sexta-feira, 30 de outubro de 2020

ALGUMAS REVELAÇÕES DA BEATA ANA CATARINA DE EMMERICH SOBRE A CRISE NA IGREJA

 

A Beata Anna Catalina Emerich[1] não só previu, mas viu a crise dentro da Igreja. Viu ela que um terço dos demônios que estavam no inferno seriam soltos em torno de cinqüenta ou sessenta anos antes do ano 2000, aos quais Deus daria certo tempo para agir na terra, mas findo este tempo seriam novamente sepultados no inferno. Quer dizer, seriam exorcizados de uma forma que não permaneceriam nos “ares”, fazendo algum mal aos homens, mas seriam projetados de volta para o inferno.

Monsenhor Delassus, que publica tais visões, comenta:

“Várias vezes Anna Catharina fala da igreja dos apóstatas, que também chama de igreja das trevas e cujos progressos ela mostra. Ela também assinala nessa igreja a presença e a influência de certos cúmplices dos principais chefes da franco-maçonaria. Que igreja é essa? Ela não o precisa, senão pela frase que lemos acima: “Aqui tudo é mais natural”, e que parece indicar que com isso ela compreendia os propósitos daqueles que desertam da ordem sobrenatural para se porem mais à vontade no naturalismo”.

Mas a construção deste maldito templo satânico, que era o corpo místico do demônio e sua falsa igreja, só seria possível com a destruição da Igreja de Cristo. Daí a atuação constante dos demolidores:

 

“Fileiras de trabalhadores ocupados no trabalho de destruição estendiam-se através do mundo inteiro, e fiquei espantada com a coordenação com que tudo era feito. Os demolidores destacavam grandes pedaços do edifício. Esses sectários são numerosos e entre eles há apóstatas. Realizando o trabalho de destruição eles precisam seguir certas prescrições e certas regras. Usavam aventais brancos, debruados com uma faixa azul e guarnecido de bolsos. Tinham colheres de pedreiro fixadas na cintura. Ademais, têm vestimentas de toda espécie. Entre eles existem personagens distintos dos outros, grandes e corpulentos, com uniformes e cruzes, os quais, contudo, não trabalhavam diretamente, mas marcavam nas paredes das igrejas, com a colher de pedreiro, o que era preciso demolir. Vi com horror que havia entre eles padres católicos. Freqüentemente, quando os demolidores não sabiam bem como agir, eles se aproximavam, para se instruírem a respeito, de um dos seus, que tinha um grande livro no qual estava traçado todo o plano a seguir para as destruições, e este marcava exatamente, com a colher de pedreiro, o ponto que devia ser atacado; e logo um pedaço caía sob as marteladas. A operação prosseguia tranqüilamente seu ritmo e caminhava infalivelmente, mas sem despertar atenção e sem ruído, tendo os demolidores os olhos à espreita”.

 

Em suas visões, a Bem-Aventurada via que o objetivo principal dos demolidores era Roma, era o Papado:

 

“Vi, um dia, o Papa em oração. Ele estava rodeado de falsos amigos. Vi sobretudo um homem-negro trabalhar para a ruína da Igreja com grande atividade. Ele diligenciava em cativar os cardeais através de adulações hipócritas”.

 

As visões da Bem-Aventurada Catharina Emmerich abarcam toda a História do Universo e a Obra divina. Desde a criação do mundo até a vinda do Anticristo.  Sobre os dias que viriam após sua época, viu de uma forma simbólica o crescimento do corpo místico de satanás da seguinte forma:

 

“Eu vejo as trevas se adensarem. Ameaça uma grande tempestade, o céu está coberto de um modo apavorante. Há poucas pessoas que rezam e a aflição dos bons é grande. Vejo por toda a parte as comunidades católicas oprimidas, humilhadas, arruinadas e privadas de liberdade. Vejo muitas igrejas fechadas. Vejo grandes misérias se produzirem em todos os lugares. Vejo guerras e sangue derramado.

“Tive a visão de uma imensa batalha. Toda a planície estava coberta por uma espessa fumaça.  Vinhas estavam cheias de soldados, de onde atiravam continuamente. Era um lugar baixo; viam-se grandes cidades ao longe.  Vi São Miguel descer com numerosa tropa de anjos e separar os combatentes. Mas isso só acontecerá quando tudo estiver perdido.  Um chefe invocará São Miguel e então a vitória descerá”.

“Vi São Miguel pairando sobre a igreja de São Pedro, brilhante de luz, usando uma vestimenta vermelho-sangue e segurando na mão um grande estandarte de guerra. Verdes e azuis combatiam contra os brancos, que pareciam sofrer a derrota. Todos ignoravam porque combatiam. Entretanto, o anjo desceu, foi aos brancos e eu o vi várias vezes à frente de todas as suas coortes. Então eles ficaram animados de uma coragem maravilhosa, sem que soubessem de onde isso lhes vinha.  O anjo multiplicava seus golpes entre os inimigos, as tropas inimigas passavam para o lado dos brancos, outros fugiam para todos os lados”.

 

Sobre a demolição da Igreja a Bem-Aventurada teve diversas visões, chegando ao ponto de vê-La a tal ponto destruída que só restava de pé o Santíssimo Sacramento.  Nisto ela viu um homem que defendia a Igreja:

 

“Eu estava acabrunhada de tristeza e me perguntava onde estava aquele homem que eu tinha visto outrora permanecer sobre a Igreja para defendê-la, usando uma vestimenta vermelha e segurando uma bandeira branca”. 

 

Se ela não via neste momento o homem que “outrora” defendia a Igreja é porque este já havia entrado na glória, pois em seguida é Nossa Senhora em pessoa que luta pela igreja:

 

“Então vi uma mulher cheia de majestade avançar pela grande praça que fica diante da igreja. Ela tinha seu amplo manto erguido sobre os dois braços, e ela se levantou suavemente no ar. Ela se postou sobre a cúpula e estendeu sobre a Igreja, em toda a sua extensão, o manto que parecia faiscar de ouro”.  “Os demônios acabavam de tomar um instante de repouso; mas quando quiseram voltar ao trabalho foi-lhes absolutamente impossível aproximar-se do espaço coberto pelo manto virginal”. 

 

Os anjos bons agora ocupavam tais espaços, preparando o ambiente para a vinda do Reino de Maria.

É chegado a hora em que, após o Varão da Destra de Nossa Senhora ter subido aos céus[2], com o seu holocausto  como que “comprou” de Deus um mais poderoso auxílio angélico para os bons que combatiam:

Na descrição a seguir há uma referência a um movimento dentro da Igreja para a restauração de tudo:

 

“Vieram homens muito velhos, impotentes, esquecidos, depois muitos jovens fortes e vigorosos, mulheres e crianças, eclesiásticos e seculares; e o edifício foi logo inteiramente restaurado”. 

 

Depois de tudo isso, o Reino de Maria:

 

“Vi tudo se renovar e uma igreja que se erguia até o céu”. Em outra visão: “Vi uma imagem desse tempo distante que não posso descrever. Mas vi sobre a terra a noite se retirar e a luz e o amor retomarem uma nova vida. Tive nessa ocasião visões de toda espécie sobre o renascimento das Ordens religiosas. O tempo do Anticristo não está tão próximo como alguns crêem. Haverá ainda precursores, e vi em duas cidades doutores de escola dos quais poderiam sair esses precursores”.[3]

 


[1] Vidente alemã nascida em 8 de setembro de 1774 e falecida a 09 de fevereiro de 1824

[2] Refiro-me ao Grande Monarca, do qual fala mais detalhadamente o Beato Palau em suas revelações .

[3] Os textos da Beata foram extraídos da obra “La Conjuration Antichrétienne”, de Monsenhor Henri Delassus, publicada em 1910, no pontificado de São Pio X.


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