sexta-feira, 11 de julho de 2008

O que é a modernidade?

A propósito da recente decisão do sínodo de "bispos" anglicanos que resolveu aprovar a ordenação episcopal de mulheres (uma consequência de outro que em 1992 aprovou a ordenação sacerdotal), nota-se nisto uma tendência a aderir ao que se convencionou chamar de "modernismo" ou "modernidade", coisa que ocorreu muito entre católicos durante o perído de desvios conciliares. Vejamos o sentido da verdadeira modernidade na opinião de Plínio Corrêa de Oliveira, expressa em artigo de jornal publicado em 1968:

“Aggiornamento”... “encontro com a História”, são expressões com que a todo o momento se esbarra, mas cujo conceito – o mais das vezes – permanece obscuro. Dentro desta obscuridade, entretanto, um resíduo é sempre claro: atualização. A pessoa que se preza de “aggionarta” julga conhecer a realidade dos dias presentes e ter acertado os seus ponteiros segundo ela. O “encontro com a História” é essencialmente um encontro com o presente, e de modo particular com aquilo que o presente tem de diverso e até de contraditório com o passado.

Para os fanáticos do “aggiornamento” e do encontro com a História, a palavra mal vista por excelência é “tradição”. Evolucionistas conscientes ou inconscientes, para eles a natureza não tem elementos fixos e imutáveis, nem a ordem natural repousa sobre princípios perenes. A posição do presente em relação ao passado não é, pois, segundo eles, o de uma continuidade dinâmica e aprimoradora, mas de uma negação completa, de uma ruptura omnímoda e de uma demolição integral e renovadora. Compreende-se, pois, que para os apaixonados deste gênero revolucionário de progresso, a tradição é um insulto ao presente, a expressão teimosa e atrevida do desejo de sobrevivência de algo que pela ação implacável do tempo perdeu o direito de existir”

(Folha de São Paulo, agosto de 1968).

Nenhum comentário: