que ficou patente na nova mentalidade que dominou grande parcela do clero é, exatamente, essa indefinição; os próprios documentos conciliares são cheios de dubiedades, deixando na opinião pública a ideia de conclusões instáveis sobre temas tão importantes. Mesmo assim, em certas ocasiões expõem algumas ideias com lógicas internas, denunciando a existência de grupos organizados com fins específicos. O que os define não é o que manifestam no pensamento, mas no modo de agir.

O que a mídia diz é que Aviz é defensor da Teologia da Libertação, mas não menciona nenhuma obra intelectual em que defende suas ideias, pelo simples fato de que nunca as publicou. Só se fala em suas críticas aos políticos e nada mais. Seus “pensamentos” foram expressos por ele em alguns vídeos do YouTube, mas manifestam apenas, de modo geral, liberalidade mundana misturada com certo misticismo religioso progressista. Tornou-se conhecido pelos gracejos e falta de seriedade em suas homilias e entrevistas, demonstrando completa falta de seriedade com os cargos que ocupou. Logo após sua nomeação para o que ocupava ultimamente, declarou gracejando que não tinha conhecimentos teológicos para o mesmo.  Em algumas declarações defende a promiscuidade entre homens e mulheres, inclusive entre os de vida conventual e consagrada. Mas, tais pensamentos não estão condizentes com o ideal político e social da TL, e sim como puro mundanismo ou, até mesmo, sensualidade clara e visível.

Podemos, então, afirmar categoricamente que a única ideologia com a qual seu grupo perseguidor se identifica é com a TL, embora não tenhamos em mãos pronunciamentos claros sobre isso. Fanaticamente adeptos da TL, viram nos Arautos do Evangelho exatamente o contrário do que pregam, que é uma liberdade excessiva em todos os setores da atividade humana. De outro lado, viram também na vida religiosa dos Arautos, em suas comunidades, conventos ou institutos de ensino, a prática assídua das virtudes cristãs, especialmente da castidade. E isso, ele mesmo declarou que não suporta. Não somente ele, mas todo defensor da TL odeia a castidade, virtude, aliás, essencial ao sacerdócio, mas pouco praticada pelo clero moderno. Exatamente por não praticarem mais a castidade é que praticam atos clamorosamente pecaminosos, como a pedofilia, objeto de escândalos públicos que envergonham a Igreja. Tais escândalos invadiram os órgãos da mídia alguns anos atrás, tendo sido objeto de um memorável artigo de Monsenhor João Clá, o qual foi publicado em importantes órgãos da imprensa mundial.

 

"A Igreja é imaculada e indefectível"

Este foi o título do artigo, de autoria de Monsenhor João Clá, publicado em 2010, defendendo o clero católico contra uma intensa campanha de calúnias veiculada pela mídia no mundo inteiro.  Por simples denúncias, jornais e TVs passaram a veicular todo tipo de notícias escandalosas maculando a boa fama e a honra de diversos sacerdotes e bispos. Havia casos escabrosos, como o da cidade de Boston, em que dezenas de pessoas, em geral já maduras, acusavam padres de violências morais supostamente praticadas há dezenas de anos, quando os acusadores eram ainda crianças. Mesmo assim, a justiça aceitava as denúncias, visando, sempre, extorsões financeiras além da desonra moral. A arquidiocese de Boston foi obrigada a fazer um acordo com a justiça, pois não tinha condições financeiras de arcar com o pagamento das expensas judiciais.

Após a publicação do citado artigo de Monsenho João Clá, aos poucos a campanha de calúnias foi diminuindo, até se acabar completamente alguns anos depois. Como reconhecimento, seria justo que o órgão do Vaticano premiasse os Arautos e Monsenhor João Clá por ter publicado obra tão auspiciosa em defesa da boa fama e da honra do clero em todo o mundo, especialmente a do Papa Bento XVI, muito visado nas calúnias. Pelo contrário, o que houve foi ingratidão e nenhum reconhecimento daquele benefício recebido.

Deste modo, poderemos concluir que a “ideologia” que motivou a perseguição aos Arautos do Evangelho foi, simplesmente, a da sensualidade, exposta pelo fato dos perseguidores odiarem a virtude da castidade. Se há outros motivos, pessoais ou de grupos, não ficou ainda visível e comprovado.

 

 

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