segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

A DEVOÇÃO AOS SANTOS ANJOS VEM DESDE O ANTIGO TESTAMENTO


 



A devoção aos Santos Anjos

O Papa Clemente X, aprovando a devoção aos Santos Anjos, instituiu o dia 02 de outubro como o da festa dos Santos Anjos da Guarda. Durante muito tempo só havia a festa dos Arcanjos, que é no dia 29 de setembro. A devoção aos Santos Anjos da Guarda começou a se propagar, principalmente, a partir de 1411 quando a cidade de Valência, na Espanha, criou um ofício próprio em honra do Anjo da Guarda da cidade. Outras cidades foram imitando o exemplo de Valência. Portugal tinha desde 1513 uma festa em honra dos Anjos da Guarda, fixada em 1o. de março. Na França, o dia 8 de maio já era consagrado a São Miguel há séculos, dia em que o Arcanjo apareceu no Monte Gargano. Os outros arcanjos chegaram a ter suas festas: 24 de março, São Gabriel; e 24 de outubro, São Rafael.

O beato Francisco d’Estaing, bispo de Rodez, na França, mandou redigir ao franciscano João Colombi um novo ofício, que foi aprovado por Leão X em 1518. Mas somente em 1590 Sisto V concedeu à nação portuguesa um ofício especial para a festa dos Anjos Custódios.

Em setembro de 1608, o Papa Paulo V, a pedido de Fernando II da Áustria, instituiu a festa solene dos Anjos da Guarda, fixando-a no primeiro dia útil depois da festa dos Arcanjos (29 de setembro). Clemente IX, em 1667, colocou-a no primeiro domingo de setembro e acrescentou-lhe a oitava. Finalmente, em 1670, o Papa Clemente X fixou definitivamente a festa para o dia 2 de outubro com rito duplo. Em 1883, Leão XIII elevou-a a rito duplo maior.

Na realidade, a devoção aos Santos Anjos remonta ao Antigo Testamento, época em que os Santos Seres Espirituais apareciam constantemente para falar aos homens em nome de Deus ou para intervir quando se fazia necessário a defesa da honra e glória divinas. Moisés recebeu expressamente de Deus ordens para colocar estátuas de querubins no Propiciatório, que era a tampa da Arca da Aliança: “Farás também dois querubins de ouro batido nas duas extremidades do oráculo. Um querubim esteja dum lado, o outro do outro. Cubram ambos os lados do propiciatório, estendendo as asas e cobrindo o oráculo, e estejam olhando um para o outro com os rostos voltados para o propiciatório, com o qual deve estar coberta a arca” (Ex 25, 19-20). Da forma como Deus o ordenou, Moisés o fez (Ex 37, 7-9). Como Moisés sabia sob que forma deveria representar os Anjos? Certamente, por causas de suas visões onde os mesmos teriam lhe aparecido da forma como desejavam ser vistos na Arca.

Quando Salomão mandou construir o Templo, ordenou que se fizessem figuras de querubins: “Entre as coroas e festões havia leões, bois, querubins, e também nas junturas da parte de cima; debaixo dos leões e dos bois, pendiam como que umas grinaldas de cobre. (III Reis 7, 29). “Lavrou também nas superfícies, que eram de bronze, e nos cantos, querubins, leões, palmas, apresentando como que a figura de homem em pé, e com tal arte que não pareciam gravados, mas sobrepostos ao redor. Deste modo fez dez bases do mesmo molde, da mesma medida, e de escultura semelhante” (III Reis 7, 36-37).

O Templo continha um lugar chamado “a casa do Santo dos Santos”, onde estava a Arca da Aliança, e somente penetrava nela o Sumo Pontífice, enquanto no Santuário podiam entrar todos os sacerdotes. Neste local, Salomão mandou colocar também seus querubins:

Fez também na casa do Santo dos Santos duas estátuas de querubins e cobriu-as de ouro. As asas dos querubins tinham vinte côvados de extensão, de sorte que uma asa tinha cinco côvados e tocava na parede do templo, a outra asa, que tinha também cinco côvados, tocava a asa do primeiro querubim. Da mesma sorte, uma asa do segundo querubim tinha cinco côvados e tocava na parede, e a outra asa deste era de cinco côvados e tocava a asa do primeiro querubim. De maneira que as asas destes dois querubins estavam abertas e tinham vinte côvados de extensão. Eles estavam postos em pé e os seus rostos virados para o templo exterior” (Crônicas 3, 10-13).

Se atentarmos para o fato de que um côvado media entre 45 a 56 centímetros, somente as quatro asas desses dois querubins mediriam somadas mais de 10 metros de largura. Sabendo-se que referidas estátuas eram revestidas de ouro, quanto esplendor não refletiam dentro do Templo!. De outro lado, as estátuas dos querubins foram colocadas de tal forma que ficavam como que protegendo a Arca da Aliança:

Os sacerdotes puseram a arca da aliança do Senhor no seu lugar, isto é, no oráculo do templo, no Santo dos Santos, debaixo das asas dos querubins, de modo que os querubins estendiam as suas asas sobre o lugar em que a arca estava posta e cobriam a mesma arca e seus varais”. (Crônicas 5, 7-8).

 

Nenhum comentário: