quarta-feira, 3 de março de 2021

A TÉCNICA MODERNA DA MANIPULAÇÃO MIDIÁTICA



Além da “cortina de fumaça” (encobrir astutamente o objetivo de uma notícia), existem outras técnicas de manipulação da opinião pública, segundo informa o filósofo esquerdista Noam Chomsky. Segue abaixo a lista das "10 estratégias de manipulação” dos princípios sociais e econômicos de forma a atrair o apoio inconsciente dos meios de comunicação para a manipulação da opinião pública. É bem verdade que há exageros, pois o autor pretende simplesmente desmoralizar as elites por causa de problemas de ordem econômica e de poder, sem contudo mostrar outros aspectos, como os de ordem moral e religioso. Mas, algo do que diz é verdadeiro.

1. A estratégia da distração

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas.

A técnica é a do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações sem importância. 

 A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética.  

Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, atraída por temas sem importância real. 

Manter o público ocupado,  sem nenhum tempo para pensar.

2. Criar problemas e depois oferecer soluções

Este método também é chamado: “problema  reação  solução”

Se cria um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o suplicante das medidas que se deseja fazer aceitar.

Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o requerente de leis de segurança e políticas, em prejuízo da liberdade.  Esta tática é também muito usada para propagar o aborto de forma velada: fazendo reportagens de mulheres que morreram após o aborto dando a entender que se fosse legalizado morreriam menos.

Ou também: 

Criar uma crise econômica para que o povo aceite como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos. 

3. A estratégia da gradualidade

Para fazer que se aceite uma medida inadmissível, basta a aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, num prazo ampliado. 

 Dessa forma, as novas condições impostas, as mudanças radicais são aceitas sem provocar revoltas. 

4. A estratégia do adiar

Outra maneira de provocar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura.

É mais fácil aceitar um sacrifício futuro que um sacrifício imediato.

Primeiro, porque o esforço não é imediato.

Segundo, porque a massa, ingenuamente crê que “amanhã tudo irá melhor” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado.

Isto dá mais tempo ao cidadão para se acostumar à ideia da mudança e de aceitar com resignação quando chegar o momento. 

5. Dirigir-se ao público como criaturas de pouca idade

A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonações particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse uma criatura de pouca idade ou um deficiente mental. 

Quanto mais tente-se procurar enganar o espectador, mais tende-se a adotar um tom infantil.

Por que? 

“Porque dirigir-se a uma pessoa como se tivesse 12 anos ou menos, tenderá, por sugestão, a adotar respostas ou reações mais infantis e desprovidas de sentido crítico”. 

6. Utilizar o aspecto emocional muito mais que a reflexão:. 

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para curto-circuitar a análise racional, e neutralizar o sentido critico dos indivíduos.  

Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou injetar ideias, desejos, medos e temores, compulsões, ou  induzir a determinados comportamentos.

7. Manter o povo na ignorância e na mediocridade:

Fazer com que o público seja incapaz de compreender a tecnologia e métodos utilizados para seu controle e escravidão. 

“A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância entre estas e as classes altas permaneçam inalterada no tempo e seja impossível alcançar uma autêntica igualdade de oportunidades para todos.” 

8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade

Fazer crer ao povo que está na moda a vulgaridade, a incultura, o ser mal falado ou admirar personagens sem talento ou mérito algum, o desprezo ao intelectual, o exagero do culto ao corpo e a desvalorização do espírito de sacrifício e do esforço pessoal. 

9. Reforçar o sentimento de culpa pessoal:

Fazer crer ao indivíduo que ele é o único culpado de sua própria desgraça, por insuficiência de inteligência, de capacidade, de preparação ou de esforço. 

Assim, em lugar de rebelar-se contra o sistema econômico e social, o indivíduo se desvaloriza , se culpa, gerando em si um estado depressivo, que inibe sua capacidade de reagir e sem reação, não haverá revolução.

10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem: 

Nos últimos 50 anos, os avanços da ciência geraram uma crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles utilizados pelas elites dominantes. 

Graças à biologia, a neurobiologia e a psicologia aplicada, o Sistema tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicológica. 

O Sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele se conhece.

Isto Significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um maior controle e poder sobre os indivíduos, superior ao que pensam que realmente tem. 

(Noam Chomsky - Visões Alternativas -http://www.slideshare.net/UmbertoPacheco/manipulacao-miditica)

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