domingo, 5 de setembro de 2021

ABIGAIL – ESPÍRITO DE SERVIDÃO OU ESCRAVIDÃO VOLUNTÁRIA

Esposa de Nabal, criador que morava no Monte Carmelo no tempo de Davi e quis desafiá-lo. Abigail intercedeu pelo seu esposo fazendo uma inspirada declaração de servidão a Davi e lhe oferecendo muitos presentes. (I Sam 25, 14-36). Depois de morto Nabal, tornou-se esposa de Davi, já então rei de Israel, dando-lhe um filho por nome Queleab (2 Sam 3,3) ou Daniel (I Par 3, 1). Havia também uma irmã de Davi chamada Abigail (2 Sam 17, 25). Este espírito de servidão ou escravidão voluntária, comum entre bons israelitas, ocasionou episódios muito admiráveis, como por exemplo o de Abigail (Samuel I 25, 23-35). Davi mandara pedir ajuda a Nabal, esposo de Abigail, riquíssimo fazendeiro que tosquiava ovelhas ao pé do Monte Carmelo. Em resposta o avarento judeu diz: "Quem é Davi? E quem é o filho de Isaí?Hoje são numerosos os servos que fogem aos seus senhores. Pegarei eu portanto no meu pão, na minha água e na carne dos animais que matei para os que tosquiam minhas ovelhas, e dá-lo-ei a homens que não sei donde são?" Esta resposta era um insulto a Davi, pois o mesmo protegera aquele homem na guerra, Nabal devia portanto a Davi pelo menos o reconhecimento pelo que bem que lhe fizera. Irado, Davi se aprestava para ir com seus homens matar Nabal quando se encontra com Abigail, mulher de Nabal: “Mas Abigail, tendo visto Davi, apressou-se, desceu do jumento, prostrou-se diante de Davi, sobre o seu rosto, fez-lhe uma profunda reverência, lançou-se a seus pés e disse: Sobre mim caia, meu senhor, esta iniqüidade; peço-te que permitas à TUA ESCRAVA falar aos teus ouvidos, e ouve as palavras da tua serva.” Davi havia sido ungido por Samuel, mas ainda não reinava, pois Saul ainda era vivo. Abigail, que morava no Monte Carmelo, sabia no entanto que ele havia sido ungido. Continuando: “Não faças caso, MEU SENHOR E MEU REI, da injustiça de Nabal, porque, como o denota o seu próprio nome, é um insensato, e a loucura está com ele; mas eu, TUA ESCRAVA, não vi os criados que tu, MEU SENHOR, enviaste”. Continuando seu discurso, Abigal chama Davi de “meu senhor e meu rei” (embora ele de fato ainda não o fosse) e se declara sua escrava várias vezes, oferecendo-lhe dádivas para seus homens que trazia em seus jumentos: 200 pães, dois odres de vinho, 5 carneiros cozidos, 5 medidas de farinha, 100 cachos de uvas passas, 200 pastas de figo seco, etc. Logo depois, acrescenta ela profeticamente: “Perdoa à tua escrava a iniqüidade, porque certissimamente o Senhor estabelecerá em ti, meu senhor, uma casa estável, porque tu, meu senhor, combates pelo Senhor; não se encontre, pois, culpa em ti durante todos os dias da tua vida”. E mais adiante: “Quando, pois, o Senhor te tiver feito, MEU SENHOR, todos os bens que ele predisse de ti, e te tiver constituído general sobre Israel, não terás no coração este pesar, nem este remorso, MEU SENHOR, de ter derramado sangue inocente, ou de te teres vingado por ti mesmo”:.Profetizando que se tornaria, após a viuvez, esposa de Davi, declara: “e, quando o Senhor tiver feito bem ao meu senhor, LEMBRAR-TE-ÁS DA TUA ESCRAVA”. Em resposta, Davi diz a Abigail: “Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, que te enviou hoje ao meu encontro, bendita a tua palavra, e bendita és tu, que me impediste hoje de derramar sangue, e vingar-me pela minha mão. Doutro modo juro pelo Senhor, Deus de Israel, que me impediu que te não fizesse mal: Se tu não viesses logo ao meu encontro, não teria ficado nada com vida desde hoje até amanhã em casa de Nabal, nem mesmo um dos que urinam à parede. Davi, pois, aceitou da sua mão tudo o que lhe tinha trazido e disse-lhe: Vai em paz para tua casa; eis que ouvi a tua voz e honrei a tua presença”.

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